Destaques

sexta-feira, março 23, 2007

Um outro Zé Roberto

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Outro dia o treinador Émerson Leão comentou que seu ex-pupilo Robinho, campeão brasileiro de 2002 pelo Santos comandado pelo “rei da selva”, estava triste, que não demonstrava mais a alegria de antigamente. Agora, leio uma matéria do Uol segundo a qual “o meia-esquerda Zé Roberto jamais havia vivenciado um período tão fértil como goleador”.

Segundo a matéria, “em seis jogos na competição sul-americana Zé Roberto marcou três vezes - 0,5 gol por jogo”, enquanto “precisou de 53 jogos na Liga dos Campeões da Europa para fazer também três gols - média de 0,05 gol”. Ou seja, na média, dez vezes mais. Segundo o site do Santos, Zé Roberto (na foto acima, comemorando o gol contra o Gimnasia na Vila Belmiro, dia 14) fez 44 gols nos 597 jogos de sua carreira (0,07 por jogo). Se ele mantivesse a média recente da Libertadores, teria feito no mesmo número de partidas não 44, mas 298 tentos. Enquanto Robinho está mais triste, Zé Roberto está mais alegre. Por que será?

Como se sabe, o camisa 10 do Santos está jogando hoje mais avançado e com mais liberdade sob Luxemburgo do que em sua época de futebol alemão e também da seleção brasileira do bolha do Parreira, que eternizou a célebre verdade de que “o gol é um detalhe”.

Pena que seja inevitável que eles tenham de viver mais tristes, amarrados sob táticas dos “gênios” fascistas como o Fabio Capello e outros. Inevitável pela grana que, como disse Caetano, “ergue e destrói coisas belas”.

quinta-feira, março 22, 2007

Romário maior que Pelé

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Sempre dá pra brincar com estatísticas, dados, números e tudo aquilo que é quantificável, mas não dá pra dizer que a Placar não arranjou uma pauta curiosa. Abaixo, o texto do autor da matéria André Rizek, retirado do seu blog Carta-Bomba.


É isso mesmo o que você está lendo aí em cima... Romário maior que Pelé. Pelo menos em uma coisa: gols marcados em competições oficiais.


Para quem diz que Placar não respeita o Baixinho porque não avalizamos a sua lista com 998 gols (contar gols nas categorias de base e em peladas de casados x solteiros não faz parte de nossos critérios), eis a capa da edição de abril, que começa a chegar sexta-feira nas bancas.


Trabalho do pesquisador Severino Filho mostra que o Rei marcou de 1957 a 1977 nada menos que 720 gols em torneios oficiais, jogando como profissional. Campeonato Brasileiro, Copa do Mundo, Campeonato Norte-Americano, Copa Rocca... Se o jogo é de campeonato, entra na lista. Ao todo, foram 63 torneios oficiais disputados por Pelé.


Romário jogou mais torneios: 87. Sua média é menor. Mas em números absolutos está para superar o Rei. Marcou de 1985 a 2007 a bagatela de 716 gols em competições oficiais (como profissional). Ou seja: depois de marcar aquele que considera o seu gol mil, o Baixinho estará a dois gols de se igualar a Pelé como o maior artilheiro de competições oficiais da história do futebol.


E ainda tem mais. Romário foi artilheiro em 27 competições (das 87 que disputou). Pelé foi o goleador em 24 (nas 63 que disputou).


Fica claro aqui que, na média, Pelé ainda é insuperável. Estamos falando de números absolutos, quantidade de gols. Como se fala de número absolutos (e não em média de gols) para dizer que Ronaldo é o maior artilheiro da história das Copas, que Souza foi o goleador do Brasileiro de 2006.


O mais curioso disso tudo: Romário estás prestes a superar Pelé e nem sabia disso...

Lula chama banqueiro para pasta do desenvolvimento

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O vice presidente recursos humanos e assuntos corporativos e jurídicos do Santander Miguel Jorge é o nome para o Ministério do Desenvolvimento, segundo o Estadão de hoje. Ele seria o substituto de Luiz Fernando Furlan, de origem da industria alimentícia (era o cara na Sadia).

Ter numa pasta cujas ações são voltadas ao setor industrial e de exportação alguém do sistema financeiro é complexo.
Furlan foi um dos ministros que mais brigaram contra a política de juros e de metas apertadas de inflação durante o primeiro mandato do presidente Lula.

