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Perto do final da
partida, Felipe Anderson, que havia entrado no lugar de Montillo,
carrega a bola pelo lado direito do ataque. Sem opção de passe, nem
do lado, nem à frente, nem atrás, resolve tentar um passe longo no
meio do ataque santista. A defesa do Atlético de Sorocaba retoma a
posse de bola e Muricy grita com seu pupilo que ele devia ter
segurado a bola para gastar o tempo e assegurar a vitória.
O treinador não se
incomodou com o fato de o meia-atacante peixeiro estar sozinho.
Deveria dar bronca nos colegas dele. Mas não o fez. Pouco depois,
Patito Rodríguez, que havia entrado no lugar de Giva, recebeu bola
na esquerda. Sozinho, fez algumas firulas, sem ninguém se aproximar
dele. E foi o “desobediente” Felipe Anderson que apareceu ao
lado, recebeu e, de forma arredia, passou por dois adversários e
quase marcou o terceiro gol santista.
Felipe Anderson não é
um cracaço, mas se movimentou e apareceu pra receber, atravessando o
campo, quando o companheiro tinha a bola. Faltou muito isso para o
Alvinegro durante todo esse ano de 2013, e parece que Muricy se
incomoda mais se um atleta não segura a bola do que com o fato de
que ele não tenha opção de passe. Mesmo tentando compactar o campo
com uma linha de impedimento perigosa, na primeira etapa o Peixe
permitiu aos donos da casa o ataque fácil no meio da zaga e pelos
lados, onde a marcação em geral era feita no mano a mano. Menos
culpa dos laterais e muito mais da forma de jogar. O destaque sorocabano era Bruninho, habilidoso e rápido, mas que sumiu no segundo tempo.
Mas se o jogo alvinegro
não fluía, foi em dois contra-ataques capitaneados pelos dois meias
que caíam pelos lados que os visitantes fizeram dois a zero no tempo
inicial. Primeiro, com Montillo, que marcou seu primeiro gol pelo
Santos depois de uma jogadaça de Arouca, que saiu de trás, tocou e
recebeu de volta de Bruno Peres e cruzou para o portenho fazer. Quase
no fim do primeiro tempo, Cícero deu um belo drible no lado canhoto
e cruzou com consciência para André, até então apagado, marcar.
O Atlético fez o seu
logo no começo do primeiro tempo com Tiago Marques, uam bela cavadinha justamente depois de uma tentativa
malsucedida da defesa peixeira de desenhar a tal linha de
impedimento. Mas ficou ali. O Santos controlou a partida, dominou a
posse de bola e quase chegou ao gol em três ocasiões ao menos.
Montillo jogou talvez seu melhor jogo, deu um grande passe para André
desperdiçar e acertou outros bons passes. Sem Neymar, que tomou o
terceiro cartão amarelo contra o Corinthians, o argentino foi a boa
notícia da partida porque, de resto, o Santos mostrou uma falta de
contundência que irritou quem esperava um desempenho digno da
superioridade que um time tinha sobre outro no papel e nas contas
bancárias.
Valeu pela vitória,
dirão os mais otimistas. Sinceramente, uma vitória pela diferença
mínima contra o Sorocaba, que se ofereceu para ser sacrificado com
requintes de crueldade na etapa final, é algum feito que se preze? O
torcedor espera mais conjunto, mais futebol bem jogado, e também um
pouco mais de ímpeto ofensivo para superar um rival inferior técnica
e fisicamente como ocorreu hoje.