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A Folha de São Paulo desta quarta-feira anuncia com direito a matéria de topo de página que a ex-senadora alagoana Heloísa Helena autorizou a ex-verde Marina Silva a usar seu nome nas articulações que jornal chama de “movimento suprapartidário” para a criação de um novo partido (como um movimento suprapartidário pode criar um partido eu já não sei bem).
Até que faz sentido. As duas chegaram a conversar nas eleições de 2010 e Heloisa comprou uma briga com seu partido, o Psol, ao propor o apoio à candidata então verde, hoje “sonhática”.
Chama a atenção o apetite de Marina. Deixou o PT por divergências no governo, mas também em muito seduzida pelo palanque que o PV lhe ofereceu. Não durou seis meses na nova casa após a eleição. O personalismo também marca Heloisa Helena, que em 2006 teve papel semelhante ao de Marina, ajudando a levar a disputa entre Lula e Alckmin para o segundo turno.
A campanha presidencial das duas moças religiosas, Marina evangélica e Heloísa católica, também teve suas semelhanças, digamos, conceituais. A psolista fez uma campanha de cunho moralista, surfando na onda do escândalo do “mensalão”. Em 2010, Marina procurou se colocar como a “novidade” num cenário em que nada presta – desconsiderando seus 30 anos de militância no PT. Nas duas o termo moralismo se aplica tanto à instrumentalização da ética pública quanto ao atraso no terreno comportamental, com posiões contrárias ao aborto e a união entre homossexuais. Também em comum, a despolitização dos dois discursos. Triste.
PS.: é interessante ver a lista de notáveis que teriam participado de ato em Brasília do tal movimento: os senadores Eduardo Suplicy (PT-SP), Cristovam Buarque (PDT-DF) e Pedro Taques (PDT-MT). O personalismo político esteve muito bem representado.
9 comentários:
partido suprapartidário é realmente ótimo! rss...
Mas cabe um destaque. A HH não é evangélica, apesar do persistente rabo de cavalo. Na verdade, ela até hoje mantém ligação com parcela dos setores à esquerda da Igreja Católica. Também não me lembro de ela ter verbalizado qualquer ponto contra o aborto ou união civil de homoafetivos.
Abs!
Apenas reforçando, a HH é católica enão evangélica, ainda que o discurso conservador e boçal seja semelhante.
sobre Heloísa Helena e o Aborto:
de 2007
a presidente do partido foi uma das principais oradoras no lançamento de um certo “Movimento Brasil sem Aborto", no último dia 1º de agosto (de 2007).
e também: "A legalização do aborto não é uma proposta moderna. É conservadora e reacionária".
e ainda:
Tenho preocupações ambientais muito grandes. Se eu me preocupo com o ovo da tartaruga marinha, por que não me preocupar com ovo humano? Se me preocupo quando o boto cor-de-rosa tem a cabeça decepada pelo arpão, por que não posso me preocupar com uma criança que tem a cabeça decepada por um instrumento abortivo?
Agora, a ideia de uma frente suprapartidária reforça a impressão de que a Marina anda afim de defender candidaturas independentes de partidos -- hipótese vedada pela legislação atual.
Falha nossa sobre a religião da Heloisa Helena, está corrigido. Sobre o aborto, bem resgatou o Anselmo. Mas diga-se que HH é a favor da união civil de homossexuais (segundo o site reaça abaixo).
http://www.portaldafamilia.org/scpainel/hhelena_aborto.shtml
É a esquerda religiosa da Nova Era?
É a esquerda religiosa da Nova Era? (2).
Bom nome para uma nova igreja, Glauco.
E tome discurso moralista/salvacionista.
Casamento perfeito e até previsível: dois pastéis de vento incensados pela mídia como "esquerdinhas que batem no PT" - e essa era a única e exclusiva "plataforma política" das duas. Muita gente que tava se achando esperta e descolada por ter votado na Marina, em 2010, deve estar se escondendo hoje - ou preferindo falar de futebol, cachaça...
Ué, eu votei na Marina no primeiro turno, mais porque queria tirar voto do Serra que outra coisa. Afinal a Dilma eu já achava certa para o segundo turno, e seria o máximo ver outro candidato concorrendo com ela ao invés do Serra, e ter o prazer de ver a cara de decepção dele!!
Heloísa Helena não explica gastos com verba de gabinete e é condenada pelo STJ a devolver R$ 1 milhão à Assembleia Legislativa de Alagoas.
Fonte: busque "sonegaçao heloisa helena"
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