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segunda-feira, novembro 23, 2015

Mais simbólico, impossível

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O Corinthians levantar o troféu de seu 6º título brasileiro no dia em que aplica 6 gols no São Paulo já é "conta de mentiroso", de tão perfeito, mas penso que o dia de ontem representará - "eternamente, dentro dos nossos corações" - um marco ainda mais indelével. No futuro, se alguém se arriscar a escrever um livro sobre a "revolução corintiana" ocorrida a partir de 2008, como bem definiu Ronaldo "Cada-Vez-Mais" Gordo, em contraposição à (surpreendente) derrocada sãopaulina com início naquele mesmo ano, poderá terminar esse "estudo de casos", como epílogo (ou epitáfio...), narrando a acachapante, histórica e inapelável goleada/surra/sova/massacre/humilhação de 22 de novembro de 2015 no Itaquerão, vulgo Arena Corinthians, para deleite do "bando de loucos".

Mais simbólico, impossível: o time que alcançava em 2008 o mesmo posto de hexacampeão brasileiro, logo depois de sagrar-se tricampeão da Libertadores e do Mundial de Clubes, com elenco invejável, administração elogiada, melhor estádio particular dos três grandes clubes da capital naquela época, e com perspectivas das mais otimistas dentro e fora de campo, é o mesmo que agora, apenas sete anos depois, é feito em pedaços pelo rival - e exatamente o mesmo que, naquele 2008, disputava a Série B do Brasileiro, depois de dois anos sofríveis na Série A, que culminaram no rebaixamento em 2007. Ali, naquele momento, nem o mais arguto ou profeta dos especialistas em futebol arriscaria prever a fantástica e fulminante inversão de papéis entre os dois clubes.

Para se ter uma ideia, entre 2003 e 2007, o São Paulo passou 14 "Majestosos" sem perder para o Corinthians, com 9 vitórias (incluindo uma partida anulada e uma goleada de 5 a 1 em 2005) e cinco empates. Daí, a partir de 2009, tudo mudou. E como! Enquanto Juvenal Juvêncio, na presidência sãopaulina, começava a destruir tudo, absolutamente tudo, o que havia sido conquistado e consolidado entre 2005 e 2008, com uma profusão inesgotável de insanidades absurdas, condenando o clube ao jejum de títulos, à insolvência financeira e aos vexames sequenciais dentro de campo, Andrés Sanchez, o presidente alvinegro de então, botava em prática uma gestão que faria o Corinthians não só renascer das cinzas como ser alçado a outro nível no futebol mundial.

Foi simbólica, como primeiro capítulo dessa (inacreditável e imprevisível) troca de posições, a disputa das semifinais do Campeonato Paulista de 2009, quando os corintianos calaram o - até então "soberano" - adversário com duas vitórias maiúsculas, fixadas para sempre na memória futebolística pelo gol de virada na primeira partida e gesto de "f*-se" para a torcida sãopaulina feito por Cristian (o mesmo que fez o 6º gol ontem, repetindo o gesto) e pelo golaço de Ronaldo Gordo em pleno Morumbi, após arrancada sobre o zagueiro Rodrigo, no segundo jogo. Pouco depois, o tricampeão brasileiro Muricy Ramalho seria demitido do comando do São Paulo, que não mais ganharia um só título "de respeito", apenas a Sul-Americana de 2012, na qual enfrentou uma série de adversários sofríveis.

E o Corinthians, pelo contrário, iria enfileirar troféus importantes: dois Paulistas, dois Brasileiros, uma Copa do Brasil, uma Libertadores, uma Recopa Sul-Americana e um Mundial de Clubes. Entre 2007 e 2011, passou 11 jogos sem perder para o São Paulo, com 7 vitórias e 4 empates. Após o fim desse tabu, prosseguiria aplicando vitórias seguras e decisivas no rival, como na decisão da Recopa em 2013 ou na fase eliminatória do Paulistão do ano seguinte, com direito a um 5 a 0 em 2011 e ao 6 x 1 de ontem. No período, o São Paulo perdeu jogo de Copa no Morumbi, perdeu patrocínio master, perdeu o equilíbrio financeiro e, mais do que tudo, perdeu o respeito em campo. Antes, até 2009, quando era derrotado pelos rivais, provocava reações vingativas e furiosas. Hoje, provoca risos. E dó.

Senão, vejamos: neste ano de 2015, em 14 clássicos disputados contra os três arquirrivais paulistas, perdeu 9, empatou 3 e venceu apenas 2. Sofreu 31 gols (mais de dois por clássico), sendo 13 marcados pelo Santos, 10 pelo Corinthians e 8 pelo Palmeiras. Os rivais gargalharam com mais duas eliminações sofridas para os santistas, na semifinal do Paulista (pela quarta vez em cinco anos) e da Copa do Brasil (com duas derrotas por 3 x 1 que impressionaram pela facilidade encontrada pelo adversário), mais um 3 x 0 tranquilo no Brasileirão; duas goleadas vexaminosas para os palmeirenses (3 x 0 no Paulista e 4 x 0 no nacional); e três derrotas para os corintianos (incluindo um 2 a 0 categórico na Libertadores e a sacolada histórica de seis gols). Hoje, ninguém teme o São Paulo.

O Timão, na contramão, é mais "todo-poderoso" do que nunca. Construiu uma moderna arena e tirou a Copa (e os mandos de seus jogos, sempre lucrativos) do Morumbi, multiplicou suas fontes de renda e sua imensa torcida, saneou as finanças, acertou nas contratações e, acima de tudo, na aposta em Tite, o melhor técnico do Brasil, sem dúvida - e que foi bancado, corajosamente, por Andrés Sanchez na crise gerada pela eliminação por um time fraco na pré-Libertadores de 2011, que adiantou, inclusive, a aposentadoria do já citado Ronaldo Gordo, outra aposta certeira de Sanchez e personagem central e decisivo da tal revolução posta em movimento de 2008 pra cá. Por outro lado, o São Paulo expõe-se, mais do que nunca, fraco, abatido, perdido e inofensivo. E sem horizontes.

A partir de 2009 ou 2010, quando passou a fazer a alegria dos arquirrivais nos clássicos disputados, principalmente os decisivos ou eliminatórios, o time sãopaulino, fosse qual fosse sua escalação ou o técnico no banco (e foram dez, sem contar o cada vez mais requisitado auxiliar Milton Cruz), o São Paulo já entra em campo nessas ocasiões com semblante e espírito de derrotado. Até consegue um triunfo aqui ou acolá, em jogos que não valem nada. Mas o time treme quando tem que enfrentar Corinthians, Palmeiras ou Santos, é visível. Ontem, contra oito reservas do alvinegro paulistano, os titulares do Tricolor aparentavam nervosismo, confusão, pânico e descontrole. Se o segundo tempo tivesse acréscimos (o que seria justo, com dois pênaltis marcados e três substituições pra cada lado), poderiam ter levado 7 ou 8 gols. Mas o juiz apitou o fim 5 segundos antes dos 45. Será que ficou com dó?

Hoje, corintianos e santistas dominam o futebol paulista e nacional e palmeirenses caminham para uma recuperação consistente. Não por acaso, o primeiro é campeão do Brasileiro dando show e os outros dois disputam a decisão da Copa do Brasil (e, se a vitória for alviverde, o ano fechará com um título para cada um dos três, enquanto o São Paulo - mais uma vez - só observa, chupando o dedo). Se Corinthians e Palmeiras têm estádios modernos e lucrativos e sedimentam caminhos estáveis para suas equipes, e o Santos revela dezenas de jovens talentos e prossegue na conquista regular de títulos, o São Paulo desce cada vez mais o nível e é gerido como time pequeno. O resultado: vexames e mais vexames. Pra quê disputar a Libertadores? Pra passar (mais) vergonha(s) em nível continental?

Pra fechar o post, voltando ao seu mote (o estudo de caso sobre a revolução corintiana versus destruição sãopaulina entre 2008 e 2015), registro dois comentários muito precisos: um, do Mauro Beting, que há dois anos já observava que um dos maiores erros do Tricolor nesse período foi se autointitular "soberano" (mais uma "obra" obrada por Juvenal Juvêncio); e outro do ex-zagueiro William, hoje trabalhando na SporTV, que reforçou o time vitorioso do Corinthians na Série B e lembrou na quinta-feira, quando o alvinegro confirmou o título deste ano após empatar com o Vasco, que Andrés Sanchez remontou o elenco em 2008 brigando por reforços com os times da Série A (ele, por exemplo, foi tirado do Grêmio). Isso explica muita coisa sobre a bifurcação de destinos dos dois clubes há sete anos e sobre a discrepância de hoje. Ao querido São Paulo, minhas (sentidas) condolências.




segunda-feira, junho 29, 2015

Um gol para cada mês de atraso de grana. Coincidência?

