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Se alguém gostou do técnico novo, foi o Romarinho |
Em lugar da estrutura tática rígida
implantada por Tite, que conquistou a América e o mundo em 2012 –
sem contar o Paulistão de 2013, que todo corintiano adora exaltar
mas que, na hora H, não salvou o ano de ser considerado perdido, vá
entender –, Mano mostrou mobilidade no ataque, chegada dos laterais
e volantes e outras cositas que resultaram em maior criação de
jogadas de perigo e no primeiro jogo com dois marcados em um tempinho
considerável. Por outro lado, a defesa levou uma boa meia dúzia de
sustos do fraco time da Portuguesa, remontado às pressas depois d
rebaixamento-que-não-se-sabe-bem-se-rolou-mesmo no Brasileirão e
sem o tempo a mais de treino que costuma igualar condições entre
grandes e pequenos no início do Paulistão – o São Paulo que o
diga.
Mano não vem exatamente de uma
tradição super-ofensiva. Sua primeira passagem no Parque São
Jorge, de 2008 a 2010, foi também marcada por xingamentos contra o
defensivismo excessivo, por recuar cedo demais e dar chance a
empates, por não ousar. Mas mostra características diferentes de
Tite. Enquanto este segurava os dois laterais e mantinha os três
meias do 4-2-3-1 presos em suas faixas do campo para garantir a
organização das linhas de marcação, aquele sempre liberou pelo
menos um dos defensores (André Santos, no caso) e dava mais
liberdade para um dos atacantes (Dentinho) e para o meia centralizado
(Douglas). O torcedor de boa memória lembrar-se-á de mais tabelas e
bolas enfiadas na Copa do Brasil de 2009 do que na Libertadores de
2012 – outros vão recordar mesmo é da eliminação para o
Flamengo em 2010, mas aí são outros quinhentos.
No jogo contra a Lusa, Romarinho entrou
pela direita na linha de meias, ou pelo menos foi o que todo mundo
pensou. Na prática, via-se o garoto aparecendo em todos os cantos do
ataque, ora com Rodriguinho caindo na ponta direita, ora com este e
Danilo mais recuados como meias das antigas. Nessa posição, foi
muito bem e pareceu mais à vontade do que na função de “Jorge
Henrique 2 – A Ressurreição” que Tite lhe confiava.
Outro que rendeu muito foi Guilherme,
pra mim o melhor do jogo. Chegou na frente o tempo todo, criou boas
jogadas e deve ter sido quem mais chutou a gol.
A primeira questão que surge vem com o
terceiro destaque claro da partida: o goleiro Walter, que trabalhou
muito e muito bem. Uma sequência de duas defesas à queima-roupa
contra o ataque da Lusa já no segundo tempo merecia mais destaque do
que recebeu nos comentários. Isso indica que a melhoria ofensiva
causou queda da produção defensiva – o que até é esperado, mas
sempre um pouco preocupante. Claro que zagueiro leva mais tempo pra
pegar ritmo de jogo e que entrosamento pega mais nas ações
defensivas. Além do mais, se perdermos alguns lugares na lista de defesas menos vazadas e subirmos uns degraus na eficiência do ataque, temos muito a ganhar. Mas cabe acompanhar.
3 comentários:
amigo, texto legal mas so pra saber:
"com a tradição de demitir técnicos que graça pelo país." Neste contexto, o termo correto é GRASSA, do verbo grassar...
Tem toda razão, Rick. Falha (e vergonha) nossa.
com mais ataque ... e tomando 5 do Peixe! (desculpe, mas não pude evitar...)
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