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domingo, junho 12, 2011

Quarta vitória contra adversário 'sem' atacantes

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O técnico do Grêmio, Renato Gaúcho, deve ter se arrependido por dispensar o atacante Borges no mês passado - ou, no mínimo, de não ter feito qualquer esforço para sua permanência. Ontem, no Morumbi, seu time entrou em campo com apenas um atacante de ofício, o inócuo Júnior Viçosa, substituído no segundo tempo pelo também ineficiente Roberson. Resultado: o único gol dos gremistas foi feito por um adversário, Casemiro. E o São Paulo, com outro gol de Casemiro, mais um de Marlos e outro de Jean (impedido), fechou o placar em 3 a 1. Assim, o time de Paulo César Carpegiani chegou à quarta vitória consecutiva e garantiu a liderança isolada, com 12 pontos. E o Grêmio, até ontem, estava em sexto, com duas vitórias e duas derrotas. Enquanto isso, em Minas Gerais, o já citado Borges arrancava um empate com sabor de vitória para o time reserva do Santos, contra os titulares do Cruzeiro, aos 44 minutos do segundo tempo.

Curiosa a trajetória de Borges. Depois de três temporadas no São Paulo (de 2007 a 2009), dois títulos brasileiros e 54 gols em 150 jogos, seu filme queimou justamente numa partida contra o Grêmio, quando foi um dos três expulsos da equipe paulista. Assim, desfalcou o time comandado por Ricardo Gomes nos últimos e decisivos jogos do Brasileirão de 2009. O atacante estava suspenso na derrota para o Goiás, que decretou a perda do título. E, um mês depois, assinava contrato com o mesmo Grêmio contra o qual havia sido expulso. No time gaúcho, fez 30 gols em 55 jogos. Depois de apenas uma temporada e meia, protagonizou dois lances capitais para sua saída. Primeiro, foi expulso em jogo decisivo da Libertadores em pleno Estádio Olímpico. O Grêmio foi eliminado da competição. Depois, Borges ainda perderia um pênalti no clássico que deu o título gaúcho para o rival Internacional.

Porém, ele faz falta no Grêmio e isso ficou claro ontem. Não havia quem finalizasse as poucas chances criadas. Do outro lado, a surpreendente escalação de Marlos no lugar de Carlinhos Paraíba deu mais velocidade à equipe sãopaulina e propiciou vários lances de perigo. Logo no início, Marlos rolou para Casemiro encher o pé; a bola desviou em Fábio Rochemback e entrou. Lucas e Dagoberto perderam outros gols feitos e, na segunda etapa, depois de Casemiro empatar o jogo com um gol contra, o São Paulo aproveitou um erro de passe bisonho de Douglas (muito semelhante à burrada que fez pela seleção brasileira, no lance em que Messi anotou o gol da vitória argentina) e Lucas deu passe preciso para o inspirado Marlos fazer 2 a 1. No final, em lance de impedimento claro, que o bandeira não marcou, o volante/lateral Jean fez o terceiro e fechou a fatura.

Sobre o Grêmio, uma constatação óbvia, a de que falta atacante. Sobre o São Paulo, outra obviedade que venho repetindo há tempos: faltam laterais. O lance de bola parada que originou o gol do Grêmio surgiu numa falta feita onde Jean, que não é lateral de ofício, deveria estar. Por isso, encerro com a advertência (também óbvia) do goleiro Rogério Ceni: "Que a torcida não se iluda com essas quatro vitórias". É fato. Muita coisa ainda vai mudar nesse campeonato - e principalmente no São Paulo, que perde Lucas para a Copa América, despede-se de Miranda (e provavelmente de Rodrigo Souto) e que também pode perder, na sequência, Casemiro, Wellington, Bruno Uvini, William José e Henrique para a seleção Sub-20.

segunda-feira, maio 23, 2011

Excelente resultado, futebol meia boca no Corinthians

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O Corinthians começou com o pé direito o Brasileirão 2011 ao vencer o Grêmio por 2 a 1 no Olímpico, resultado difícil mesmo para time gabaritados – o que está longe de ser a equipe alvinegra atual. Não que o tricolor gaúcho tenha lá um esquadrão, longe disso. As duas representações têm lá seus bons jogadores (um Douglas lá, um Liédson cá), mas no geral fizeram um jogo bem meia boca.

O treinador corintiano, por outro lado, deve ter gostado. Com a saída de Dentinho e a aparente possibilidade de negociação de Jorge Henrique, o treinador se sentiu à vontade para colocar o time num 4-4-2 com o meio campo em losango, com Ralph mais recuado, Paulinho (o desafeto de Leandro que tem escalado em minha antipatia) pela direita e o peruano Ramires pela esquerda, ambos, em tese, arcando e armando. Morais fez a ligação para Liédson centralizado e William se movimentando coo segundo atacante.


Parte da estratégia é compactar as linhas de defesa e meio campo, tirando os espaços do adversário. A ideia não é ruim, mas Tite recua essas linhas o mais que pode, atraindo o adversário e dificultando bastante as ações ofensivas – dos dois lados. Um pela marcação, outro pela falta de gente no ataque quando a bola é recuperada.


Quando essas linhas se adiantam, como ocorreu após o gol gremista, num pênalti meio inventado batido pelo ex-corintiano Douglas, o time demonstra seu outro problema, esse fora da questão tática. Os jogadores de meio e ataque são fracos, com exceção de Liédson, e a coisa emperra em passes errados e falta de visão. Paulinho foi especialmente inútil, preso demais na marcação e chegando pouco ao ataque.


E foi o centroavante que, em jogada individual, conseguiu outro pênalti meio criativo, convertido por Chicão. O Corinthians manteve o ritmo após eu empate e, numa improvável jogada de lateral (?) batido por Alessandro, Danilo desviou e Liédson achou um belo voleio, virando a peleja.


O Grêmio sentiu o segundo gol e não demonstrou muita capacidade de reação. Tite trocou Danilo por Moradei (vixe!) e fechou ainda mais a equipe, que ainda teve chance de aumentar nuns dois contra-ataques bem tramados, fora o último passe e a conclusão. Não foi um grande futebol, mas um grande resultado para uma estreia no campeonato.


Contratações


Tite tem uma ideia na cabeça, ainda que seja uma ideia defensiva. Com as contratações recentes, umas peças mudam na parte ofensiva do time elevando bastante o nível: Alex entra no luga de Morais e Emerson no de William, aumentando bem o poder de fogo. Com isso, quem sabe o treinador não se solta um pouco e adianta suas linhas, pressionando a saída de bola do adversário.


Um problema, no entanto, os recém-chegados não resolvem: os vértices laterais do losango do meio. Ramires talvez cresça ao se adaptar à função, mas dou o braço a torcer para Leandro: não vejo Paulinho indo muito longe.


Mas ainda assim, fosse eu dirigente do Timão, estaria atrás de um lateral-esquerdo titular. Na boa, Fábio Santos não dá. O cara marca mal, não cruza, errou até cobrança de lateral ontem. Meu pai, homem mais paciente e sábio que eu, acha que ele está pressionado, tem tanto medo de errar que acaba errando. Se não vier ninguém mais, tomara que ele esteja certo.

quinta-feira, maio 05, 2011

Noite de tragédias

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Dos seis brasileiros que começaram a Libertadores deste ano (considerando que a palhaçada protagonizada pelo Corinthians contra o Tolima), somente o Santos segue na competição após a fatídica noite desta quarta-feira. O negócio foi feio de todo lado para as representações tupiniquins.

Segundo matéria do Uol, desde que a Libertadores mudou de regulamento e passou a ser disputada por 32 equipes em 2000, o Brasil sempre teve pelo menos dois clubes nas quartas de final da competição. A última vez que sobrou apenas um brasuca nas quartas de final foi na Libertadores de 1994, quando apenas três clubes brasileiros entraram na competição.

Os gremistas já estavam meio que contabilizando a desclassificação depois da derrota por 2 a 1 em Porto Alegre na semana passada para o Universidad Católica. Mas as esperanças acabaram com o gol de Mirosevic, que decretou nova vitória chilena por 1 a 0.

