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quinta-feira, fevereiro 12, 2015

"Tiozinhos da Vila" param no veterano Rogério Ceni

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Os comentários das redes sociais durante e depois do clássico entre Santos e São Paulo resumem desta vez o que foi o jogo. Rogério Ceni, de fato, fez a diferença a favor da equipe do Morumbi e evitou que seu time saísse da Vila Belmiro derrotado na noite desta quarta-feira.

Foi uma partida em que o Alvinegro foi conquistando espaço aos poucos. Até pouco mais da metade do primeiro tempo, o Tricolor tinha mais a posse de bola, que chegou em dado momento a uma vantagem de 62% a 38%. Os donos da casa abusavam dos passes errados, muito pelo fato de buscaram os toque mais longos, a ligação direta entre o meio e o ataque. As distâncias entre os setores da equipe ficaram visíveis nessa etapa da partida, como, aliás, em outros jogos do Santos neste campeonato paulista.

O panorama começou a mudar quando o São Paulo afrouxou a marcação pressão que fazia sobre o Peixe, passando a sofrer com as investidas de Geuvânio no lado esquerdo de sua defesa. Se o arqueiro Vanderlei demonstrou segurança ao defender finalizações perigosas de fora da área, foi o Santos que entrou pela defesa adversária, com uma jogada fantástica de Geuvânio e outro passe seu para Robinho, ambos os lances defendidos por Rogério Ceni quando os atacantes santistas já estavam dentro da área.

Se a objetividade peixeira já havia sido maior mesmo como time jogando pior que o rival, quando passou a ter mais presença no campo do São Paulo as oportunidades de gols e multiplicaram. E Ceni cresceu ainda mais. Os visitantes seguiam tocando a bola, mas não conseguiam articular jogadas incisivas de ataque. Ganso teve atuação apagada, confirmando a escrita de não jogar bem contra seu ex-clube na Vila. Michel Bastos se movimentou, mas pouco criou, e à frente, Luis Fabiano e Evandro (depois Alexandre Pato) foram em boa parte do tempo presas fáceis para a defesa, mesmo quando os donos da casa passaram a dar mais espaço perto do final do jogo. 

Em uma peleja de alta intensidade, os veteranos, ou “tiozinhos da Vila”, sentiram. Ricardo Oliveira perdeu ótima chance por não conseguir avançar em um contra-ataque; Renato desperdiçou um rebote de Ceni finalizando em cima do goleiro, ajudando o arqueiro a se consagrar ainda mais, e Robinho também não aguentou o retorno até o meio de campo, algo que o jogo passou a exigir que fizesse. E também chutou pra fora em finalização feito de dentro da área, dando a nítida impressão de cansaço.
Destes, só Renato permaneceu até o final, na questionável opção de Enderson Moreira, que preferiu sacar Lucas Lima e colocar Elano em campo. Mas é fato que o jovem meia também estava exaurido, muito por conta da marcação que passou a fazer no lado direito da intermediária no segundo tempo.

O técnico fez a opção por uma partida mais cautelosa, algo compreensível, já que o adversário manteve a forte base de 2014 e o Santos ainda precisa de mais condicionamento físico e entrosamento. De qualquer forma, sabendo que a equipe vai contar com Gabriel, Caju e Thiago Maia, que retornam da seleção sub-20, o elenco fica um pouco mais encorpado e o torcedor começa a ter mais esperanças do que o final de 2014 sugeria. No entanto, o meio de campo precisa marcar melhor atrás e acertar com mais precisão a transição para o ataque.

No primeiro teste real da temporada, o Alvinegro foi quem teve mais finalizações certas, mostrando que pode lamentar o 0 a 0. No total, foram doze contra cinco. Contando que ainda houve um pênalti evidente em Ricardo Oliveira não marcado pelo árbitro Leandro Bizzio Marinho, que estava a poucos metros do lance, o torcedor peixeiro pode reclamar com mais vontade. Mas, para uma equipe em formação, as notícias parecem boas.

Corinthians vai bem na pré. Agora, começa a Libertadores

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Elias, dois gols na quase-Liberta,só na infiltração (Rodrigo Coca/Ag. Corinthians)
Pronto, o Corinthians passou pelo Once Caldas. Deixada para trás a zica, começa a Libertadores 2015, num grupo pra lá de difícil – e com clássico logo de cara. O começo da temporada é interessante, tanto pelos resultados quanto pelo futebol jogado até aqui. Para comecinho de temporada, a coisa está bacana e com umas novidades em relação ao passado de Tite.

Comecemos pelo mais óbvio: a defesa continua muito boa. E quando digo “defesa”, não falo só da zaga, mas do esquema armado pelo treinador quando o time não tem a bola. O time vem num 4-1-4-1, com Ralph de limpa-trilho na frente da zaga e uma linha de quatro meias fechando a marcação. A movimentação defensiva é muito bacana, coordenada, compacta, bem difícil de furar. E quando passa, Cássio e/ou Walter estão lá pra garantir a lavoura.

Com a bola no pé, o time tem novidades. Está tocando mais a bola, buscando tabelas curtas pelo meio e aproveitando muito bem a movimentação de Elias, que depois de um segundo semestre mais ou menos em 2014, parece estar já adaptado. As tabelas e o grande número de gols marcados até aqui são as novidades que Tite pode ter trazido até aqui de seu “ano sabático pesquisando o futebol”. Ou é só fruto da fragilidade dos adversários – calma, palmeirenses, o seu time entra nessa definição só por estar ainda desentrosado e sem muitos titulares certos para a temporada.

Um exemplo de indício dessa mudança de Tite: quando Lodeiro foi embora, ele tinha Petros, mas escolheu Jadson como substituto. O atual titular é um belo meia, com passe e visão de jogo acima da média, mas (1) marca mal e (2) volta e meia entra numas de preguiçoso que é difícil aguentar. Em outros tempos, Tite fez Douglas correr loucamente na marcação, vamos ver se repete a façanha.


A coisa está muito no começo, mas até aqui parece promissor. Vamos ver esse clássico contra o São Paulo, o primeiro da história da Libertadores. O Tricolor tem um ataque estrelado, talvez o melhor do país hoje no papel. Vamos ver como se saem as compactas linhas alvinegras.

quinta-feira, setembro 04, 2014

Escolinha do Professor Geraldo

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domingo, julho 20, 2014

De volta ao mundo real, até que tem futebol no Brasileirão

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Guerrero guardou o dele, o que é um bom começo
De volta ao mundo real, onde os jogos de futebol não são entre seleções nem reúnem os melhores jogadores do mundo, assisti logo uns quatro  do Brasileirão nessa semana. Tratamento de choque, arrancar o band-aid, sabe como é.

O surpreendente é que o que vi não me deixou tão assustado assim. Teve momentos horrorosos, sem dúvida, mas também uns minutos de futebol bem jogado.

Para meu alívio, alguns desses minutos foram protagonizados pelo meu Corinthians, na vitória contra o Internacional - a primeira na casa nova, alvíssaras. Adversário de nível, o que valoriza os dois gols construídos com pressão na saída de bola, toque de bola rápido e jogadas inspiradas, como o belo passe de Jadson para o gol de Guerrero - pois é, o centroavante marcou. Elias jogou bem, a defesa foi consistente, Cássio fez uma defesa milagrosa, tudo certo.

Isso foi tudo antes dos 20 minutos de jogo, partida praticamente resolvida, coisa e tal. Aí começa o pepino, e um velho conhecido dos alvinegros: o time recua para atrair o adversário e buscar o contra-ataque. Nada contra a opção num jogo com vantagem de dois gols. Holanda, Argélia, Costa Rica e Argentina estão aí pra mostrar que um bom contra-golpe é uma arma poderosa. Mas o problema é que o dito cujo não sai. A defesa até que vai bem, mas quando retoma a bola, a coisa trava.

Não sei se é uma questão de posicionamento, time recuado demais e sem opções para o passe rápido, ou de técnica, o cara que pega a bola não sabe o que fazer com ela. Mas o fato é que os meias erram os passes, os atacantes não se mexem ou ficam isolados, e só acertamos de fato uma chance nessa modalidade, quando Luciano errou a cabeçada que poderia abrir a porteira do Inter. Em vez disso, ficamos acuados lá atrás até que o Colorado fazer seu gol. Emoção demais pro meu gosto.

Outro time que jogou bem na partida que vi foi o São Paulo. Futebol bacana de ver, com muita troca de passes, movimentação, busca do ataque, defesa pensada com a ocupação de espaços. Pergunta: alguma dessas características lembra algum time já montado por Muricy Ramalho? Pois é, parece que a Copa fez bem ao inventor do famigerado muricybol.

