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CLÓVIS MESSIAS*
O buteco se agitou. Um de seus freqüentadores chegou animado, garantindo que haverá mudança no ministeriado do presidente Lula. Assim que terminou sua afirmativa, todos se voltaram ao "gole". Mas, como se sentisse desacreditado, o manguaça foi mais fundo: "-A disputa pelas eleições das mesas diretoras do Senado e da Câmara dos Deputados mudará as forças políticas do governo federal, precisando de um realinhamento". Arlindo Chinaglia (acima), presidente da Câmara dos Deputados, está ativíssimo, demonstrando habilidade e livre trânsito junto ao presidente Lula.
O realinhamento político, assim, é necessário. O parlamentar paulista, que deixará a presidência da Câmara, servirá como um ponto de equilíbrio com uma possível indicação a um ministério. O PT reivindica mais um posto para o partido e Chinaglia poderá ser seu ocupante. Os ministérios especulados são o da Articulação Política ou Saúde. Alguém até perguntou se o presidente Lula sabe disso. A resposta foi imediata: "-Sabe. E também sabe que o Chinaglia será candidato ao Senado com o Aloizio Mercadante, para compor a chapa. Assim, os dois pretentem levar as duas cadeiras para o partido".
Neste cenário, é possível perceber claramente que os petistas começam a se movimentar com a velocidade política que o momento exige. Ainda mais porque corre a notícia, nos setores moderados, da possível indicação do atual ministro da Educação, Fernando Haddad (ao lado), como candidato ao governo do Estado de São Paulo. Luiz Marinho, prefeito eleito de São Bernardo do Campo (SP), defensor da dinâmica partidária, também trabalha para a ampliação do leque de alianças. Diz ele: "-Se ficarmos debatendo prévias, fecharemos as portas para a vitória, como já aconteceu em eleições passadas".
Não sei se foi por falta ou por excesso da "loira gelada" que o fôlego acabou. Mas os freqüentadores do butiquim estão se recuperando para uma próxima rodada...
*Clóvis Messias é jornalista, são-paulino, dirigente do Comitê de Imprensa da Assembléia Legislativa e colabora com esta coluna para o Futepoca.
7 comentários:
Chinaglia E Mercadante candidatos ao Senado? Eu não me lembro de nenhuma ocasião em que o PT - ou qualquer outro partido grande - lançou dois nomes para o Senado. Geralmente é um medalhão e um "laranja". Será que dá certo, será que não se corre o risco de repartir votos?
Corre o risco sim, não sei se o PT tem essa bola toda em SP. Na verdade, creio que não tem. O Haddad para o governo, sei lá. Falaram dele para a prefeitura também, antes da Marta assumir a candidatura. Tem a vantagem de ser uma cara nova.
Como o papo no buteco estava gostoso e louco, deixei de destcar que o Chinaglia esta pretendendo ser Ministro da Saúde, pois é médico, viabilizando sua candidatura ao Governo de Estado, senão der certo, vai brigar pela vaga de Senador mesmo.
Dizem que, desde os tempos em que era secretário de Educação, e principalmente depois que virou ministro, o Fernando Haddad percorre o Brasil de Norte a Sul em encontros com prefeitos, professores, pais e alunos. Está construindo um meticuloso laço de simpatia popular.
O Haddad é bem visto no meio da Educação, mas vai ter que ralar muito pra superar sua falta de apelo popular. E dois nomes petistas para o senado é algo virtualmente impossível, seria um tiro no pé daqueles que nem um bando de aloprados conseguiria executar.
O PSDB já elegeu Covas e FHC ao mesmo tempo ao Senado. Ou ainda era PMDB?
lembrando que o haddad é professor na sociologia da USP, como um certo ex-presidente que nunca teve lá muito "apelo popular", mas que numa época era considerado um cara de esquerda, mas não um comunista, embora maconheiro...
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