Ao final da partida entre Portugal e Israel pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2014 em 25 de março, o jogador luso Cristiano Ronaldo recusou-se a confraternizar-se com os adversários por um motivo único: "Não troco minha camisa com assassinos".
Após o apito final, o camisa sete teria sido procurado para a troca de camisa. Ele recusou-se a expor seu dorso nu por um motivo que nada tem a ver com a vaidade pela qual o gajo é conhecido.
A razão apresentada ao jogador israelense foi haver, no uniforme, a bandeira de Israel. A declaração mais dura, mencionando a palavra "assassinos" teria sido registrada após o jogo de sexta-feira (18) no vestiário, quando jornalistas perguntaram-lhe o motivo da cena.
A foto apresentada pelo Nouvelles d'aujourd'hui mostra outro jogador português carregando uma camisa da seleção de Israel, sem flagrar o epicentro da polêmica.
Mas o vídeo é bastante claro:
Em março, antes da partida entre as duas seleções, uma guerra virtual havia sido provocada por uma postagem do astro de sobrancelhas bem feitas. Na ocasião, ele publicou uma foto em uma praia em Tel-A-Viv com Miguel Veloso, Pepe e Silvio Sá Pereira com a legenda: "Uma bela manhã em Israel com os meus colegas".
Na ocasião, os críticos foram os simpatizantes da causa palestina, que pediram retratação de Cristiano Ronaldo. A rigor, a cidade em questão é a sede administrativa do governo de Israel (a capital oficialmente é Jerusalém), mas os autores das críticas são pessoas que consideram ilegítima a criação desse Estado, estabelecido pela Organização das Nações Unidas em 1948.
Entidades de educação palestinas e vítimas de bombardeiros israelenses chegaram a receber os recursos da venda de chuteiras de ouro do atleta português em novembro de 2012. O bem, adquirido em 2011 por ter sido eleito melhor boleiro da temporada, era estimado em 1,4 milhão de euros.
Mais uma rodada das
eliminatórias para a Copa de 2014 e, obviamente, alguns resultados
surpreendentes. O que mais chamou a atenção foi a reação incrível
da Suécia, que perdia por 4 a 0 da Alemanha, e obteve um empate
heroico em Berlim. Após fazer três gols em 14 minutos, o nórdicos
empataram a partida aos 48 do segundo tempo. Requintes de crueldade
que não tiraram a liderança dos alemães, à frente do grupo C das
eliminatórias europeias com 10 pontos em quatro jogos. Os suecos têm
sete em três pelejas.
Quem se deu mal foram
os portugueses, que empataram em casa com a Irlanda do Norte, por 1 a
1. A seleção de Cristiano Ronaldo está em terceiro lugar no grupo
F, com sete pontos em quatro partidas, mesma pontuação de Israel,
que supera os lusos em saldo de gols. A Rússia lidera com dez
pontos.
A atual campeã do
mundo e da Euro, a Espanha, também foi surpreendida em casa pela
França. O 1 a 1 obtido em cima da hora pelos franceses quebrou uma
fantástica sequência de 25 vitórias seguidas em casa dos
espanhóis. Ambos dividem o topo do grupo I com 7 pontos em três
partidas, com a Fúria levando vantagem no desempate, dois gols a
mais de saldo.
A lógica na
Concacaf, disputa acirrada entre os asiáticos
A Concacaf definiu o
seu hexagonal final com choro e ranger de dentes para algumas
seleções. No Grupo A, a Guatemala enfrentou os EUA fora de casa,
precisando de um empate para avançar. Saíram na frente mas sofreram
a virada, perdendo por 3 a 1. Ainda assim, tinham chances caso a
Jamaica não fosse bem contra a lanterna Antígua e Barbuda. Mas os
jamaicanos derrotaram os rivais por 4 a 1 e ficaram com a segunda
vaga do grupo por dois gols a mais de saldo.
