Compartilhe no Facebook
Saiu na coluna de Bruno
Astuto, na revista Época
desse fim de semana: “O sonho de Aécio é ter um novato a seu lado
na chapa: o ex-jogador Ronaldo Nazário. A conversa ainda é
prematura. Em tom meio sério e meio de galhofa, Ronaldo foi sondado
sobre sua vontade de concorrer como vice de Aécio. O ex-presidente
Fernando Henrique Cardoso, que apadrinha o mineiro, também não se
opõe à ideia. O tucano quer que, de qualquer modo, ele participe
ativamente da campanha”.
Ronaldo, aquele mesmo
que a
Globo ama, cultiva boas relações no meio político. Mora
próximo ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em Higienópolis,
e costuma se encontrar com o tucano para conversas regadas a uísque
e partidas de pôquer, ao que consta. Diz também ter boas relações
com Lula, com quem teve um entrevero na malfadada
Copa de 2006, mas parece que é entre os tucanos que se sente de
fato à vontade.
Ficou célebre um
jantar do Fenômeno em julho de 2010, com José Serra e FHC. À
época, ele
justificou: “Pra ficar claro, não é apoio político. Eu e
meus companheiros no Corinthians só demos sugestões para políticas
públicas de apoio ao esporte”, escreveu. “Faremos isso com
outros candidatos também.” Não houve o prometido jantar nem com
Marina Silva, nem com Dilma Rousseff, segundo o ex-atleta, por
“problemas de agenda” das candidatas. Talvez a diferença seja
que, com os tucanos, o encontro fora marcado antes de a campanha
pegar fogo...
No início deste ano,
foi cogitada a sua possível
candidatura a vereador em São Paulo, mas o Fenômeno teria
achado pouco. Se Romário é deputado federal, ele se contentaria em
ser vereador? À frente do Comitê Organizador Local da Copa (COL) em
São Paulo, ele miraria um lugar na Câmara ou, como já se insinua
agora, um cargo de vice de Aécio Neves.
O Fenômeno tem uma
carreira como boleiro digna das jornadas de herói, ressurgindo
quando menos se esperava. Mas sua trajetória depois da aposentadoria
deixa muitas dúvidas no ar. É empresário, lida com empresas e
imagem de jogadores em sua atividade profissional, mesmo assim, não
viu qualquer
conflito de interesses em ter que lidar com o mesmo nicho como
presidente do COL, indicação do nada saudoso Ricardo Teixeira, com
quem Ronaldo mantinha ótimas relações.
O também ex-jogador
Tostão foi
enfático em relação à nomeação: “Ronaldo, por não ter
tido preparo técnico, não demonstra condições para o cargo nem
para ser membro do comitê organizador da Copa. Ele precisa também
decidir se quer ser empresário do esporte ou dirigente esportivo. Há
um nítido conflito de interesses. Para um atleta se tornar um ótimo
profissional em outro cargo relacionado ao futebol, precisa, além de
se preparar bem, executar integralmente a nova atividade. Não pode
ser por bico, por vaidade, por diversão ou apenas para faturar mais.
Tem ainda de abandonar os trejeitos, a pose e o estrelismo da época
de jogador.” E mais: “Infelizmente, as pessoas são mais
reconhecidas e escolhidas por prestígio, por serem amigas do rei, do
que por conhecimentos técnicos. O que prevalece, na maioria das
vezes, é a ética do mercado e da política, o corporativismo e o
toma cá dá lá.”
Ricardo Teixeira sabia que
a imprensa
é toda de Ronaldo, o PSDB, obviamente, também sabe, mas fica meio evidente a falta de quadros no ninho tucano. Resta saber
de que forma o Fenômeno decidirá entrar na vida política. Dada a
coerência, não é de se estranhar que ele possa até adotar outro
partido. Melhor decidir logo, porque pode ser que seu amigo Luciano
Huck já esteja na fila...
0 comentários:
Postar um comentário