A opção fez bem a Ganso, que parece mais aceso e adaptado a esse estilo de jogo. Falta ainda um pouco mais de participação na fase defensiva, mas o meia está bem. Outro que fez bom começo é Allan Kardec, que estreou marcando o segundo gol, resultado de uma bonita trama entre Ganso e o bom volante Souza.

No segundo tempo, o time tirou o pé do acelerador e chegou a passar uma certa raiva, mesmo com o Bahia  fazendo uma apresentação tenebrosa. Como acabou perdendo em casa na partida seguinte para a Chapecoense, diminuiu minha preocupação inicial.

O Bahia também esteve em outra partida que vi parcialmente, contra o Atlético MG, no Independência. E curiosamente, foi o visitante que fez o melhor jogo no primeiro tempo. Baixou um pouco a ansiedade e conseguiu tocar minimamente a bola, o que não fez contra o São Paulo. O time nordestino ainda busca uma melhor formação, mas pelos dois jogos palpito que William Barbio merece começar jogando e que Rainer não pode pegar a bola no meio de campo sob pena de perdê-la no quarto drible que o rapaz exige antes de passar a redonda.

Já o Atlético foi decepcionante, pelo menos na primeira etapa, com passes errados a granel. Claro que não tinha vários de seus principais jogadores, entre eles Ronaldinho Gaúcho, fora do time por opção de Levir Culpi. Segundo o técnico, os números do ex-craque não têm demonstrado efetividade e Guilherme está melhor. Por mais que o argumento não seja muito do gosto do torcedor brasileiro, fico me perguntando se os atleticanos sentem tanta falta do Gaúcho quanto alguns profestas do passado que depois da eliminação da seleção passaram a pedir o ex-melhor do mundo no elenco de Felipão.

De todo jeito, os mineiros melhoraram no segundo tempo com a entrada de Luan, autor do gol de empate. E Levir, sejá lá o que diga sua planilha, tem uma boa dose de trabalho a fazer.

O jogo mais fraco da minha pequena lista foi Grêmio e Goiás. Lento, pouco criativo e com poucas chances de gol, valeu o 0 a 0. Exatamente como eu imaginava que todos seriam, no que me descobri agradavelmente equivocado.

quinta-feira, outubro 03, 2013

Com um a menos, Santos supera São Paulo por 3 a 0 e sonha com G-4

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Citando o Conselheiro Acácio, toda partida tem momentos que podem ser cruciais, mudando seu rumo e fazendo o torcedor pensar “se não fosse aquele lance”... No clássico entre Santos e São Paulo, na Vila Belmiro, depois do tento marcado por Edu Dracena* na primeira etapa aos 22, Alison foi expulso aos 42. Até então, o Peixe finalizava mais que o rival e chegava a exercer um relativo domínio, mas os visitantes se animaram e foram atrás do empate na etapa inicial. Em chute de Rodrigo Caio, Aranha rebateu e Douglas quase marcou o que seria o empate aos 47, mas perdeu.

Imagem
Thiago Ribeiro fez contra seu ex-time (Foto SantosFC)
Esse poderia ser um lance crucial, já que a igualdade daria mais confiança ao São Paulo. Mas não foi ali, ao menos para o Alvinegro, que se deu o lance decisivo. Com um a menos, a aposta de qualquer torcedor era que Claudinei Oliveira reforçaria sua fama defensivista, colocando outro volante no lugar de um dos dois atacantes, repondo a ausência de Alison. Afinal, o time tinha entrado com três volantes e um lateral no meio contra o Atlético-MG, só alterando a forma de jogar quando já perdia a partida. Mas, dessa vez, o treinador não recuou mais do que deveria.

Formou sim duas linhas de quatro para se resguardar, mas não abriu mão do contra-ataque como em outras ocasiões no Brasileiro. Manteve Thiago Ribeiro, atacante que penou de forma solitária contra o Galo, mas que soube ser ágil e preciso quando recebeu bola de Cicinho, aos 15, para marcar o segundo do Santos no clássico.

Mesmo com um a menos, a partir desse momento o jogo de nervos favoreceu o time santista. O Tricolor, sem confiança e nem técnica, não conseguiu furar o bloqueio peixeiro e ainda tomou o terceiro gol em nova jogada de Cicinho pela direita, com finalização de Léo, aos 45. Outro ponto que chama a atenção é o fato do veterano ex-lateral e hoje meia ter entrado bem mais uma vez, assim como na peleja contra o Internacional. Deveria ser mais aproveitado na equipe.


Claudinei reagiu, e bem, à pressão, em uma semana na qual, de forma pouca sutil, foi chamado de técnico sem “t” maiúsculo. Após a vitória, pode conseguir mais tranquilidade para dar um padrão à equipe que não oscile entre ter três volantes e um atacante em um jogo, terminando com três atacantes e um volante. Ou conseguir piorar o ritmo de uma partida ao colocar quatro atacantes em campo quando está atrás no placar, como aconteceu contra o Botafogo. Variações durante uma partida são normais, mas quando são bipolares mostram que se errou em algum momento, ou no início, ou no meio. O sonho da Libertadores ainda está de pé, mas o Santos vai precisar do seu treinador confiando mais em si mesmo, já que a confiança dos jogadores parece que já tem.
*Com 17 gols, Edu Dracena está a três de igualar Alex como maior zagueiro-artilheiro do Santos.

quarta-feira, outubro 02, 2013

Coincidências, meras coincidências...

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DADO CONCRETO Nº 1: Estudo divulgado ontem pela Fundação Perseu Abramo, com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontou que o Brasil segue reduzindo a desigualdade na repartição do rendimento do trabalho. Em 2012, houve queda de 0,4% no índice Gini, em relação a 2011. Com isso, pela primeira vez, o país apresentou índice abaixo de 0,5, o menor de toda a série registrada pelo IBGE, desde 1960.

DADO CONCRETO Nº 2: O mesmo estudo apontou, por outro lado, que três dos estados mais ricos país - São Paulo, Minas Gerais e Paraná - estão na contramão e, em 2012, elevaram a desigualdade de renda. Em porcentagem, nesses estados, a variação no índice da desigualdade na distribuição da renda mensal de todos os trabalhos das pessoas com rendimento na ocupação com 15 anos e mais, entre 2011 e 2012, foi de: + 2,82% no Paraná, + 0,08 em São Paulo e + 0,08 em Minas Gerais.

COINCIDÊNCIA Nº 1: A variação da desigualdade no país refere-se ao período de 2011 a 2012. Desde janeiro de 2011, os governadores desses três estados da região Sudeste são: Beto Richa (Paraná), Geraldo Alckmin (São Paulo) e Antonio Anastasia (Minas Gerais). Todos os três governantes são do PSDB. Em São Paulo, Alckmin cumpre o quinto mandato seguido de seu partido à frente do governo estadual. Em Minas Gerais, Anastasia sucedeu dois mandatos seguidos de Aécio Neves.

COINCIDÊNCIA Nº 2: No final de 2012, quando o Ministério de Minas e Energia anunciou uma medida de grande impacto econômico para a população, a redução no preço da energia elétrica em até 18% para o consumo residencial e até 32% para indústrias, agricultura, comércio e serviços, os governadores de São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina impediram que as empresas de produção de energia de seus estados - Cesp, Cemig, Copel e Celesc - aderissem ao plano do governo federal e baixassem as tarifas. O governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo (PSD), é ex-DEM - partido que historicamente sempre esteve ligado ao PSDB.


terça-feira, setembro 10, 2013

Muricy e São Paulo: uma história de sucesso pode se repetir?

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No fim de novembro de 2008, um post do parceiro Bla Bla Gol saudava o tricampeonato brasileiro do São Paulo e, na ocasião, fiz o seguinte comentário:

Mudando um pouco foco dos comentários sobre arbitragens, não acho o São Paulo o clube mais bem administrado do mundo. Do Brasil, certamente, mas pouca coisa acima dos demais. O sucesso tricolor tem nome e sobrenome: Muricy Ramalho. Não é coincidência ser o único treinador tricampeão brasileiro (seria tetra, se não fosse o duvidoso torneio de 2005). O mérito do pessoal do Morumbi é conseguir mantê-lo à frente do time. Técnico que mantém a estabilidade e que possui o elenco na mão tende a ganhar quando o campeonato é por pontos corridos. Mas vamos ver se esse “Super São Paulo” vai longe na competição que ele mais ama, a Libertadores…

Passaram-se quase cinco anos e Muricy volta ao Morumbi. O clube, cujo trabalho da diretoria, basicamente em contratações, estava de fato um pouco acima dos demais à época, descambou. A embriaguez (opa) do sucesso e os elogios recorrentes da imprensa mascararam as falhas, sanadas por um tipo de esquema de jogo, apelidado pelos mais críticos de “Muricybol” que era eficiente, pois trazia títulos, algo que qualquer torcedor adora. Mas tinha limites, como acabou evidente nas competições de mata-mata que o clube disputou.