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Leandro Pereira chuta; Souza, Dória e Rogério Ceni 'assistem'; 1 x 0
Opinião de um torcedor do São Paulo: se o time do Palmeiras fosse pouca coisa melhor e não tivesse jogado apenas no contra-ataque, esperando as (quatro) falhas do oponente, o clássico de ontem teria sido um atropelo da magnitude dos 7 a 1 que a Alemanha enfiou no Brasil ano passado. O fraco, inoperante e inofensivo time (time?!?) de Juan Carlos Osorio foi à casa do adversário sem sistema - ou qualquer tipo de planejamento - defensivo. E sem zagueiros, se considerarmos que nem Dória nem Rafael Tolói merecem a alcunha. Pior: o São Paulo jogou - mais uma vez - com um a menos, pois Paulo Henrique Ganso, como diria o Padre Quevedo, "non ecziste" (ou dois a menos, se considerarmos a participação "efetiva" de Luís Fabiano). Repito: se o time do Palmeiras tivesse se empolgado e "partido pra cima", com sua torcida empurrando, teria feito 7 ou 8 gols, fácil fácil.

Victor Ramos sobe sozinho e comemora após testar para a rede: 2 x 0
Mas os sonoros 4 a 0 - que se estendem para 7 a 0 se considerado o Choque-Rei anterior - já servem para a torcida alviverde gargalhar por um bom tempo, e para os ingênuos que ainda bravateiam o tal "forte elenco do São Paulo, um dos melhores do Brasil" pararem de acreditar em Papai Noel, digo, na mídia esportiva (ah, a mídia esportiva!). Nem vou fazer comentários sobre o técnico colombiano, suas (polêmicas) anotações em caderninhos, escalações, substituições ou expulsão no clássico de ontem, pois considero que nem José Mourinho, nem Pepe Guardiola e nem Jesus Cristo conseguiriam transformar esse catado do São Paulo em uma equipe realmente competitiva. Enquanto a diretoria forçar as escalações de Ganso, Luís Fabiano e Pato, sonhando com futuras (e improváveis) transações, a torcida tricolor terá que se conformar com derrotas e vexames.

Rafael Marques faz 3º - no jogo e dele sobre Rogério Ceni neste ano
E não só esses três: quando vi a dupla de zaga ontem, Dória e Tolói, já previ uma tarde de pesadelo. Aliás, eu sempre considerei o (mediano e esforçado) Paulo Miranda melhor do que o (abaixo de mediano e entregador de rapadura) Tolói. Isso se confirmou com a venda do primeiro (que, bem ou mal, tinha alguém interessado nele), enquanto ninguém quer o segundo. Dória é uma enganação, e é melhor que vá embora. O superestimado Souza, idem. Os laterais Bruno e Carlinhos, "reforços" deste ano (ha!ha!ha!, riem os adversários), são ótimos para o banco de reservas - onde já "residem" outros três recém-contratados,Thiago Mendes, Centurión e Johnatan Cafu. E quem sobra? Michel Bastos. Que não é nenhuma Brastemp. E Rogério Ceni, em - triste e constrangedor - fim de carreira. Osorio já deve estar se dando conta da roubada em que se meteu...

Cristaldo cabeceia livre e completa o 'chocolate' do Palmeiras: 4 x 0
E se o time (time?!?!??) do São Paulo oferece "tantas" "opções" e "tantos" "talentos" para o técnico, ou qualquer técnico, seja ele quem for, quem é responsável? A diretoria, lógico. A mesma que, em certos nichos da mídia esportiva (ah, a mídia esportiva...), é elogiada como "moderna", "eficiente". A mesma que alardeou a venda de Rodrigo Caio para o Valencia... SÓ QUE NÃO! (clique aqui para ler sobre o fiasco) A mesma que, nesta segunda-feira de gozação palmeirense e cabeça inchada sãopaulina, nos proporciona mais uma prova de sua "eficiência" e "modernidade": a notícia de que o "São Paulo não vai pagar elenco no dia 10; serão quatro meses de atraso". Não é curioso? QUATRO meses: o mesmo número de gols sofridos ontem no estádio do Palmeiras. Imagine o que teria acontecido no jogo se a diretoria estivesse devendo nove ou dez meses de grana!

PS.: E o técnico do Palmeiras nos 4 x 0 era Marcelo Oliveira. AQUELE MESMO.


quarta-feira, abril 08, 2015

Som na caixa, manguaça! - Volume 85

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LÁ SE VAI O CAMPEONATO


Domingo, chegou o grande dia
Meu time nas finais, uma tarde de alegria
No boteco, com os camaradas
A cerveja lidera a invasão da arquibancada!

Olê!Olê!Olê!Olê!......

Nossa torcida cumpre seu papel
Cantamos e cantamos, nosso time lá no céu
A defesa é como uma muralha
Nosso ataque corta como uma navalha!

Olê!Olê!Olê!Olê!......

O jogo segue empatado
O adversário luta e por isso é respeitado
E então um pênalti é marcado
Vamos ao deliro, chacoalhamos o estádio!

Olê!Olê!Olê!Olê!......

A tensão congela nossas almas
E o nosso atacante corre para a bola
O nervosismo estampado nos seus olhos
O chute muito alto e a bola vai pra fora!

Olê!Olê!Olê!Olê!......

O empate não é nosso resultado
Um pênalti perdido, lá se vai o campeonato!
A raiva nos toma o coração
Queremos quebrar tudo, mas beber é a opção

Olê!Olê!Olê!Olê!.....

Cantando, vamos para o bar
Lembrar as nossas glórias, a mágoa afogar
Apesar da alegria, ninguém pôde esquecer
Que o maldito campeonato, acabamos de perder!

(Do CD "Canções de batalha", gravadora TRREB, 2004)




segunda-feira, abril 06, 2015

Muricy não completará 500 jogos como técnico do SPFC

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Desânimo: para Muricy, já deu a hora
A derrota por 2 a 0 para o Botafogo de Ribeirão Preto marcou o 474º jogo de Muricy Ramalho como treinador do São Paulo, em sua terceira passagem pelo clube (segundo levantamento divulgado pela TV Bandeirantes). Restariam, portanto, 58 jogos para igualar Vicente Feola, o recordista, que treinou a equipe 532 vezes. Mas isso dificilmente vai ocorrer. Aliás, nem perto dos 500 jogos Muricy deverá chegar, mesmo tendo contrato até dezembro deste ano. Depois da entrevista que o desanimado, desolado e irreversivelmente abatido treinador concedeu após a derrota de ontem, parece claro que seus dias - ou melhor, jogos - estão contados no São Paulo: "A gente se sente envergonhado (...) Já estou bem arrebentado com minha saúde, não aguento mais" (leia clicando aqui). Esse "não aguento mais" parece um desabafo de milhões de sãopaulinos que escapou pela garganta de Muricy, involuntariamente. E eu estou entre aqueles que nem colocam a culpa nele, pois o buraco é (muito) mais embaixo. Mas seu prazo de validade, sem dúvida, já expirou.

Se der a lógica futebolística, o Red Bull eliminará o São Paulo nas quartas-de-final do Paulistão, no próximo fim de semana. O time de Campinas vem embalado e, recentemente, derrotou o Palmeiras e empatou com o Corinthians - rivais que superaram o Tricolor sem fazer muito esforço. E a polêmica sobre jogar ou não no Morumbi nem faz diferença, pois ano passado a eliminação no estadual, para o Penapolense, ocorreu justamente diante da própria torcida. Na Libertadores, tendo que decidir a "vida" contra o Corinthians, melhor nem falar nada... O problema nem é esse. Tirando o exercício de "palpitologia", o que me faz visualizar a guilhotina caindo sobre o São Paulo e, consequentemente, sobre Muricy, é a "falta de tudo" no time da capital. Falta de esquema tático, de padrão de jogo, de entrosamento, de jogadas ensaiadas, de sistema defensivo, de saída de bola, de laterais, de armadores, de atacantes, de líderes, de finalizações objetivas, de técnica, de ânimo, de garra. Falta de tudo, mesmo. Este início de temporada está perigosamente semelhante ao de 2013, quando o clube afundou em crise aguda e quase foi rebaixado no Brasileirão.

