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domingo, agosto 06, 2006

Cenas do Morumbi

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Eu tentei. Fiz tudo o que pude. Mas não consegui comprar ingressos para a primeira partida da final da Libertadores entre São Paulo e Internacional. Tive uma prova às 9h da manhã do domingo e só entrei na fila às 12h30. Sem entradas, só me resta contar a epopéia que é comprar um ingresso no Morumbi. Imagino que em estádios menores, jogos com a mesma demanda de público trazem condições ainda piores para os torcedores. Um horror.

cena 1 - não existe nenhuma infra-estrutura de alimentação no Morumbi. Banheiros, então, nem pensar. Na hora que cheguei lá, um pouquinho antes do meio-dia, estava morrendo de fome, porque não tive tempo de tomar café da manhã. Sabe o que eu consegui comer? Um sanduíche de pernil! As opções eram calabresa e uma salsicha amedrontadora! Nem uma barraquinha de pastel! E o medo de passar mal na fila?

cena 2: desci do ônibus na frente do Palácio dos Bandeirantes e desci a Jules Rimet para chegar ao estádio. Bem antes de avistar a fila, um cabista me abordou, perguntando se eu queria ingressos. NO PRIMEIRO DIA DE VENDAS. Ok, foi praticamente o único dia de venda, mas ainda era meio-dia. Mais para frente muitos outros me ofereceram ingressos. Por que diabos a polícia que está lá não impede a ação desses filhos da puta!??!? Esses caras devem estar com uns 10 mil ingressos na mão e vão ganhar horrores com a brincadeira! Será que não dá pra civilizar e vender direito pela internet, em vários postos de venda, com policiamento que faça um controle eficiente? Me sinto muitíssimo lesada. Fiquei cinco horas e meia na fila para nada! E um cara que tem mais dinheiro e menos vergonha na cara que eu vai comprar do cambista e ver o jogo sem ter feito nenhum esforço. Putaquepariu!

cena 3 - demorou para eu achar a fila da meia-entrada na muvuca louca. Aí cheguei na bilheteria e deu-se o seguinte diálogo com um policial (pena que não prestei atenção no nome o infeliz):
Eu: Onde a fila começa?
Poliça: Começa aqui, mas você tem que ir para o final da fila (todo irônico).
Eu: Opa... me mandaram vir para cá.
Poliça: (ainda mais irônico, com um ar de se fode aí) A fila está la do outro lado do estádio.
Eu: Então tá. Mas educação é bom, einh?
Poliça: É, eu não ganho 5 mil reais por mês para estar aqui (!).
Eu: Nem eu!!!!
Poliça: Com essa cara de rica aí... (!!!)

Eu mereço???? Se eu fosse rica eu estaria procurando a fila do ingresso de estudante?!!?!


Tô muito puta. Mas ainda quero ingresso. Alguém tem um sobrando?

2 comentários:

Glauco disse...

Fora a fila, tem a infra-estrutura dos estádios... Alguém se arrisca a ir ao banheiro? E os números "marcados" para respeitar o Estatuto do Torcedor? Agora, diante de tudo isso, o diálogo com o policial, de fato, é a cereja no bolo... Pelamordedeus...

Marcão disse...

Sem condições, show de horrores. Quero parabenizar a Thalita pela coragem e disposição, mas só deve ter conseguido quem saiu de casa de madrugada. Eu não faria isso. Ainda mais porque sou um puta pé-frio e, se eu pisar no estádio em decisão de campeonato, meu time perde (rsrs).

Foda é que o clube nunca está nem aí para o povão, pois quanto mais cambistas comprarem lotes e lotes de ingressos, mais rápido a lotação esgota (e o cofre enche). Fazem isso, também, para que a pessoa perca a paciência e se inscreva no "sócio-torcedor", que tem bilheteria bonitinha, entrada vip etc. Mas aí, além de pagar pelas decisões de campeonato, você vai ter que pagar mensalidade para ver tudo quanto é joguinho meia-boca. E não é sempre que a gente pode ir ao estádio.

No mais, se tudo fosse vendido pela internet, com certeza daria pau no sistema (rsrs). E se a venda de ingressos já foi desse jeito, imaginem a muvuca que não será na quarta-feira! Deus me livre! Não tem pra onde fugir: o jeito é sofrer em casa, mesmo...