Tais limites eram menos culpa de Muricy, que adaptou um sistema àquilo que tinha na mão, se acomodando com contratações as quais o clube não pagava pelos direitos federativos, estilo elogiado então. Com a saída do treinador, que era quem indicava boa parte dos atletas, o São Paulo nunca mais se achou. A cobertura generosa da imprensa fazia o torcedor acreditar que cada vinda de jogador era certeza de sucesso. Assim, escutei na rádio comentarista defendendo Rodrigo Souto na seleção (!) e elogiando contratações de “jogadores de peso” como Léo Lima (!!), Marcelinho Paraíba (!!!) e outros similares que seriam tratados como refugo em qualquer outra equipe. Mas não no Morumbi...

Desde a saída de Ramalho, passaram Ricardo Gomes, Sérgio Baresi, Paulo César Carpegiani, Adilson Batista, Emerson Leão, Ney Franco, Paulo Autuori e, vez por outra, Milton Cruz. Tirando o primeiro, que chegou a disputar o título de um Brasileiro quase até o final, no primeiro ano sem títulos desde 2004. Depois, só a Sul-Americana de 2012 que, convenhamos, não é aquele título que faz você colar o poster do time na parede e nem te dá desculpa pra chegar atrasado no dia seguinte no trabalho. Para o Santos, o seu similar, a Copa Conmebol, não serviu nem pra tirar o time da fila.

Durante esse período, caiu o mito da diretoria superior, que contratava bem e dava respaldo ao técnico, sem trocá-lo por qualquer acidente de percurso. Muricy, por sua vez, foi campeão brasileiro pelo Fluminense, da Libertadores pelo Santos, e bi paulista na Vila, passando a impressão de que, de fato, o São Paulo havia se precipitado ao demiti-lo em 2009, ainda que a apatia da equipe que caiu na Libertadores daquele ano fosse um sinal de desgaste do treinador.

Agora, o ato de desespero de uma diretoria que negou Muricy há pouco mais de dois meses é a velha tática de quem perdeu o rumo, jogando-se toda a responsabilidade nas costas de um técnico. Que aceita. Mesmo assim, olhando para as glórias que vêm do passado conjunto de treinador e clube, o torcedor pode ficar esperançoso. Até porque o time tem que conseguir nove vitórias nos dezenove jogos que lhe restam, um aproveitamento aceitável para um clube do tamanho do São Paulo. 

O porém da escolha é que nem Muricy e nem o clube são os mesmos de cinco anos atrás. O Dom Sebastião do Morumbi saiu da Vila Belmiro como uma quase unanimidade negativa, por sua apatia na reta final de sua passagem e também por não conseguir dar padrão de jogo ao Santos durante meses, sempre dependendo de um lance genial de Neymar para salvar o time. O comandante também não vai contar com diretores que lhe garantam tranquilidade nos gramados, tornando o desafio um pouco mais penoso.

Uma mostra da atual fase de Muricy é o próprio comportamento do técnico. Não se repetiu agora o estilo de negociação arrastada que marcou suas idas para Palmeiras, Fluminense e Santos. O treinador, que sempre bateu no peito para dizer que não negociava com clube que tinha técnico, fechou no mesmo dia em que foi anunciada a saída de Autuori do Morumbi. E dois dias depois de declarar que provavelmente não comandaria nenhum time na atual temporada. “Neste momento não vai aparecer coisa boa. Fico pelo menos dois, três anos em cada time que passo." E ainda falou, sobre o fato de não ter ido para o São Paulo quando Ney Franco foi demitido. “Eu sei bem o que aconteceu, estou no futebol há muito tempo e não preciso especular. Mas não fiquei aborrecido. Às vezes também não era bom eu ir para lá, não ia me dar bem com algumas pessoas.”

Futebol é dinâmico mesmo.

segunda-feira, setembro 09, 2013

Muricy Ramalho é o novo técnico do São Paulo

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De acordo com o comentarista Vitor Birner, o São Paulo teria demitido Paulo Autuori e contratado Muricy Ramalho para seu lugar. Às 18h15, a informação ainda não havia sido confirmada oficialmente, mas a repercussão no Twitter já vale a pena ser divulgada:


Agora só falta o Muricy pedir o Jorge Wagner pra alçar bola na área de 2 em 2 min. e estamos livres da série B.

"Muricy vai salvar a gente". Quando o Muricy chega como o seu SPECTROMAN, é que a parada está séria. E eu entendo, o nosso foi PAPAI JOEL

Ney Franco, Autuori e Muricy. Três profissionais totalmente diferentes. O SP sabe bem o que quer no Brasileiro

Incrível a criatividade do São Paulo. Mas vai ser ótimo ver esse time cair com o Muricy e encerrar de vez a grande mentira.

Minha previsão de público para quinta-feira aumentou de 5 mil para 8 mil. Efeito Muricy.

Mesmo amando Muricy, é claro e nítido que a diretoria tá perdida! Não sabe mais em que apoiar. Que ele traga os bons tempos de volta!

Muricy é a última chance de salvar o São Paulo. Acredito nele... e que vai conseguir.

"Muricy não vai resolver nossos problemas dentro de campo mimimimi" Autuori também não estava resolvendo. E entre os dois, prefiro o Muricy!

Primeira atitude do Muricy; o time não pode mais tomar gols, vai retrancar o máximo. Não perde mais...porem não ganha! rebaixa assim mesmo

De longe, mas isso do Muricy agora no SP me lembra um pouco as idas e vindas de Leandro Campos no ABC. A conferir.

O Muricy é o novo técnico do São Paulo? Nossa! Mas o não tinha dito q ele ía pro Inter? "Ta cheio de zé ruela desinformado por ai"

quinta-feira, agosto 15, 2013

#NaUltimaVitoriaDoSaoPaulo ou rir pra não chorar

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O empate do São Paulo com o Atlético-PR no Morumbi, por 1 a 1, ampliou a série de partidas sem vitória do Tricolor no Brasileirão 2013 para 11 jogos. O resultado motivou a volta da hashtag  #NaUltimaVitoriaDoSaoPaulo no Twitter, servindo para rivais fazerem piadas não apenas com a equipe do Morumbi, mas também com outros clubes. Abaixo, alguns dos tuítes da noite de hoje. Porque é melhor tentar rir...

#NaUltimaVitoriaDoSãoPaulo o mar morto ainda estava só com uma gripe

#NaÚltimaVitóriaDoSãoPaulo o Palmeiras era time grande

#NaÚltimaVitóriaDoSãoPaulo nascia Oscar Niemeyer.

#NaUltimaVitóriaDoSãoPaulo o Seedorf era do Corinthians segundo Neto!

#NaUltimaVitoriaDoSaoPaulo o palmeiras não tinha mundial. Ate hoje ainda não tem.

#NaUltimaVitóriaDoSãoPaulo O Léo queria ver se o Barcelona era tudo isso mesmo.

#NaUltimaVitoriaDoSaoPaulo Ph Ganso era maestro

#NaUltimaVitoriaDoSaoPaulo o Eike Batista era rico.

#NaUltimaVitoriaDoSaoPaulo o Atlético-MG ainda era motivo de piada.

#NaUltimaVitoriaDoSaoPaulo a torcida do Santos era realmente Jovem.

#NaUltimaVitóriaDoSãoPaulo o Mr Catra era pai pela primeira vez


#NaUltimaVitoriaDoSaoPaulo estreava pelo Santos uma promessa. Um garoto de nome Pelé.

#NaUltimaVitoriaDoSãoPaulo o Flamengo não tinha tomado gol de goleiro.

terça-feira, agosto 13, 2013

A crise no São Paulo é mais por princípios e valores

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Por Moriti Neto

Ao contrário do que algumas vozes baseadas em chances de gols não convertidas defendem desde o jogo de domingo, contra a Portuguesa, o azar é o menor problema no São Paulo. Aloísio colocar a mão numa bola que entrava no gol, não é azar. É burrice. Como também é o que faz Paulo Autuori insistir na escalação de Douglas, que não consegue acertar três passes durante os noventa minutos.

Idem a ausência de senso crítico de Rogério Ceni. Se a condição do capitão embaixo das traves não é das melhores, mas inexiste substituto no momento, ele ao menos deveria reconhecer as dificuldades nos fundamentos que tão bem praticava e transferir funções, como reposição do esférico, além das batidas de faltas e pênaltis (o erro de domingo, contra a Lusa, foi só mais um entre cobranças ruins, inclusive de tiros de meta). 

