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terça-feira, julho 11, 2006

O país da retranca

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Olha o começo dessa matéria do Terra (o endereço mostrava só http://www.terra.com.br/istoe, dia 11 a noite): "O técnico Carlos Alberto Parreira tinha nas mãos o mais badalado e talentoso grupo do mundo. Mas a falta de pulso, a indecisão, a soberba, as concessões aos veteranos e um frouxo esquema de marcação levaram à eliminação prematura na Copa."

Viram porque a seleção naufragou? Porque faltou marcação. O bendito time tomou DOIS GOLS em cinco jogos. DOIS. Contra a França, se é verdade que Zidane jogou livre e bem pra caramba, també é verdade que nenhuma de suas jogadas com a bola rolando resultou em gol, que só saiu numa falta (extremamente bem batida).

Por outro lado, no mesmo e fatídico jogo, o Brasil chutou QUATRO bolas no gol francês e só UMA deu trabalho para Barthez. Naõ existia saída de bola da defesa para o meio campo, que por sua vez era absolutamente inoperante (muito pior do que quando o execrado Ronaldinho Gaúcho jogou por ali). E o ataque ficou lá, esperando. Catso, como é que o grande problema desse time era falta de marcação?

Teve gente que disse que a solução era ter colocado o Mineiro, para segurar o Zidane. E não só isso, antes da eliminação a grande resposta de outros tantos era colocar o Juninho Pernambucano no lugar de alguém do quadrado mágico, jogador de características muito mais defensivas, que sempre jogou na seleção de segundo volante. O coro pelo, com a licença do companheiro Glauco, emplatro Brás Cubas era maior do o pela entrada de Robinho, mesmo este tendo melhorado o time em todas as partidas que entrou. Não existe nenhuma solução que privilegie o ataque?

Ao mesmo tempo, vejo a exaltação da raça de Portugal e o endeusamento de Felipão. Portugal tinha um time bom, com jogadores como Figo, Deco, Cristiano Ronaldo e Maniche (eleito um dos melhores da Copa). e mesmoassim jogava sempre defensivamente, no contra-ataque.

O que eu vejo com isso é algo perigoso: o Brasil se tornou uma nação de retranqueiros. Entrou na cabeça das pessoas que futebol bonito é coisa do passado, que primeiro tem que pensar na defesa, que ganha jogo quem faz mais faltas, que o gol é apenas um detalhe no futebol. Enfim, essa troletada de baboseiras que a Era Dunga começou e que agora ressurgem modificadas no que talvez possa ser chamado Era Felipão.

Outro dia, comentei um post do O.S. (nem lembro o tema) dizendo que retranca era coisa de alemão. Injustiça. A seleção anfitriã foi a que mais atacou nessa Copa, jogando a maior parte do tempo no campo do adversário, sufocando, buscando o gol o tempo todo. Infelizmente, parece que retranca agora é coisa de brasileiro.

3 comentários:

Glauco disse...

Podem falar do futebol força da Alemanha, que é feio etc, mas que eles procuram o gol, procuram. Tanto que revelaram jgoadores talentosos com potencial ofensivo como Beckenbauer, Matthaus, Rumenigge, Klinmann etc. Já na Itália, alguém se recorda de um jogador ofensivo com talento? Vem à cabeça Maldini, Baresi, Zoff, Canavarro. Fora que eles que introduziram líbero no futebol, o que mostra ques estão sempre à frente em termos de retranca. E o brasileiro acha bonito. Merece perder mesmo.

Marcão disse...

Concordo com o Nicolau: brasileiro é retranqueiro mesmo. Deixando a seleção de lado, se perguntarem numa pesquisa se o torcedor prefere que seu time do coração ganhe ou jogue bonito (sem a opção de ganhar E jogar bonito), arrisco a dizer que mais de 90% diria que quer que o time ganhe, seja lá como for.

Glauco disse...

Mas a gente tem que lembrar tb que o nível de exigência do brasileiro com a seleção é mt maior, portanto exige-se que ela jogue bem e vença.