O impacto da queda do tricolor gaúcho foi amenizado pela derrota do Inter, em pleno Beira Rio, para o Peñarol. Foi por 2 a 1, de virada, a primeira derrota do técnico Falcão, após empate por 1 a 1 em Montevideo que dava certo conforto ao Colorado. Oscar abriu o placar no primeiro tempo, mas Martinuccio e Olivera viraram no início da segunda etapa. E a gauchada que sonhava com uma sequência de quatro decisões entre as duas equipes (no Gauchão e na Liberta), no melhor estilo Barça e Real, ficou só com a disputa doméstica.

Os guerreiros do Fluminense, talvez cansado qual Teresa Batista após a heroica jornada na fase de classificação, fizeram um joguinho bem chocho contra o Libertad do Paraguai. E depois de vencer por 3 a 1 no Engenhão, levaram de 3 a 0 no Defensores del Chaco, em Assunção, protagonizando a recepção do maior nabo entre os brasileiros.

E o Cruzeiro, vedete da competição com a melhor campanha e o melhor futebol da fase de grupos, único invicto até ontem, conseguiu o mais improvável ao levar de 2 a 0 do Once Caldas na Arena do Jacaré. E olha que o time de Cuca, Montillo e Roger venceu a partida de ida em Manizales por 2 a 1, podendo perder por 1 a 0 e levar a vaga. O meia ex-corintiano protagonizou fato decisivo para a partida ao ser expulso com 30 minutos do primeiro tempo. Mas a torcida da Raposa decidiu pegar no pé é da mulher do cara, Deborah Secco, que assistiu a partida in loco. As acusações de pé-frio seriam mais um caso de machismo no futebol brasileiro?

Sobrou o Santos, que não jogou lá essas coisas também contra o América do México, na terça. Marcou, enrolou, deixou o tempo passar e viu o goleiro Rafael salvar a equipe numas 3 ou 4 oportunidades. À guisa de provocação, cabe lembrar que os mexicanos pouparam titulares em pelo menos parte da peleja. Melhor Neymar e cia. ficarem espertos para não apagarem a luz da participação brasileira na Libertadores desse ano.

E os deuses do futebol 'compensaram' Muricy Ramalho

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Quando era técnico do São Paulo, o agora santista Muricy Ramalho teve quatro chances de conquistar uma Libertadores da América. Na primeira vez, em 2006, perdeu a decisão do campeonato para o Internacional de Abel Braga. No ano seguinte, a queda ocorreu logo nas oitavas de final, contra o Grêmio de Mano Menezes. Já em 2008, nova eliminação, dessa vez nas quartas de final, para um Fluminense treinado por Renato Gaúcho. E em 2009, ao ser eliminado pela quarta vez com o São Paulo na competição, perdendo para o Cruzeiro de Adilson Batista (outra vez nas quartas de final), Muricy acabou, finalmente, alijado do comando do Tricolor.

Pois bem: ontem, numa rodada aparentemente tranquila para a maioria dos times brasileiros nas partidas de volta das oitavas de final da Libertadores, os adversários uruguaios, chilenos, paraguaios e colombianos, como num strike de boliche, eliminaram de uma só vez Internacional, Grêmio, Fluminense e Cruzeiro - justamente os quatro algozes de Muricy em seus tempos de São Paulo. A eliminação do Grêmio, treinado por Renato Gaúcho, era até previsível, pois tinha perdido o jogo de ida em casa para a Universidad Católica. Mas as outras derrotas foram simplesmente inacreditáveis, inexplicáveis e surpreendentes.

O Fluminense, que ganhou o jogo de ida por 3 a 1, tomou exatos 3 a 0 do Libertad. O Inter, que tinha obtido um bom empate fora, por 1 a 1, tomou uma virada incrível de 2 a 1, dentro do próprio Beira Rio, e foi despachado pelo Peñarol. E o Cruzeiro, melhor time disparado da Libertadores, que tinha vencido (bem) fora de casa, por 2 a 1, no primeiro jogo das oitavas de final, conseguiu a proeza absurda de perder por 2 a 0 em Minas Gerais, classificando o Once Caldas, de retrospecto sofrível na competição deste ano. Sim, o forte Cruzeiro que seria exatamente o adversário do Santos (de Muricy) nas quartas de final. Toda essa hecatombe de ontem sugere, pra mim, que os deuses do futebol se redimiram e avisaram:

"-Vai, Muricy Ramalho, ser campeão da Libertadores da América!".

Não há outra explicação mais plausível...

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A esperada desclassificação do Grêmio:




A frustrante derrota do Fluminense:




A inexplicável virada sofrida pelo Inter:




A inacreditável eliminação do Cruzeiro:

quinta-feira, fevereiro 17, 2011

Brasileiros na Libertadores: O que Cruzeiro e Grêmio têm

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Por Matheus, do Blá Blá Gol.

O time Azul chega pra sua 4º Libertadores seguida após queda nas oitavas-de-final em 2008, um vice-campeonato em 2009 e queda nas quartas-de-final em 2010. Em 2008, não houve surpresa de forma geral, em 2009 a boa campanha deu status de grande time à base formada por A.B. e em 2010, o time que era favorito caiu pros dois melhores jogos do São Paulo na temporada. Para 2011 o Cruzeiro mantém a base, finalmente tem um camisa 10 que pode decidir e algumas deficiências preocupantes.