Já disse, neste Futepoca, que não considero o elenco do São Paulo entre os piores do Campeonato Brasileiro, competição ruim de dar dó, em que times horrorosos, a exemplo de Vasco, Bahia e Vitória, têm muito mais pontos que o Tricolor. Assim, a realidade aponta dois motivos maiores que a questão técnica para a péssima fase são-paulina: um ambiente degradado internamente e a falta de confiança que passa a abater os jogadores/comissão técnica ao passo que os resultados positivos não vêm. Nessas situações, alguns pontos merecem destaque.

Ídolo sim. Infalível, não
Rogério Ceni

Certo: jogador histórico, ídolo. Um dos maiores da trajetória do clube. No entanto, tem personalidade difícil, é fato. Enquanto vivia momentos técnicos e de conquistas inquestionáveis, a importantíssima liderança não era contestada abertamente. Hoje, tem sérias limitações dentro do campo, mas segue na arrogância de semideus que outrora foi. Hora de assumir a mortalidade, sair da postura de dono do clube (que combina bem com o estilo nefasto de Juvenal Juvêncio e, talvez por isso, faça a relação deles tão boa) e deixar que outros floresçam como líderes técnicos e carismáticos.                      

Autuori

Dizer que Autuori é um enganador, treinador medíocre, é mostrar certo desconhecimento da história recente do futebol nacional. Foi campeão brasileiro, conquistou duas Libertadores, um Mundial de Clubes, fora títulos menores.                

O problema é que o sujeito não faz um trabalho que preste há muito. Insiste num 4-4-2 antiquado, extremamente vulnerável nas invertidas de bola do adversário, e possui míseros 13 por cento de aproveitamento na atual passagem no São Paulo. São oito derrotas, um empate e uma (!!!) vitória. Pelo momento, não era a opção para encarar o desafio de comandar o time.

Vontade ou burrice?

O futebol tem dessas coisas. Há jogadores limitados tecnicamente, mas que se superam na força física e, principalmente, mental. Com alguma capacidade de inteligência e concentração, são capazes de usar disposição, movimentação e ocupar espaços fundamentais do campo.

Entretanto, há certos atletas que, além das dificuldades técnicas, tem na ausência de inteligência o maior problema. Exemplo disso é o atacante Aloisio. O lance bizarro (alguém aqui já viu um jogador impedir o gol do próprio time como ele fez ontem, aos 42 do segundo tempo, numa jogada que daria o empate ao São Paulo?), foi típico de alguém incapaz de controlar elementos básicos das funções que exerce. Não é à toa que vive lesionado. Já se contundiu várias vezes por ser atabalhoado. Entra errado nas divididas, não sabe cair e confunde vontade com afobação.

O pior é que esse tipo de jogador engana. Não que seja ato pensado, mas a falsa imagem de “guerreiro” induz o torcedor. Confere ao atleta “autoridade moral”, o que disfarça os erros e a grossura. Aloisio perde gols incríveis por ruindade e excesso de individualismo. Fominha, conclui de forma precipitada e, invariavelmente, inócua. A mão na bola que tirou o gol de Ganso contra a Portuguesa seria, em minha opinião, o limite.

Crise

O ambiente no São Paulo, independentemente de critérios técnicos, é o retrato de uma crise muito mais de princípios e valores. E o é, pois, afora um presidente coronelista, o clima ruim é criado por profissionais sem autocrítica, algo que não gera espaços a soluções, mas propicia largamente falsas esperanças.

quarta-feira, julho 24, 2013

Um post que torce em dobro pelo São Paulo

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Por Moriti Neto

Antes do jogo desta quarta-feira contra o Internacional de Porto Alegre, no Morumbi, com grande chance de novo insucesso no Campeonato Brasileiro, cravo neste Futepoca: o São Paulo não cai. Cambaleia no primeiro turno, frequenta a zona de descenso, mas se recupera no returno e termina o certame distante do rebaixamento.  
O elenco tricolor, às vezes supervalorizado, não é ruim. Aliás, é muito melhor que os de Bahia, Goiás e Vitória, e igual (ao menos nas individualidades técnicas) aos de Cruzeiro e Santos.  
Sim, todos esses times derrotaram o São Paulo recentemente. No entanto, perguntemos ao torcedor dos três primeiros se não trocariam as duplas de atacantes titulares por Osvaldo e Luis Fabiano (o Vitória, por exemplo, quinto colocado na competição, joga com Maxi Biancucchi e Dinei). Ou a santistas e cruzeirenses se não gostariam de ver Jadson – muito melhor que o cruzeirense Everton Ribeiro, por exemplo – nos elencos.  
Além do mais, imagine que você estivesse por fora do noticiário futebolístico há um ano e descobrisse, hoje, que o quarteto ofensivo do São Paulo é formado por Paulo Henrique Ganso, Jadson, Osvaldo e Luis Fabiano. Sem ver a tabela do campeonato, suporia o time na situação em que está?
Mesmo a fase tão ruim da defesa, parece ter mais a ver com fatores "extra bola" do que estar ligada à capacidade de atuação dos jogadores. Rafael Tolói e Rodolpho estavam bem na temporada passada. Wellington e Denílson idem. Cortez foi o melhor lateral-esquerdo, pelo Botafogo, do Brasileiro de 2011. Além disso, fez um ótimo 2012, inclusive na marcação (no segundo semestre) que nem é o forte dele. Está emprestado ao Benfica de Portugal.
O discurso de que todo o grupo é uma porcaria soa precipitado. O elenco é praticamente idêntico ao que ganhou a Sul-Americana e foi o melhor do segundo turno no Brasileiro anterior. Prefiro considerar que há desequilíbrios técnicos, casos da lateral-direita, da ausência de um bom goleiro para substituir Rogério Ceni e da falta de uma opção à altura que rivalize com Osvaldo– ou até jogue junto – pelos lados do campo. Além disso, cabe refletir sobre três personagens.
Ganso
O problema parece ser mais na cabeça do que nos pés. Ganso arruma confusão demais. Foi assim no Santos, ora com comissão técnica ora com direção. No São Paulo, confrontou Ney Franco que, aliás, tardou, sim, a aproveitar o meia de verdade. Sem falar nas controvérsias envolvendo quem o agencia.  
De qualquer forma, aguarda-se de Paulo Henrique uma reação. Algo que ele não mostra atualmente nem na expressão facial. O rapaz dá a impressão de estar frio, quase gélido, numa posição arrogante até, como se a qualquer momento pudesse, num passe de mágica, voltar a ser o fora de série dos bons tempos de Santos. Precisa trabalhar. Corpo e mente.  
Quem acompanha a história do futebol, sabe serem possíveis aos grandes jogadores grandes recuperações. No próprio São Paulo, Pedro Rocha, Dario Pereyra, Careca e Raí passaram por maus bocados. Ainda bem que alguém teve a paciência de mantê-los. O resto é história.  
Lúcio  
É um zagueiro que, ao longo da carreira, demonstrou muita determinação e liderança. A mim, sinceramente, jamais despertou admiração pela técnica. No momento, joga desembestado. Quer ser volante, armador e atacante, o que desestabiliza o time. Resumindo, perdeu o que tinha de positivo.  
Ney Franco  
Gosto do trabalho do ex-técnico. Entende do riscado. Contudo, neste ano, errou feio no Tricolor em oportunidades fulcrais. Isso tem muito a ver com os dois personagens anteriores.
Obcecado pelo esquema 4-2-3-1, bem sucedido em 2012, primeiro ficou à espera de um substituto para Lucas. Depois, sabedor de que o atleta com tais características não viria, insistiu na proposta de jogo, usando os fracos Douglas e Aloísio na linha de três.
Deveria ter colocado Ganso ao lado de Jadson antes. E, óbvio, definido rapidamente a mudança de sistema. Tinha toda a chatíssima primeira fase do Paulista para dar ritmo e entrosamento à dupla, e padrão à equipe.
Sobre a zaga, o treinador engoliu Lúcio como titular, ainda que o jogador, no início da temporada, estivesse evidentemente fora de forma, inclusive sem tempo de bola. Para isso, desmontou a dupla Tolói e Rodolpho, pilares da defesa que levou somente dois gols na Sul-Americana e foi a terceira menos vazada no Brasileiro, pouco atrás apenas de Fluminense e Grêmio.  
PS: nem vou comentar sobre Juvenal Juvêncio e os enormes erros políticos e administrativos dele, pois o Marcão já fez isso muito bem aqui
PS 2: espero que o Tricolor não caia mesmo. Senão, vão ser duas as gozações. O rebaixamento e este post.  

quarta-feira, junho 26, 2013

O que seu time tem feito no recesso da Copa das Confederações?

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Palmeiras treina para retomada da Série B

Uma rápida olhada sobre o que os clubes de São Paulo e do Rio fizeram (ou não) durante a pausa dos campeonatos no Brasil

Corinthians – desmanche à vista?