O cabra é ex-editor-chefe do jornal que deu a notícia. Foi, década de 90, vice-presidente da Autolatina, a joint venture formada naquela época pelas montadoras Ford e Volkswagen na América Latina. Depois, ficou na subsidiária da empresa alemã até ir para o banco espanhol.

Apesar de estar num banco, pode ser que ele não seja tão liberal – economicamente falando – ainda assim, preocupa. O lado bom é que ele gosta de futebol. Pelo menos respondeu ao Minton Neves.

quarta-feira, março 21, 2007

Futebol sem empate?!

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Eu não sabia que a International Board pensa em acabar com o empate no futebol. Algo que pra mim seria absurdo, triste e idiota. Mas, melhor que eu, o Tostão, na sua coluna da Folha de hoje, fala brilhantemente, em poucas linhas, tudo o que poderia ser dito sobre o tema:

Dizem que os velhinhos da International Board estudam acabar com o empate no futebol, por meio de cobranças de pênaltis após o jogo ou de outras formas, como a adotada na Liga Independente dos EUA, onde há uma disputa depois da partida entre o atacante, que sai com a bola da intermediária para fazer o gol, e o goleiro. Apesar de a mudança de acabar com o empate ser simpática e de poder estimular o aumento do número de gols, sou contra. O empate faz parte da vida e do jogo. É também uma metáfora de justiça e de generosidade. Essa idéia de que tudo tem de ter um vencedor, que a derrota é um fracasso e que a vida é uma busca de conquistas, sucesso e prêmios, é característica da utilitária e hipócrita sociedade americana, exportada para o Brasil e para o mundo.

Som na caixa, manguaça! (Volume 12)

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Mesa de Bar


Marlene
(Composição: Gianfrancesco Guarnieri/ Toquinho)

Mais uma noite foi passada
Se despede a madrugada
Hoje o sol não tem calor
Essa gente tão cansada
Esperando quase nada
Implorando por favor
Um canto seu, sua morada
Ter talvez a namorada
Um pouquinho de amor

É na mesa de um bar
Que se bebe ilusão
Que se sofre demais
Que se pede perdão

É na mesa de um bar
Que se engana a razão
Que a saudade
Maltrata o coração

(Do LP “Botequim – Trilha sonora da peça teatral”, RGE, 1973)

terça-feira, março 20, 2007

Será que agora vai?

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Como noticia o parceiro Tribuna dos Esportes, o treinador Paulo César Gusmão estreou de forma muito melhor do que esperava no comando do Naútico. Um sonoro 6 a 0 do Timbu no Cabense. Está certo que o adversário não era grande coisa, com craques como Jamesson, Geraílton e Mi, mas ainda assim, para o combalido PC Gusmão, pode ser o início de uma tentativa de ressurreição. Ou não.

PC Gusmão foi auxiliar de Vanderlei Luxemburgo e pintou como bom técnico a certa altura. Mas ultimamente tem vivido um verdadeiro inferno astral, com uma seqüência sensacional de fracassos. No Cruzeiro, em 2006, depois de cinco partidas sem vitória foi demitido. Pegou o São Caetano e durou quatro jogos. Depois foi para o Fluminense e acumulou um "cartel" de 3 vitórias, 6 empates e 8 derrotas. Nada invejável.

Para tentar um difícil título do Pernambucano, PC Gusmão vai ter que bater outro pupilo de Luxemburgo. Gallo, técnico do Sport, alcançou uma marca digna de nota. Na temporada, em 16 partidas, a equipe de Luciano Henrique e Fumagalli conseguiu 14 vitórias e 2 empates, com 39 gols marcados e somente 5 tentos sofridos. Pelo jeito, restará a Gusmão esperar pelo Brasileiro.

segunda-feira, março 19, 2007

Pelo amor dos meus filhinhos!

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O confronto entre Palmeiras e Sertãozinho (clube conhecido como "Touro dos Canaviais") deixou jornalistas, comentaristas e veículos de comunicação muito "inspirados". Primeiro, o Lance! publicou uma retranquinha com o título "Touro joga hoje para fugir do abatedouro". Depois, ouvi a seguinte chamada na rádio Jovem Pan: "Palmeiras vai ao interior desbravar o Sertãozinho". Mais tarde, assistindo o jogo pela SporTV, o locutor Milton Leite soltou a seguinte pérola: "Outra bola para o alto, é o chamado bumba-meu-boi - ou melhor, por ser o Sertãozinho, é um bumba-meu-touro". E hoje, para completar, o Benjamim Back me sai com essa no já citado Lance!: "Era mais fácil o sertão virar mar do que o Palmeiras perder para o Sertãozinho". Olha, poucas vezes vi um jogo de futebol render uma seqüência tão caprichada de piadinhas infames...