Juvenal levou clube ao fundo do poço
Naquela época, Muricy retornou e, inegavelmente, foi quem salvou o São Paulo da degola. Porém, aquele alívio imediato camuflou um mau sinal: técnico que começa a ser chamado pra salvar time de rebaixamento raramente retorna ao patamar dos que brigam por título. Pior: não dá pra brigar por título, a curto prazo, em um clube totalmente desestruturado, que precisa recomeçar do zero. O fundo do poço onde o São Paulo chegou em 2013, resultado da gestão desastrosa de Juvenal Juvêncio, foi um aviso aos sãopaulinos mais conscientes de que ainda vai levar muito tempo para a equipe voltar a brigar de igual pra igual com os grandes. Essa conversa fiada da diretoria de "melhor elenco do Brasil" e de que há "obrigação de ganhar título" é, mais do que delírio e prepotência, um grande engodo. É má fé. Coitado de quem acredita nisso. Carlos Miguel Aidar e Ataíde Gil Guerreiro são dois embusteiros, que vivem de bravatas ridículas, num estilo parecido ao do Juvenal. Acorda, torcedor! O clube não tem patrocinador master há quase um ano! Já  começou a atrasar salários! A torcida sumiu do estádio! A diretoria está rachada e nem consegue chegar a um acordo para reformar o (anacrônico) Morumbi! Estamos f*! Essa é a realidade.

Vejam o desnível em relação aos dois outros rivais da capital, que ostentam arenas novas e modernas, capazes de atrair todo tipo de evento e de patrocínio, e lotam as arquibancadas todos os jogos. Fora os milhões de reias da Caixa, para o Corinthians, e da Crefisa, para o Palmeiras. O São Paulo não chega nem perto (e nem longe) de vislumbrar algo parecido e, quanto mais o tempo passa, mais a situação se agrava. E isso, lógico, tem reflexo em campo. Dá a impressão de que, quando a maionese começa a desandar, não tem quem segure. Muricy até tentou tomar alguma iniciativa. Pediu e recebeu dois laterais, Bruno e Carlinhos, com quem trabalhou no Fluminense. Considerei positivo, pois são posições-chave para o sucesso de qualquer esquema tático e, há anos, o clube não acerta nessas contratações. Não por acaso, os dois chegaram e já assumiram a titularidade. Só que, péssimos, foram parar no banco de reservas. Muricy pediu zagueiro. Veio Dória, e só por seis meses. Tirando a contusão que o deixou quase dois meses fora, também não disse ao que veio.

Souza não está jogando porcaria nenhuma
Muricy pediu Dudu para o ataque. Veio Johnathan Cafu. Pediu um volante ofensivo. Veio Thiago Mendes. Nenhum deles é titular, longe disso. E os que já estavam no elenco, e que fizeram um bom segundo turno no Brasileirão do ano passado, "sumiram" em campo - comprovando que Kaká foi, realmente, o grande responsável pelo rendimento coletivo da equipe naquela época. Atualmente, creio que a maioria da torcida não se importaria nem um pouco se fossem afastados do time titular - ou negociados definitivamente - Souza, Ganso ou Pato. Sim, Souza! Foi pra seleção mas não tá jogando nada, nada, nada. O "maestro" (!) Ganso, para mim, não serve nem para ficar no banco de reservas. Nem Alan Kardec e Luís Fabiano, que, contundidos, já vão ser desfalques para o treinador, de qualquer maneira. Duvido que alguém gostaria de ter, em seus times, algum dos zagueiros do São Paulo: Rafael Toloi, Lucão, Edson Silva ou Paulo Miranda (Dória já vai sair e Breno é mistério). E os laterais? Horríveis. Sobra vaga até para o mediano Hudson jogar improvisado. Os volantes são fracos, sofríveis. Em resumo: com que limões Muricy faria uma limonada?

Com nenhum. Por isso o treinador troca peças, incentiva novatos, improvisa esquemas, treina jogadas e... nada! Nada. O time do São Paulo, hoje, é isso: nada vezes nada. E o técnico, pra (não) variar, vai pagar o pato. O Pato, o Ganso e toda a turma de "estrelas" improdutivas e inúteis. Que, na minha opinião, a diretoria força para que estejam sempre em campo. Não tem técnico que aguente, mesmo. Se Muricy cair após prováveis fracassos no Paulistão e na Libertadores, antecipo aqui meu muito obrigado. É injusto que, após tantas vitórias e alegrias que deu para o São Paulo, seja responsabilizado por tanto vexame.


POST SCRIPTUM:

Duas horas e 15 minutos após a publicação do texto acima, caiu a notícia:




quarta-feira, julho 30, 2014

Kaká já está entre os 40 maiores artilheiros do SPFC

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Com o gol marcado no domingo, em seu retorno ao futebol brasileiro, na derrota por 2 a 1 frente ao Goiás, o meia Kaká chegou a 49 gols marcados pelo São Paulo, igualando-se ao ex-centroavante Zé Roberto (1964-1966/ 1969-1976) e ao ex-ponta-esquerda Zé Sérgio (1976-1984) no 40º lugar entre os maiores artilheiros do clube. E pode galgar mais posições: imediatamente a sua frente estão os atacantes Marcelinho Paraíba (51 gols pelo São Paulo), Borges (55) e Dagoberto (61). Este último, que hoje joga no Cruzeiro, junto com Borges, é o 30º maior artilheiro do time do Morumbi. Acima deles, mas muito longe, estão o goleiro Rogério Ceni, em 13º no ranking, com 118 gols, e o centroavante Luís Fabiano, 3º maior artilheiro do clube, com 193. O maior de todos é Serginho Chulapa, com 242.


segunda-feira, janeiro 20, 2014

Sete jogos sem vitória (e contando) OU mais do mesmo

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Jogando um futebol tão ruim e improdutivo quanto o apresentado em 2013 e sem reforços que realmente reforcem alguma coisa (ou pior: reforçam o que há de ruim!), o São Paulo foi derrotado pelo Bragantino logo na estreia do Paulistão, por 2 x 0. A última vitória do Tricolor aconteceu no dia 13 de novembro, há quase 70 dias, contra o Flamengo, também por 2 x 0. De lá para cá, derrotas para Fluminense, Ponte Preta, Criciúma, Coritiba e, agora, Bragantino, e empates contra Botafogo-RJ e Ponte Preta. Esta sequência já representa metade dos 14 jogos sem vitória do time do São Paulo no ano passado, entre junho e agosto. Infelizmente, o torcedor não pode dizer com toda convicção que o clube tenha uma defesa que possa ser chamada de "titular", nem laterais com esse status, nem dupla de volantes, nem meias, nem linha de ataque. Se fosse para trazer jogadores, TODOS esse setores precisariam de reposições (urgentes!). Como isso não vai acontecer, a previsão é de um 2014 ainda mais complicado. Muricy Ramalho que tenha muita paciência para utilizar novamente Antônio Carlos, Rafael Tolói, Reinaldo, Denílson, Wellington, Douglas, Maicon, Osvaldo, Luís Fabiano, Ademilson - e jogo de cintura para lidar com as derrotas, vexames e eliminações que, com certeza, virão. Só rezo para que, mais uma vez, Deus tenha piedade de nós... Vamo, São Paulo! Escapar do rebaixamento mais uma vez!

quinta-feira, dezembro 12, 2013

Telê não ouviu o conselho do João

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Selo do compacto que tocou horrores em 1982
Tempos atrás, relembrei aqui no Futepoca a época em que o samba ainda dominava as ondas do rádio, pouco antes da explosão do chamado "Rock Brasil" e de centenas de bandas pop, em 1982, detonada pelo lançamento de "Você não soube me amar", da trupe carioca Blitz. Naquele mesmo ano, um dos sucessos mais tocados tinha sido "Meu canarinho", de Luiz Ayrão, composto especialmente para a Copa da Espanha. Curioso é que, recentemente, li "Meus ídolos e eu", livro que compila causos bem humorados escritos por Ayrão sobre colegas de música - e, entre eles, um ocorrido no período de disputa daquele mundial de futebol. Diz o autor:

João Gilberto: bronca
Fagner: ligação fatídica
"Apaixonado por futebol, meu amigo Fagner resolveu ir à Espanha torcer in loco pela Seleção Brasileira de 82. Exatamente, no dia de viajar, mais precisamente na hora de sair para o aeroporto, recebeu um telefonema. Mal disse alô, a voz do outro lado apresentou-se em tom grave e solene: 'Fagner, é João Gilberto!' João, àquela hora e daquele jeito? Logo a seguir veio aquele pedido inusitado e quase que premonitório: 'Diga ao Telê pra não colocar no time nem Valdir Peres nem Serginho Chulapa, tá bom? Boa viagem!' E, simplesmente, desligou.
Como todos sabemos de cor e salteado, passados os três jogos [sic] cheios de euforia, veio o desastre diante da Itália. Fagner permaneceu uns dias na Espanha, e depois foi dar um giro pela Europa na esperança de curar a ressaca. Ao retornar, quase um mês depois, chegou em casa, arriou as malas, abriu as cortinas e o telefone tocou. Mal disse alô, e de novo aquela voz grave, solene, triste, mas peremptória: 'Fagner, você não falou com o Telê!!!' E, simplesmente, desligou."

