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terça-feira, maio 29, 2007

Em busca de grandes vilões

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O blog do Rovai citou, no dia 26, um texto da Zero Hora denominado "Para o seu filho ler". A obra em questão tenta explicar de maneira didática aos fedelhos a situação dos impostos no Brasil. Sugere que "o papai poderia comprar mais roupas, comida e dinheiro" se não precisasse destinar grande parte do seu tutu ao vilão chamado governo.

O Rovai critica a apologia ao estado mínimo que o texto sugere. Mas eu vou além e vejo outro demérito dos mais sérios no publicado. Acho bem, bem perigosa essa tendência que os brasileiros cada vez mais gostam de mostrar nos últimos anos - a escolha por vilões grandes e impessoais como os causadores dos males da sociedade.

E lá vai a criança influenciada pelo texto passar a criticar os anônimos "impostos" - da mesma forma como ela já vomita chavões contra os também inomináveis "políticos", "marginais" e se proclama um também sem-rosto "cidadão de bem". Segue assim a situação.

2 comentários:

renato rovai disse...

Olavo, meu amigo, vc está completamente certo.

Anselmo disse...

pergunta 1) alguém aí é "cidadão de bem"
pergunta 2) O contrário de "cidadão de bem" é "cidadão do mal"?
pergunta 3) tá procurando emprego? hehe...

agora falando sério, é realmente curioso o raciocínio de que imposto não serve pra nada. o discurso cai num vazio estúpido que impede até de explorar o lado em que há razão de se criticar a formatação da carga tributária no país. Além de ignorar qualquer hipótese de distribuição de renda via carga tributária (o que realmente não acontece no Brasil onde se tributa essencialmente o consumo e não a renda líquida, de quem tem mta grana) o discurso ignora até o estado mínimo.

quero dizer que os caras nem neoliberais são. O discurso de classe média e média alta que não usam escolas nem hospitais públicos se esquecem que seus carros (tô vendendo o meu) rodam por vias asfaltadas -- aí do prefeito se tiver buraco -- deixam o lixo na frente do apartamento -- aí do prefeito se tiver greve do lixo -- querem os "marginais" na cadeia (ou no paredão, mas de qqr forma o agente da ação mais ou menos fascista continua a ser público, exceto para os extremamente fascistas que defendem justiciamento e que não vem ao caso).

é tão ridículo que dá desgosto...