sábado, outubro 10, 2009

Sozinho. Na mesa do bar. 19 anos

o que dizer de um copo de cerveja
a não ser vidro e cevada?
pode haver outras coisas, todos sabem
mas não sei por que não há de não ser

um maço de cigarros e um isqueiro
um cinzeiro e cinzas de cigarro
passa um homem, uma mulher e um carro
mas não passa de bobagem o que passa

um monte de carne disforme
uma pequena porção de carne pensante
que pensa a esmo
e eu mesmo não tenho a mim
(mesmo?)

poesia concreta em linha reta?
e a curva da parábola, onde fica?
seja pai, seja filho, seja outro
seja cerveja
ou esteja onde estiver o verbo

não concordo
nem pago a conta

(Bar 1+1, Avenida Francisco Glicério, 14/12/1993)

3 comentários:

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