No Timão, as notícias da parada não permitem comemoração. O volante Paulinho, principal jogador do time nos últimos tempos, pode estar de saída rumo ao Tottenham. O time inglês ofereceu o valor integral da multa do camisa 8, de 20 milhões de euros, o que é uma bela grana. Também especula-se a possibilidade de saída de Emerson Sheik, que negocia renovação de contrato, para o Flamengo, e Chicão para o Internacional. Juntando com as também sempre presentes notícias sobre Ralph, teríamos um desmanche completo para Tite administrar no segundo semestre.

De chegadas, aparece no radar o zagueiro Cléber, da Ponte Preta. E em delírios mais profundos, o meia Kaká.

Palmeiras – Verdão perto de voltar para São Paulo

De folga também na Série B, o Palmeiras se organiza para o quarto e último dos mandos de jogo perdidos por decisão do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) aplicada em 2012. No confronto diante do Oeste, em 6 de julho, o palco será o Estádio Municipal Eduardo José Farah, o Prudentão, em Presidente Prudente, a 550 quilômetros da capital paulista.

Preparando-se para a sétima rodada da Segundona, o Palmeiras está em terceiro lugar, com 12 pontos. Como preparação para a volta, o time de Gilson Kleina venceu por 2 a 0 um jogo-treino contra o São Bernardo. Melhor do que o Taiti?


São Paulo – novidade na lateral-esquerda

No São Paulo, a novidade foi a contratação do lateral-esquerdo tricampeão da Copa Libertadores, Clemente Rodríguez, do Boca Juniors. Pelo menos no que diz respeito ao torneio mais cobiçado pelos tricolores, o currículo de Rodríguez é vasto, já que, neste ano, ele passou a ser o atleta argentino com mais jogos disputados na competição. Além de três passagens pelo Boca, o lateral vestiu as camisas de Spartak Moscou, Espanyol e Estudiantes de La Plata, disputou a Copa do Mundo de 2010 pela seleção argentina e foi campeão olímpico em 2004.

Mas esta terça-feira (25) também é um dia especial para o torcedor são-paulino. Há 20 anos, Rogério Ceni estreou pelo clube na partida entre São Paulo e Tenerife, e, com 1077 jogos disputados pelo Tricolor, o goleiro pode ultrapassar a marca de Pelé como jogador que mais defendeu um clube. Para isso, basta Ceni disputar mais 38 jogos, já que o Rei fez 1114 partidas pelo Santos. 

Santos – nome de interino ganha força na Vila

Sem ter chegado a um acordo com Marcelo Bielsa, o Santos segue com Claudinei Oliveira no comando. O último jogo da equipe antes do recesso, contra o Atlético-MG, fez com que muitos torcedores defendessem a permanência do técnico campeão da Copa São Paulo de Juniores de 2013, algo que também encontra eco em jogadores do elenco, como o veterano Léo. Mas, ao que tudo indica, Geraldo Martino, treinador do Newell's Old Boys, está virtualmente fechado e chega após a Libertadores.

Mas, em termos de contratações, chegou o lateral direito Cicinho, da Ponte Preta, que também era pretendido pelo São Paulo. Quem também está próximo é o lateral esquerdo da seleção chilena Mena, da LAU. Já a ida de Felipe Anderson para a Lazio está praticamente selada. O negócio com o meia gira em torno de 7,8 milhões de euros (aproximadamente R$ 23 milhões), e o Santos deve ficar com metade do montante e mais 25% de uma venda futura. Já Robinho continua na pauta, embora a concretização da vinda do atacante dependa de uma redução na pedida do Milan, que tem contrato com ele até agosto de 2014.

Flamengo – chega Mano, saiu Abreu

Após um descanso de oito dias, o Flamengo retornou com mudanças significativas: contratou o técnico Mano Menezes e mandou embora, a princípio sem qualquer justificativa, Renato Abreu, um dos poucos lúcidos da equipe. A diretoria mandou às favas sua tão divulgada e elogiada política de austeridade e optou pelo “valorizado” treinador, cujas principais conquistas são duas Séries B. Estaria o rubro-negro já se planejando para 2014?

Voltando a falar de Abreu, qual seria a relação entre a chegada do novo técnico e sua repentina saída da Gávea pela porta dos fundos? Quando ainda estava à frente da seleção, para surpresa até mesmo do próprio jogador, Mano o convocou para um confronto com a Argentina pela Copa Rocca. Será que o treinador se arrependeu?

Fluminense – polêmica com Thiago Neves

Nas Laranjeiras, o meia Thiago Neves desabafou pelo seu perfil no Twitter contra informações que teriam circulado dando conta de que ele teria disputado uma partida beneficente na praia de Copacabana, no último domingo. O atleta não viajou aos Estados Unidos com a delegação que excursiona no país e ficou no Rio de Janeiro com a justificativa de se recuperar de uma lesão na panturrilha esquerda. "Boa tarde, galera. Desculpa ter ficado tanto tempo sem entrar e falar com vocês. Não ligo pra críticas, eu até gosto de ler algumas coisa porque isso me faz crescer ainda mais. Só não gosto que fiquem inventando mentiras. Inventando coisas que não aconteceram. Posso não estar na melhor forma como muitos de vocês querem, mas também não sou idiota de jogar uma pelada", disse.

Em meio à polêmica, a diretoria do Fluminense já começa a pensar em negociar o jogador, que ainda não se firmou como titular e tem salário estimado em R$ 400 mil por mês.

Botafogo – dinheiro é problema

Após nove dias de férias e mais de 60 de salários atrasados, os jogadores do Botafogo se recusaram a fazer uma intertemporada em Pinheiral/RJ. A postura dos atletas fez o vice de futebol, Chico Fonseca, vir a público negar esta informação e dizer que o período de preparação foi cancelado pela necessidade do clube de economizar, e por isso o time fará os treinamentos em General Severiano, mesmo. O dinheiro que poderia salvar os salários do elenco, proveniente da venda de Fellype Gabriel, está correndo grande risco de não chegar aos cofres alvinegro pois o clube já recebeu um mandado de penhora da Fazenda Nacional.

E, ao que tudo indica, outro atleta que pode estar de saída é o goleiro Jefferson. Clubes europeus como Manchester United, Tottenham, Napoli e Roma estariam interessados no jogador, que já teria manifestado aos dirigentes do clube o desejo de se transferir para o Velho Continente.

Vasco – o Gigante da Colina trabalha

O Vasco não deu moleza a seus jogadores e, após apenas três dias de descanso, a equipe voltou a treinar - e com o meia colombiano Montoya como novidade. A mais recente contratação cruzmaltina é o atacante Reginaldo, que, aos 29 anos, nunca havia jogado profissionalmente por um clube no Brasil. Com ele, o Vasco somou 17 contratações feitas na temporada até agora, o equivalente quase ao que os três rivais do Rio contrataram no período, 20 atletas.

Outro fato notável no período de recesso foi a saída do diretor de futebol Renê Simões. A verdade é que a diretoria e a torcida não aguentavam mais as declarações e atitudes do chamado “Super Mário”, que afirmou ter pedido demissão, e não ter sido demitido.

Parte das informações sobre clubes do Rio retiradas deste post aqui

quinta-feira, junho 13, 2013

Manifestações criaram momento único para debater tarifas

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Esse texto foi publicado originalmente no blog Desafios Urbanos. Agradeço visitas por lá.


Não é tarefa das mais fáceis analisar os protestos que acontecem atualmente em São Paulo por conta do aumento da tarifas de ônibus. O que em um primeiro momento podia parecer uma luta utópica de um punhado de estudantes de extrema esquerda (ênfase no "parecer"), tornou-se sem qualquer dúvida o assunto do dia, debatido por todos. Uma discussão que poderia acabar circunscrita a poucas pessoas tomou corpo e tornou-se impossível de ser ignorada. Essa visibilidade é boa. Está sendo criado um ambiente propício ao debate, coisa que não havia antes das passeatas.

Um relato do protesto de ontem pode ser lido aqui.

Algumas questões aparecem de cara. A primeira é qual a pertinência de um movimento que defende o passe livre? Se a Prefeitura afirma que não consegue nem manter as passagens no preço antigo, como a gratuidade no transporte pode ser possível? Apesar de parecer impossível, o passe livre é, em teoria, factível. Como já escrevi aqui, há várias cidades ao redor do mundo que conseguiram abolir as tarifas dos sistemas de transporte.

Nelas, os custos dos sistemas (normalmente apenas de ônibus) são cobertos por mecanismos próprios de arrecadação de impostos. Cada cidade decide qual o mix de contribuições usadas para pagar pela circulação de ônibus. Por trás dessa ideia está a noção de que deslocamentos com carro particular custam muito mais ao poder público do que aqueles feitos por transporte coletivo.

