Citando o Conselheiro Acácio, toda partida tem momentos que podem ser
cruciais, mudando seu rumo e fazendo o torcedor pensar “se não fosse
aquele lance”... No clássico entre Santos e São Paulo, na Vila Belmiro,
depois do tento marcado por Edu Dracena* na primeira etapa aos 22,
Alison foi expulso aos 42. Até então, o Peixe finalizava mais que o
rival e chegava a exercer um relativo domínio, mas os visitantes se
animaram e foram atrás do empate na etapa inicial. Em chute de Rodrigo
Caio, Aranha rebateu e Douglas quase marcou o que seria o empate aos 47,
mas perdeu.
Esse
poderia ser um lance crucial, já que a igualdade daria mais confiança
ao São Paulo. Mas não foi ali, ao menos para o Alvinegro, que se deu o
lance decisivo. Com um a menos, a aposta de qualquer torcedor era que
Claudinei Oliveira reforçaria sua fama defensivista, colocando outro
volante no lugar de um dos dois atacantes, repondo a ausência de Alison.
Afinal, o time tinha entrado com três volantes e um lateral no meio
contra o Atlético-MG, só alterando a forma de jogar quando já perdia a
partida. Mas, dessa vez, o treinador não recuou mais do que deveria.
Formou
sim duas linhas de quatro para se resguardar, mas não abriu mão do
contra-ataque como em outras ocasiões no Brasileiro. Manteve Thiago
Ribeiro, atacante que penou de forma solitária contra o Galo, mas que
soube ser ágil e preciso quando recebeu bola de Cicinho, aos 15, para
marcar o segundo do Santos no clássico.
Mesmo com um a menos, a
partir desse momento o jogo de nervos favoreceu o time santista. O
Tricolor, sem confiança e nem técnica, não conseguiu furar o bloqueio
peixeiro e ainda tomou o terceiro gol em nova jogada de Cicinho pela
direita, com finalização de Léo, aos 45. Outro ponto que chama a atenção
é o fato do veterano ex-lateral e hoje meia ter entrado bem mais uma
vez, assim como na peleja contra o Internacional. Deveria ser mais aproveitado na equipe.
Claudinei
reagiu, e bem, à pressão, em uma semana na qual, de forma pouca sutil,
foi chamado de técnico sem “t” maiúsculo. Após a vitória, pode conseguir
mais tranquilidade para dar um padrão à equipe que não oscile entre ter
três volantes e um atacante em um jogo, terminando com três atacantes e
um volante. Ou conseguir piorar o ritmo de uma partida ao colocar
quatro atacantes em campo quando está atrás no placar, como aconteceu contra o Botafogo.
Variações durante uma partida são normais, mas quando são bipolares
mostram que se errou em algum momento, ou no início, ou no meio. O sonho
da Libertadores ainda está de pé, mas o Santos vai precisar do seu
treinador confiando mais em si mesmo, já que a confiança dos jogadores
parece que já tem.
*Com 17 gols, Edu Dracena está a três de igualar Alex como maior zagueiro-artilheiro do Santos.
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