Ah, e aproveitando o espaço para homenagear o autor da expressão que dá título ao post, o folclórico Silvio Luiz (foto), reproduzo aqui a explicação didática que ele deu aos telespectadores da TV Bandeirantes no início da transmissão de Ituano x Santos: "O auxiliar número 1 é este cidadão que ficará de frente para o seu sofá, e o número dois, aquele que estará de costas para a sua poltrona". Sensacional.

sexta-feira, março 16, 2007

Goleada

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Vale ler as elocubrações do Sérgio Rodrigues em sua coluna A palavra é..., no NoMínimo. A palavra da vez é goleada, objeto de discussões deste fórum, só não lembro quando nem onde (se no blog ou no bar).

http://nominimo.ig.com.br/notitia/servlet/newstorm.notitia.presentation.NavigationServlet?publicationCode=1&pageCode=65&date=currentDate&contentType=html

A quem interessar possa

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O invencível e os secadores

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Como esse blog se destina de forma quase obsessiva à crítica, ironia, sarcasmo, pilhéria, mal-dizer, galhofa, tiração de sarro e afins, um elogio de vez em quando até é necessário pra dar uma respirada. Pra quem não leu, o artigo do Xico Sá na Folha de hoje sobre a invencibilidade do São Paulo está muito bom. Aliás, diferencia-se totalmente dos textos chinfrins do jornalão paulista. Em destaque, trecho abaixo escolhido por mim de forma desinteressada porque, afinal, jornalismo é seleção...

A invencibilidade, quando se estica em demasiado, porém, já embute o elástico da tragédia. De repente, crash, plac, tora, soçobra na curva naquele jogo mais decisivo. É o pior dos castigos, embora seja amostrado pelos tricolores no momento como um galhardão, orgulho dos orgulhos.
Em torneio de pontos corridos, tudo bem, segue a vida, mas, em certame cujo ringue é o mata-mata... é um deus-nos-acuda. A invencibilidade vira o doping, o feitiço, a testosterona do inimigo. Ou, como dizia o cantor Evaldo Braga: "Sinto a cruz que carrego bastante pesada...".

Não fosse o pecado de shorts e lindas pernas cometido no San-São... Sim, o pecado de uma mulher é sempre mais barulhento, moral bíblica, desde que Eva mordeu gostoso a infame maçã argentina. Mas, se não fosse aquele erro, automaticamente perdoado pelo cafa Luxa -se fosse um marmanjo, estaria bravo até hoje-, o Sampa talvez tivesse subido a serra chorando a neblina que embaça a vista como o amor do Rei Roberto nas curvas da mesma estrada. A nova musa involuntária do Morumbi merece anistia, uma morena que não faz chapinha ou escova progressiva, merece devoção. O resto é silêncio debaixo dos caracóis dos seus cabelos. Todo respeito.

A íntegra está em http://www1.folha.uol.com.br/fsp/esporte/fk1603200715.htm

quinta-feira, março 15, 2007

Enquanto isso, entre os gaúchos...

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Do locutor Milton Yung, da rádio CBN paulistana nesta quinta-feira, 15, pela manhã, a respeito da derrota do Inter de Porto Alegre ontem, pela Taça Libertadores (cito de memória):

— Será que o Inter está jogando assim pra cair já na primeira fase e não nos dar o gostinho de vencer um Grenal em plena Libertadores? Não, não acredito!

Na mesma estação, segundo o Juca Kfouri, as rádios gaúchas qualificaram como uma "mancha na carreira de Abel Braga" a não-escalação de Alexandre Pato na partida de ontem. O treinador foi chamado de professor Ludovico (acima) pela medida, num comentário que poderia ser enquadrada na legislação de combate aos trocadalhos, se tomada na acepção ortodoxa...

Se o Pato não tem espaço no Inter, que venha para o meu Parmera! Mesmo com um técnico paranaense, o elenco precisa de um atacante para substituir o Alemão, pelo menos enquanto ele se recupera de contusão...