Aonde o pão-de-queijo tem mais sabor:
Gol de costas nunca mais
  • O melhor meio-de-campo do Brasil: Nenhum outro time brasileiro tem tantas opções e um meio-de-campo tão bem entrosado quanto o Cruzeiro. Além da trinca de volantes, que foi deixada de lado enquanto Marquinhos Paraná e Fabrício se recuperam de lesão, existe Walter Montillo. Henrique também vem se destacando desde 2009. Se jogar com 2 armadores, o time conta com Gilberto ou Roger para dividir as atenções na criação. Se não, ainda tem Leandro Guerreiro e o polivalente Éverton que podem substituir bem os volantes titulares. Sem falar na promessa de Dudu, que fez boa temporada pelo Coritiba em 2010 e, quando entrou no Cruzeiro esse ano, correspondeu bem.
  • O goleiro da competição: Fábio tem sido São Fábio já há muito tempo. Melhor goleiro do Brasil na temporada passada, muito dos sucessos do Cruzeiro se devem à regularidade com que o guardião das metas azuis tem jogado desde o fatídico gol de costas. O Santo da camisa 1 azul-estrelada passa tranquilidade pro time, pra torcida e pro técnico. Pode ser o diferencial.
  • Sistema defensivo de respeito: Léo é um bom zagueiro e Victorino, até onde sei, é um grande xerife. Além disso, o Cruzeiro possui embaixo das traves, São Fábio. Com os volantes dando proteção, o Cruzeiro teve, ainda que contando com Gil e Edcarlos ano passado, a 2ª defesa menos vazada do Brasileiro. Com Léo e Victorino, a tendência é melhorar ainda mais.
  • Entrosamento, experiência e camisa: Sim, senhores, são três elementos fundamentais para se conquistar a América. Principalmente, os dois primeiros. A base do time vai pra 4ª temporada junta e passou por uma série de provações em todas Libertadores que disputou. Além disso, times de menor expressão tendem a enfrentar o Cruzeiro com maior respeito do que outros brasileiros nem tão conhecidos no exterior (alô, Corinthians, aquele abraço). O mesmo acontece com Grêmio e Santos, principalmente. É o tipo de situação que, ainda que subjetiva, dá mais ânimo e tranquilidade pros jogadores.
Aonde se pode temperar ainda mais:
  • Arena do Jacaré e Torcida: A torcida do Cruzeiro compra o boi do time, como era de se esperar, quando o assunto é Libertadores. O Mineirão, apesar de ser, tradicionalmente, a casa do Cruzeiro, não tinha o aspecto de Alçapão. Os 20 mil malucos (eu, incluso) que devem comparecer aos jogos do time na Libertadores são os mesmos que vão em todos os jogos. Se no Mineirão, que comporta públicos de 65 mil pessoas, essa cambada pode não fazer diferença, na Arena, se usada a favor do Cruzeiro, pode criar um clima muito hostil ao adversário, principalmente nas horas de pressão. O problema é que a torcida azul não tem o perfil de apoiar incansavelmente. Se alguma coisinha dá errado, o caldo pode desandar pro lado que devia ser apoiado. O Estádio, por sua vez, é longe de BH, mas o campo é do tamanho do Mineirão e o gramado está em perfeitas condições. Não existe motivo pra reclamação nesse ponto.
  • Ataque: A situação do ataque titular do Cruzeiro já foi melhor. T. Ribeiro é esforçado e tem uma importante função tática, mas falta habilidade pra ser um bom ponteiro. Dabliupê (o famoso W. Parede) não sabe jogar bola. Até faz seus gols, mas é peça nula quando o assunto é dominar, tranquilizar, tocar a bola. O “Parede” não é a toa e o 9 azul, pra piorar, anda sem sorte. O Cruzeiro está à caça de um camisa 9 de respeito, algo como Fred, por exemplo. Mas pra primeira fase, não vai poder contar com o mesmo. E ir à caça é muito diferente de caçar. Ortigoza, Farías e Wallyson ainda precisam mostrar futebol e não são jogadores que podem mudar, num primeiro momento, o perfil de uma partida.
"Mas eu tava indo tão bem..."
Aonde o caldo pode desandar:
  • Cuca: O técnico do Cruzeiro é uma figura complicada. Depois da rusga entre Gilberto e Roger, onde o chefe da casa-mata comprou a briga do meia-lateral e deixou o Chinelinho de lado, Cuca aprontou mais uma. Depois do clássico, praticamente deu uma de Renato Gaúcho e mandou a culpa “nas principais peças”. Ainda que tenha sido, de fato, culpa dos melhores jogadores que se omitiram, Cuca deveria contemporizar, até porque sua fama, nesse ponto não é das melhores. Na hora de passar tranquilidade, o comandante pode se dar mal e prejudicar o time todo.
  • Lateral-esquerdo: Diego Renan tem sido consistente em não ser um jogador que faz diferença em momentos de tensão. É um bom lateral-esquerdo ambidestro, mas, com um pouquinho de boa-vontade, caberia um jogador melhor naquele lado do campo. O Cruzeiro já foi vice com Gérson Magrão (!), mas foi vice exatamente com duas bolas nas costas desse lateral. E Diego Renan também não prima pela absoluta marcação. Seria interessante ter mais opções naquele setor.
Aonde o bolo de fubá acabou:
  • Lateral-direita: Essa não existe no Cruzeiro. E não existem boas opções de mercado. O Cruzeiro, ao que tudo indica, vai penar com Rômulo e Pablo durante toda a primeira fase, a não ser que Cuca tire um coelho da cartola e faça ajustes com as peças que já tem. Rômulo, o senhor piada, é triste. Pablo, que fez um grande jogo contra o Galo no último clássico, marca muito bem, mas é ineficiente no apoio. Pra quem contava com Jonathan, é digno de desespero. O jogo do Cruzeiro passa muito pelas laterais e não ter um bom jogador pela direita é extremamente preocupante.
  • Ataque fortíssimo: É outra coisa que o Cruzeiro não vai ter. Com sorte, será contratado um goleador pra vir e assumir a camisa 9 azul sem discussão, mas um ataque forte com bons reservas é praticamente impossível. Resta se contentar com o esforço de T. Ribeiro, a velocidade de Wallyson e com os brigadores Farías e Ortigoza. W. Parede? Bom, melhor deixar pra lá.



Promessa de novas avalanches
Por que ter esperanças?  

Estádio Olímpico: O Olímpico, em si, como a grande maioria dos grandees estádios brasileiros, é absolutamente neutro. A diferença não é o efeito que causa no adversário, mas no próprio time do Grêmio. Os jogadores passam a achar que podem ganhar de qualquer um. E naquele típico “dilema Tostines”, fica difícil saber se é o time que levanta a torcida, ou se é a torcida que carrega o time. Mas os dois juntos vão no embalo, e é dificil segurar. Ademais, o estádio estará lotado.

O que pode impulsionar o Grêmio

Mentalidade: O grupo está embebido em Renato. Isso significa que “‘tá todo mundo se achando”! Esqueceram de avisar os jogadores do Grêmio que eles são ruins, que o elenco é limitado, que eles estão abaixo do nível dos times realmente favoritos para a Copa. Eles têm a mais absoluta certeza que nasceram para serem campeões da América, que são imortais e que a camisa do Grêmio é “feiticeira”. E farão de tudo para mostrar ao Mundo que certos estão eles.
Fase de Grupos: O sorteio foi muito favorável ao Grêmio. Não que os adversários sejam aquele “mamão-com-açucar”, será difícil jogar fora seja em Huánuco (o mais fraco dos oponentes), em Santa Cruz de la Sierra (caldeirão, torcida apaixonada) e em Barranquilla (longe, quente e úmido), mas poderia ter sido muito pior. Uma boa campanha nessa fase pode aumentar ainda mais o moral do grupo para o resto da Copa.
Gabriel: joga muito esse nosso lateral-direito. É o jogador mais constante do time, temn forte chegada à frente e não compromete defensivamente.
Victor: goleiro de Seleção brasileira. É frio, seguro, falha pouco e faz milagres de vez em quanto. Na meta, o Grêmio está muito bem servido.

As apostas

Ataque: Sem Jonas, a certeza de um setor ofensivo eficiente fica abalada. Não se sabe se Borges e André Lima podem jogar juntos, e os reservas andam abaixo do que jogaram em 2010. As chegadas de C. Alberto e D. Escudero de forma alguma trazem confiança imediata. Há chances de o setor ofensivo funcionar, mas não há nenhum sinal concreto de que isso ocorra.
Vê se você faz isso, Ronaldo
Douglas: O Grêmio depende dele. Não há reserva à sua altura, e ele, apesar de ser muito bom jogador, é daqueles “craques” que desaparecem nos jogos ou durante a temporada. Numa competição em que uma partida pode decidir tudo, isso é muito pouco.


O que pode emperrar o Grêmio

Renato: Confesso que não vejo nele um treinador ainda pronto. Apesar de ex-jogador e rodado, ele ainda parece não ter todas as credenciais para ser um grande treinador. Fez um excelente e inacreditável trabalho quando chegou no Grêmio no ano passado, mas parece ter dificuldade em lidar com a diretoria e em arrumar a bola parada (tanto ofensiva quanto defensiva). Se mostrar crescimento profissional, aumentam as chances do Grêmio.

Setor Defensivo: Chegou Rodolfo, que parece ser melhor do que os jogadores que estão aí.  O problema é a dificuldade em encontrar-lhe um colega no miolo-de-zaga, já que nem Paulão, nem Vílson reproduzem o futebol do final do ano passado. Ademais, a marcação na meia-cancha ainda não se reencaixou, prejudicando a defesa. Se o Grêmio voltar a se defender como no segundo turno do Brasileiro, o time crescerá junto com a defesa.

Por que se desesperar?

Bagunça Administrativa: A atual direção para um pouco um tanto sem rumo. E quando não se encontra firmeza na diretoria, se algo sair dos trilhos é difícil evitar o descarrilamento. A direção de futebol pode levar o time ao abismo junto com ela, se as coisas não começarem a se acertar na parte de cima da hierarquia. A impressão é que o pior já passou, mas com as decisões da Taça Piratini a caminho, em que nenhum tropeço é admissível, o bolo pode desandar novamente. E agora pode ser de vez…

Lateral-Esquerda
: Na direita, está tudo certo. Já do outro lado… Não que se sinta saudades do Fábio Santos, porque não se sente, mas o fato é que dos quatro laterais-esquerdos da relação (Gílson, Collaço, Neuton e Lúcio) nenhum transparece ser a solução para o setor. Aliás, o fato de ter quatro jogadores listados na posição (se bem que Neuton e Lúcio são polivalentes) já demonstra o quanto há dúvida nessa questão.

