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Pedro Santilli foi auxiliar de Leão na seleção brasileira e em outros times pelos quais o treinador passou, como o Santos. Agora, era o técnico do Comercial e ontem, na derrota por 1 a 0 para a Catanduvense, que decretou a queda do clube para a Série A-3, perdeu a cabeça. Deu um chega-pra-lá em um atleta adversário e depois acertou um belo gancho no rosto do árbitro Flávio Rodrigues de Souza. Confira no vídeo abaixo o destempero.
Na terceira
Por falar em rebaixamento, na penúltima rodada da Série A-2 do Paulistão foram definidos os times que vão disputar a terceira divisão do estadual.Além do Comercial, outras três equipes tradicionais caíram: Juventus, Ferroviária e, a que me doi, Portuguesa Santista, a mais Briosa de Ulrico Mursa. Já em relação aos oito classificados que disputarão o acesso pra primeira divisão, três vagas estão em aberto, sendo disputadas por Flamengo de Guarulhos, São Bernardo, América, Sertãozinho e Taquaritinga.
Ronaldo pode?
Dois momento dos jogo ontem foram significativos em relação aos pesos e medidas da arbitragem tupiniqui. O primeiro lance foi a falta de Ronaldo em André Dias, que lhe rendeu o cartão amarelo. Para Gérson Sicca, do Limpo no Lance, Sálvio Spínola Filho não teve peito pra fazer o que tinha de fazer: expulsar o atacante. Ronaldo sola a canela do zagueiro sãopaulino, em um lance onde a maldade fica bem caracterizada, já que a bola havia passado.
Embora possa haver divergências a respeito da punição mais adequada, o rídiculo é ver gente como um tal Paulo Lima, comentarista na Globo News, citar o lance como exemplo de “disposição” do atleta. Aí a cara de pau e o puxa-saquismo já ultrapassaram o limite do aceitável... Mas e aí? Era pra expulsão mesmo? Se você não viu, confira o lance aqui.
Precisava mesmo comemorar assim?
Ao fazer o gol nos últimos segundos da partida, o volante Cristian comemorou mostrando os dedos médios em direção à torcida do São Paulo. O corintiano Marcelo Lima, do Vertebrais, critica a atitude do jogador, que inflama ainda mais o jogo de volta. E faltou um cartão amarelo para Cristian, já que a orientação da Fifa é advertir atletas quando fazem comemorações provocativas (e essa foi além da simples provocação)... O volante pediu desculpas na coletiva após o clássico, mas mesmo assim pode ser punido e ficar de fora de uma eventual final.
Pelas altas temperaturas das semifinais, corremos o risco de termos finais com muitos desfalques sejam quais forem os vencedores.
13 comentários:
O lance do Ronaldo podia valer expulsão, mas não nada raro árbitros economizarem cartões em jogadas violentas no começo das partidas. Atribuir a pipocada do árbitro ao nome de Ronaldo, como fizeram muitos comentaristas, é forçar a barra, como lembra o Carlos Pizzato aqui: http://carlospizzatto.blogspot.com/2009/04/quem-nao-mostra-o-vermelho-amarela.html
Ainda sobre esse lance, aliás, a entrada de André Dias em Dentinho também não foi nada leve e poderia ser punida com amarelo, mas o árbitro também economizou.
Sobre o Christian, puta vacilo. Pegar gancho por um negócio desses numa hora dessas é foda, por mais que eu entenda a emoção do cara, coisa e tal, ele errou.
Comemoração totalmente dispensável, mas é difícil criticar qualquer gesto infeliz de alguém que desempata um clássico decisivo a 20 segundos do apito final. É coisa do futebol, mas passível de punição, claro.
Quanto ao lance do Ronaldo contra o André Dias (em que o corintiano pisou o pé do adversário com fé, força e saúde), o Arnaldo César Coelho, na Globo, foi de um cinismo ímpar:
- Em qualquer outra circustância, seria o caso de expulsão.
