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ROMANCE DE UMA CAVEIRA
(Alvarenga/ Ranchinho/ Chiquinho Salles)
Alvarenga e Ranchinho
Eram duas caveira que se amava
E à meia-noite se encontrava
Pelo cemitério os dois passeava
E juras de amor então trocava
Sentado os dois em riba da lousa fria
A caveira, apaixonada, ansim dizia
Que pelo caveiro de amor morria
E ele, de amor, por ela vivia
Ao longe uma coruja cantava alegre
Ao ver os dois caveiro ansim feliz
E quando eles se beijava, em tom funébre
A coruja, batendo as asa, pedia bis
Mas um dia chegou de pé junto
Um cadáver novo de um defunto
E a caveira pr'ele se apaixonou
E o caveiro antigo ela abandonou
O caveiro tomou uma bebedeira
E matou-se de um modo romanesco
Por causa dessa ingrata caveira
Que trocou ele por um defunto fresco
(Gravação de 1957 no CD "Violeiro Triste", Revivendo, 2005)
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5 comentários:
Que bela canção, impressionante! Uma pérola da produção artística realizada sob efeito do alcool.
Meu Deus. Se essa música não teve álcool como influenciadora, mais nenhuma teve no mundo.
Achei a preciosidade no Youtube:
http://www.youtube.com/watch?v=tNbSM9JwwyY&feature=related
A primeira referência de que me lembro dessa música é quando a campanha do Antônio Ermírio - em 1986 era candidato a governador de SP pelo PTB - fez uma paródia onde as duas caveiras eram Quércia e Maluf. Coisa de alto nível.
Eu aprendi essa música na escola (a primeira parte, e com letra um pouco diferente) e, por isso, imaginava que era uma invenção da molecada - como Sabão Crá-Crá, dos Mamonas Assassinas. Fiquei muito surpreso quando soube que tinha autores e que era tão antiga. A gravação de 1957, que aparece no CD citado, é antológica: começa e termina com os gemidos de um "fantasma" com eco (reproduzido ao final de cada frase - por exemplo, "que se amaaaaavaaaaaaaaaaaa") e, quando eles cantam sobre a coruja, entra o barulho de uma corneta de caminhão. Puro nonsense, muito antes de Monty Pyhton, TV Pirata ou Casseta & Planeta.
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