Bola Aérea
: Sempre que cruzam alta a bola na área é um “deoznozakuda”; seja em bola parada ou lance construído de jogo. E não há sinais de que vá melhorar logo.
T.R.G.: A Torcida Raivosa Gremista (apelido carinhoso da Social) vem dando sinais de que o reinado da Geral está para acabar. Importaram um estoque considerável de vuvuzelas da África do Sul, e tocam a corneta sem menor pudor ou critério. Considerando que as forças do Grêmio são justamente a mentalidade e o “fator casa”, os corneteiros podem colocar o campeonato no lixo.

quinta-feira, setembro 30, 2010

Nova derrota com velhos problemas

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Quando liguei a TV ontem, Rogério Ceni estava cobrando o pênalti que diminuía para 2 a 1 a vantagem do Grêmio sobre o São Paulo, no estádio Olímpico, no finzinho do primeiro tempo. Não vi o lance da penalidade, mas dizem que o sãopaulino se jogou e o árbitro caiu na dele. Os dois gols do Grêmio foram do ex-tricolor André Lima, em lances de bola alçada na área - um velho problema da atabalhoada defesa (defesa?) do time paulista. No segundo tempo, Sérgio Baresi fez sua substituição padrão, colocando Cleber Santana em campo e tirando o (nulo) Carleto.

Para surpresa geral, logo aos 6 minutos, Marlos pegou uma bola na lateral esquerda do Grêmio e foi conduzindo até a meia lua, de onde disparou um tiro certeiro, que entrou no canto do bom goleiro Vítor: 2 a 2. Aí o Grêmio foi pra cima com tudo e o gol foi só questão de tempo. Porém, quando o jogo ainda estava empatado, Richarlyson levou um pisão assassino na canela (acho que de Edmílson) e o juiz nem cartão deu. Isso poderia ter mudado a história da partida.

Mas, pra não variar, o São Paulo tomou mais dois gols, em falhas de Cleber Santana, que fez pênalti bobo, e de Rogério Ceni, que tentou encaixar uma bola na pequena área e soltou grotescamente no pé do adversário. Falha também de Sérgio Baresi, que mandou Dagoberto aquecer aos 20 da segunda etapa e não o colocou em campo, diante de um Ricardo Oliveira apático, que conseguiu errar bisonhamente o pouco que tentou. O 4 a 2 foi justo. E o São Paulo segue tabela abaixo.

quinta-feira, setembro 16, 2010

Palmeiras ganhou do Grêmio. Acredita?

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No Olímpico, o Palmeiras venceu o Grêmio por 2 a 1. O alviverde mostra que vai melhor fora de casa, mesmo quando o domicílio é o Pacaembu. Vai entender. Marcos Assunção foi decisivo ao marcar um e cruzar no segundo, de Ewerthon. Jonas diminuiu, mas o campeonato fica menos trágicoda 10ª posição.

No dia do aniversário do Tricolor de Renato Gaúcho, sobram  dúvidas sobre o futuro. Os times estavam empatados em 26 pontos, só que o Grêmio estava sem perder a cinco jogos.Tem muito chão pela frente, são duas equipes medianas que vão disputar vaga na Sul-Americana.



Valdívia ficou no banco no começo do jogo. Foi a primeira partida em que o chileno foi preterido desde sua volta. O Palmeiras também abandonou o 3-5-2 de cinco volantes para um 4-4-2 de quatro volantes. Bravo! Não foi isso que fez diferença, foi a confiança demonstrada no gramado.

O gol do Palmeiras aos 14 minutos foi castigo para o time azul, preto e branco, porque os donos da casa mandavam na partida. Mas a falta em Ewerthon foi cobrada por Marcos Assunção deixando a noite mais feliz e mais verde (limão-siciliano).

Já o segundo, aos dois da etapa final, foi aquele gol-luva. Caiu no jeito para deixar o time mais tranquilo. Com boa atuação de Deola e um ou outro contra-ataque que quase dava certo, parecia que a partida estava sob controle verde.

Para quem vencia por 2 a 0, parece normal. Mas fazia tempo que não se via esse tipo de vento a favor do Palmeiras no gramado. O gol gremista só saiu aos 46, num bate rebate. Houve chances boas, mas os visitantes não se acuaram, o que é bom.

O pior é imaginar que, no próximo jogo, contra o São Paulo, muito provavelmente, o desempenho em nada lembrará o que se viu em campo em Porto Alegre. Por que, não sei. Continua a faltar meio de campo criativo, mas isso não explica como a tranquilidade de hoje entrou no lugar da ausência de time do fim de semana, ou da equipe que tanto empata neste campeonato.

Vai entender.

quinta-feira, agosto 26, 2010

Épico

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O Santos x Grêmio de ontem será daqueles jogos de que lembraremos por anos e anos. Não tanto pela importância da partida em si - a não ser que o Santos seja campeão e/ou o Grêmio rebaixado, e assim esses três pontos farão uma diferença danada - mas sim pelas circunstâncias do jogo.

Quando a partida ainda estava pegando no tranco, o Grêmio abriu o placar. Fábio Santos (de apagada passagem pela Vila) recebeu ótima bola e fez ótimo também cruzamento para Borges, que tocou para as redes com muita qualidade.


(E aí cabe um parênteses: esse foi o quarto ou quinto gol neste Brasileirão que o Santos leva de "quase impedimento". Sabe aqueles lances em que, na primeira olhada, parece que o jogador está numa banheira danada, mas depois verifica-se que há alguém dando condição? Então. Quando uma coisa começa a acontecer repetidas vezes, é hora de tratá-la como algo a ser consertado.)

O fato é que o gol gaúcho acabou não modificando muito o panorama da partida. Via-se um Santos com maior qualidade e potencial para criação de jogadas perigosas, mas talvez "respeitando" demais o adversário. O que parecia um erro - a instituição Grêmio FBPA é digna de todo o respeito do mundo, mas os 11 atletas que Renato Portaluppi mandou a campo ontem, nem tanto. O Santos poderia imprimir mais pressão, trazer para si o controle da partida.

Na segunda etapa, a peleja seguiu a mesma toada. Até que o Santos empatou, após um pênalti sofrido por Zé Eduardo e batido de maneira perfeita - e séria! - por Neymar.

O jogo a partir de então ficou aberto. E, dos 35 minutos em diante, chegou a dramaticidade que justifica o título do post.

Primeiro Alex Sandro, lateral que substituía Léo, recebeu dois cartões de maneira infantil e foi para o chuveiro mais cedo. Depois, Neymar invadiu a área e sofreu pênalti. Foi para a cobrança novamente. E, novamente, bateu sério - mas não fez o gol por conta de uma defesa magistral de Victor. O Grêmio se encheu de moral e foi para cima. Bolas alçadas na área, escanteios com o time todo subindo para tentar o cabeceio, pressão da torcida, mas nada do gol.

Até que aos 48 do segundo tempo, num contra-ataque rápido, Neymar chutou, Victor rebateu e Rodriguinho, de longe, fez o gol que selou a segunda vitória seguida do Santos.



O jogo de ontem deixou claro que o Santos está, no mínimo, interessado em lutar pelo título nacional. Se vai ser campeão ou não, é outra história. No sábado o Santos encara o desesperado Goiás, no Pacaembu. Tem tudo para alcançar o terceiro triunfo consecutivo. E deixar claro que Fluminense, Corinthians e cia têm mais um adversário na busca pelo Campeonato Brasileiro.

sábado, maio 22, 2010

Um 4 a 2 para se despedir do Palestra Itália

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Na primeira partida após a saída do técnico Antônio Carlos Zago, o Palmeiras venceu por 4 a 2. E o resultado foi sobre o Grêmio, semifinalista da Copa do Brasil. A última partida recebida pelo estádio Palestra Itália antes da reforma que transformará o templo alvi-verde em arena multiuso, foi marcada por protestos contra a diretoria. Do lado de fora, muitas faixas com "Fora Cipullo" e coisas do gênero foram espalhadas por torcidas organizadas palestrinas.