Fagner, Sócrates e Telê, na Espanha: o cantor teve oportunidade para dar o recado
Figurinha da Copa de 1982
Realmente, se não podem ser apontados como responsáveis pela derrota, o goleiro Waldir Peres (a grafia correta de seu nome é com W) e o centroavante Serginho Chulapa, que compunham o trio de sãopaulinos titulares da seleção com o zagueiro Oscar, não fizeram nada que justificasse suas convocações e escalações. Como comentou comigo o camarada Frédi, se Waldir não chegou a falhar ou "frangar", também não fez uma partida ou uma defesa digna de lembrança. E, quando o time vai mal, sempre se espera que o goleiro salve a situação - Barbosa que o diga! Waldir não conseguiu parar Paolo Rossi. E hoje, três décadas depois, pode parecer absurda a opção de Telê por ele, numa época em que jogavam Raul (Flamengo), João Leite (Atlético-MG), Marola (Santos), Leão (Grêmio) e mesmo os reservas naquela Copa, Carlos (Ponte Preta) e Paulo Sérgio (Botafogo). Acontece que o treinador tirou suas últimas dúvidas e "fechou" o grupo em 1981, quando Waldir estava, provavelmente, na melhor fase de sua carreira. E teve uma oportunidade a qual, literalmente, agarrou com as mãos.

João Leite durante o Mundialito
Telê testou outros goleiros. Em janeiro de 1981, o titular no Mundialito do Uruguai foi João Leite - mas o Brasil perdeu a decisão justamente para os donos da casa. Logo depois, em fevereiro, o goleiro do Atlético-MG atuou pela última vez em um amistoso contra a Colômbia, em Bogotá (empate em 1 x 1), e Telê Santana decidiu apostar em Waldir Peres para a disputa das Eliminatórias da Copa da Espanha. O sãopaulino tinha se destacado na conquista do Paulistão de 1980 e seria bi naquele ano, além de vice do Brasileirão. Deu sorte: foram cinco vitórias seguidas do Brasil nas Eliminatórias e mais uma num amistoso contra o Chile, em março. Mas a confirmação de Waldir como titular viria em maio, quando a seleção viajou para fazer três importantes e difíceis amistosos na Europa. Ali, o "futebol arte" do time de Telê começou a encantar o mundo, com vitórias sobre a Inglaterra, em Wembley (1 x 0), a França, em Paris (3 x 1), e a Alemanha, em Stuttgart (2 x 1). Nesta última partida, em 19 de maio, o goleiro do São Paulo viveu, talvez, o seu momento máximo no futebol.

O cabeludo Breitner, da Alemanha
Os brasileiros já venciam por 2 x 1 quando o zagueiro Luizinho, do Atlético-MG, cortou um cruzamento de Rummenigge com mão e o juiz inglês Clive Withe marcou pênalti (esse mesmo defensor cometeria duas penalidades não marcadas pela arbitragem na partida de estreia do Brasil na Copa da Espanha, contra a União Soviética). O lateral-esquerdo alemão Paul Breitner, campeão mundial em 1974, foi para a cobrança. E Waldir Peres defendeu! Porém, o árbitro mandou voltar, alegando que o goleiro tinha se adiantado. Na segunda tentativa, o alemão trocou de lado. E Waldir pegou mais uma vez, garantindo a vitória brasileira! (clique aqui para ver reportagem sobre esse jogo - e repare no manguaça alemão que dá entrevista em português, segurando uma garrafa de cerveja). Breitner ficou atônito. A torcida alemã também. E Telê Santana "bateu o martelo" sobre o goleiro titular na Copa de 1982.

Waldir voa para agarrar o pênalti batido por Breitner e assegurar a vitória do Brasil
Chulapa, que 'entrou numa fria'
Já Serginho Chulapa era apenas um "Plano B", que virou "A" por acaso. Prova disso é que foi reserva durante todo o Mundialito, em janeiro de 1981, e nem entrou na decisão contra o Uruguai. Chegou a ser testado como titular na estreia das Eliminatórias, mas logo em seguida perdeu a vaga para Reinaldo, do Atlético-MG. Serginho não esteve nos três amistosos disputados em maio na Europa e nem nos quatro outros disputados até o fim daquele ano. Mesmo assim, sob a promessa de que se comportaria em campo, evitando confusões e expulsões (o que realmente cumpriu), terminou sendo incluído no grupo que disputou a Copa de 1982. “Na verdade, o Serginho entrou numa fria. A seleção brasileira formada pelo Telê era muito técnica. O time foi montado para jogar com o Careca ou com o Reinaldo como centroavante. O Careca sofreu uma contusão e o Telê não quis levar o Reinaldo. Aí, o time teve de se moldar ao estilo do Serginho. E o estilo dele não tinha nada a ver com o resto da Seleção. Serginho era um atacante finalizador, de choque. Por isso que digo que, para ele, a seleção de 82 foi uma fria”, resumiu o Doutor Sócrates, em depoimento para o livro "O artilheiro indomável - As incríveis histórias de Serginho Chulapa", escrito por Wladimir Miranda.

Jorge Mendonça: desafeto de Telê
Buenas, seja como for, a bronca do vascaíno João Gilberto, que já morava no Rio de Janeiro naquela época (assim como Fagner, torcedor do Fluminense mas amigo íntimo de Zico), tem muito a ver com a rixa bairrista entre cariocas e paulistas. O Vasco tinha o centroavante Roberto Dinamite, que foi reserva na Copa. No Flamengo, que seria bicampeão brasileiro em 1982 e que tinha conquistado a Libertadores e o Mundial de Clubes no ano anterior, jogavam o já citado goleiro Raul Plassman e o centroavante Nunes, ambos em grande fase - e nenhum foi convocado sequer para a reserva na Copa de 1982 (se bem que a seleção já tinha como titulares os flamenguistas Leandro, Júnior e Zico). Fora a briga Rio x São Paulo, Emerson Leão, goleiro titular nas Copas da Alemanha e da Argentina, tinha sido um dos destaques do Grêmio campeão brasileiro de 1981. Mas era um dos desafetos declarados de Telê, após passagem do treinador pelo Palmeiras entre 1978 e 1980. Assim como o centroavante Jorge Mendonça, que "comeu a bola" jogando pelo Guarani em 81 (foi o artilheiro do Paulistão, com espantosos 38 gols), fazendo dupla exatamente com o jovem Careca. Ou seja, mais um bom goleiro e um ótimo centroavante que haviam sido preteridos por Telê. Por isso, mesmo antes da Copa, Waldir Peres e Serginho Chulapa já eram questionados por grande parte da torcida brasileira. Incluindo João Gilberto.

Waldir e Paolo Rossi, em 1982: mesmo sem culpa, goleiro ficou marcado pela eliminação

quinta-feira, novembro 21, 2013

'Boi da Cara Preta' dá três chifradas no 'Boi Bandido' e, sob muita chuva, a vaca vai mais cedo para o brejo

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Ganso comemora seu gol (Foto: Gazeta Press)
Quando Paulo Henrique Ganso recebeu passe do "Boi Bandido" Aloísio, fintou o volante pontepretano Baraka e tocou no canto do goleiro Roberto para abrir o placar para o São Paulo, ontem, minha filha Liz, de 11 anos, que assistia ao jogo comigo, improvisou uma paródia da tradicional cantiga de ninar: "Boi, boi, boi/ Boi da cara preta/ São Paulo vai ganhar/ 3 a 1 pra Ponte Preta...". Na hora, Liz percebeu seu engano no fim da musiquinha e tentou corrigir, cantando "3 a 1 na Ponte Preta". Mau presságio. Pouco depois, o mesmo Ganso que tinha aberto o placar no Morumbi deu um passe de calcanhar no meio de campo, demonstrando uma precoce - e preocupante - soberba do time de Muricy Ramalho. E, como o próprio treinador diz, "a bola pune". Antes do gol, o São Paulo jogava pra frente; depois, passou a esperar a Ponte Preta para dar o bote no contra-ataque. Mas não conseguiu fazer isso. Então, coube à Ponte fazer.