Foto Movimento Passe Livre
Aliás, por que é aceitável que toda a infraestrutura viária seja paga com impostos, enquanto os usuários de ônibus têm de pagar por cada viagem? A resposta para essa pergunta parece simplória, mas não consigo enxergar de outra maneira: escolha política. Um exercício de retórica pode ser interessante. O que aconteceria se cada proprietário de veículo particular tivesse de pagar pelo direito de circular a cada vez que sai de casa? Lembrando que o transporte individual traz muito mais prejuízos coletivos do que ônibus e metrôs, como poluição, congestionamentos e perda de tempo produtivo, por que essa escolha faz mais sentido do que subsidiar o transporte coletivo?.

A segunda questão que surge é sobre a forma do processo. As críticas aos protestos dividem-se em duas vertentes não excludentes. Uma critica o fato de as manifestações fecharem avenidas importantes, enquanto a outra foca nas ações violentas cometidas por alguns manifestantes.

A primeira crítica faz sentido apenas no âmbito individual. Uma pessoa surpreendida no caminho de uma passeata pode acabar perdendo um compromisso importante. Entretanto, a afirmação de que o direito de ir e vir dos cidadãos é desrespeitado pela passeata é uma falácia. A liberdade de ir e vir não tem nada a ver com liberar avenidas para que os motoristas de carros possam passar livremente. A conquista desse direito têm a ver com a liberdade de se locomover sem ser patrulhado (pelo Estado ou por quem quer que seja), sem ter de explicar a ninguém o que está fazendo, para onde vai e por que está na rua. Esse direito não era respeitado na ditadura e – surpresa – continua não sendo respeitado nas periferias das grandes cidades. Usar essa garantia constitucional num contexto tão estrito serve apenas para banalizar o conceito.

Em segundo lugar, poucas pessoas defendem de fato de que atos violentos sejam uma estratégia válida para pressionar o Estado a ouvir suas demandas. Pode até ser que os poucos manifestantes que quebraram vitrines e queimaram ônibus tenham algum tipo de agenda diferente do movimento como um todo. Mas não se pode desqualificar todo o protesto por isso. É desonesto. Se qualquer ato de violência bastar para desqualificar uma luta, bastaria infiltrar opositores no movimento e acabar com qualquer reivindicação.

Entretanto, todo esse debate não estaria acontecendo se não fossem esses atos de violência. Esse não é o mundo ideal, mas, se nada houvesse sido quebrado, é possível que os protestos ocupassem apenas o pé de página dos jornais, o que certamente enfraqueceria as demandas. Isso é apenas uma suposição, mas a história da cobertura jornalística tradicional em relação a protestos totalmente pacíficos mostra que isso não é uma fantasia. Como a reivindicação do movimento é, muitas vezes, ridicularizada, fica fácil ignorá-los. Isso não é a defesa da violência. Ela deve ser punida dentro do que diz a lei. Mas atitudes violentas fazem parte do jogo das conquistas populares históricas.

Gianluca Ramalho Misiti/Flickr
A outra face violenta dos protestos é, evidentemente, a da violência policial. Não é possível deixar de considerar que a polícia agride manifestantes constantemente, em praticamente qualquer manifestação pública. Puxando pela memória, lembro, de 2010 para cá, de policiais agredindo professores em greve, vítimas das chuvas no Jardim Pantanal, desalojados do Pinheirinho e estudantes da USP.

Na prática, o direito à livre manifestação não existe no estado de São Paulo. A qualquer momento, sob qualquer pretexto, a polícia pode jogar bombas de efeito moral e spray pimenta em uma multidão. Basta uma ordem. A reação a essa truculência não pode ser misturada com eventual vandalismo, que pode ocorrer em qualquer aglomeração de pessoas.

Isso leva, claro, ao comando da Polícia Militar paulista. Quem dá as ordens para que os policiais avancem sobre participantes desarmados é, em última instância, o governador Geraldo Alckmin. É sobre ele que deve cair o peso político dessas escolhas. A polícia paulista é historicamente violenta e, em vez de tentar mudar o espírito da corporação, adaptando-a à democracia, os sucessivos governos estaduais têm utilizado o aparato repressor em benefício próprio.

Como a maior parte da população do estado parece concordar com essa política, fica fácil. Mas esse é um posicionamento perigoso. Uma polícia que violenta manifestantes pacíficos (e que, a bem da verdade, não tem treinamento para agir quando vê um ato de violência no meio da manifestação) vai contra os princípios democráticos. Essa é uma pauta urgente.

Por último, a recepção da Prefeitura em relação às reivindicações do movimento pode não ser a mais acolhedora possível, mas tampouco fechou as portas para o diálogo. O prefeito Fernando Haddad deu declarações de que está trabalhando politicamente com outros prefeitos para municipalizar a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), que incide sobre combustíveis, para subsidiar o transporte público e baratear a passagem.

É uma boa notícia e torço para que isso se torne realidade. No entanto, há outros meios de subsidiar o transporte público. É preciso aumentar o leque de opções. Nenhum governante ganha muita popularidade criando um novo imposto, mas o debate deve acontecer. Para isso, é importante que os defensores da ideia do passe livre munam-se de argumentos e aproveitem a possibilidade de diálogo (tão rara em São Paulo nos últimos anos) e façam acontecer. O ambiente está propício para essa discussão. Que o momento não seja desperdiçado.

segunda-feira, junho 10, 2013

'Onda de retrocesso moralista'

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Há três anos, publiquei alguns posts, aqui no Futepoca, sobre o "cerco" que governos e legisladores moralistas estavam fazendo, no Estado de São Paulo, contra nós, os boêmios. Começou com a lei antitabagista de José Serra, que, se por um lado é louvável pela preocupação com a saúde dos fumantes passivos, por outro é nada menos que fascista por ser totalitária e não prever locais desobrigados de cumprir a Lei ou setores reservados nos estabelecimentos como opção aos fumantes (afinal, estamos numa democracia). Depois vieram mais medidas moralistóides e, agora, a investida é contra quem dirige alcoolizado.

Sim, claro, é completamente errado: ninguém pode dirigir bêbado. Mas a sutileza tucana sempre é a de cortar tudo, sem brechas, em vez de prever exceções e/ou dar opções - como, por exemplo, garantir transporte público de qualidade e por preço razoável ou colocar o metrô para funcionar 24 horas. Por isso, sem mais rodeios, reproduzo na íntegra o excelente artigo de Vinicius Mota, secretário de Redação da Folha, publicado hoje:

B de bêbado

Os tucanos de São Paulo acabam de contribuir para a onda de retrocesso moralista por que passa a legislação no país. O deputado estadual Cauê Macris propôs, e seus colegas aprovaram, a "ficha suja" para motoristas acusados pela polícia de dirigir embriagados.

Se o governador Geraldo Alckmin sancionar o texto - com o qual já disse simpatizar -, estará criada uma punição moral no Estado supostamente mais moderno da nação. O Detran passará a publicar o nome de todo cidadão cuja habilitação for cassada sob a acusação de conduzir com a "capacidade psicomotora alterada".

Para a humilhação pública tornar-se mais eficaz, que tal estampar também a foto do acusado? E divulgar ao final da novela e nos intervalos do "Jornal Nacional"?

Podemos adotar o método das autoridades de Ohio, nos EUA. Consiste em obrigar o apenado a usar no seu veículo uma placa de cor di-ferente, amarela e escarlate, para que todos saibam do seu crime.

Outra opção é o castigo dos puritanos que colonizaram o norte da América no século 17. Todo motorista acusado de dirigir bêbado será obrigado a ostentar, na parte da frente da roupa, uma letra B garrafal. Em azul e amarelo, cores do PSDB.

Que os execrados possam perder o emprego, ou ver explodirem seus custos com seguro, não é problema para nossos novos moralistas. Pelo contrário, esse é o efeito desejado pelo deputado Macris.

Tampouco os incomoda a perda da habilitação ser sanção apenas administrativa, que não passa por juiz. Delegados e burocratas do Detran terão o poder discricionário de expor o indivíduo à humilhação.