O pós-Zago, o de mais breve permanência no cargo dos quatro últimos treinadores (em três anos e meio), teve Jorge Parraga com um time que recuava, marcava e saía rapidamente para o contra-ataque. Coisa de time fraco, limitado, diante de uma equipe com mais poder ofensivo. Nada de dar orgulho quando se joga em casa. Mas tudo bastante diferente da incapacidade criativa das últimas partidas.

Não fui ao estádio, apesar do convite de palmeirenses com o comovente apelo da despedida, por causa da participação no NaVaranda, podcast de brasilienses que comentavam a vitória da Inter na final da Champions League, a Copa, o Manguaça Cidadão etc.



Cleiton Xavier jogando bem significa o time melhor. Vinícius, de 16 anos, revelação do clube no lugar do demitido Robert, também mostrou serviço.

Três dos gols palmeirenses foram em jogadas de contra-ataques. Em dois, a bola foi roubada a dez metros da grande área defensiva, com ligação rápida para o campo ofensivo.

Em três gols, houve falhas ou lapsos – para ser mais generoso com os vitoriosos – da zaga gremista. Ewerthon fez o primeiro porque o defensor escorregou. No terceiro, Edinho subiu mais do que a zaga. No quarto, Vinícius fez o que quis na grande área tricolor.

No segundo gol, o camisa 88 do Palmeiras se aproveitou de uma falha da arbitragem, porque estava impedido. Mas registre-se o pênalti clamoroso ignorado no segundo tempo, sobre Armero.

Os gols sofridos, que levaram a partida a um empate parcial, saíram de uma roubada de bola e de uma falta na lateral. Mas o time estava fechado, com uma retaguarda bem armada. De novo, zero de orgulho. De novo, que diferença!

O Grêmio de fato é um time que não foge de tentar criar jogadas, como bem alertou – e me esculhambou – o Nicolau. Contra uma equipe com disposição retranqueira, não dá para saber se o fator saída do técnico teria sido suficiente. Se os gaúchos estivessem bem, errando menos passes, também poderia ser diferente.

O importante é que, se tudo correr bem, na última partida antes de dois anos de reformas, fica registrada uma vitória. Contra um adversário e com um placar respeitáveis. Tá bom.

Começa logo, Copa. Começa logo, reforma.

Outra hora escrevo mais sobre técnicos e o Palmeiras.

quinta-feira, maio 20, 2010

Para a história

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O Santos fez história hoje. Fez por realizar, desde já, a melhor campanha do clube na Copa do Brasil (antes, foram duas semifinais, em 1998 e 2000). Fez por eliminar um bom time do Grêmio, que tem tudo para brigar pelo título do Campeonato Brasileiro. E fez pelo segundo tempo que realizou hoje, e pelos golaços que eliminaram o tricolor gaúcho.



Tal qual na primeira partida da decisão contra o Santo André, o Santos precisou de apenas metade do jogo para vencer. No primeiro tempo, o time esteve nervoso em campo. Praticamente ninguém conseguia acertar uma jogada de qualidade. O (justamente) incensado Paulo Henrique Ganso chegou a perder uma bola que, se o Grêmio tivesse um pouco mais de qualidade ofensiva, poderia ter mudado toda a história do confronto. Neymar estava inseguro e acuado pela boa marcação adversária. E o meio-campo sentia a ausência de Arouca - apesar da partida correta de Rodriguinho, não dá para negar que o ex-tricolor (paulista e carioca) acrescenta um outro toque de qualidade no setor central do gramado.

Mas veio o segundo tempo. A torcida estava mais ligada, e o time também. Começou a etapa sufocando o Grêmio e foi recompensado com um golaço de Ganso, que mandou um tiro indefensável em Victor. Aí chegou a confiança. O Santos foi outro. Conseguiu, verdadeiramente, mostrar seu futebol.

Robinho (o segundo melhor em campo) marcou o segundo gol, antológico como fora o primeiro. O Grêmio chegou a descontar; num gol duplamente estranho, por ter sido proporcionado por uma falha de Felipe (que arrebentara no jogo de ida lá no Sul) e pelo fato de seu anotador, Rafael Marques, estar em posição irregular.

Mas aí Wesley (o melhor em campo) tratou de fazer o terceiro gol e decretar a classificação santista. Que foi indiscutível, pelo que se viu hoje. O Grêmio é bom, mas o Santos é e foi melhor que o time gaúcho no mata-mata.

***

Convencionou-se definir Ronaldo como exemplo de "volta por cima" no futebol. Justo, pelo que o atacante fez na Copa de 2002, depois de frequentar pelos três anos anteriores mesas de cirurgia e clínicas de fisioterapia. Mas o que está acontecendo com Wesley no Santos merece também muita atenção por parte dos admiradores de futebol. A volta por cima do rapaz é assustadora, impressionante. Em 2008, foi um dos principais protagonistas do pior Santos de todos os tempos. A insistência do técnico Leão em escalá-lo fez com que Wesley se tornasse uma das figuras mais hostilizadas da história da Vila Belmiro. Passou um ano no Atlético-PR e, quando se começou a se falar em sobre seu retorno, ofensas impublicáveis se manifestaram. Amigos meus diziam que o Santos faria uma boa troca se mandasse Wesley em definitivo para o Furacão e recebesse em retorno um grampeador e uma máquina de escrever. Sorte que isso não ocorreu, e Wesley ficou no Peixe. É, hoje, um monstro. Se manter a regularidade durante o longo Campeonato Brasileiro, tem tudo pra ser um dos melhores jogadores do Nacional.

***

13.896 pagantes na Vila hoje. Num jogo em que, no visual, o estádio estava repleto de clarões impensáveis em uma partida com essa magnitude. Volta e meia a Vila registra públicos "estranhos", com uma numeração oficial sempre inferior ao que se vê na prática. Hoje, aconteceu o contrário. Havia muito, mas muito espaço, em setores como a arquibancada habitualmente ocupada pela Torcida Jovem. Nem de longe parecia a lata-de-sardinhas que o estádio estava no jogo contra o Atlético-MG, na etapa anterior da Copa do Brasil.

Simplesmente não consigo entender o que acontece.

segunda-feira, maio 17, 2010

Acumulando gordura

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Não, o título não tem nada a ver com o atacante Ronaldo, que nem entrou em campo domingo. O Corinthians venceu o mistão do Grêmio, em Porto Alegre, por 2 a 1. Os gols foram marcados por Ralf (o primeiro dele com a camisa do Timão) e Souza. O Grêmio diminui com Maílson no segundo tempo.

Foi contra os reservas, a gauchada tava muito mais preocupada com o Santos na quarta-feira e coisa e tal. Mas vitória é bom, fora de casa é melhor, e contra time forte melhor ainda.

Com isso, o alvinegro passará a semana como o líder do campeonato nacional, com acachapantes 100% de aproveitamento. Além disso, o centroavante Souza marcou novamente e ostenta impressionante média de um tento por partida neste Brasileirão.



Piadas a parte, é bom acumular gordura - e é essa a missão que Mano Menezes quer que seus comandados realizem - enquanto um pessoal aí ainda está olhando para outros torneios com mais interesse.