Tradução livre: em qualquer lance que não envolvesse o Ronaldo Queridinho da Galera, seria expulsão.
Discordo do Marcão e do Arnaldo. E afirmo: se fosse o Chicão ou o André Dias a dar a mesma cavalada e receber amarelo, o lance mal estaria no rodapé das matérias e comentários pós-jogo.
Mas, Nivaldo, o lance está, se tanto, nos rodapés dos jornais mesmo; em alguns, nem isso. O comentário do Arnaldo e do cidadão da Globo News mostram uma boa vontade inequívoca, que não existiria em relação ao André Dias ou Chicão.
Marcão, pra falar da comemoração, lembro de Serginho Chulapa no Paulistão de 1984. Todo mundo está careca de saber que ele era encrenqueiro e coisa e tal. Mas, quando fez o gol do título, correu para comemorar com a torcida. Quando viu que eram os torcedores adversários, corintianos, deu meia volta e foi celebrar com os santistas. Não fez gestos, não mostrou o dedo, não deu banana. Podia ser esquentado e tudo mais, mas não era um santinho do pau oco que depois tem que ficar dando desculpas pra agradar a quem de direito.
não tem mto por onde defender a comemoração do Christian. O que é interessante é que ele expressou o que todos os torcedores do corinthians nos prédios perto de casa gritaram. Claro que um jogador não precisava reforçar isso, mas o cara tbém tá envolvido, é natural que tenha passado pela cabeça dele a mesma frase...
Mas tbem é claro que não precisava.
Acho ruim o argumento politicamente correto do "mau exemplo" ou de dizer que isso automaticamente leva a torcida à agressividade. Acirra ânimos, o que é grave. Mas o cara não sustentou sua comemoração impensada (e estúpida) por três segundos. Talvez tenha se tocado, talvez tenha se lembrado de abraçar o técnico... E aqui eu queria chegar: se for pra exigir comportamento politicamente correto das pessoas, o Mano Menezes não deveria ter dado uma bronca no cidadão logo de cara? Não foi cúmplice do gesto ao abraçá-lo todo feliz?
Aliás, se o árbitro colocar isso na súmula, assinará sua falta de autonomia no jogo para não expulsar o jogador de uma vez e reduzir pela metade as polêmicas.
Ronaldo não foi expulso, segundo os entendidos aí, por conta "de seu histórico de jogador pouco agressivo". Blá, blá, blá puro.
Outra coisa é a comemoração do Cristian: para os que assistiam pela TV, nenhum comentarista falou sobre a gesto, porém todos os que assistiam foram informados, ou relembrados, que o dito cujo aprendeu a chutar com seu sogro, o Baroninho. E o gesto?
Ah...tá tudo...deixa para lá...
Que que vc tá falando, Anselmo, no meio daquela explosão, o cara marcou um puta golaço, desempatou um jogo em que o Cortinthians merecia estar ganhando, inverteu a vantagem da semifinal e o Mano Menezes ia parar pra dar bronquinha??? Ele abraçou mesmo, depois se fala no resto. Prioridade, por favor, prioridade.
Foi uma cagada, o juiz devia ter expulsado o Cristian, mas também é possível que o árbitro não tenha visto, ou não tenha dado importância naquela hora. Uma punição agora resolveria a questão.
Quanto à comparação com o Chulapa, Glauco, eu acho que o futebol é todo hoje menos adulto, mais irresponsável. Tenho insistido nisso, mas é porque eu acho que não é coisa de um ou outro jogador. Desde 1984, um quarto de século se passou, e naquele tempo talvez não fosse admissível que um jogador fosse tão grosseiramente agressivo com a torcida adversária. A torcida era menos violenta também. E olha que não tinha nenhuma norma específica reprimindo esse tipo de ato.
O gesto do Cristian não inventa ou gera a violência, apenas reflete e corrobora com uma violência infantilizada (porque simplificadora das relações entre as pessoas) e esvaziada do respeito, que existe dentro e fora dos gramados.