Antônio Carlos faz contra (Foto: Gazeta Press)
Desde o início do jogo, Jorginho, o técnico adversário, gritava com insistência para o (bom) meia Rildo, um dos destaques da vitória sobre o Vélez Sarsfiield em plena Buenos Aires, atacar com mais contundência o lado direito da defesa sãopaulina. Muricy havia barrado o lateral/meia Douglas e escalado o meia mais ofensivo Lucas Evangelista em seu lugar. Assim, Paulo Miranda ficou sobrecarregado na marcação daquele lado, com o volante Denilson, em noite muito ruim, na sobra. E foi exatamente Denilson que levou um humilhante drible da vaca do lateral-esquerdo Uendel, que cruzou na pequena área e o zagueiro Antônio Carlos, na tentativa de salvar, acabou empurrando a bola pra dentro. Ali, a vaca sãopaulina começou a ir para o brejo. Na volta para o segundo tempo, Muricy tentou corrigir seu erro substituindo Lucas Evangelista por Wellington, para reforçar o lado direito. A emenda foi pior do que o soneto...

Ponte vira o jogo no rebote (Foto: Gazeta Press)
Sob muita chuva, a Ponte multiplicou a pressão que já havia imposto no fim do primeiro tempo e partiu com tudo para o ataque. Após conquistar uma sequência de escanteios, a bola sobrou livre para Fernando Bob, dentro da área, que fuzilou Rogério Ceni. O goleiro fez uma defesa fantástica, mas rebateu nos pés de Leonardo Silva, que virou o placar. Dupla falha da defesa: ninguém marcou Fernando e um defensor ficou parado na linha de fundo, dando condição legal para Leonardo fazer o gol. Completamente atordoados e sem articulação para reagir, os sãopaulinos (reforçados pelos atacantes Luís Fabiano, que entrou no lugar do volante Maicon, e Welliton, que substituiu o improdutivo Ademilson) viram o lateral Uendel entrar sozinho novamente pela "avenida" do lado direito da defesa tricolor e chutar para fazer 3 x 1, com desvio no volante Wellington - aquele que tinha entrado para "resolver" o setor. No duelo de treinadores sob forte temporal, Jorginho deu "banho" em Muricy.

Sob chuva, o terceiro gol (Foto: Gazeta Press)
Fim de papo. Satisfeita com o (excelente) resultado, que obriga o São Paulo a fazer no mínimo três gols fora de casa, no jogo da volta, a Ponte se fechou na defesa e só observou Luís Fabiano perder dois gols, um de cabeça e outro após driblar o goleiro Roberto, e Welliton desperdiçar o mais incrível, na pequena área, chutando em cima do zagueiro. A torcida do time de Campinas ecoou vários "olés" em pleno Morumbi, o que deve ter esquentado principalmente a orelha de Paulo Henrique Ganso, que quis fazer firulas no primeiro tempo, depois de abrir o placar. Foi uma partidaça da Ponte Preta e a comprovação de que em campeonato disputado em "mata-mata" um mesmo time joga de forma completamente diferente do que faz nos pontos corridos. Afinal, o time de Jorginho está praticamente rebaixado no Brasileirão e o de Muricy só escapou do rebaixamento há três rodadas. Na Sul-Americana, a Ponte é forte. E favorita.

Vitória da Ponte foi justa (Foto: Gazeta Press)
Porque, nessa competição, ela vem atuando muito melhor que os adversários ao compactar a defesa e aproveitar as brechas no contra-ataque. Coisa que o São Paulo não conseguiu fazer - tanto por incompetência do ataque quanto por seguidas falhas dos defensores. No jogo de volta, terá que partir no desespero atrás de três gols e, com isso, abrirá todo o espaço que os velozes pontepretanos Rildo, Elias, Leonardo Silva e Uendel precisam. Ou seja, se a situação já parece praticamente irreversível, tomar mais um gol da Ponte pode desmontar de vez qualquer tipo de reação. Paciência. Nós, sãopaulinos, não podemos reclamar nem lamentar nada neste fim de 2013. Digo, repito e reafirmo: o técnico Muricy Ramalho fez um milagre ao salvar o clube de um rebaixamento que, em setembro, parecia terrivelmente possível. Contra a Ponte, agora, o time tem que ir todo à frente, mesmo que perca de novo (afinal, "perdido por um, perdido por mil"). Que seja, pelo menos, um jogaço. Vamo, São Paulo!


segunda-feira, novembro 11, 2013

Ponte e S.Paulo levam 3x0 a dez dias de se enfrentarem

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Ganso jogou descansado contra
o Atlético-PR e nada produziu
 (Foto: Felipe Gabriel/Lance!Press)
Ponte Preta e São Paulo farão a primeira partida das semifinais da Copa Sul-Americana no dia 20 de novembro, com mando do time da capital (uma semana depois acontecerá o jogo da volta, em Campinas). Coincidentemente, as duas equipes foram derrotadas ontem, na 33ª rodada do Campeonato Brasileiro, por placar idêntico: a Ponte levou 3 x 0 do Vitória em casa, mesma contagem aplicada pelo Atlético-PR sobre o Tricolor lá no Paraná. A diferença é que, faltando apenas 5 jogos e 15 pontos em disputa no torneio nacional, o time pontepretano ocupa a penúltima colocação na tabela, com apenas 34 pontos e sério risco de rebaixamento. Já os sãopaulinos, com 46 pontos, estão "mais ou menos" livres da ameaça de cair para a Série B - pois tem matemático que crava 48 pontos como patamar mais seguro.

Comentando sobre meu time, o São Paulo, até entendo a desculpa de Muricy Ramalho ao dizer que devia ter poupado os que jogaram quarta-feira passada na Colômbia. É o velho artifício de jogar a responsabilidade no preparo físico, no cansaço e nunseiquelá. Mas é questionável: Ademilson não jogou nem 45 minutos contra o Atlético Nacional, assim como os quase homônimos Wellington e Welliton. Outros dois que jogaram ontem nem entraram na partida da Sul-Americana e estavam plenamente descansados: Ganso e Osvaldo. Ou seja, quase metade dos jogadores de linha. Reconheço que Muricy conseguiu vitórias milagrosas fora de casa nos últimos 40 dias, a principal e mais surpreendente contra o líder Cruzeiro, a mais heróica contra o Bahia e a não menos importante contra o Internacional.

Só que tudo isso, mais as vitórias decisivas dentro de casa contra Vitória e Portuguesa (o Náutico não conta, pois é surrado por todo mundo) e a progressão paralela na Copa Sul-Americana fizeram muitos sãopaulinos saírem um pouco da realidade e imaginarem briga pelo G-4 no Brasileirão e Ganso na seleção brasileira. Menos, menos. O Muricy achou um jeito - eficiente - de o São Paulo jogar, mas é um jeito pensado e estruturado sob medida para um time sofrível e irregular. Repito isso pela enésima vez (que o time é fraco) porque tenho certeza que, se permanecer no cargo, o treinador vai tentar fazer uma mudança radical no plantel. A defesa conseguiu um importante reforço (Antônio Carlos) e uma grata adaptação (Rodrigo Caio), mas comete falhas infantis em TODOS os jogos, mesmo nas vitórias. E, quando entram, Rafael Toloi e Edson Silva desafiam a resistência de sãopaulinos cardíacos.

Os volantes (Maicon, Denílson e Wellington) não são nenhuma Brastemp. Os laterais (Paulo Miranda improvisado, Douglas e Reinaldo) também estão muito longe de integrarem o planejamento ideal de qualquer treinador brasileiro. No meio, a exceção: Ganso titular e Jadson reserva são, sim, boas opções. Já no ataque, Luís Fabiano está abaixo do mínimo aceitável e Aloísio e Ademilson podem até estar atravessando uma boa fase juntos, mas são apenas medianos; isso me parece consenso. Portanto, levar uma invertida de 3 x 0 do Atlético-PR, mesmo placar sofrido contra o Santos, ou perder dos bons Grêmio e Goiás (todas essas derrotas já com Muricy no comando), para mim é normal. Nenhuma tragédia nisso, nem precisa ficar arrumando desculpas. Esse time do São Paulo, com tanta gente no máximo "esforçada", já fez muito mais do que podia. Merece os parabéns.