Isso importa menos diante da tentação de apelar aos anseios por vingança, e pela depuração de hábitos de vida, latentes em parte do eleitorado. Serve também de cortina de fumaça para o fracasso das autoridades na aplicação das leis vigentes.

quarta-feira, junho 05, 2013

Pinceladas cariocas - O embate RJ x SP no Brasileirão

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por Enrico Castro

Wellington e Carlinhos: fora do Flu?
Chegamos à terceira rodada do Brasileirão e, apesar do campeonato ainda estar em estágio embrionário, seria possível fazer algumas previsões, não fosse a temida janela de transferência para Europa, que, começando por Neymar, já está sacudindo os bastidores de diversas equipes. Só para citar alguns dos clubes que terão suas equipes enfraquecidas, o Fluminense pode ser devastado com as possíveis saídas de Wellington Nem, Carlinhos e Samuel, enquanto o Botafogo pode perder Jefferson e Dória, este para o Cruzeiro. O Atlético-MG já está se despedindo de Bernard, o Corinthians deve negociar Paulinho, Internacional pode vender Damião, e o Grêmio deve ficar sem Fernando. 
Flamengo iniciou 'sequência carioca' em 2009
A verdade é que, mesmo com baixas sensíveis, estas devem ser as equipes que não farão apenas papel de figurantes em 2013. Particularmente, aposto nos times do Rio de Janeiro, que vêm mostrando sua superioridade nos últimos anos, com três títulos contra apenas um de São Paulo. Por falar em quantidade de títulos, abro aqui um parêntesis para dizer que vou restringir a comparação feita nesta dissertação a RJ e SP. Esta área de abrangência faz-se necessária em razão dos demais estados estarem há anos luz de distância no que tange à quantidade de títulos brasileiros. Os únicos que interrompem a dobradinha RJ/SP e fazem alguma graça a cada 10 anos são os times de Minas Gerais e Rio Grande do Sul, com três e cinco títulos, respectivamente. Títulos de times dos demais estados acontecem com menos frequência que a passagem do cometa Halley pela órbita da Terra. 
Jornal paulista noticiando conquista do Santos após disputar 4 jogos
Apesar do RJ levar vantagem recente, historicamente SP leva a melhor. Se considerarmos apenas a era pós 1971, os times de Sampa conquistaram 18 títulos, enquanto os cariocas levantaram 13 canecos (maldito Bangu, que perdeu nos pênaltis a decisão para o Coritiba em 85...). Entretanto, se levarmos em conta a nova regulamentação da CBF, que passou a considerar campeão brasileiro todo e qualquer time que tenha vencido um torneio nacional meia-boca entre 1959 e 1970, onde em algumas ocasiões o “campeão” precisou disputar apenas quatro partidas, a diferença aumenta: SP 28 x 15 RJ. Sejam honestos, “paulistada”! Equiparar um título conquistado no atual formato do Campeonato Brasileiro com os do século passado, listados abaixo, é uma afronta! 
1960 – Palmeiras (quatro jogos, três vitórias e um empate) 
1963 – Santos (quatro jogos, quatro vitórias)
1964 – Santos (seis jogos, cinco vitórias e um empate)
1965 – Santos (quatro jogos, três vitorias e um empate) 
1966 – Cruzeiro (oito jogo, sete vitórias e um empate)
Guarani, primeiro time do interior a vencer o Brasileirão, há 35 anos
Estes torneios deveriam, no máximo, com muita boa vontade, terem a equivalência de uma Copa do Brasil. Se assim fosse, a diferença entre RJ e SP seria reduzida. Placar moral: SP 24 x 15 RJ. No duelo entre capitais, onde seriam descartados os títulos de Santos (8) e Guarani (1), o jogo está empatado: SP 15 x 15 RJ. Confesso que comecei a simpatizar com a visão por este prima. E para ratificar minha aposta nos times do RJ para este ano, apesar de ainda ser cedo, basta olharmos a tabela de classificação. Temos dois cariocas e um paulista no G4, sendo que o Fluminense tem um jogo a menos, tendo portanto a possibilidade de se tornar líder. Enquanto isso, na outra ponta da tabela, temos um paulista e nenhum carioca no Z4. Mero acaso?
Enrico Castro é tricolor (do Rio!), analista de sistemas, servidor público. Entende tanto de futebol que tem certeza que o Dimba (aquele mesmo do Goiás, Botafogo e etc) é um craque e brilharia na Champions League. Não é preciso dizer mais nada.

segunda-feira, maio 06, 2013

A ampliação de tabus desagradáveis para o São Paulo e uma final de Paulista equilibrada

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A eliminação para o Corinthians, nos pênaltis, estendeu alguns incômodos tabus para o São Paulo. No campeonato paulista, foi a sétima vez consecutiva que o time saiu em uma semifinal. Quando a competição teve formato de mata-mata (ou só “mata”), os tricolores foram campeões pela última vez em 2000. Neste século, um único título em 2005, quando o Paulista foi disputado em pontos corridos em turno único.

Confraternização na final do Rio-São Paulo de 2002
No século XXI, o mata-mata tem causado dissabores à torcida são-paulina quando os adversários são dois dos grandes paulistas. Contra Corinthians e Santos, o São Paulo teve dez confrontos, não triunfando em nenhum deles. Além da eliminação de ontem, o Tricolor tombou diante do Corinthians nas semifinais da Copa do Brasil de 2002 e do Paulista de 2009; e nas finais do Paulista, de 2003, e do Rio-São Paulo, de 2002.

Diego, um dos algozes do "Real Madri do Morumbi"
Já contra o Santos a freguesia é semelhante. O São Paulo foi eliminado três vezes em sequência nas semifinais do campeonato paulista de 2010, 2011 e 2012. Antes, caiu nas quartas de final do Brasileiro de 2002 e na Sul-Americana de 2004. No século 21, a vantagem são-paulina em pelejas eliminatórias aparece quando o rival é o Palmeiras. Tirando a derrota para o Alviverde em 2008, nas semifinais do Paulista, o Tricolor eliminou o adversário no Torneio Rio-São Paulo de 2002 – pelo curioso critério de ter menos cartões amarelos –, no Supercampeonato Paulista (tá, esse é café com leite...) de 2002, na Copa do Brasil de 2000 e nas Libertadores de 2005 e 2006.

No meio da semana, o clube do Morumbi vai tentar evitar a ampliação de outra série desagradável. Nas últimas cinco participações do time na Libertadores, ele caiu diante de um brasileiro. Em 2006, na final contra o Inter; nas oitavas de 2007, contra o Grêmio; nas quartas de 2008 e 2009, diante de Fluminense e Cruzeiro, e nas semifinais de 2010, contra o Inter.

Final equilibrada

Seguindo na toada das eliminações são-paulinas no Paulista, o Corinthians entra em vantagem “mística” contra o Peixe na final. Desde 2008, quem derrotou o Tricolor nas semifinais acabou ganhando o título. A exceção em sete anos foi o São Caetano, em 2007, quando a equipe de Dorival Júnior foi derrotada pelo Santos de Vanderlei Luxemburgo.

Danilo decidiu ida do Corinthians à final da Libertadores 2012
Se no geral, no século 21, o Alvinegro Praiano tem vantagem em confrontos contra o Corinthians – 18 vitórias, 10 empates e 13 derrotas – em mata-mata, os dois se chocaram cinco vezes, com três triunfos corintianos e dois santistas.

O Timão levou a melhor na semifinal do Paulista de 2001, com o gol de Ricardinho nos acréscimos, e foi derrotado na final do Brasileirão de 2002, marcada pelas pedaladas de Robinho em cima de Rogério. Em 2009, na final do estadual, triunfo corintiano, vingado em 2011, quando o Peixe se sagrou campeão. Em 2012, o Timão levou a melhor eliminando o Alvinegro Praiano nas semifinais da competição.

Esperança peixeira é que ele resolva
Outro dado curioso diz respeito a Neymar: desde que se tornou profissional, em 2009, ele esteve em todas as finais de Paulista, e, em dez mata-matas disputados, foi campeão em seis e vice em dois. Com o futebol jogado pelo Peixe ultimamente, é candidato a salvador da pátria (aliás, sempre é...).

Nada de bom?

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Por Moriti Neto

Depois de dois insucessos como mandante em momentos decisivos, é natural o pessimismo se instalar na cabeça do torcedor. Contudo, só é possível concluir aspectos negativos do time do São Paulo? Não creio.

Há bons agouros. E quem traduziu isso em palavras foi o técnico do adversário que eliminou o Tricolor ontem, o corintiano Tite. Após o jogo pela semifinal do Campeonato Paulista, ele enalteceu a qualidade do adversário. “Falei isso para ele (o técnico Ney Franco) pessoalmente. Trouxe à equipe do São Paulo um equilíbrio, ela marca e joga, com Ganso retomando seu futebol e Jadson jogando muito”, na entrevista coletiva no Morumbi.

Tite está certo. Ney Franco sabe o que faz. O São Paulo evoluiu nos últimos dois meses. Jogou de igual para igual todas as vezes que enfrentou Corinthians e Atlético Mineiro (que, em minha opinião, são os dois melhores times do Brasil hoje) este ano. Não fez feio, ao contrário.

É sabida a maior quantidade de resultados negativos do que positivos contra esses adversários. Falta o “algo mais” para estar no mesmo nível deles. O coletivo necessita de ajuste fino para decidir em retas finais. Isso virá com o tempo. Exatamente o que ocorreu com Corinthians e Atlético.

Também é fato que isso se realizará somente se a espinha dorsal da equipe e a comissão técnica forem mantidas, e reforços pontuais forem contratados, principalmente para as laterais, além de mais um atacante de bom nível. Sendo assim, a coisa engrena ainda este ano.