Quem também ficou de
fora com o resultado da última rodada foi o Canadá. Os vizinhos dos
EUA sofreram uma goleada maiúscula de 8 a 1 da líder Honduras e
terminaram um ponto atrás do Panamá, que jogou com o regulamento
embaixo do braço e só precisou empatar com Cuba para garantir sua
vaga um ponto a frente do Canadá. No Grupo B, tudo tranquilo: o
México já estava classificado e a Costa Rica goleou por singelos 7 a 0 a Guiana, se
classificando na segunda colocação.
Na Ásia, impera o
equilíbrio. Ao fim do primeiro turno, todas as seleções ainda têm
chances de vir ao Brasil. No grupo A, Coreia do Sul e Irã lideram
com sete pontos, mas o Uzbequistão tem cinco e Catar e Líbano,
quatro cada. As duas melhores equipes se classificam direto e a
terceira colocada enfrenta a terceira do grupo B, para ter direito a
enfrentar o quinto colocado da América do Sul.
Quem tem a situação
mais tranquila no continente é o Japão, que lidera o grupo B com
dez pontos, cinco a mais que o segundo colocado, a Austrália. Omã
conta com cinco pontos também, a Jordânia vem na sequência com
cinco e o Iraque, de Zico, tem dois pontos.
Argentina folgada,
Uruguai em queda
Os argentinos
conseguiram duas vitórias fundamentais na semana, um 3 a 0 contra o
Uruguai e um 2 a 1 contra o Chile, em Santiago. Assim, se isolaram
como líderes na primeira rodada do segundo turno, com uma sequência
de cinco vitórias e dois empates. O Equador assegurou a segunda
colocação depois do empate fora de casa com a Venezuela, três
pontos atrás dos portenhos e um à frente da Colômbia, que tem uma
partida a menos.
Abaixo dos colombianos,
a confusão. Quatro pontos aquém da seleção de Falcão Garcia,
Venezuela, Uruguai e Chile (pela ordem de desempate) estão com 12
pontos. Os uruguaios vem na descendente, com as goleadas sofridas
contra a Argentina e contra a Bolívia, 4 a 1, e a disputa deve ser
acirrada, ainda mais levando-se em conta que os paraguaios também
respiraram depois da vitória contra o Peru, por 1 a 0. Bolivianos e
peruanos têm oito pontos e o Paraguai, sete.
O Taiti ficou pelo
caminho
Não deu pro Taiti... (OFC)
A notícia triste da
rodada ficou para uma seleção já garantida na próxima Copa das
Confederações. O Taiti vem ao Brasil, mas não para o Mundial. Após
perder para a Nova Zelândia por 3 a 0, os campeões do continente
continuam sem pontos em quatro jogos. Já os neozelandeses continuam
firmes na briga por uma vaga a ser disputada contra o quarto colocado
da Concacaf, com 12 pontos em quatro partidas. Se baterem a Nova
Caledônia, única equipe que ainda pode tirar sua vaga, se garantem
com uma partida de antecipação. Contudo, o aguardado jogo só vai
acontecer em março de 2013.
A título de
curiosidade, a Nova Caledônia pertence à França, mas é
considerada um território ultramarino. Descoberta pelo explorador
inglês James Cook, a ilha recebeu o nome de “Caledônia” por ser
parecida com a costa escocesa (na visão do “descobridor”,
obviamente), já que o termo significa “Escócia” no latim
antigo. Se conseguirem a vaga para 2014, o ano será decididamente
histórico para os habitantes da ilha, que também definirão no
mesmo período se optarão pela independência do local.
A última rodada das
Eliminatórias da Copa 2014 reservou algumas surpresas e serviu de
alento para o sonho de muitas seleções que nunca chegaram a um
Mundial. Algumas competições continentais estão mais adiantadas
que outras, sendo os torneios europeu, africano e da Oceania os que
têm somente duas rodadas. Já os outros continentes tem quase à
metade das partidas disputadas, caso da sul-americana, que chegou à
penúltima rodada de seu primeiro turno.
Com nove seleções na
briga de quatro vagas e mais uma repescagem (o quinto colocado
enfrenta o quinto das eliminatórias asiáticas), os vizinhos têm
feito uma competição equilibrada. Só Bolívia e Paraguai parecem
estar fora da briga, com quatro pontos cada um, uma vitória e um
empate. A altitude de La Paz só funcionou para os bolivianos contra
o próprio Paraguai, vitória por 3 a 1. Já os conterrâneos de
Fernando Lugo conheceram o sabor da vitória contra o Equador, 2 a 1.