Onde está a torcida

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Algum santista sabe explicar porque a Vila tinha só 6 mil e poucos torcedores no jogo de ontem pela Libertadores, contra o Gimnasia y Esgrima? O Paulistão é mais importante? Não dá pra entender!

Palmeiras e Santos prejudicados pelo Chile

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O volante Maldonado, do Santos, e o meia Valdívia, do Palmeiras, foram convocados pelo técnico Nelson Acosta, da seleção do Chile, para os amistosos no fim do mês. A seleção brasileira é um dos adversários do escrete chileno no dia 24 de março, na cidade Gotemburgo, logo ali, na Suécia. No dia 28, a Costa Rica vai à Talca, a 270 quilômetros ao sul de Santiago, para a segunda partida amistosa.

Kléber, lateral da Baixada, também foi chamado, mas por Dunga. Nessa maratona – mais pelas viagens do que pelas partidas – devem desfalcar os times nas últimas duas últimas rodadas do Paulista. O santistas não enfrentam o Rio Claro (25) nem o Corinthians (29). Já el mago vai criar um buraco no meio campo alviverde contra o Marília (24) e América (29). O Peixe ainda terá o argentino
Gimnasia y Esgrima na casa do adversário no dia 22.

Honestamente, fico com mais saudades do tempo em que meu time perdia três ou quatro atletas nas convocações de amistosos. Era ruim pro time, mas dava mais gosto....

quarta-feira, março 14, 2007

Privadas voadoras

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Contra privadas que voam pelas arquibancadas, a solução é óbvia: retirem-se as privadas da Vila.
Genial!

Da série "Se a moda pega..."

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Tem lugar onde a coisa é séria: a Liga Austríaca de Futebol anunciou hoje que o Grazer AK (GAK), oitavo colocado da primeira divisão, perderá seis pontos por falta de pagamento de salários, em cumprimento a uma sentença da comissão disciplinar da Fifa. Daniel Kimoni, ex-jogador do clube, foi quem fez a denúncia à entidade máxima do futebol mundial. Após a perda dos pontos, o GAK é agora o último do Campeonato Austríaco, com 21 pontos. Daí, eu pergunto: se jogadores do Corinthians ou do Palmeiras (como Paulo Baier, que cansou de esperar a grana e pegou o chapéu) fizessem denúncia parecida à Fifa, e a entidade emitisse sentença semelhante, o que faria a Federação Paulista de Futebol?

Quando o Treze quase eliminou o Corinthians

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Corinthians e Treze-PB começam hoje a decidir quem sai e quem fica na Copa do Brasil. Pela atual fase do Timão, em que desgraça pouca é bobagem, não seria impossível que a zebra desse suas cartas e o Corinthians fosse eliminado da Copa do Brasil, como até sugere o técnico do clube paraibano citado no post abaixo. E, se isso acontecesse, seria corrigida uma injustiça histórica ocorrida no cada vez mais distante ano de 1999.

Na ocasião, Treze e Corinthians também se enfrentaram pela Copa do Brasil. O jogo de ida foi na Paraíba e lá houve um empate por 2x2. O que fez com que o Corinthians fosse para o jogo do Pacaembu precisando de uma vitória simples - ou mesmo apenas segurar o 0x0 do placar para avançar para a próxima fase.

Acontece que o Treze resolveu cantar de galo - referência que faço ao mascote do clube, conhecido em seu estado como o Galo da Borborema - e virou o primeiro tempo ganhando do Corinthians por 2x0. O Timão precisaria de três gols para se classificar ou de dois para levar a disputa para os pênaltis - e tinha apenas 45 minutos para isso. E, num episódio daqueles que caracterizam as nuances de um confronto time grande x time pequeno, Vampeta e Marcelinho Carioca empataram o jogo. Nos pênaltis, acabou dando Corinthians.

O quase-feito - ou é um feito mesmo? - do Treze ganha ainda mais corpo se pensarmos que o Corinthians de 1999 não era o balaio de gatos que o Timão é hoje. Tratava-se do atual campeão brasileiro, um verdadeiro timaço, e que colocou em campo nesse dia no Pacaembu seu meio-campo que é tido por alguns (inclusive este que escreve) como o melhor da história do clube: Vampeta, Rincón, Marcelinho Carioca e Ricardinho. Ah, e o goleiro era o sujeito da foto, Nei. Todo time tem seus pontos fracos.