E sobre Souza, o Ricardo do parceiro Retrospecto Corintiano lembra que o atacante chegou a seu sexto gol em 2010, número que o rapaz levou a temporada inteira para atingir no ano passado. “Mais alto que o Nelson Ned”, dirá o mal humorado e politicamente incorreto comentarista. E terá razão, a menos que os gols continuem saindo.

quinta-feira, maio 13, 2010

Grêmio 4 X 3 Santos - o castigo pela tibieza

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Antes de falar sobre a vitória do Grêmio sobre o Santos ontem, vou reproduzir um trecho do que escrevi no post sobre o título paulista do Peixe:

"E Dorival Junior? Soube desde o início do seu trabalho reconhecer as características do grupo que tinha em mãos e jogou para frente. Ajudou jogadores a desenvolverem seu potencial, os mesmo que, nas mãos do antecessor, não tiveram como aprimorar o talento que já tinham. Mas lembrou um personagem vivido por Brandão Filho, no extinto humorístico Escolinha do Professor Raimundo, aquele mesmo que respondia bem todas as perguntas para errar barbaramente no final. Ao entrar na partida de ontem com Rodrigo Mancha no lugar do suspenso Wesley chamou o Santo André para o próprio campo e dificultou a saída de bola peixeira.

Pois é. Dorival repetiu o mesmo erro ontem. Entrou para a segunda etapa vencendo o jogo por 2 a 0 após um bom primeiro tempo com bela atuação de Ganso e dois gols de André. O time contava também com grandes intervenções do criticado Felipe, que defendeu um pênalti e fez outras duas defesas difíceis. Enfim, a máquina estava funcionando bem, embora o Grêmio também chegasse e a partida fosse mais equilibrada do que sugeria o placar.

Mas, aos 10, Dorival tirou Marquinhos, que jogava no lugar do suspenso Neymar, e colocou o volante Rodrigo Mancha. O Santos costuma jogar com um meio campo marcador onde o ataque também pressiona a saída de bola adversária. Assim, quem rouba a bola são os meias e atacantes que, em geral, são aqueles que de fato fazem desarmes no Alvinegro. Com Mancha, não apenas o passe foi quebrado como também o poder de recuperação do time na marcação foi prejudicado, já que o volante é lento e tem sérios problemas para acompanhar a saída adversária. Já disse aqui que Mancha não é jogador para o Santos, mas o problema é de quem o escala. E de quem muda o esquema para assegurar um resultado antes da metade do segundo tempo...



Assim, vieram dois gols em dez minutos, com duas bolas perdidas por Mancha. Dorival teve ao menos o bom senso de tirar o atleta, inconsolável após entregar dois gols, e colocar Rodriguinho, que tem um passe um pouco melhor. Mas a volúpia gremista contrastava com o abatimento peixeiro, que voltou a sofrer contra-ataques e outros dois gols nos dez minutos seguintes.



O furioso Rodrigo Mancha, que descontou sua atuação no banco de reservas...

Lembrei de uma partida da qual até hoje tenho raiva. Santos e Grêmio pelas semis da Libertadores de 2007, quando o "gênio" Vanderlei Luxemburgo foi ao Olímpico jogar pra empatar, com a equipe toda recuada. Voltou trazendo um 2 a 0 que dificultava e muito a vida do Santos que, mesmo vencendo por 3 a 1 na volta, foi eliminado. Ontem, Dorival quis recuar tendo em mãos um time que não sabe fazer isso. Seu castigo quase foi mais cruel do que o do nada saudoso técnico que está nas Alterosas.


Mas havia Ganso. E havia Robinho. A defesa tricolor deixou o meia santista pensar, o que foi um erro fatal. Ele achou o atacante da seleção que matou no peito e desferiu um petardo no ângulo de Victor. O Santos ainda seguiu equilibrando até o final da partida, aparentando ter mais preparo físico que o rival (algo semelhante aconteceu no primeiro jogo contra o Atlético-MG), mas foi o golaço de Ganso/Robinho que deixa a missão santista na volta menos ingrata do que aparentava. Provavelmente será outro jogaço.

domingo, dezembro 06, 2009

Ranking sobre uma década de Brasileirão

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Hoje, além da última rodada do Brasileirão atual, encerrou-se uma década de futebol brasileiro. A década em que, seguramente - e falo sem ironia - o futebol nacional mais se mostrou sério. Afinal, depois da pataquada da João Havelange em 2000, chegamos a 10 Campeonatos Brasileiros consecutivos sem uma virada de mesa sequer. Quem caiu, foi rebaixado e jogou à Segunda Divisão, voltando para a elite (ou não) dentro de campo. E tudo isso é muito bom.

Com 10 anos também se pode fazer análises mais precisas sobre o desempenho dos clubes. Ver quem foi bem, quem foi "fogo de palha" e quem se sustentou como referência no futebol.

O Futepoca fez um levantamento com o "pódio" dos Campeonatos Brasileiros de 2000 pra cá. Com a listagem dos primeiros, segundos e terceiros colocados de cada edição elaboramos dois rankings, com os seguintes critérios: o primeiro, para continuar o espírito levantado pela palavra pódio, é o Olímpico - nele, uma única medalha de ouro vale mais que milhares de medalhas de prata, a mesma coisa valendo para a combinação de pratas e bronzes. E outro critério tem como inspiração uma referência cultural aos jovens da minha geração, o jogo Jogos de Verão, do Master System. Nele, para se definir a classificação final dos competidores após o término das provas, se adotava o seguinte critério: o primeiro lugar em cada prova rendia cinco pontos, o segundo três, e o terceiro apenas um. Aí se fazia a somatória dos pontos para se chegar à tabela definitiva.

Antes dos rankings, só a citação rápida de todos os pódios. Respectivamente, primeiro, segundo e terceiro colocados. 2000: Vasco, São Caetano, Cruzeiro; 2001: Atlético-PR, São Caetano, Fluminense; 2002: Santos, Corinthians, Grêmio; 2003: Cruzeiro, Santos, São Paulo; 2004: Santos, Atlético-PR, São Paulo; 2005: Corinthians, Internacional, Goiás; 2006: São Paulo, Internacional, Grêmio; 2007: São Paulo, Santos, Flamengo; 2008: São Paulo, Grêmio, Cruzeiro; 2009: Flamengo, Internacional, São Paulo.

Critério Olímpico:


Critério "Jogos de Verão":


Agora, um pouco de reflexão sobre os números encontrados.

Natural a ponta do São Paulo em ambos os critérios. Por pouco que o Tricolor não dispara ainda mais nestre 2009, já que passou perto de levantar a taça mais uma vez. E o segundo lugar é do Santos - confirmando que a relação "boa administração" e "bom desempenho em pontos corridos" não é tão precisa quanto se fala.

Mais relevantes são as ausências. Do grupo dos 12 times mais geralmente considerados grandes, não figuram na lista Atlético-MG, Botafogo e o Palmeiras. Também não há nenhum nordestino - o "bronze" solitário do Goiás é a única consagração de um time de fora do eixo Sul-Sudeste.

E quais as reflexões de vocês a respeito?

quinta-feira, novembro 19, 2009

Em queda livre, Palmeiras perde mais uma e dá adeus ao título

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Foi por 2 a 0 a nova derrota do Palmeiras na reta final do Brasileirão. No estádio Olímpico, a partida foi bem diferente no primeiro tempo, antes do primeiro gol do Grêmio, em relação ao que aconteceu na segunda etapa.

A derrota para o Grêmio mostrou que a vizinhança são-paulina estava muito mais confiante no Palmeiras do que eu, tamanha fanfarra provocada por cada tento marcado pelos gaúchos. Teve até fogos de artifício no fim da partida. Não era para tanto.

O resultado mostra também um Palmeiras em queda livre, trabalhando para não se classificar para a Libertadores. O futebol apresentado novamente não seria suficiente para pleitear o título e pode nem ser suficiente para garantir classificação para o torneio continental de mais tradição.

Analisar o futebol apresentado pelo alviverde não resolve, porque a partida foi para lá de peculiar. Mas se o Grêmio tivesse motivo e interesse, poderia ter imposto pressão e emplacado uma goleada sem grande dificuldade.

Na primeira etapa, o jogo não teve grandes desequilíbrios, embora os mandantes tenham criado mais chances. Tudo até os 45 minutos, quando o Grêmio fez um a zero com direito a passo de capoeira do argentino Max Lopes. Ele levantou o pé até a quase dois metros de altura, mostrando toda sua elasticidade. Como o zagueiro Danilo estava longe, o árbitro Heber Roberto Lopes preferiu não marcar. Seria um lance mais polêmico se a infração fosse assinalada.