Parece que Larissa Riquelme não poderá torcer pela sua equipe no
Brasil em 2014...
César Farias pode fazer história
Quem faz uma campanha
interessante é a Venezuela, cujo bom desempenho já se esperava
aqui. Com 11 pontos em oito jogos (folgam na nona rodada), a
Vinotinto tem um a menos que Uruguai e Chile, quarto e quinto
colocados, e está a três dos líderes argentinos. A vitória fora
de casa por 2 a 0 contra os paraguaios ontem deu mais moral para a
seleção de César Farias. Será que os venezuelanos conseguirão
debutar em uma Copa?
Zebras asiáticas
Será que o Líbano chega lá?
A
rodada das eliminatórias também reservou algumas surpresas na Ásia.
O Líbano venceu o Irã por 1 x 0, sua primeira vitória nos
quatro jogos que disputou no Grupo A. Terá ainda mais quatro para
tentar obter uma das duas vagas do grupo que asseguram a vinda para
cá daqui a dois anos. A Coreia do Sul lidera com sete pontos,
seguida por Irã e Catar, quatro cada. O Uzbequistão, com dois,
empatou com o sul-coreanos e ainda sonham.
No grupo B, o ex-time
de Zico, o Japão, derrotou sua equipe atual, o Iraque, por 1 a 0,
consolidando uma confortável liderança com dez pontos em quatro
partidas. Seis à frente da surpreendente Jordânia, que bateu a
Austrália por 2 a 1. Caro jovem que se confundiu com a geografia, os
australianos disputam as eliminatórias asiáticas por conta de um
acordo feito com a Fifa, já que sua supremacia na Oceania era
bastante sem graça. Em 2010, sua estreia na Ásia, sua classificação
foi tranquila, mas, para 2014, sua campanha é levemente preocupante:
dois pontos em três jogos; além da derrota para a Jordânia,
empates contra Japão (em casa) e Omã (fora).
Nas eliminatórias
asiáticas, os dois primeiros de cada grupo se classificam para a
Copa. Já os dois terceiros se enfrentam em jogos de ida e volta e o
vencedor do confronto pega o quinto colocado na América do Sul
também em dois jogos.
Os azarões da
Concacaf
Na Concacaf (América
Central e do Norte), de três grupos com quatro seleções cada saem
os dois melhores de cada para o hexagonal final. E há zebras
querendo surgir a duas rodadas do fim da fase. No Grupo A, só
Antigua e Barbuda está fora, enquanto Guatemala, Estados Unidos e
Jamaica têm sete pontos. Os ianques correm o risco de não irem para
a fase final, o que seria um vexame considerável, já os
guatemaltecos tentam ir pela primeira vez a um Mundial. Nas
eliminatórias de 2006, ficaram a apenas dois pontos da vaga na
repescagem.
Já no grupo B, o
México, com 12 pontos, já garantiu sua passagem para o hexagonal.
El Salvador, que já foi ao Mundial de 1970 e 1982, está um ponto à frente da Costa Rica (5 contra 4), e a
Guiana, com um pontinho, precisa vencer seus dois jogos e torcer. No
grupo C, só Cuba, com quatro derrotas, está eliminada. O Panamá,
que nem chegou à fase de grupos nas eliminatórias de 2010, lidera
com nove e, se bater Honduras, que tem sete pontos junto com o
Canadá, em casa, assegura vaga no hexagonal.
Na Europa, África e
Oceania, apenas duas rodadas foram disputadas até agora. A Nova
Zelândia venceu as duas, como esperado, marcando oito gols e
sofrendo um. Nos dez grupos das eliminatórias africanas
(classificam-se as primeiras de seleções cada grupo para disputarem
cinco confrontos de ida e volta), somente Egito e Tunísia têm
aproveitamento de 100%. Na Europa, mais seleções venceram seus dois
jogos: Alemanha, Romênia, Holanda, Suíça, Rússia, Portugal,
Bósnia, Grécia e França.