Aliás, depois de atingir 46 pontos e respirar um pouco mais aliviado, é natural que o time dê uma relaxada no torneio nacional. Na Sul-Americana, creio que o time vai encarar uma pedreira contra a Ponte, ainda mais com o segundo jogo fora. Mas Muricy me parece seguro e com elenco nas mãos, além de prestígio com a diretoria. Fora isso, ganhou a torcida. O fim de ano para os sãopaulinos está sendo muito melhor que a encomenda. E pode surpreender mais. Vamo, São Paulo!


quinta-feira, outubro 03, 2013

A 'prepotência' nunca foi tão humilhada

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Não vou, aqui, me ater aos detalhes da nova derrota do São Paulo, dessa vez para o Santos, por 3 x 0 - o Glauco já fez isso com propriedade hoje (clique aqui e leia). Aliás, em poucas palavras, ele resumiu bem o que foi (ou melhor, o que NÃO foi) o time de Muricy Ramalho: "O Tricolor, sem confiança e nem técnica." E eu ainda acrescentaria: sem vontade, sem raça, sem responsabilidade. Sem vergonha na cara.

O que o São Paulo fez (ou melhor, NÃO fez) na Vila Belmiro, em 90 minutos, e quase 1 hora jogando com um a mais, é outro dos intermináveis vexames que o torcedor sãopaulino está tendo que amargar nessa tenebrosa temporada. Resultado da gestão não menos tenebrosa do presidente Juvenal Juvêncio (como já escrevi aqui neste blog). Se confirmar o rebaixamento, devo admitir, sofrendo, que será merecido.

"Não sejamos ingênuos, sãopaulinos. A derrota de ontem não será o último vexame de 2013", escrevi, em 9 de maio, no post que fiz logo após a sova inapelável de 4 x 1 que o Atlético-MG aplicou ao nos eliminar da Libertadores. "Muricy vem aí. Duvido que mude alguma coisa", palpitei, em post escrito no dia 4 de julho. "O problema do São Paulo não é treinador, o time é que é FRACO", reforcei, em outro post.

E, depois de testemunhar pela televisão, pasmo, a postura (ou melhor, a FALTA DE postura) dos comandados de Muricy contra o Santos, começo a crer que, pior do que um time fraco é um time morto. Em 12 de agosto, em outro vexame, derrota por 3 x 2 para o Kashima Antlers, eu já tinha resumido: "(O São Paulo é um) catado de jogadores que, invariavelmente, já entra em campo derrotado".

"Hoje, qualquer adversário, mas qualquer mesmo, já entra em campo sabendo que vai derrotar o São Paulo", acrescentei, naquele post. Não estou, aqui, desmerecendo o Santos. Até porque, no primeiro turno, o alvinegro praiano venceu por 2 x 0 no Morumbi sem fazer esforço. Por isso, nova derrota, dessa vez na Vila Belmiro, era até previsível. Mas perder SEM ESBOÇAR REAÇÃO é muito feio.

Perder jogando com um a mais, sem levar praticamente nenhum perigo de gol ao adversário (fora o chute tosco do idem Douglas), é vergonhoso. Perder tomando o primeiro gol no terceiro escanteio seguido, cobrados todos da mesma forma, é humilhante. Perder assistindo o adversário trocar passes no ataque sem ser perturbado, até vazar a meta por duas vezes, é constrangedor. Perder com três ex-jogadores de seleção brasileira, Ganso, Jadson e Luís Fabiano, ANDANDO EM CAMPO, é, sim, vexaminoso. A "caneta" de Cícero em Douglas foi tão merecida quanto a cosquinha que Ronaldinho Gaúcho fez na orelha de Wellington, na goleada da Libertadores. Acho que ambos tomaram essas atitudes pra ver se os sãopaulinos estavam vivos, se reagiam. Como se viu nos dois casos, sem sucesso...

Há alguns anos, numa outra goleada do Santos sobre o São Paulo, o camarada Edu publicou aqui no Futepoca: "4 a 0 na prepotência". O título referia-se à sua bronca contra sãopaulinos que, após a Era Telê, passaram a tratar os adversários com arrogância, a ponto de, na campanha do Brasileirão de 2002, desdenhar o alvinegro praiano ao proclamar o São Paulo como "Real Madrid do Morumbi".

Pois é, aquele "Real Madrid" perdeu de Robinho, Diego e Cia. Mas perdeu jogando bola, lutando, indo pra cima. Perdeu jogando bem, mas o Santos era indiscutivelmente melhor. Hoje, o Santos também é superior, mesmo sem brilhar. Como em 2002, ganhou na capital e no litoral. Aliás, venceu o São Paulo três vezes este ano. Um São Paulo que desiste, que se omite, que se esconde, que abaixa a cabeça. Que só assiste o adversário fazer gols.

Mesmo que o time volte a mostrar VONTADE DE REAGIR, como na vitória contra a Ponte Preta e mesmo na derrota contra o Grêmio, o futuro imediato é desesperador: neste sábado, o Vitória, que goleou o Atlético-PR em Curitiba e ontem venceu o bom Goiás, poderá concretizar um "cala boca" do técnico Ney Franco no clube que o enxotou. Depois, Cruzeiro! Em Minas! Depois, Corinthians...

Se perder os três jogos, como tudo leva a crer que vai, "adeus, tia Chica". Confesso que, com dor no coração, já contemplo a Série B como inevitável. Mas uma coisa é certa: caia ou não caia, em 2014 o São Paulo precisa se livrar de, no mínimo, 90% do elenco. E os que sobrarem devem ser apenas opções. Para o banco.

segunda-feira, setembro 30, 2013

Sim, sãopaulinos: já é hora de fazer contas

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Depois de três vitórias seguidas, o São Paulo completou a terceira partida sem vencer - duas derrotas pelo Brasileirão e um empate em casa pela Sul-Americana. Assim, os torcedores mais afoitos, que já comemoravam o fim da ameaça da Série B (e muitos chegaram até a acreditar que o time ia brigar por vaga na Libertadores!), puseram as barbas de molho e voltaram a ter pesadelos com o rebaixamento. Cansei de dizer e terei que repetir: o problema do São Paulo não é treinador, o time é que é FRACO. Isso mesmo. Tirando Rogério Ceni, em fim de carreira, Ganso e Jadson, que não rendem tudo o que podem render, e Luís Fabiano, em péssima fase, o resto do elenco é do nível da Série B. Exagero? Alguém acha que algum dos outros 19 clubes da Série A gostaria de contar com Rafael Tolói, Edson Silva ou Antonio Carlos? Paulo Miranda, Douglas, Caramelo ou Lucas Farias? Wellington, Denílson, Fabrício ou Maicon? Lucas Evangelista, João Schmidt? Osvaldo? Aloísio? Silvinho? Negueba? Ademilson? Talvez o Náutico se interessasse por algum deles...


 

Para mim, Muricy perdeu os dois últimos jogos do Brasileirão (que poderiam ter rendido pelo menos um pontinho cada um) porque insistiu nos horríveis Rafael Tolói e Douglas. Com esses dois, a derrota é certa. Mas o melhor - ou pior - dessa história é ver o que o execrado Ney Franco está fazendo com o time do Vitória. Gostaria de saber a opinião do Rogério Ceni sobre isso. Porém, deixando de lado as lamúrias, o sãopaulino tem mais é que pegar a calculadora, analisar os adversários das últimas 14 rodadas e fazer contas. Porque a situação é mais crítica do que parece. Tempos atrás, eu cravei que, entre as seis vitórias que o time ainda precisa para afugentar de vez a Série B, estava a do confronto de ontem, contra o Grêmio. Errei. E isso porque foi, de longe, a melhor partida sob o comando de Muricy Ramalho. O que dá mais medo é essa constatação: mesmo quando rende 100% (ou 120%!) de tudo o que pode render, o São Paulo perde. Porque cria muito, mas não finaliza com precisão. E, a partir de agora, assim como Goiás e Grêmio, ninguém vai perdoar essa falha.

