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quarta-feira, junho 27, 2007

O horror

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Ficamos sabendo, como se fosse algo normal, natural e necessário, que uma "megaoperação" policial no Morro do Alemão, do Rio de Janeiro, nesta quarta, deixou cerca de 20 mortos até o momento.
O que é isso? Limpeza étnica? Todos os mortos são "traficantes", como costuma enfatizar a imprensa (sempre divulgando os termos e verdades oficiais?) quando qualquer pobre, de preferência negro, suspeito ou não, é morto na Cidade "Maravilhosa"?
Todo esse morticíno insano serve para deixar o Rio "limpo" e preparado para que os turistas cheguem para o Pan e encontrem uma cidade segura?
Volto a Pasolini, que, ainda nos anos 70 do século XX, defendia que a importância das notícias sobre crimes era subestimada pela imprensa e que, na verdade, os crimes deveriam ser pauta de política, por revelarem algo muito mais sério e profundo do querem fazer supor os donos do poder. Nesse caso, crime oficializado e praticado pelo Estado.
Enfim, é o horror.

6 comentários:

Glauco disse...

"Os crimes deveriam ser pauta de política, por revelarem algo muito mais sério e profundo do querem fazer supor os donos do poder". É isso mesmo, sem nada a acrescentar.

Anselmo disse...

Viva Pasolini. a relação com o Pan é inevitável, mas a ocupação do Complexo do Alemão aconteceu há um tempo já, um mês pelo menos.

dá a impressão de que em um mes nao conseguiram nada. Aí, no fim, parece que "precisam resolver" mesmo. assustador.

Edu Maretti disse...

muitas crianças da comunidade estão sem aulas há mais de um mês.

fredi disse...

Pela primeira vez, concordo com tudo que escreveste, Edu.

O que me assusta agora é a reação que virá.

Passo a temer que, como reação (sem justificativa, não defendo que isso aconteça, deixo claro) os grupos armados no Rio aprontem alguma no Pan para ter visibilidade.

Deus (agnóstico), meu, que não me torne uma Cassandra.

Rafael disse...

Concordo em gênero, número e grau. Foi a Chacina do Pan, como disse Vera Malaguti. E o secretário de Segurança (sic) comemorou a operação, um "sucesso" na opinião dele.

Anônimo disse...

Muitas crianças estão sem aulas. Deixarão de ser bandidos diplomados e se os forem perderão um precioso tempo até se formarem. Se conheço um bairro urbano onde 90% das residências são prostíbulos e, tendo eu filhos e filhas, resolvo estabelecer residências nesse descrito bairro, lógico, estarei concorrendo para que minha família e minha casa seja confundida com o meio. A zona determina regra geral para todos. A maioria dá identidade para todos.Se frequento uma Igreja Evangélica, mesmo não sendo seguidor desta ou de qualquer semelhante, sou taxado de evangélico["crente"]. Se frequento e tenho amigos numa "boca de fumo", mesmo não sendo usuário de drogas serei classificado como sendo. O sujeito quer formar família, quer morar perto da praia e do centro urbano de uma cidade maravilhosa, não tem estrutura nenhuma para tanto, passa então ser mais um residente dos Morros. Acha que o filho vai crescer sem influência? Acha que não vai ser alciado, também, diante das consequências? Quem mora na ZONA quer ser classificado do qê? Passarinho que come pedra sabe o "c..." que tem!...