Tá certo que o time na época sentia um pouco os efeitos da saída de Vanderlei Luxemburgo, que abandonara o barco meses antes para sua fracassada jornada na seleção brasileira. O técnico nesse embate contra o Treze era Evaristo de Macedo, que cairia após derrota e eliminação nessa mesma Copa do Brasil para o Juventude. Mas apesar dessas circustâncias tratava-se de um ótimo time, que acabaria bi-campeão brasileiro nessa mesma temporada.

Morte ao politicamente correto!

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Numa época em que todo mundo está careca de saber o que um treinador vai dizer na véspera de qualquer partida ("o adversário é forte"; "vai querer complicar'; "não tem mais bobo no futebol"; "temos que respeitar"; "não tem nada ganho"; "podemos ser surpreendidos"; etc etc etc), finalmente vemos alguém que foge do discurso-chavão e do famigerado politicamente correto: o técnico Arnaldo Lira, do Treze de Campina Grande (PB). Para quem quiser ouvir, ele sentenciou, em entrevista à TV Bandeirantes: "O Corinthians, hoje, é um time fraco. O Campeonato Paulista diz isso. Hoje, o Corinthians não é forte e não é um time que mete medo. Você não pode comparar o Corinthians com o São Paulo ou o Santos". Não contente, emendou: "Treinamos para passar por cima do Corinthinas e temos condições de fazer isso". Eu sei que pode ser tudo bravata e exagero, mas, pelo menos, ele fugiu do óbvio ululante. Não considero declarações como essa "desrespeito", "ofensa" ou coisa do gênero. É a opinião sincera do cara, só isso. Tem muito técnico que pensa o mesmo do Corinthians e não fala. Cabe ao clube do Parque São Jorge provar, dentro de campo, que o Arnaldo Lira está falando besteira. Mas gostei da personalidade!

terça-feira, março 13, 2007

CBF tem que indenizar torcedor-consumidor

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O site Consultor Jurídico informou hoje que a Justiça condenou a Confederação Brasileira de Futebol a indenizar um torcedor por causa da anulação dos jogos apitados pelo ex-árbitro Edílson Pereira de Carvalho no Campeonato Brasileiro de 2005. Rodrigo Martins de Oliveira ganhou a ação em Ribeirão Preto. A CBF tem até sexta-feira (16/2) para recorrer da sentença. Caso contrário, terá 15 dias para pagar a indenização ao torcedor.

Decisão semelhante já tinha acontecido na semana passada. A CBF havia sido condenada, pelo juiz Brenno Mascarenhas, da 1ª Turma Recursal dos Juizados Especiais Cíveis do Rio, a pagar R$ 2 mil de indenização por danos morais ao torcedor Nilton Carneiro da Silva Neto, que comprou os ingressos para os jogos Vasco x Botafogo e Vasco x Figueirense no Brasileiro de 2005, anulados pela penada de Luiz Zveiter (foto acima). Segundo as decisões, as entidades organizadoras dos campeonatos são responsáveis pela lisura das competições e jogos que promovem (clique aqui para ler matéria do Consultor Jurídico).

Acho essas decisões super importantes. Podem indicar que algo está mudando. Talvez eu seja crédulo, mas, quem sabe, um dia, uma jurisprudência se consolide e o torcedor seja de fato considerado um consumidor protegido pela Lei 8072/90, para ser ressarcido não apenas devido a escândalos astronômicos como o de 2005, mas também pelos pequenos escândalos cotidianos do futebol que muitos acham normal, os gols roubados, as maracutaias inconfessadas etc. Quem sabe.

Doni na seleção: estamos prontos?

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O digníssimo senhor Mário Mele, representante do goleiro Doni (foto), foi à imprensa ontem para dizer que seu representado só não é goleiro da seleção brasileira porque haveria um complô pró-arqueiros originados do Rio de Janeiro. Como "prova", Mele citou as freqüentes convocações de Hélton (Porto) e Júlio César (Internazionale), jogadores revelados respectivamente por Vasco e Flamengo. A matéria completa está aqui.

Falou bobagem, sem dúvida nenhuma. Em primeiro lugar porque empresário não tem que ficar exigindo convocação de jogador. Sim, isso ocorre, não sejamos ingênuos, mas não é por isso que a prática não está errada. E em segundo lugar Mele disse besteira porque as convocações de Helton e Júlio César são merecidas - ninguém é titular de Porto e Inter por acaso, ainda mais deixando ícones nacionais no banco, como Vítor Baía e Francesco Toldo.

