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Por Moriti Neto
Paraná. A bola rola no Couto Pereira e o cenário inicial é como o esperado. O Coritiba sai para o jogo e, antes de 1 minuto, manda uma bola na trave, com o meia Rafinha. Pressão. Correria. A marcação adiantada do time paranaense encurrala o Tricolor Paulista, que mal consegue passar do círculo central. Contudo o domínio é só territorial. De finalizações efetivas, mais nada.
Até os 17 minutos, o Coxa ainda tem o controle da redonda. É aí que, ofensivamente, o São Paulo surge na partida. Com passe de Lucas, numa das habituais ironias do futebol, o volante Carlinhos Paraíba, vaiado insistentemente pela torcida do ex-clube, acerta bonito chute de fora da área, na gaveta, 1x0.
Passam-se seis minutos. São 23 da primeira etapa. Num belíssimo lançamento do zagueiro Rodolfo, coisa de 40 metros, o lateral-esquerdo Juan corta por dentro e, esperto, encobre Michel Bastos: 2x 0. Bela movimentação do time do Morumbi.
O cronômetro corre mais sete minutos. Aos 30, numa jogada coletiva, com ritmo de Rivaldo, o São Paulo troca vários passes, até Dagoberto fazer o terceiro. Gol de equipe. Além disso, o lance passa pelos talentos de Lucas, de Dagoberto – que, quando desperto, joga – e do veterano camisa 10, atleta raro, que faz o futebol parecer fácil.
40 minutos. Entrada dura de Davi, do Coritiba, que fica com um a menos. O primeiro tempo acaba. A torcida, forte, que pressiona o visitante, agora vaia o dono da casa.
Segundo tempo. Cícero no lugar de Juan, Carlinhos Paraíba, entre os melhores em campo, sai do meio e vai para a lateral. Juan tem cartão amarelo e Adílson Batista não quer ficar com dez. Fica sem laterais. Na direita, Jean não aprende a jogar pelo lado de jeito nenhum. Não dá mais para usar a desculpa da “improvisação”. Ele está na posição faz dois anos e não chega à linha de fundo, não sabe cruzar.
Os paranaenses tentam pressionar, mas Lucas, aos 10 minutos, aproveita a saída de bola errada de Eltinho e faz outro golaço. Categoria, cobertura, e um adiantado Edson Bastos salta somente para sair na foto.
O jogo amorna. O São Paulo tem mais chances. Cícero chuta duas vezes para fora da meta. Rivaldo, cansado, sai para a entrada de Marlos. O Time da Fé tem quatro gols, o adversário nada. O Tricolor tem um atleta a mais. Partida resolvida? Longe disso.
Aos 22, Rafinha, ex-São Paulo, o melhor do Coxa, desconta. Pouco depois, Cícero erra saída de bola, Rafinha serve Bill e o Coritiba faz o segundo. Embalado, o vice-campeão da Copa do Brasil se atira ao ataque e, mesmo com um a menos, de novo em bela jogada de Rafinha e conclusão de Bill, anota o terceiro tento.
Eram 41 minutos do tempo final. Eternidade para quem contava com uma vitória tranquila desde a etapa inicial. Para piorar, o bom volante Denílson é expulso.
Vêm os descontos. A pressão final de um Coritiba com dez homens em campo é maior do que a ensaiada no começo da peleja. Aos trancos, volátil, bipolar, o São Paulo vence. No ataque, jogadas coletivas como há tempos não se via. Na defesa, cochilos. Assim como na partida anterior, contra o Atlético (GO) quando, nos minutos finais, cedeu o empate a um dos piores times do campeonato em pleno Morumbi.
Na próxima rodada, o adversário é um Vasco embalado, campeão da Copa do Brasil batendo às portas do G4, e com elenco interessante. Qual São Paulo prevalecerá?
5 comentários:
Que golaço do Carlinhos Paraíba, PQP.
Realmente, um lindo gol do Paraíba. Mas o do Dagoberto, para mim, foi mais bonito, teve soma de talento individual e coletividade.
O vídeo não mostra o lance inteiro, mas a jogada toda foi uma beleza.
Pois é, os dois foram sensacionais. Mas é que no do Paraíba tem uma câmera que mostra direitinho, por trás do gol, a trajetória da bola. Ela faz uma curva fudidíssima, bem legal.
Verdade. Puta efeito na bola.
E os gols do Juan e do Lucas também foram legais. Só golaços.
OK só golaços, mas de gênio só teve um: o do Lucas. Grande craque.
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