Destaques

Mostrando postagens com marcador Confecom. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Confecom. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, março 04, 2010

Palocci e a Confecom de direita

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Chega a ser difícil comentar qualquer coisa a respeito do Fórum Democracia (sic) e Liberdade de Expressão (de empresa?). O excelente texto de Gilberto Maringoni sobre os debates é bastante claro a respeito do que já se chama de "Confecom da Direita", data venia o fato de que, na Conferência realizada em dezembro, houve um processo de participação da sociedade e inclusive de empresários, enquanto no convescote do Instituto Millenium só havia espaço para poucos "escolhidos".

Mas o que surpreendeu de fato foi a presença do ex-ministro da Fazenda do governo Lula, Antonio Palocci, referendando a grita contra qualquer tentativa de democratizar a comunicação do país. O petista (?) escutou toda sorte de impropérios contra seu partido e o governo do qual fez parte e ainda fez questão de engrossar o coro dos descontentes com uma declaração, no mínimo, surpreendente para alguém "de esquerda":

"Há concentração na comunicação, mas há em várias atividades econômicas no Brasil. Considero normal e uma característica do amadurecimento das economias a concentração e também a formalização das atividades econômicas. Acho que são duas características que têm marcado a economia e não acho nenhuma delas negativa".

O que Palocci esqueceu é que o "amadurecimento" no caso das comunicações veio bem antes do que em outras atividades econômicas, tendo sido moldado em regimes autoritários da história tupiniquim. E também ignorou o fato de estar em construção hoje o conceito do direito à comunicação como um direito humano, não podendo este ser submetido às leis do mercado ou à vontade de meia dúzia de famílias monopolistas.

Ao fim, fica uma reflexão. Se Palocci tivesse saído do PT no prazo regulamentar, talvez José Serra não tivesse hoje tantos problemas para contar com um vice de peso...

quarta-feira, dezembro 16, 2009

Mundial de Clubes para (parte) dos delegados da Confecom

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Enquanto os delegados da primeira Conferência Nacional de Comunicação (Confecom) se digladiavam para definir as propostas enquadradas do 4-4-2 e as que seriam aprovadas por mais de 80% dos delegados de cada um dos 15 grupos de trabalho, um valor maior se alevantou. A partida entre Barcelona e Atlante, do México, pela semifinal do Mundial de Clubes da Fifa mobilizou uma dúzia de participantes.

A Associação Brasileira de Radiodifusores (Abra) mantém dois televisores de tela plana e full HD sintonizados o tempo todo na Bandeirantes. Pobre Rede TV!, que divide as contas da associação que é uma dissidência antiga da Associação Brasileira de Rádio e TV (Abert), que sequer participa da Confecom.

As imagens não falam por si, nem mostram grande comoção, além de serem mal tiradas. Mas pelo menos justificam o post.


Alguns nem repararam na transmissão


Enquanto os dirigentes dos empresários avaliavam o estrago
(e o sucesso) feito nos grupos de trabalho, tinha gente com
coisa mais importante pra fazer


Antes, durante o programa Jogo Aberto, um ou outro delegado parava por lá para assistir, sem som, aos comentários de Renata Fan, Neto, Renata Fan, Osmar de Oliveira e, principalmente, Renata Fan. Tinha gente tanto da sociedade civil quanto dos empresários. Isso porque o programa foi campeão de denúncias de conteúdo inadequado para a classificação indicativa do Ranking da Baixaria na TV.

terça-feira, dezembro 15, 2009

Esquema 4-4-2 resolve impasse na Confecom

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Por Anselmo Massad, de Brasília

Na cobertura do Futepoca da primeira Conferência Nacional de Comunicação (Confecom), o discurso de abertura feita pelo presidente Lula prejudicou os planos. Ocorre que o mandatário da nação, que costuma produzir metáforas em profusão sobre futebol e cachaça, não fez nenhuma menção ao ludopédio. Menos ainda à aguardente da cana-de-açúcar.

Em um trecho, até acho que constava no discurso lido no teleprompter de cristal líquido a expressão "bola pra frente". Mas o fato é que o presidente, ao ler o trecho, disse: "bora pra frente".

