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POR MORITI NETO
Tempos
injustificáveis sem escrever. Sem saber como voltar, o domingo e a
derrota doída me deram a deixa. “Não podemos continuar jogando
desse jeito. É melhor fazer só um gol e não tomar nenhum”, a
frase é de Luis Fabiano após o jogo de ontem entre São Paulo e
Botafogo e ilustra bem o momento, ou melhor, o ano do Tricolor
Paulista. Não que o atacante tenha descoberto a América, mas o
Tricolor precisa arrumar a casa rápido se quiser algo de bom em
2012.
Ataque desordenado, defesa confusa (Rubens Chiri /saopaulofc.net) |
Contudo, não é surpreendente a derrota são-paulina e nem mesmo a forma como ela se deu. O Tricolor é uma equipe (?) desestruturada em todos os setores, o que se reflete nas vitórias somente contra times fracos e muitas dificuldades à frente de agremiações de mais peso, ainda que seja um Botafogo cabisbaixo, eliminado da Copa do Brasil pelo Vitória da Bahia e derrotado inapelavelmente pelo Fluminense nas finais do Campeonato Carioca.
Tudo muito mal
A defesa são-paulina é inconsistente. Com um solitário Rodolpho e os fraquíssimos Paulo Miranda e Edson Silva como opções de dupla. Denis é um goleiro inseguro, rebate muito e espalma a qualquer lado.
O meio não tem pegada e o motivo nem é não dispor de um volante daqueles que dá o bote. A questão é que o time joga distante, não há aproximação. Com isso, os laterais Douglas e Cortez, bons para atacar, quando passam rumo à linha de fundo, não encontram com quem fazer o jogo.
Na frente, existe qualidade técnica, mas a ausência de clareza do que fazer em campo é evidente. Lucas, Luis Fabiano e Jadson são peças que não se encaixam, embora as características apontem para um bom casamento. Um carrega demais a bola, o outro sai da área mais do que devia e o terceiro, de quem se espera mais controle do ritmo, recebe pouco a redonda, já que ela passa por cima do meio campo diversas vezes, no chutão.
O esquema – e não dá para isentar Leão – é o de “todos ao ataque”, mas sem organização. O time é um bando quando tem a bola, correndo em direção ao campo do adversário como se apenas lampejos individuais resolvessem as disputas. Quando o esférico está com o adversário, o São Paulo não sabe jogar. Aí, é a festa dos rivais pelos lados, pelo meio, e tome bola na área em cima da zaga fragilizada e do goleiro assustado.
Além disso, a estrutura descompensada também está fora de campo. Juvenal Juvêncio e asseclas seguem aprontando. O culminante da temporada foi afastar o fraco Paulo Miranda depois da semifinal do Paulista. Agora, o moço, sob a batuta de Leão, volta como titular, fraquejando. Nessa situação bizarra, se o zagueiro é bom ou ruim não é o problema. A pergunta, basicamente, é: quem avalizou a contratação?
Luis Fabiano já disse. O São Paulo precisa mudar. Porém, a questão está longe de se resumir ao projeto de jogo. É bem mais do que isso. É urgente trabalhar por uma nova proposta de clube.
3 comentários:
Esqueci de escrever no post: quando um time como o São Paulo toma três gols do Herrera, tem algo muito errado coletivamente.
Por falar em Herrera, o argentino foi responsável pela única alegria futebolística deste escriba no domingo: recusou a brincadeira global de pedir música no Fantástico, o que, parece, irritou alguns. http://br.esportes.yahoo.com/blogs/tv-esporte/herrera-faz-tr%C3%AAs-gols-n%C3%A3o-participa-brincadeira-programa-134147426.html
nem me sinto com direitos morais de palpitar porque eu só consegui ver que o palmeiras empatou com a Lusa na busca do google... quer dizer: busquei pelo jogo e vi o resultado. nem clicar não cliquei...
sobre a nova proposta de clube, se alguém tiver o modelo, vai fazer fila..;
Ser nova não significa exatamente que seja boa, Anselmo. Mas que o Tricolor precisa de uma chacoalhada, isso precisa.
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