Acirrar a rivalidade pode ser algo perfeitamente civilizado e saudável. O gesto do Cristian expressa outra coisa: uma necessidade de agredir o outro, não de tirar sarro, mas de bater mesmo. Sua explosão explica isso só no aspecto "formal" do gesto, o fato de haver um gesto e que ele seja impensado. Mas o conteúdo do gesto, o "vai tomar no cu" com endereço certo e que deve funcionar como um murro na cara pra calar fundo no peito do adversário e ele querer responder com sangue, esse não tem nada a ver com a explosão. É um esvaziamento humano. Nesse ponto, regredimos, e não foi só o Cristian.
Pisou a bola o Cristian apenas alguns segundos depois de mandar outra feito um foguete para o gol do São Paulo.
E se a vida dos poucos corinthianos malucos que vão ao Morumbi já estava em risco sem esse gesto, imaginem com ele.
Agora, se a polêmica em torno do Ronaldo bater (ou apanhar) sem qualquer punição, seja nas raras vezes em que ele é agressor, seja quando ele é (constatemente) agredido, vale comparar a potencialização que se faz de questões que acabam virando polêmicas sem fim em torno do Corinthians também com o gesto reprovável do Cristian.
Será que a polêmica foi um milésimo dessa quando Rui Rei mandou um Morumbi repleto de corinthianos calar-se no 2º jogo da final do Paulista de 1977?
Acho que o cara comemorar assim mostra a limitação do sujeito, que tá mais preocupado em atacar o outro do que em comemorar com os seus; quanto à arbitragem, até admito que ele dê apenas amarelo no lance do Ronaldo, mas então o lance da expulsão do André Dias não pode ser considerado pra cartão, senão não tem critério algum.
Maurício, usei o Chulapa como exemplo justamente por ser um arranjador de confusão nato e, mesmo assim, não ter tido essa sanha de ofender a torcida adversária que o Cristian teve. Acho que você tem razão: no aspecto rivalidade, sempre saudável e até desejável pelo bem do espetáculo, regredimos muito.
Lenadro, acho que há medidas diferentes. Um cala-boca com o dedo é sim ofensivo, mas bem menos do que o gesto do cidadão. Como também era mais pra galhofa do que pra ofensa o gesto de Viola imitando um porco na decisão do Paulista de 1993.
Na segunda das três partidas que decidiram o Paulistão de 1977, Rui Rei fez o gol da vitória da Ponte Preta (recorde de público no Morumbi até hoje) e mandou a Fiel ficar quieta com o indicador na boca. Depois fez aquele papelão na terceira partida, sendo expulso com dez minutos de jogo, e ganhou de presente um contrato com o Corinthians. Será que o Christian quer jogar no São Paulo? Será que vai arrumar expulsão nos dez primeiros minutos da segunda partida semifinal? (bobagens, bobagens...)
Maurício, provocações à parte, lá no comentário, está escrito: "se for pra exigir comportamento politicamente correto das pessoas, o Mano Menezes não deveria ter (...)".
Mostrar o dedo é injustificado e tal, mas ou a turma da patrulha leva seu trabalho às últimas consequências ou maneira no tom.
E acho o fim da picada um cabra comemorar com um gesto característico de uma torcida organizada de seu próprio time... Vários jogadores do sao paulo fazem isso, o que eu considero bizarro.
O Corinthians, time supostamente mais ajudado pela arbitragem desde 1500, mas que mesmo com toda essa ajuda ficou mais de duas décadas na fila, ganhou o Paulistão de 1977 em meio a várias lendas que fatalmente viriam se ganhasse pouco antes ou pouco depois, e que ainda vêm, sempre que ganha algo.
Tão inexplicável quanto o fato de ter ficado tanto tempo sem ganhar nada com tanta ajuda e com tanta picaretagem é o fato de, alguns meses depois, no Paulistão de 79, ter batido a mesma Ponte Preta na final, para desespero dos escribas da decantada, incoerente e celerada mitologia anti-Corinthians.
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