Fiquei sem post até a tarde desta terça-feira, 15.

Um impasse travava a Confecom. Na segunda à tarde, a Associação Brasileira de Radiodifusores (Abra) entrou com um recurso junto à comissão nacional organizadora para garantir um recurso conhecido como "questão sensível" nos grupos de trabalho. A fórmula foi estabelecida em maio para a comissão organizadora, depois estendida à plenária final e, por fim, até com ameaça de abandono da conferência, a cada um dos 15 grupos de trabalho.

Em caso de temas intocáveis para um setor, pode-se alegar que o tema é questão sensível, o que demanda um quórum qualificado para aprovação. Escrevendo de outro jeito: em vez de maioria simples, se um setor resolvesse que não topava uma proposta de jeito nenhum, seria necessário 60% de apoio, incluindo pelo menos um voto de cada setor. Nenhuma outra das mais de 50 conferências nacionais promovidas pelo governo Lula, nem as anteriores, tiveram nada parecido.

Há quem diga que os movimentos sociais agiram por interferência do Palácio do Planalto. Outros asseguram que não foi o caso, que trata-se de uma opção de garantir uma conferência pra lá de contestada pela mídia.

O fato é que na hora de votar o regimento na plenária, as críticas dos movimentos sociais eram pesadas. Então, um grupo de delegados se mobilizou para formular a proposta salva-lavoura: o 4-4-2.

Ninguém fez comparação com o futebol diante dos microfones, mas nem precisava.

Para acabar com o voto sensível, cada setor teria um número de propostas sagradas por grupo de trabalho proporcionais a sua representação. Empresários e movimentos sociais teriam quatro propostas cada e o governo, duas. As outras, seriam votadas sob os padrões normais.

Também não discutiram quem ficaria com qual posição. Se as propostas do governo estariam no ataque do esquema tático dos grupos de trabalho, faltou só discutir quem joga na defesa e quem vai para o meio de campo. Provavelmente os empresários ficariam na zaga, favoráveis a uma retranca para manter quase tudo como está. Talvez os movimentos sociais precisassem ter mais poder ofensivo... Mas isso já são divagações para a mesa do bar.

Também faltou escolher que pega no gol.

segunda-feira, dezembro 14, 2009

Confecom, futebol e cachaça

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Começa nesta segunda-feira, 14, em Brasília (DF), a primeira Conferência Nacional de Comunicação (Confecom). O Futepoca não tem delegado, mas como estou aqui, posso fazer a única cobertura de futebol e cachaça do evento.

Ao chegar no aeroporto, um delegado da conferência recém-chegado de um voo de 25 minutos de Goiânia até a capital federal – segundo seus próprios relatos – estava impressionado com a quantidade de policiais militares. "Por causa da Confecom não é, porque tanto policial assim, deve ser bandido chegando", disse. Um PM respondeu sem cerimônia: "É o Flamengo que vai desembarcar".

A piada fácil e de gosto duvidoso não era piada. O blog do Planalto confirma: Agenda: Confecom, Flamengo e confraternização com oficiais-generais. Para ser mais claro, se Lula abre a conferência logo mais às 19h, antes, às 15h30, ele recebeu a delegação do campeão brasileiro de futebol.

No ônibus do aeroporto ao setor hoteleiro Sul, onde estão hospedados os delegados e observadores – e felizmente este autor, que está aqui como jornalista – a mesma ala goiana conspirava. Falavam de alguém que tinha vindo com uma mala tão pesada que até quebrou a alça. Ao parar, cercaram o meliante e exigiram: tinha de mostrar o conteúdo do baú.

"Ele não trouxe roupa", exagerou um. "Era só cachaça!", comemorou outro.

A Confecom dessa turma promete. 

Saad credenciado

Credenciamento iniciado, eu aqui, de crachá branco de jornalista, puxo conversa com um, lamento a cidade não ter esquinas – nem bares nas esquinas – quando chega o presidente do grupo Bandeirantes, Johnny Saad, em meio a cinco outros homens, todos com mais de 1,80 metro de altura. O grupo inteiro está de terno e gravata, menos um. De camisa listada em branco, amarelo e verde, Saad é só sorrisos para os olhares de ninguém.