Aí veio o intervalo. Obina e Maurício discutiram, trombaram, e ameaçaram se estapear. Ameaçaram porque erraram a pontaria. Na volta para a etapa final, o homem do apito mandou ambos para o chuveiro mais cedo.

No sábado, André Dias e Hugo se desentenderam, mas levaram apenas o amarelo diante do Vitória. Wagner Mancini chegou a questionar na entrevista coletiva: "Se fossem dois jogadores do Vitória, será que seria só o amarelo?" Se fosse o Palmeiras, seria o vermelho, respondeu Heber Roberto Lopes na noite desta quarta-feira. E mais errado não está Leandro Pedro Vuaden que apitou a outra partida.

Não é por causa da arbitragem que o Palmeiras está fora da disputa pelo título, mas porque seu futebol se esvaiu pelo ralo durante a competição. No segundo tempo da partida do Olímpico, com dois a menos, mostrou aplicação na marcação e controle emocional que foi mais eficiente pela falta de disposição gremista do que pela eficácia da ação verde. É que com Marcão na defesa a emoção é garantida.

Mas tivesse mostrado esse nível de disposição em partidas como a contra o Fluminense, no primeiro tempo contra o Sport ou diversos outros jogos, a história poderia ser diferente.

Mas não foi.

A raiva das últimas rodadas já virou só tristeza.

quinta-feira, novembro 05, 2009

Sufoco, calor e garganta seca

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Por Moriti Neto


Noite quente. Jogo e cerveja também. A partida entre São Paulo e Grêmio, no estádio Olímpico, foi bastante movimentada, embora, em vários instantes, o corre-corre só tenha sido garantido por chutões para as áreas tricolores.

O começo do jogo até que foi promissor. O time do Morumbi pressionava a saída gremista e passava mais tempo no campo de ataque. A posse de bola paulista era muito maior do que a do adversário, mas justamente quando era melhor, a equipe tomou o gol numa falha grotesca da defesa. Aos 24 minutos, Douglas Costa levantou a bola e Rafael Marques, entre cinco são-paulinos, cabeceou sem dificuldades, fazendo 1 a 0 para o onze gaúcho.

Não demorou muito e o Tricolor Paulista, voltando a dominar o controle da redonda, empatou a peleja. Hernanes fez boa jogada pela ponta direita, cruzou de pé esquerdo e Dagoberto marcou. Eram 31 minutos e, curiosamente, a bola desviou em quem antes de entrar? Em Rafael Marques, autor do tento do Grêmio. Daí para frente, os goleiros Rogério Ceni e Victor praticamente não trabalharam na etapa inicial.

No segundo tempo, o ritmo mudou. Os donos da casa vieram dos vestiários com disposição de jogar ofensivamente e criaram duas chances aos 12 e aos 13. O São Paulo só respondeu aos 21. A partir de então, a coisa começou a ficar desesperadora. A geladeira de casa pifou e, na pressa de tomar as últimas cervejas que resistiam bravamente ao calor, não vi a jogada, aos 30, em que Jean teria feito pênalti em Fábio Santos.

Para aumentar a tensão, somando-se ao calor e à ausência da gelada, quando os são-paulinos equilibravam a situação, Borges, que entrara no lugar de Washington, foi expulso, aos 32. E repentinamente, o São Paulo ficou sem ataque, pois Dagoberto, um minuto depois, também tomou o vermelho. Coincidências nas exclusões: as duas faltas foram feitas no volante Túlio e tiveram alto grau de imbecilidade.

Paulo Autuori fez o óbvio e mandou sua equipe à frente. A pressão foi grande e Rogério praticou, ao menos, três defesas salvadoras. Eu, claro, batia na geladeira para descontar a tensão – não sei se com raiva da própria ou se pelo descontrole inexplicável de um time experiente, que disputa um título e tinha condições de virar o resultado. Enfim, creio que a bronca era multiplicada.

Aos 48, Jean levou o segundo amarelo. Apenas oito são-paulinos ficaram no gramado. O jogo iria até os 51. Até o apito final do juiz, o tempo foi de sufoco.

Com o empate fora de casa contra a equipe de melhor campanha como mandante, três atletas a menos e a liderança provisória do campeonato, o São Paulo saiu no lucro. Não posso dizer o mesmo. Sofri com o jogo e fiquei sem cerveja gelada.


Moriti Neto é torcedor do São Paulo e escreve sobre o Tricolor Paulista no Futepoca. Qualquer são-paulinismo exacerbado não é de responsabilidade de quem publica, hehe...

quinta-feira, outubro 29, 2009

93 milhões em ação, pra frente Goiás!

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Considerando a pesquisa mais recente, de 2007, e o levantamento populacional deste ano do IBGE, podemos afirmar, com margem de erro razoavelmente baixa, que o Goiás terá uma torcida adicional de 92,4 milhões de torcedores hoje para, pelo menos, arrancar um empate contra o vice-líder Palmeiras pela 32ª rodada do Campeonato Brasileiro. Isso levando em conta que os maiores secadores do alviverde paulistano serão, pela ordem:

1 - 15,1 milhões de sãopaulinos (que também vão azarar o galo mineiro);

2 - 3,7 milhões de atleticanos, cujo time pode alcançar a liderança e, desde já, torcem pela caveira de Palmeiras e São Paulo;

3 - 5,6 milhões de colorados, pois o Inter de Porto Alegre não quer ver um líder a mais de três pontos de distância e torce para que todos a sua frente percam;

4 - 5,6 milhões de cruzeirenses, pelo mesmo motivo (e que, como os sãopaulinos, vão secar o Galo);

5 - 32,2 milhões de flamenguistas, que, como atleticanos e colorados, não querem ver um líder tão distante (e ainda tem a identificação histórica entre palmeirenses e vascaínos);

6 - 7,5 milhões de gremistas, que comemoram a vitória de ontem - mais a derrota do maior rival - e acreditam que ainda é possível, desde que o líder não esteja tão distante;

7 - 22,7 milhões de corintianos, que, lógico, estão secando com maior raiva o hexacampeão do Morumbi, mas que também não querem o pentacampeonato do inimigo Palmeiras, que superaria seus quatro títulos.

Por isso, se considerarmos um mínimo de 600 mil torcedores do Goiás, chegamos a 93 milhões de pessoas zicando uma vitória palestrina. Metade do Brasil! E assim, mesmo que a ideia e a imagem nem sejam inéditas (pior, partiram do palmeirense De Massad no fim do ano passado), vale o repeteco:


Ps.: Concordo que o São Paulo precisa secar o Atlético-MG, não consigo torcer pelo Fluminense depois da sacanagem da Copa João Havelange, que o trouxe de volta para a elite na mão grande. Cai, Flu! O Galo tropeça depois.

segunda-feira, agosto 24, 2009

É melhor falar de vôlei e F1

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Ok, daqui a pouco falo da vitória mais que merecida do Grêmio, mas antes vale o registro da seleção feminina de vôlei, que ganhou o Grand Prix, torneio disputado todo ano entre as principais seleções do mundo. E é isso que chama a atenção, o Brasil passou de forma invicta por China, Rússia, Alemanha, Holanda etc. Bela campanha, sem nenhum trocadilho para a beleza do vôlei feminino.


Outro destaque foi a vitória de Rubinho, numa corrida em que foi perfeito. Saiu em terceiro, aproveitou as chances de andar rápido quando estava sem ninguém à frente e, principalmente, foi constante o tempo todo. Foi ajudado pela incompetência da Mc Laren na troca de pneus de Hamilton, mas a sorte ajuda quem faz o seu trabalho. E ontem Rubinho correu como gente grande, ops.

Parando de enrolar, ontem o Galo perdeu para o Grêmio de quatro de maneira merecida. Mas um números chama a atenção. No primeiro tempo o Atlético finalizou oito vezes contra cinco do Grêmio, com a diferença de que três do tricolor gaúcho entraram no gol. Competência dos tricolores e excessos de erros do alvinegro. Vale destacar que foi a terceira goleada seguida dos gaúchos no Olímpico. Sorte que o desempenho fora de casa venha sendo pífio.

