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sábado, agosto 26, 2006

Qual é o grande time?

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Após a vitória de virada do Santos sobre o Goiás, na Vila Belmiro, o treinador Vanderlei Luxemburgo desabafou em relação às cobranças que sofre em função do desempenho do time. Além de todos os lugares comuns a respeito do clube estar em segundo lugar e mesmo assim ser olhado com desconfiança, o técnico questionou: "Dizem que não damos espetáculo, mas que time dá espetáculo no Brasil? Qual é o grande jogador que está aqui?".

Sempre descontando o usual histrionismo do técnico, a pergunta tem fundamento. Qual o grande time brasileiro, aquele que, mesmo você não torcendo, faz questão de assistir a partida? Não existe. Pra quem tem alguma dúvida, é só lembrar das duas partidas que decidiram a Libertadores em que se enfrentaram as duas melhores equipes do Brasil (a bem da verdade, são desde o ano passado).

Pode-se dizer que os jogos foram emocionantes, pois foram mesmo. Tecnicamente? Grotescos. Em especial o segundo. Dois gols surgiram de falhas de goleiros, o número de passes errados deu desgosto. Sempre haverá aquele que resgatará o comentário chavão e dirá: "ah, mas era uma final, é sempre uma partida nervosa". A cantilena repetida não se sustenta quando rememoramos finais geniais em que, ou houve equilíbrio entre dois times ou um se sobrepôs de forma clara, pela habilidade, conjunto, ou qualquer das características que fazem do futebol um esporte fascinante.

A verdade é que, se na década de 1980 um Zico ou um Sócrates iam pra Itália depois de um sem-número de jogos na seleção, hoje, quando um neófito é convocado já prepara as malas. Isso quando não vai antes, sem nenhuma convocação ou sequer vislumbrar a possibilidade de vestir a verde-amarela.

Esse fenômeno, tratado como inevitável pelos idiotas da objetividade, destrói o futebol brasileiro e faz de nós espectadores e torcedores de segunda classe. Não é algo restrito ao Brasil, até porque os nossos vizinhos sofrem ainda mais com a perda de jogadores, por possuírem menos talentos. Mas é muito triste assistir a jogos sofríveis e nos acostumarmos a pensar que é assim mesmo e que não há nada a fazer. Seria melhor assistir voleibol?

Realce da mediocridade

Só pra constar, o artilheiro do Brasileirão ainda é Dodô, ex-Botafogo, com nove gols, mesmo tendo ido para o exterior há quase dois meses. No ano passado, Romário, aos 40 anos, ficou com a honraria, enquanto Robson , do rebaixado Paysandu, ficou com o vice. Que torcedor sonha com um desses em seu time?

2 comentários:

Marcão disse...

Concordo com o Glauco. Li hoje que os ditos melhores times do Brasil, Inter e São Paulo, estão brigando por um tal de Miranda, zagueiro do Souchaux (França), ex-Coritiba. É o fim...

Edu Maretti disse...

Pelo amor de deus, voleibol não.