Mas... por outro lado, precisamos pensar uma coisa: a expressão "Doni na seleção", se parecia piada (e de mal gosto) há poucos anos, agora já pode ser pensada como uma realidade.

Falei aí em cima que ninguém é titular de Porto e Inter por acaso. Adapto o exemplo para Doni e a Roma. Foi consenso - e eu me incluí nessa, claro - dizer que Doni chegou ao clube da "cidade eterna" por jogada de empresário e que não tinha condições técnicas para isso. Mas chegou. E depois começou a jogar bola. Hoje é um dos principais goleiros da Itália. A defesa que comanda, a da Roma, é a segunda menos vazada do campeonato italiano, perdendo somente para a da rival Lazio.

É difícil que nós aqui no Brasil esqueçamos as passagens fracas de Doni por Corinthians, Santos e Cruzeiro. Nesses três clubes o jogador virou motivo de piada. Mas hoje isso é passado.

E se a seleção de Dunga tem se caracterizado pelas convocações que valorizam o momento e deixam o nome em segundo plano, será que Doni não merecia uma chance? Lembramos que não há nada de muito importante a ser disputado em curto prazo.

Onde está o livro do Zé Dirceu?

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Antonio Palocci, o ministro da Fazenda (que a direita pediu a Deus) na maior parte do primeiro mandato de Lula, lança seu Sobre formugas e cigarras, livro em que relata seus dias no poder. Segundo a as amostras trazidas pelo colunista da Folha de S.Paulo Kennedy Alencar, o livro deixa claro quem apoiava e quem se opunha à política palocciana (lê-se "palofiana"): Luiz Gushken era a favor, José Dirceu, Luiz Fernando Furlan, Dilma Roussef contra.

Ele admite que era com o ex-ministro da Casa Civil e atual blogueiro que a disputa esquentava. Quando a temperatura subia, Palocci conta que ia ao gabinete do companheiro-adversário para apaziguar os ânimos.

No Estado de S.Paulo, há uma descrição curiosa:

Montar uma equipe e detalhar um plano econômico foram uma aventura pontilhada de surpresas. Nas conversas sobre transição ele enturmou-se com o ainda presidente do Banco Central, Armínio Fraga, e soube da Agenda Perdida, um estudo do economista José Alexandre Scheinkman. “Você conhece esse texto?”, perguntou Armínio. “Nunca ouvi falar”, disse Palocci. Depois de ler o trabalho, animou-se: “Bastaria dar uma boa espiada no estudo para concluir que por trás daquelas idéias havia muita vida inteligente.” Dos contatos com Scheinkmann ele chegou a uma figura central de sua gestão, o secretário de Política Econômica, Marcos Lisboa. “Eu seria sempre um médico na economia”, comparou então. “Por isso, decidi montar uma equipe de secretários que fossem, individualmente, bem superiores a mim em conhecimento de suas áreas.”
(os negritos são grifos meus)
É o fim da conversão do ex-ministro. Ou o início da prática "religiosa". Ainda não consegui um exemplar do de Palocci. Mas eu queria mesmo era ler o livro do ex-ministro-chefe da Casa Civil. Zé Dirceu havia prometido escrever um livro para maio de 2006, antes do início da corrida eleitoral. O livro foi motivo de chacota por parte de Mário Sérgio Conti, em dezembro de 2005, em sua perspectiva para aquele ano. O ex-diretor da Veja, atualmente engajado na Piauí, dizia que Dirceu revelaria que fora cassado por seu passado, pelo que representa para a esquerda...

Ele desistiu do livro, que seria escrito a partir de entrevistas concedidas a Fernando Morais – à época dedicado a uma uma biografia mais ou menos autorizada de Antonio Carlos Magalhães que, até agora, ninguém ouviu novidades. O motivo era o risco de atrapalhar a campanha de Lula.

Há trinta minutos, às 14h30, Dirceu publicou comentários em seu blog . "(Na entrevista) Palocci diz o óbvio, que muitos insistiram em não reconhecer: nunca houve política econômica do Palocci. A política econômica sempre foi a do presidente Lula. O resto é conversa fiada."

Ainda está para sair livro sobre bastidores mais nebulosos do governo companheiro.