Um tempo atrás escrevi uma matéria para a revista Fórum sobre os 10 anos da morte da escritora francesa Marguerite Duras. Na verdade, nunca dediquei tanto tempo de vida a estudar alguma coisa como a ela. Rendeu um doutorado em literatura na USP, um ano em Paris... É para mim uma referência constante, não só intelectual como de vida.

Mostra Marguerite Duras: escrever imagens
Centro - Rio de Janeiro
(No edifício da agência da Av. Rio Branco)
Quem pensa que isso não tem nada a ver com futebol, política e cachaça engana-se. Não tenho notícias quanto ao futebol, mas Marguerite foi uma manguaça das fortes. Ela tinha a cara inchada do uísque cotidiano, mas, segundo ela, este aspecto lhe era natural: "Essa cara de alcoólatra eu tinha antes do álcool. O álcool só veio confirmá-la". Dizia também que é muito difícil passar uma noite sem uísque, e conviver com a vontade de se matar.
Agora tive a oportunidade de fazer a curadoria de uma mostra com os filmes que ela dirigiu – sim, ela dirigiu filmes, foram 19, 16 dos quais trouxemos ao Brasil, além do clássico Hiroxima meu amor, dirigido por Alain Resnais com roteiro de Duras, que este ano completa o seu cinquentenário.
Aqui vão as informações principais:

Mostra Marguerite Duras: escrever imagens
14 a 26 de abril
CAIXA Cultural
Av. Almirante Barroso, 25Centro - Rio de Janeiro
(No edifício da agência da Av. Rio Branco)
Quem pensa que isso não tem nada a ver com futebol, política e cachaça engana-se. Não tenho notícias quanto ao futebol, mas Marguerite foi uma manguaça das fortes. Ela tinha a cara inchada do uísque cotidiano, mas, segundo ela, este aspecto lhe era natural: "Essa cara de alcoólatra eu tinha antes do álcool. O álcool só veio confirmá-la". Dizia também que é muito difícil passar uma noite sem uísque, e conviver com a vontade de se matar.
Mas não só de depressão vive uma manguaça. Ela era também famosa por promover em sua casa grandes noitadas com intelectuais e artistas franceses – ou de outras procedências, de passagem por Paris. Merleau-Ponty, Blanchot, Bataille, Godard e Italo Calvino eram seus habituês. Ela tinha aliás um senso de humor fantástico, uma língua ferina... e um incrível talento para a cozinha!
Duras teve também uma atividade política intensa. Mas a pressa (a abertura é daqui a pouquinho, às 18h30...) exige que eu deixe este assunto pra uma próxima (mas não distante) oportunidade.
Assim manguaças cariocas – ou de outras procedências, de passagem pelo Rio –, não deixem de conferir esta oportunidade singular de conhecer o cinema único de Marguerite Duras.
Assim manguaças cariocas – ou de outras procedências, de passagem pelo Rio –, não deixem de conferir esta oportunidade singular de conhecer o cinema único de Marguerite Duras.
bacana, Mauricio! parabéns pela mostra. Eu não conheço nada de Marguerite Duras, depois indica algo dela pra iniciantes, rsrs
ResponderExcluirQuem for do Rio que aproveite porque o trabalho do Maurício vale a pena. Agora, a frase "Essa cara de alcoólatra eu tinha antes do álcool. O álcool só veio confirmá-la" é fora do comum, rs.
ResponderExcluirBoa Mauricio
ResponderExcluirParabéns!
Escuta... a mostra vem pra SP?
Me recomendaram "O deslumbramento", Thalita, mas é claro que o Maurício pode fazer outra indicação, com mais propriedade. E parabéns pela mostra, DeMarcelo! Tomara que venha para SP antes de eu embarar para a terra do Joyce.
ResponderExcluirValeu moçada!
ResponderExcluirOntem foi a abertura, um debate muito bom. Depois fomos todos tomar umas no tradicional Café Lamas.
Excelente.
Infelizmente, a Caixa só aprovou a mostra no Rio. Era pra ser SP e Rio, mas não rolou. Pra São Paulo, consegui trazer uma versão pocket, só com 7 filmes, que vai acontecer no Cinusp de 18 a 29 de maio. Mas anunciarei mais detalhadamente no momento oportuno. Por enquanto, estou tentando convencer um povo da própria USP a participar de uns debates sem ganhar nada... Duas professoras já toparam.
Thalita, pra começar a ler Marguerite (porque os filmes vai ser difícil de encontrar, mesmo na Inglaterra... a não ser que você cruze o Canal da Mancha, mas aí tem o problema da língua...), O Deslumbramento que o Marcão falou é uma boa (em inglês acho que ficou The Ravishing of Lol V. Stein). Outro é O Amante, que apesar de ser um best-seller é um grande romance.
Tem muito mais. Uma Barragem contra o Pacífico e A Chuva de Verão são outros dois romances sensacionais.
Na verdade, de filmes, você pode ver/rever Hiroshima mon amour, que é sempre uma experiência incrível.
Basicamente, ler Marguerite Duras é uma questão de contágio. De repente, se entende...
Grande Maurício. Grande Margerite Duras. Grande Rio de Janeiro.
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