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Felipão gesticula ao explicar seu objetivo: resgatar o futebol-bailarino (Silvia Izquierdo/AP) |
Começando pelo gol, a volta de JC é meio estranha. O goleiro saiu da Inter de Milão e foi para o pouco expressivo Queens Park Rangers, o que indica que os grandes clubes não se interessaram por seu futebol. Enfim, não vi o cara jogar pra avaliar e a posição estava meio em aberto mesmo.
As mudanças mais
estruturais acontecem do meio para a frente. Felipão sinaliza que
seu time vai ter um centroavante mais pesado e mais preso dentro da
área. Uma mudança em relação ao time leve que vinha sendo
tentando por Mano Menezes, com muita movimentação. Vamos ver como
funciona.
Achei estranha a troca
de Kaká, que jogou bem e vinha se entendendo com Neymar, por
Ronaldinho Gaúcho. O meia do Atlético fez um bom Brasileirão, é
fato. Mas não sei se o bastante para apagar o mau desempenho que
teve nas convocações mais recentes.
A coisa complica também por questões de estilo: Gaúcho no Atlético nem finge que vai tentar marcar alguém. A pressão no ataque é feita por Bernard e Guilherme, nas beiradas, enquanto o lento meia fica livre. Na Seleção, Neymar e, sei lá, Lucas não farão este papel nem a pau – e nem devem se sacrificar tanto para isso, ainda que eu ache fundamental que todo o time tenha um papel na recomposição defensiva.
Ele voltou, mas não vai marcar ninguém (Getty) |
O resultado do conjunto parece ser um time mais estático, com posições e funções mais fixas. Para o meu gosto, parece um retrocesso.
E o meu medo
Concordo com Felipão ao convocar Hernanes, mas discordo quando o técnico diz que o jogador é um meia mais ofensivo. Pra mim, ele é pode se tornar um baita armador, para jogar e marcar. Entraria no meu time como segundo volante, fazendo a transição da defesa para o ataque, cadenciando o jogo com seu bom passe, coisa e tal. Como meia, recebendo a bola mais à frente, me emociona menos.
Um elemento que Felipão
teria levantado na coletiva é que poderia usar David Luiz como
volante, posição em que ele já apareceu no Chelsea. Juntando isso
tudo, começa a aparecer meu medo: Felipão vai meter David Luiz de
terceiro volante e tentar me convencer que Hernanes é meia.
Não agora, mas mais
pra frente, se e quando a coisa começar a apertar. Vai deixar dois
zagueiros, dois laterais, David Luiz como volante limpa-trilho na
frente da zaga, Paulinho e Hernanes de segundos volantes e
estabelecer o “joga no Neymar” que foi tônica do Santos ano
passado.
Foi mais ou menos o que
ele fez em 2002, quando Edmilson era um zagueiro disfarçado de
volante e Juninho Paulista não podia passar muito do meio campo –
até ser substituído por Kleberson, caracterizando de vez os três
volantes. Funcionou, dirão os otimistas. Sim, sem dúvida. A diferença é que, lá, Rivaldo e Ronaldo estavam voando, secundados por um Ronaldinho Gaúcho em ascensão. Resta ver como a coisa anda.
A lista dos convocados:
GOLEIROS
Julio Cesar - QPR (ING)
Diego Alves - Valencia (ESP)
LATERAIS
Daniel Alves - Barcelona (ESP)
Adriano - Barcelona (ESP)
Filipe Luís - Atlético de Madri (ESP)
ZAGUEIROS
David Luiz - Chelsea (ING)
Leandro Castán - Roma (ITA)
Dante - Bayern de Munique (ALE)
Miranda - Atlético de Madri (ESP)
VOLANTES
Paulinho - Corinthians
Ramires - Chelsea (ING)
Arouca - Santos
MEIAS
Ronaldinho Gaúcho - Atlético-MG
Hernanes - Lazio (ITA)
Oscar - Chelsea (ING)
Lucas - PSG (FRA)
ATACANTES
Luis Fabiano - São Paulo
Neymar - Santos
Fred - Fluminense
Hulk - Zenit (RUS)
7 comentários:
Futebol do futuro é parado, tipo pebolim/totó. No máximo, futebol de botão. É só ver o Barcelona, Em que quase ninguém se necessário em campo. Quanto menos com velocidade...
Ironias à parte, considero Hernanes instável demais. Dois dedos a menos do que Felipe Melo (graças a deus), mas ainda instável.
no mais, Vai, Felipão! Volta, Parreira! Vá pro espaço, Marin!
Fiquei curioso pra ver que time o Felipão vai montar a partir dessa convocação. Espero que não seja como o de 2002, time quadrado que dependia da criatividade de três craques na frente. Mas hoje não existem esses três craques e aí que os volantes que sabem chegar na frente podem fazer a diferença. Aguardemos pois.
Bela análise da convocação, me ajuda a compreendê-la.
Um fator que pesou em 2002 foi a liderança do Felipão, o paizão da vez. Em tempos recentes, foi o melhor encaixe de técnico, formando a tal “família”. Com toda a babaquice que essa ideia toda comporta, acho que o jogador brasileiro é meio infantil e cai-lhe bem um professor, pai, tiozão... Não sei se o bigode terá o mesmo moral agora.
Cadê o Dedé?!?!?!
Leandro, acho que o Dedé andou machucado e não disputou boa parte do Brasileirão pelo Vasco. Mas se estiver inteiro, é o terceiro da fila depois de Tiago Silva e David Luiz. Quer dizer, da minha fila. Vai saber a do Felipão...
Nicolau,
Na minha fila o Dedé é o primeiro.
Vi que ele estreou pelo Vasco esta semana, pelo campeonato carioca.
Ainda é cedo p/ dizer que está inteiro, mas o fato de ter voltado já é motivo para se conjecturar a convocação dele.
Temo que o Scolari não pense como nós e queira outro zagueiro "das Zoropa" ou algum que seja "de confiança" por já ter atuado em algum time dele.
Esse fator da confiança é bem a cara do Scolari, sem dúvida...
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