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Uma notícia curiosa circulou esta semana no mundo boleiro. O meia boliviano Raúl Gutiérrez, jogador do Blooming e com algumas participações na seleção do seu país, anunciou que, aos 32 anos, vai encerrar sua carreira de atleta profissional. O motivo: medo de avião.
A fobia de Gutiérrez surgiu há quatro anos, segundo declaração concedida ao diário La Prensa. Tudo ocorreu por conta de um vôo que enfrentou uma forte turbulência e, hoje, ele sequer consegue chegar perto da janela do seu apartamento. Mesmo após consulta com todos os profissionais que lhe recomendaram, o medo não passou.
A aversão do atleta fez com que ele firmasse um contrato bizarro com o Blooming. Ele ganhava metade do salário acertado para disputar apenas as partidas em casa, sem viajar com o time para as pelejas em outras cidades.
Bergkamp e a ameaça de bomba
Mas nem de longe o caso de Gutiérrez é o único no meio futebolístico. O holandês Dennis Bergkamp, por exemplo, sofria do mesmo mal. Especula-se que sua fobia tenha começado durante o vôo que levou a delegação holandesa aos EUA, na Copa de 1994. Um jornalista (tinha que ser...) especulou com colegas que poderia haver uma bomba no avião, o que causou pânico entre passageiros e, em especial, no atleta. A situação foi de tal forma constrangedora que o piloto fez um pouso de emergência.
Ainda assim, o trauma não atrapalhou seu desempenho em campo, tanto que naquele Mundial fez um gol contra o Brasil. Mas se viu obrigado a não disputar a Copa de 2002 na Coréia do Sul/Japão só para não ter que embarcar em uma aeronave, abandonando a seleção aos 31 anos em 2000. Já no Arsenal, onde encerrou a carreira, também deixou de jogar diversas partidas pela impossibilidade de voar.
Os casos brasileiros
No Brasil, o meia Souza, quando jogava no Corinthians, estava no vôo que levava a delegação do clube paulista de Quito, no Equador, para São Paulo. Mas o avião derrapou na pista quando ia decolar e quase causou um acidente sério. A partir daí, o medo se instalou no atleta.
Em 2006, quando disputava a Série B pelo América (RN), o meia pediu à diretoria e foi autorizado a viajar de carro de Natal para Fortaleza (CE), para atuar contra o Ceará. Para isso, teve que sair da cidade um dia antes da delegação do clube.
Mas o caso mais clássico em terras tupiniquins é o do meia Gerson, o "canhotinha de ouro", que evitava a todo custo viajar pelos céus. Segundo a coluna Informal, do jornal catarinense A Notícia, certa vez, em um vôo que ia de São Paulo a Recife, uma turbulência tirou o sossego do craque. O abstêmio Gerson não teve dúvidas e pediu à aeromoça um litro de uísque para “aliviar a tensão”. Reza a lenda que acordou duas horas antes do jogo, no hotel.
Na partida, deu as assistências para dois gols e ainda marcou o terceiro. A atuação garantiu o prêmio de melhor jogador da partida. Prêmio este que era... uma passagem de avião.
6 comentários:
certeza que o bergkamp não foi a copa de 2002 pelo medo de avião? pesquisar, gente...
Rafael, como disse, ele abandonou a seleção em 2000 justamente para não fazer parte dos planos da seleção. Alguns links:
"The Netherlands joint-hosted Euro 2000 and were one of the favourites. After progressing through the "group of death", they lost on penalties to Italy in the semi-finals. Bergkamp didn't score at all during the tournament but still played an important role. After the defeat, Bergkamp announced his retirement from international football, because the next major tournament, the 2002 FIFA World Cup, would be played in Japan and South Korea and Bergkamp's aviophobia (see below) would prevent him from travelling there. He did not play the qualification matches, since he thought that it would be unfair to do so." (http://en.wikipedia.org/wiki/Dennis_Bergkamp)
Pode-se ver isso também em fóruns de dicussão à época (http://www.bigsoccer.com/forum/showthread.php?t=129342) e no site da BBC: http://news.bbc.co.uk/1/hi/euro2000/teams/holland/812931.stm.
Caso clássico o do Bergkamp, era um excelente jogador. Tirando a infelicidade de não ver ele jogar alguns jogos, ele acabou ganhando mais fama por causa disso.
Só pra avisar, a Holanda não se classificou para copa de 2002. Portanto ele não jogaria de nenhum jeito.
o cara realmente não jogava as partidas fora da inglaterra pelo arsenal no final da carreira, incluindo a Champions League.
Aqui Lee Dixon explica em detalhes que o cara avisou que não viajaria de avião e que o clube aceitou.
Ele de fato avisou que não jogaria a copa de 2002 por causa do medo de avião, por isso se afastou da seleção. Antes da desclassificação da Holanda.
aos ultra-céticos, a biografia do site oficial do atleta revela:
"Nesse período, Dennis tomou a decisão de não voar de novo. 'Muita gente pensa que eu nunca voei, mas não éverdade. Voei antes e decidi não voar mais. Nada aconteceu para provocar a decisão. Eu só percebi que viajar de avião estava me afetando muito e prejudicando meu futebol. Nos dias que antecediam um jogo, eu me preocupava sobre o vôo e depois, durante a partida, eu me preocuparia com a volta. Isso não era bom para mim nem para o time. Para mim, não tem problema. AO decidir não voar de novo, encontrei a solução para o problema. Senti-me livre de novo e acredito que não é coincidência que joguei o melhor futebol da minha carreira no Arsenal, desde que eu tomei aquela decisão. Tudo bem que, às vezes, eu perca alguns jogos, mas senão, eu estaria perdendo partidas por suspensão ou contusão', disse Dennis".
Ele só comparecia aos jogos se pudesse ir de carro ou trem.
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