Portanto, vamos ao CALVÁRIO das últimas rodadas - e meus palpites:

02/10 - Santos, na Vila Belmiro (os santistas estão mal, mas o São Paulo não está melhor - previsão otimista de empate)

05/10 - Vitória, no Morumbi (o time de Ney Franco goleou o Atlético-PR lá em Curitiba e virá babando - derrota)

09/10 - Cruzeiro, no Mineirão (esse jogo é uma covardia; Cruzeiro fez 3 x 0 no primeiro turno e vai atropelar - derrota)

13/10 - Corinthians, no Morumbi (sim, os alvinegros estão em crise, mas vitória sobre o rival pode reabilitá-los - incógnita)

16/10 - Náutico, no Morumbi (se o São Paulo não vencer esse jogo, pode começar o planejamento para a Série B - vitória)

20/10 - Bahia, na Fonte Nova (jogo muito difícil, que poderá selar a salvação ou a perdição, mas eu serei otimista - vitória)

26/10 - Internacional, fora/ a definir (o time de Dunga é indiscutivelmente mais forte, mas serei otimista de novo - empate)

02/11 - Portuguesa, no Morumbi (até dez dias atrás, eu cravaria São Paulo na cabeça; agora, serei mais comedido - empate)

09/11 - Atlético-PR, fora/ a definir (gostaria muito que rendesse pelo menos um ponto, mas não vejo possibilidade - derrota)

12/11 - Flamengo, no Morumbi (o time carioca é tão instável quanto o paulista, por isso vou apostar ficha no meu time - vitória)

16/11 - Fluminense, fora/ a definir (com mais um esforço supremo de otimismo, acho que o São Paulo não perde - empate)

23/11 - Botafogo, no Morumbi (nesse jogo eu vejo o time de Muricy com possibilidade de selar a fuga da Série B - vitória)

30/11 - Criciúma, no Heriberto Hulse ("jogo da morte" no Z-4; Deus queira que o adversário já tenha caído! - empate)

07/12 - Coritiba, no Morumbi (se o São Paulo não tiver feito 45 pontos até aqui, será dramático; mas eu confio! - vitória)

Como se vê, desconsiderando o jogo contra o Corinthians, que, para mim, pode dar qualquer coisa, estou REZANDO para que o São Paulo consiga, nos últimos 14 jogos, 5 vitórias (Náutico, Bahia, Flamengo, Botafogo e Coritiba) e 5 empates (Santos, Internacional, Portuguesa, Fluminense e Criciúma) - o que daria 20 pontos, chegando a 47. DEUS QUEIRA! Mas tenho consciência de que, desses palpites, corro o sério risco de me enganar principalmente nos jogos contra Santos, Bahia, Internacional, Portuguesa, Fluminense, Botafogo e Coritiba. Por isso, rezo também para que Náutico e Ponte Preta estanquem suas reações e que Vasco e Criciúma mantenham o ritmo descendente. Porque agora, torcida sãopaulina, só nos resta muita, mas MUITA fé, mesmo... Vamo, São Paulo!

segunda-feira, setembro 23, 2013

SPFR: São Paulo Freguês do Rodrigo

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5/06: Rodrigo decreta o 1 x 0
No mundo como no futebol, algumas coisas mudam, outras permanecem. Um exemplo é a campanha do São Paulo no Campeonato Brasileiro deste ano: logo no início do 1º turno, vitórias contra Ponte Preta e Vasco da Gama e um surpreendente empate, fora de casa, contra o Atlético-MG. Ao contrário do que acontece agora, o técnico daquela época, Ney Franco, não foi nem um pouco festejado pelo ótimo início na competição. E aí veio o Goiás e sapecou 1 x 0 no Tricolor, em pleno Morumbi, com um gol do zagueiro - ex-São Paulo - Rodrigo. Foi o começo de uma longa série de derrotas do time e a primeira vez que a torcida gritou o nome de Muricy no estádio. Ney Franco caiu, o clube passou vexame na Recopa Sul-Americana e numa excursão à Europa e Ásia, afundou na zona de rebaixamento do Brasileirão e derrubou também o técnico Paulo Autuori. Neste cenário caótico, Muricy Ramalho retornou.

22/09: gol de falta de Rodrigo
Início de 2º turno: novas vitórias contra Ponte Preta e Vasco da Gama e, também de forma surpreendente, sobre o Atlético-MG. Dessa vez, ao contrário de Ney Franco, Muricy foi festejado como "milagreiro", "salvador da pátria" e muitos torcedores, insuflados pela mídia esportiva (ah, a mídia esportiva!) já consideravam o São Paulo livre da degola e até com chances de brigar por algo mais, como a Libertadores (!!!). Daí, chega novamente o Goiás, e novamente com Rodrigo, pra colocar os pés dos sãopaulinos no chão: outro 1 x 0, dessa vez no Serra Dourada. Ou seja, a campanha do São Paulo no começo do 2º turno é quase idêntica à do começo do 1º. Mas, se os técnicos não são iguais (no tratamento, afinal Ney Franco saiu como "vilão" e Muricy, faça o que fizer, é "herói"), o time do São Paulo continua o mesmo: fraco. Por mais que - heroicamente! - consiga vitórias aqui e ali. Sim, o time é fraco. E o Goiás provou, duas vezes, que é melhor.

Por estar na estrada (e sem rádio) justamente no horário da partida, não assisti a primeira derrota de Muricy. Mas li, hoje, que Rogério Ceni fez mais dois ou três milagres, como faz em todo jogo, antes de ser punido com o baita azar de empurrar a falta cobrada por Rodrigo para as redes, com as costas (o ex-goleiro Carlos, da Copa de 1986, deve ter dado um meio sorriso fatalista...). Pelo o que dizem, também, apesar do jogo ter sido quase modorrento, o ataque goiano produziu mais e foi recompensado no final. Parece que Welliton desperdiçou boa chance ao perder o ângulo na melhor chance dos paulistas e que, pra variar, Luís Fabiano, Osvaldo e Aloísio não fizeram absolutamente NADA. Mas o comentário é de que a dupla Ganso e Jadson nunca jogou tão bem. Isso é bom. Derrota para o Goiás fora de casa, para mim, já estava computada. Assim como será normal se perder, no campo do adversário, para Cruzeiro, Internacional, Santos ou Atlético-PR.


O São Paulo tem que colocar os pés no chão e conquistar os 18 ou 20 pontos salvadores. E a torcida tem que entender que o time briga pra não cair - e apenas isso. E que, se conseguir, será uma façanha e tanto, considerando a debilidade da equipe. Ganhar do Grêmio em casa é fundamental. Porque, como disse, será difícil evitar derrotas em vários dos confrontos fora de São Paulo, contra os times que seguem fortes no alto da tabela. Chegou a hora de Muricy dar uma "espinafrada" nos (improdutivos) atacantes. E voltar ao 3-5-2, para criar mais chances na frente. Maicon vai voltar e isso dá mais segurança às investidas de Ganso e Jadson. Nem tudo está salvo, mas nem tudo está perdido. É ter calma, reconhecer a própria fragilidade, jogar sério e garantir os pontos dentro de casa. Vamo, São Paulo!

segunda-feira, setembro 09, 2013

Quando se diferencia o homem do menino

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Craque incontestável: aos 35 anos, Alex enfia Ganso, 12 anos mais novo, no bolso
O São Paulo perder para o Coritiba no estádio do adversário é resultado óbvio, nem merece outras considerações. Estranho seria se tivesse conquistado um (miraculoso) empate, como ocorreu contra o Corinthians, no Pacaembu, e contra o Botafogo, no Maracanã. Como disse outro dia, o único time mais fraco que o São Paulo, neste campeonato, é o Náutico. Todos os outros são mais fortes.

Agora, diante de mais uma bela exibição do mestre Alex, gostaria de recuperar o que escrevi em 26 de janeiro deste ano, quando o repatriado meia reestreou pelo Coritiba:
Em setembro de 2012, depois de longa "novela", o São Paulo acertou a contratação de Paulo Henrique Ganso. Fiquei feliz, claro. Mas, logo em seguida, no início de outubro, o meia Alex anunciou sua saída do Fenerbahçe, da Turquia, e avisou que voltaria ao Brasil. Fiquei chateado. Porque, com a contratação de Ganso, dificilmente o meu time se meteria no "leilão" por mais um grande jogador da posição. E porque, apesar do ex-santista ser muito jovem e ainda poder jogar muito mais tempo (e possivelmente dar grande retorno financeiro quando sair do clube), eu prefiro Alex. Sim: na minha seleção brasileira, o veterano meia, que encantou palmeirenses, cruzeirenses e turcos, seria titular absoluto. Mesmo ao 35 anos.
 Pois então: sete meses depois, Alex enfia o São Paulo no bolso e confirma palavra por palavra tudo o que escrevi. Fica a pergunta: CADÊ PAULO HENRIQUE GANSO?!? Alguém o viu? Ele entrou em campo ontem? Pois é. Alexsandro de Souza, prestes a completar 36 anos no dia 14 de setembro, é o terceiro maior artilheiro do Brasileirão, com 9 gols, e um dos principais responsáveis pelo Coritiba ocupar a 7ª posição na tabela, a apenas 6 pontos do G-4. Paulo Henrique Ganso, prestes a completar 24 anos no dia 12 de outubro, não tem UM gol sequer na competição e, com sua apatia e sumiço dentro de campo, é um dos responsáveis pelo São Paulo ocupar a 18ª posição, apresentando um futebol digno de rebaixamento para a Série B. Como costuma dizer o camarada Glauco, "é nessas horas que se diferenciam os homens dos meninos". Feliz de quem preferiu investir no Alex...

