O mês de junho não será como de costume para os clubes de futebol. A profecia está na revista Exame desta semana, em uma matéria sobre os negócios do futebol em meio à crise econômica. O desaquecimento generalizado nas negociações deve reduzir, diz o texto, a rotina de desmonte de elencos no meio do campeonato brasileiro.
Mas isso não é nada bom.
Pelo menos para os clubes, que dependem desse momento para equilibrar as contas. É que para a principal janela de transferências da Europa, o período de intertemporada, falta crédito e cascalho no bolso dos clubes.
Juliz Mariz, presidente da Traffic, conta na nota que tinha 23 negociações esperadas para 2009. Pelo menos oito vão dar água e o restante deve render até 20% menos do que o "preço-alvo". O Grupo Sondas, sempre segundo a matéria, foi alvo de especulações sobre um suposto abandono do mercado, já que corria riscos de perder parte dos R$ 60 milhões investidos em 30 jogadores. Mas Roberto Moreno, presidente da empresa de varejo, calcula em R$ 400 milhões os ativos acumulados.
Para completar o cenário, Ivandro Sanchez, advogado especializado na questão, vê os jogadores brasileiros de filme queimado no exterior, principalmente no caso Adriano na Inter de Milão. Mas também com Ronaldo, Ronaldinho Gaúcho e Robinho. Os pesos dos escândalos são relativos em um cenário em que a CBF aponta surreais 1.176 negociações de brasileiros com o exterior em 2008, escalada de 60 a 100 transferências a mais por ano há dez anos.
Mina de ouro
Alguns fatos realmente indicam que esse mercado futebolístico era só mais uma frente das minas de ouro sem fim que o último período de crescimento econômico parecia ter criado. Um deles é a entrada de uma empresa de supermercados aplicar uma pequena fortuna nesse segmento que pouco tem a ver com varejo para donas e donos de casa. Ou um bilionário russo que resolve comprar um clube inglês – e depois fica em dúvida sobre o que deve pôr nos cobres, se o time na bolsa de valores ou o iate.
A reportagem assinada por Denise Carvalho reorganiza bem algumas ideias e ouve alguns envolvidos – o que também é fundamental. O que eu não tinha lido era a expectativa de que é necessário haver uma meganegociação de um atleta de ponta, como um Kaká ou um Cristiano Ronaldo, para movimentar o mercado, já que o clube vendedor teria recursos para ir às compras. Aproveitaria a baixa do mercado para fazer a feira e arrematar jogadores brasileiros a preço de banana.
Alguém tem R$ 10 para um vaquinha? De repente o Futepoca entra nesse mercado.
Credo, o Anselmo lendo a Exame! Agora, falando sério, se os caras quiserem mesmo comprar "a preço de banana", espero que os clubes tenham condições e visão de segurar alguns jogadores mais promissores para um período posterior. Agora, se alguém quiser pagar barato no Lulinha, pode liberar.
ResponderExcluireu juro que só li essa matéria.
ResponderExcluiré que no índice da revista na internet, tinha uma foto do keirrison. aí achei que ia falar do destino do jogador. mas acho que foi só lobby do (ou contra) o belluzzo.
O vlho golpe da foto do Keirrison... Pelo menos isso deve estimular um pouco mais a criatividade dos cartolas pra conseguir dinheiro. Se bem que se depender dos paulistas a solução é meter a mão no bolso do torcedor e tirar um pouco da diferença aí. Incrivelmente, com o apoio da dita imprensa, coisa que vi domingo naquele arremedo de programa da Gazeta (o que houve com o Flávio Prado...).
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