No segundo tempo, foi mais equilibrado, principalmente porque o Grêmio já fizera o placar que lhe interessava. O Galo tomou um e fez outro, mas foi deprimente ver os jogadores de Minas tocando a bola no final para não tomar de mais. Destaque negativo para Diego Tardelli, que depois que voltou da seleção não está acertando um passe sequer. E para a dupla de zagueiros, Alex Bruno e Welton Felipe, que errou tudo que podia. O goleiro Bruno fez sua segunda partida, se não errou também não fez nenhuma defesa difícil.

Agora vem um jogo em casa contra o Goiás pela Sulamericana, em que não sei se será usado o time titular, o que não faz muita diferença. E o jogo contra o Sport, no domingo, no Mineirão. Se quiser disputar qualquer coisa que não seja o rebaixamento, o Galo tem de começar a ganhar.

sexta-feira, agosto 07, 2009

Grêmio para o Palmeiras de Muricy, vantagem é de 3 pontos

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O Palmeiras empatou com o Grêmio em 1 a 1 no Palestra Itália. Foram os primeiros dois pontos perdidos por Muricy Ramalho na terceira partida no comando da equipe. Foi também a terceira partida consecutiva em que o time foi capaz de balançar uma única vez as redes adversárias.

São três pontos de vantagem sobre o Goiás, segundo colocado, e quatro sobre o Atlético-MG, que tem um jogo a menos. Poderia ser pelo menos cinco. Mas na quinta-feira, o Grêmio estava do outro lado.

Cleiton Xavier e Maxi Lopes marcaram os gols aos 28 e aos 30 do primeiro tempo. Por Marcos, o Goleiro, o Palmeiras não levou a virada nos minutos seguintes. Por falta de pontaria no segundo tempo não garantiu a vitória.



Com Marcão no lugar de Armero, o time teve menos força na esquerda. Faltou um pouco mais de eficiência e concentração para vencer a partida, especialmente no início do jogo, antes do gol, e na etapa final.

Falta arroz com feijão para se considerar o time engrenado na liderança.

Na parte de baixo
O Fluminense mandou 5 a 1 sobre o Sport e entregou aos pernambucanos a lanterna do Brasileirão. Foram 11 partidas em dois meses sem vitória até os cariocas reencontrarem a fórmula: fazer mais gols do que sofrê-los. Parece mais fácil do que na prática.

Apesar da boa apresentação de Kieza e Roni, a vitória não garante muita coisa ao vice-lanterna. O jogo dos desesperados na 17 rodada não é referência.

sexta-feira, julho 03, 2009

A história é que adora uma repetição

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Kleber, mais uma vez decisivo.

Foto: UAI/Estado de Minas


Sempre ouvi dizer que a história se repete enquanto farsa, mas ontem parecia estar vendo entre Grêmio e Cruzeiro o mesmo jogo que fizeram Inter e Corinthians.

Os dois times gaúchos, em casa, precisavam reverter placares desfavoráveis, tomaram dois gol e precisavam ganhar com diferença de três gols, ou seja, fazer pelo menos 5. Acabaram empatando em 2 a 2 e entregando a vaga para a final da Libertadores e o título da Copa do Brasil aos adversários. Com direito a tomar baile, ficar com jogador a menos etc.

Confesso que sequei um pouco (de verdade tanto fazia) o Corinthians. Como meu pé secador anda frio no inverno, ontem nem me dei ao trabalho de torcer para o Grêmio. Nem vi o primeiro tempo. Como os dois a zero e a partida definida no segundo, nem adiantava mais torcer contra. Vi por diletantismo.

Mas o que pareceu é que o Adílson, como fizera o Mano contra o Tite, deu um nó no Autuori. Foi óbvio, mas eficiente. Armou duas linhas de quatro defensores e saía no contra-ataque. O maior mérito foi marcar todas as principais jogadas do adversário. Não por acaso, acredito que Mano e Adílson sejam os dois melhores técnicos do país atualmente, depois das quedas de Muricy e Luxemburgo.

Agora, mesmo sendo Estudiantes desde criancinha, prometo ao amigo Gerardo que não vou ficar secando muito o Cruzeiro, porque não está funcionando. Agora, para dar azar, declaro que o Cruzeiro já é campeão da Libertadores. Vamos ver se funciona...

Sei não, por mais que doa dizer, o time azul é muito melhor que los hermanos de La Plata.

quinta-feira, junho 25, 2009

Racismo não é - ou não deve ser - coisa do futebol

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Jogo de Libertadores, quente, um jogador argentino chama um negro de "macaco". Não, essa não é a partida entre São Paulo e Quilmes, em que Grafite foi ofendido por Desábato. Aconteceu novamente ontem, na partidaça entre Cruzeiro e Grêmio, cujo alto nível técnico foi ofuscado pela ofensa racista de Máxi Lopez contra Elicarlos.

O pior de tudo foi a reação por parte do Grêmio. Um verdadeiro escarcéu para evitar que o atacante tricolor fosse depor na delegacia e, em meio a isso, um festival de besteiras ditas por diretores e pelo técnico Paulo Autuori. Falou o comandante: "Nós já vimos esse filme. Já vimos esse filme em São Paulo e não deu em nada. Muita gente apareceu, acabou tudo como acaba no Brasil, porque não é nada, é apenas um jogo de futebol. Acho que nós temos que preocupar com coisas muito mais sérias, nosso país precisa ser mais sério nas coisas".

Mas a afirmação de que "temos que nos preocupar com coisas muito mais sérias" e algo intrigante. Racismo não é sério, Autuori? Então o que é? Uma partida de futebol? A desfaçatez chegou ao nivel extremo com o diretor André Krieger, que afirmou: "Ele (Máxi Lopez) disse que não fez nada e que nem sabe o que significa 'macaco'". Quando ouvi isso lembrei na hora da torcida do Boca "saudando" Pelé na final da Libertadores de 1963, aos gritos de "Pelé hijo de puta, macaquito de Brasil". Claro que ele não sabe o que significa o termo...



Curioso que um diretor gremista (nao peguei o nome dele, a declaração foi dada à Rádio Gaúcha) foi na mesma linha, dizendo, inclusive, que o "garoto" (Elicarlos) deveria estar preocupado com a repercussão disso entre os "colegas" já que ninguém gosta de ter fama de dedo-duro. Ou seja, ele deve ficar quietinho e não denunciar, mesmo que seja vitima de um crime. Bela lição a do dirigente...

Além disso, agora há a tática de intimidaçao, ao se afirmar que se criou um "clima hostil" para o jogo de volta. Além de passar a mão na cabeça do atacante, que poderia se desculpar pelo que falou, os dirigentes dão a entender que nada farão para evitar qualquer reação da torcida contra Elicarlos. Perdem a oportunidade de exercer um papel educativo, raro no futebol mundial e principalmente no brasileiro, e marcar posição contra o racismo, fingindo que ele não existe e que é "coisa do jogo".

Outro argumento contestável é o de que a provocação faz parte do futebol, por isso ele pode chamar o adversário de "macaco". Misturam-se as coisas. Claro que provocação faz parte de qualquer esporte e acontece até na mesa de bilhar ou no jogo de truco. Mas existe um limite e o racismo extrapola isso. Tratar esse tipo de ofensa como algo normal ou que sempre aconteceu é um tipo de raciocínio similar ao dos senhores de escravo de tempos idos. "Eles sempre foram escravos, porque tem que mudar?". Ainda bem que os tempos mudam, e resta ao futebol reconhecer isso e colaborar para que a praga racista seja extinta.

Em tempo: a reação de Vágner quando escuta a ofensa, tomando as dores de Elicarlos, é mais que nobre. Há alguns motivos que levam alguém a ficar indignado e estes, certamente, são mais importantes que o futebol.