sexta-feira, setembro 06, 2013

8ª derrota em 18 partidas; Ceni perde 3º pênalti seguido

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Dessa vez, vou cravar a verdade nua e crua: o São Paulo perdeu ontem (a 6ª derrota dentro do Morumbi nesta competição!) pura e simplesmente porque É MAIS FRACO do que o Criciúma. Ponto. Da mesma forma que venceu o Náutico porque, no Brasileirão, o time pernambucano é o ÚNICO inferior à equipe treinada por Paulo Autuori. Pode-se dizer, assim, que Ponte Preta, Portuguesa e Fluminense estão mais ou menos no mesmo nível que o São Paulo. E que Flamengo, Santos, Vitória, Bahia e o já citado Criciúma são ligeiramente superiores. Resultados como a vitória sobre o Fluminense e o empate com o Flamengo foram, portanto, perfeitamente razoáveis. Os pontos fora da  curva foram os empates com Corinthians e Botafogo, que, ao que parece, aconteceram muito mais por partidas ruins de ambos os adversários do que pela realidade do São Paulo.

Por essa ótica, o time do Morumbi ocupa hoje o lugar onde, pela sua qualidade (ou falta de), deveria estar. No máximo, com um pouco de sorte e extrema superação, poderia estar emparelhado com o Flamengo (14º), o que seria um feito heróico - mas possível, dentro dessa análise de que os cariocas estão mais ou menos no mesmo patamar futebolístico. O resumo da ópera de ontem foi o seguinte: o primeiro gol do Criciúma saiu em pênalti ridículo cometido pelo zagueiro improvisado Rodrigo Caio, em jogada que, provavelmente, terminaria em tiro de meta. Lembremos que o mesmo zagueiro perdeu uma bola bisonha no jogo contra o Botafogo, deixando atleta adversário sozinho na cara do gol sãopaulino, que, felizmente, chutou por cima (o que reforça minha tese de que aquele foi um dia atípico para o alvinegro carioca). Portanto, a falha de ontem não surpreende.

Ceni defende cabeçada fulminante: Criciúma é melhor (Eduardo Viana/Lance!Press)
 Segundo gol: bola levantada na área do São Paulo, em cima do zagueiro Rafael Tolói. Com 1,85m, ele não consegue cortar pelo alto e ela cai no pé do atacante, que dispara um petardo fulminante na pequena área, empurrando Rogério Ceni com bola e tudo para a rede. Não é a primeira vez que o goleiro sofre com Tolói; lembremos daquela atrasada horrível que entregou a bola no pé do corintiano Pato (Ceni fez pênalti e o Tricolor perdeu o confronto válido pelo 1º turno do Paulistão), da hesitação na goleada sofrida para o Atlético-MG, na eliminação da Libertadores (que permitiu a chegada de Tardelli e um golaço por cobertura) e nova hesitação ao marcar - marcar?!? - Renato Augusto na primeira partida decisiva da Recopa (outro golaço cobrindo Ceni). Ou seja, Tolói entregando gol também não surpreende. A zaga do São Paulo é HORROROSA. Prova disso é que o Criciúma perdeu chance incrível de fazer 3 x 0 logo nos primeiros segundos da etapa final, numa bola que bateu na trave, e ainda houve uma cabeçada que Ceni segurou em cima da risca.

Na frente, por mais que o time crie chances de gol, não consegue finalizar. Que o diga Luís Fabiano, que nem de longe lembra aquele que comandou a seleção brasileira nas eliminatórias da Copa da África do Sul. Negueba nada produziu de muito útil, assim como seu substituto, Osvaldo. Jadson não jogou nada, assim como seu substituto, Ganso. Fabrício sumiu, assim como seu substituto, Evangelista. O péssimo Douglas saiu (graças a Deus!) e seu substituto, Paulo Miranda, jogou muito mal. Por tudo isso, afirmo categoricamente: o elenco do São Paulo é fraco. No momento, mais fraco que Criciúma, Vitória e Bahia (perdeu para os três). O Rogério Ceni perder o terceiro pênalti seguido também não surpreende. Má fase destrói confiança e puxa erros. O que surpreende foi ele ter ido fazer a cobrança, sendo que Aloísio, que sofreu a falta, já estava com a bola nas mãos.

Após a partida, o "Boi Bandido" se atrapalhou com as palavras e respondeu a um repórter: "Só bate pênalti quem erra." Mesmo corrigindo o batido chavão logo em seguida ("Só perde quem bate"), ele acabou atestando, no engano, uma verdade: só bate pênalti no time do São Paulo quem erra - o Rogério Ceni, que errou contra o Bayern, a Portuguesa e o Criciúma, e o Jadson, que desperdiçou contra o Flamengo. Triste fase. E agora o time enfrenta o forte Coritiba, fora de casa, domingo. OREMOS AO SENHOR!


segunda-feira, agosto 12, 2013

19 derrotas em 30 jogos. Ceni perde outro pênalti.

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E o São Paulo segue seu calvário rumo à Série B, despencando de vexame em vexame. E não digo vexame por perder (com toda justiça) para Kashima Antlers ou Portuguesa, mas vexame porque perde jogando muito mal e exibindo a ruindade de seu elenco, o que, aliás, tem sido a tônica desde o início da temporada. O time não tem zagueiros que prestem, nem laterais ou volantes. Os meias jogam mal. Os atacantes, idem. Quando olham para o banco de reservas, os técnicos quintuplicam seu desespero. A coisa tá feia.

O São Paulo não venceu UM clássico sequer este ano. Foram três derrotas para o Corinthians mais dois empates (sendo que, em um deles, foi eliminado na semifinal do Paulistão, nos pênaltis), duas derrotas para o Santos e um empate com o Palmeiras. Na Libertadores, perdeu TODOS os jogos fora de casa e foi derrotado três vezes pelo Atlético-MG, que o eliminou com uma goleada humilhante. Isso mostra que a crise atual não é fenômeno de momento. O time é fraco e joga mal - contra os grandes - desde janeiro.

Aliás, depois da primeira fase da Libertadores, na qual apanhou dos medíocres Arsenal de Sarandí e The Strongest, ficou claro que a boa campanha no início do Paulistão, contra os times (fracos) do interior, era pura ilusão. A partir de abril, o time virou saco de pancadas de qualquer um, pequeno, médio ou grande. Fazendo um corte dos últimos 30 jogos, com início na vitória por 2 a 0 sobre o Paulista de Jundiaí, no dia 27 de março, e término na derrota de hoje por 2 a 1 para a Portuguesa, temos um cenário aterrador.

São simplesmente 19 derrotas nesta série, com apenas 7 vitórias e 4 empates. Em abril, o time perdeu para o Mogi Mirim e o XV de Piracicaba, pelo Paulistão, e The Strongest, pela Libertadores. Com isso, já eram previsíveis as eliminações para Corinthians, no estadual, e Atlético-MG, na competição sul-americana, no início de maio. Aí, a coisa degringolou de vez: o presidente Juvenal Juvêncio expurgou sete jogadores, rachou o elenco, tirou a autoridade do técnico Ney Franco (que já era pouca) e o time desandou.

E desandou porque o time é ruim. Muito fraco, nível de Série B, mesmo. Quando toma gol, dificilmente consegue reagir. Se sai atrás no placar, perde o jogo. E perde para equipes ainda mais fracas, que, contudo, conseguem ter um mínimo de padrão de jogo e esquema tático - o que o São Paulo não tem. Perder dois terços dos jogos em uma série de 30 partidas é argumento suficiente para sustentar essa afirmação. O problema não é treinador. Paulo Autuori será demitido e o clube só escapará do rebaixamento por milagre.

Infelizmente.

A coisa tá tão feia que, depois de perder um pênalti contra o Bayern de Munique, Rogério Ceni perdeu outra cobrança contra a Portuguesa. Essa uruca do capitão do time é o resumo de um catado de jogadores que, invariavelmente, já entra em campo derrotado. Está escrito na cara de cada um, tanto no horroroso time "titular" (se é que isso existe...) quanto no tenebroso banco de reservas. Hoje, qualquer adversário, mas qualquer mesmo, já entra em campo sabendo que vai derrotar o São Paulo. Essa é a triste realidade.