Sobre alguns pontos que contribuíram para os insucessos da semana, justamente contra Galo e Corinthians, vou por tópicos: 

O falso ídolo

De novo, Luis Fabiano. Esse é um mal para o São Paulo. Por um motivo ou outro, não se pode contar com ele em momentos importantes, o que, obviamente, azeda o clima no elenco. É complicado e desanimador – em qualquer setor profissional – ver um sujeito que é tratado a pão de ló quase sempre deixar o coletivo a ver navios.

Sinceramente, não entendo a idolatria ao jogador. Veterano que é, colaborou em quais conquistas? Um Rio-São Paulo, lá no longínquo 2001. No título da Sul-Americana, no ano passado, o papel dele foi risível, tanto pela expulsão contra o Tigre quanto pela falta de gols na competição.

O fraco William José (atualmente no Grêmio de Porto Alegre) anotou três gols no campeonato e foi bem mais importante que LF, que marcou só um tento. Creio que isso serve de boa medida para constatar o quanto é improdutivo na prática. Parece que joga contra. Repudio a falta de seriedade e a má influência ao elenco que ele representa.

Na Libertadores deste ano, aprontou feio na fase de grupos, contra o Arsenal, numa inexplicável expulsão depois do apito final. Pegou quatro jogos. Quinta-feira foi o último. Com ele em campo, o São Paulo poderia ter matado o Atlético no primeiro tempo.

Definitivamente, o clube não pode mais ficar refém de um atleta (???) que só contribui para desestabilizar o elenco e nem tem mais as condições técnica e física de outrora. Passou da hora de dar adeus ao falso ídolo.
Jadson e Ganso valem a pena

A parceria Ganso e Jadson tem potencial. Ambos são talentosos e o entrosamento cresce. Não vejo que se atrapalham no meio de campo, como avalia post da dupla Marcão/Nicolau. O posicionamento melhorou. A movimentação idem. Ganso joga mais atrás, orquestrando o time. Jadson está mais próximo dos atacantes. A ideia é lógica e respeita as características dos dois, pois o camisa 8 é um armador clássico e o 10 são-paulino tem chegada à área mais rápida e eficaz. Assim como todo o time, falta, na parceria, o tal “algo mais”, a sintonia fina com a proposta de jogo. No entanto, dá para tomar como base a ótima atuação da dupla nos 35 minutos em que o São Paulo encurralou o Galo na noite de quinta, quando, inclusive, o gol são-paulino saiu dos pés dela.

O quase

Douglas é o mais “quase jogador” que já vi. Faz “quase passes”, “quase chutes”, “quase dribles”, “quase cruzamentos”. Se o Herrera é o “quase gol”, o Douglas é o “quase jogador” ou “quase nada”.

Dos piores

Thiago Carleto é das piores coisas que já passaram pela lateral-esquerda do São Paulo. Corre, mas não acerta passes e cruzamentos. Bate forte na bola? Sim. Porém, chuta mal. Não tem pontaria. De que adianta?

Cortez é bom. Fez um ótimo 2011 pelo Botafogo. Em 2012, no primeiro semestre, foi dos poucos que se salvou no bagunçado time de Leão. Na outra metade do ano, jogou muito, inclusive na marcação, que não é o ponto forte dele. Urge recuperá-lo.

Bora, São Paulo.

domingo, maio 05, 2013

São Paulo x Corinthians: no papel, quem leva?

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São Paulo e Corinthians enfrentam-se daqui a pouco no Morumbi para saber a quem caberá o fardo de interromper a conquista do tetra-campeonato do Santos no Paulistão. Os dois times chegam ressabiados pelos últimos resultados na Libertadores. Na quarta, o Timão jogou mal como há muito não se via e perdeu para o Boca Juniors na Argentina. O Tricolor teve um resultado ainda mais doloroso, com a virada que levou do Atlético-MG em casa.

Para aumentar a ansiedade, o Futepoca, nas figuras do corintiano Nicolau e do sãopaulino Marcão, publica esta minuciosa comparação das duas equipes, exaustivamente debatida no fórum adequado e acompanhada de uma(s) garrafas de adequadas bebidas. Veja aí se concorda:

GOLEIROS
Rogério Ceni - Se estiver em dia ruim (como contra o The Strongest, na Bolívia), vantagem do Corinthians. Se o dia for bom (como contra o Penapolense), faz defesas milagrosas. Assim, há 50% de chance de qualquer coisa – ou seja, SDS (só Deus sabe).

Cássio - Voltando de contusão, é dúvida. Caso esteja plenamente recuperado, será pedreira para o ataque sãopaulino. Porém, em clássico de gente grande, goleiro que não está 100% pode complicar. Ou seja, SDS (só Deus Sabe).

Resultado: São Paulo


LATERAIS

Paulo Miranda e Carleto - O primeiro voltou há pouco de contusão e é muito irregular. O segundo só sabe correr, não arma jogadas e não tem pontaria. As laterais são o ponto mais fraco do São Paulo, há várias temporadas. Rodrigo Caio é opção na direita.

Alessandro e Fábio Santos - Titulares e jogando juntos há muito tempo. Podem não ser nenhuma Brastemp mas, neste caso, vale a sintonia fina que demonstram com o esquema de Tite.

Resultado: Corinthians


ZAGUEIROS
Lúcio e Rafael Tolói - Lúcio é lento e prega sustos na defesa quando decide ir ao ataque. O segundo é botinudo, corre o risco de expulsão e "deu passe" para Pato sofrer pênalti no último Majestoso. O robô do Dr. Smith alertaria: "Perigo! Perigo!"

Gil e Paulo André – O ex-cruzeirense vive boa fase neste ano e rapidamente se tornou nome importante na zaga do Timão, com velocidade e precisão nos desarmes. Volta e meia aparece o desentrosamento com seu parceiro mais lento e a coisa entorna. Mas no geral, a dupla tem sido segura.

Resultado: Empate técnico


VOLANTES
Wellington e Denílson - Jogaram bem no fim de 2012 mas, ultimamente, têm sido a "dupla do Deus me livre". Wellington faz muitas faltas (outro risco de expulsão) e não ajuda o ataque. Denílson, em má fase, idem. Clássico pode ser perdido neste setor.

Ralph e Paulinho – Ainda estão entre as melhores duplas de volantes em atividade no país, mas têm enfrentado jornadas infelizes e estão longe dos dias áureos de 2012. Na primeira partida contr ao Boca, Ralph não acertou meio passe. A ver.

Resultado: Corinthians


MEIAS
Ganso e Jadson - Na teoria, craques. Na prática, nunca jogam bem juntos. Sozinho, Jadson começou a temporada voando. Sozinho, Ganso mandou bem no 2º jogo contra o Atlético-MG. Juntos, se atrapalham. Mas clássico sempre é uma incógnita...

Danilo e Romarinho – O ex-sãopaulino é decisivo em seu estilo lento e prático, mas está sobrecarregado no meio-campo. Romarinho tem se esforçado para ajudar a criação desde as contusões de Douglas e Renato Augusto, mas não é a dele. Criação tem sido o fraco do time.

Resultado: São Paulo


ATACANTES
Osvaldo e Luís Fabiano - Depois da saída de Lucas, Osvaldo se tornou "o cara" no ataque do São Paulo. Toda jogada perigosa passa por seus pés. Luís Fabiano volta de contusão e parece sonolento. Mas é do tipo que, se bobear, guarda.

Emerson e Guerrero – Em fase iluminada, o peruano tem feito gols a granel e participado de jogadas perigosas. Sheik, depois de um começo de ano meio preguiçoso, se coçou e mereceu retomar o lugar no time.

Resultado: Empate técnico


RESERVAS
São Paulo - Denis é um goleiro bem mais-ou-menos. Rodrigo Caio jogou bem como lateral-direito contra o Palmeiras e pode atuar como volante (que realmente é). Edson Silva faz o feijão com arroz na zaga e não compromete. Fabrício está mal. Douglas é ruim, em qualquer posição. Aloísio, Ademilson e Wallyson são apenas esforçados.

Corinthians – O banco corintiano é luxuoso, com gente do calibre de Douglas, Guilherme (ex-Lusa), Edenílson, Chicão e Jorge Henrique. Ah sim, tem um tal de Alexandre Pato também. O ponto mais fraco é o gol, onde Danilo Fernandes não é grandes coisas, mas não chega a comprometer.

Resultado: Corinthians


Com três vitórias alvinegas, dois empates e duas vantagens para o Tricolor, o guardanapo futepoquense registra vitória corintiana no futebol de fantasia - isso se conseguimos ler direito a caneta manchada de cerveja. De todo jeito, o negócio se resolve é com a bola rolando.



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