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Quem frequenta estádios brasileiros, como este que vos fala, tem uma rotina irritante de reclamações. Dos preços dos ingressos às acomodações dos torcedores, a constatação que fica é uma só: o torcedor é mal tratado no Brasil.
Mas não fiquemos repetindo o óbvio, não farei um post para dizer o que todo mundo já sabe. Queria dar à discussão um outro prisma.
E, para que cheguemos lá, é preciso partir da seguinte realidade: a situação hoje é feia, mas já foi pior, bem pior. Times como Santos, Cruzeiro e tantos outros têm adotado bem-sucedidos programas de sócio torcedor, em que um cartão magnético dá ao interessado entrada direta no estádio, sem a necessidade de se acotovelar nas filas por ingressos. A venda por internet engatinha, mas já é mais satisfatória do que foi há alguns anos. E dentro dos estádios a acomodação evolui. A Vila Belmiro já tem quase que a totalidade de suas arquibancadas com confortáveis cadeiras, procedimento que se repete em palcos como o Mineirão, cuja foto ilustra o post.
É claro que esse tipo de decisão administrativa é tomada por dirigentes, então são eles os responsáveis pelo conforto (ou ausência deles) nos estádios nacionais.
Mas o que eu questiono é: será que nós, torcedores, jornalistas ou "formadores de opinião" (argh!) também não temos nossa parcelinha de culpa nessa história? Será que em nome de um saudosismo ou de um romantismo injustificado não contribuímos para que os estádios brasileiros sejam um grosseiro retrato do atraso que é o nosso futebol no extra-campo? Será que deveríamos incentivar as melhorias que aparecem, ao invés de ficarmos colocando nelas rótulos como "frescura", "bobagem", "esfria-torcedor" e por aí vai?