
(Raul Seixas)
Diga, seu dotô, as novidade
Já faz tempo que eu espero
Uma chamada do senhor
Eu gastei o pouco que eu tinha
Mas plantei aquela cana
Que o senhor me encomendou
Estou confuso e quero ouvir sua palavra
Sobre tanta coisa estranha acontecendo sem parar
Por que que o posto anda comprando tanta cana
Se o estoque do boteco
Já está pra terminar
Derramar cachaça em automóvel
É a coisa mais sem graça
De que eu já ouvi falar
Por que cortar assim nossa alegria
Já sabendo que o álcool também vai acabar?
Veja, um poeta inspirado em Coca-Cola
Que poesia mais sem graça ele iria expressar?
É triste ver que tudo isso é real
Porque assim como os poetas
Todos nós temos que sonhar
(Do LP "Por quem os sinos dobram", WEA, 1979)
é um manifesto contra o pró-álcool.
ResponderExcluirbonito.
Que desgraça é essa na foto?
ResponderExcluirComo Gil fez "Lunik 9" pensando no que seria dos "poetas, seresteiros, namorados" depois que o homem pisou na lua, Raulzito fez essa pensando no Pró-Álcool. Muito bom.
ResponderExcluirDesgraça mesmo é ter gente tão ignorante da cultura brasileira. Se fosse o cumpadi Washington ou outro que rala a bunda na garrafa você saberia né?
ResponderExcluirLamentável.