Destaques

Mostrando postagens com marcador Paulistão 2013. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Paulistão 2013. Mostrar todas as postagens

domingo, maio 19, 2013

Ano sim, ano também: Timão leva Paulistão 2013

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook


Vai, Corinthians!! (Eduardo Vianna/LancePress)
É campeão! O empate por 1 a 1 com bom futebol – e uma penca de gols perdidos – contra o Santos na Vila Belmiro deu o título do Campeonato Paulista de 2013 ao Corinthians. De quebra, afasta o fantasma da crise que rondou a equipe após a desclassificação bizarra na Libertadores e acalma o tempo para a reorganização da equipe que tem tudo para vir forte na disputa do Brasileirão.

O primeiro gol do jogo foi de Cícero, premiando a pressão santista do início da peleja. O empate alvinegro foi de Danilo, aquele com que se pode contar para desenroscar partidas complicadas e achar gol decisivos. Os santistas, que já o xingaram muito em 2012, sabem do que estou falando. Os dois times acumularam chances no restante da partida, com vantagem corintiana no quesito, tendo Romarinho e Pato perdido chances incríveis na cara do excelente Rafael.

Ficou nisso, e em festa na favela. Além de campeonar pela 27ª vez, o Timão impediu o tetra santista, feito que seria inédito no profissionalismo do futebol do estado, o que ajuda a temperar  a conquista.

Foi a conquista de um time experimentado, que sente poder controlar cada jogo que faz. Nem sempre isso é verdade, mas a calma que daí advém fez com que mais de uma vez os jogadores transformassem resultados adversos.

Cascudo, no sentido de que é difícil de ser batido. Mas com jogadores de qualidade, sendo o maior deles Paulinho, volante/armador crucial no estilo da equipe. Se estiver mesmo de saída, como se especula, Tite vai ter trabalho.

Também é um time em transição. Que desde a consagração na Libertadores de 2012 mudou muito, em especial no ataque. Ainda mais se pensarmos no Brasileirão de 2011.

Naquele ano distante, começamos com William no ataque, ainda antes da chegada de Alex e Sheik. Liedson era a grande referência, municiado por um contestado Danilo. A entrada dos reforços se deu gradualmente, mantendo o 4-2-3-1. As lesões de Liedson – e a inoperância de Adriano, que não vale mais comentários – começaram a formar a equipe da Libertadores do ano seguinte.

Tite inventou um tipo de 4-2-4-0, com Danilo, Sheik e Alex revezando na única vaga do ataque de um esquema muito compactado, que teve seus melhores momentos com uma marcação avançada baseada em organização tática muito rara em terras tupiniquins.

No segundo semestre, a chegada de mais reforços, especialmente Guerrero, mudou de novo o time. A pegada continuou – inclusive com a surpreendente participação de Douglas – e voltou a figura de um camisa nove, ausente desde Liedson e pela péssima jornada do ex-vascaíno Elton.

Se durou num 4-2-3-1 no Brasileirão, levou uma versão diferente ao Japão na partida contra o Chelsea: um 4-4-2 meio inglês, com Danilo e Jorge Henrique armando e marcando pelos lados, Sheik mais perto de Guerrero. O sacrifício de Douglas tirou posse de bola e inteligência, mas deu ainda mais pegada ao time. Com isso, conseguiu equilibrar o jogo contra o superior tecnicamente time inglês e levar o bi mundial.

No início deste ano, a rotina não mudou: novos reforços, novas mudanças no time. Os gatilhos agora foram Alexandre Pato e, principalmente, Renato Augusto. O ex-flamenguista é um meia mais jovem e móvel que Danilo, mais marcador que Douglas, com passe e armação muito melhores que Jorge Henrique. Com ele, o 4-4-2 funcionaria ainda melhor, preparando o terreno para a entrada de Pato, protegido pelos médicos para ser o craque do time, ponto de desequilíbrio de uma equipe forte, mas previsível – e que sempre marcou poucos gols.

A receita parecia estar funcionando: Renato foi o principal nome do time na fase inicial da Libertadores e em vários momentos do Paulista, organizando o time, dando passes e dominando o meio-campo ao lado de Danilo e Paulinho. Pato vinha entrando aos poucos, ganhando confiança para superar seu histórico de lesões e fazendo gols. Um time mais forte parecia se formar, mas veio a contusão de Renato Augusto e tudo mudou de novo.

Não havia reserva que cumprisse suas tantas funções e Tite voltou ao 4-2-3-1, com Romarinho na direita, como um Jorge Henrique melhorado. Sheik ganhou a vaga de Pato, por marcar e correr mais. E formou-se a equipe campeã paulista de 2013.

Vários jogadores, várias formações. E vários títulos, é claro. O Corinthians de Tite mostra uma grande capacidade de adaptação às mudanças. Olhar esse histórico faz valorizar mais o trabalho do técnico, que enfrentou com as armas que teve em cada momento inúmeras batalhas, saindo vitorioso de muitas.

Agora, novas mudanças devem acontecer para o Brasileirão, para o bem e para o mal. Renato Augusto deve voltar e Pato está cada vez mais em forma – e, creio eu, entendendo o que precisa para se firmar entres os titulares. Douglas também recuperar a forma, como mostraram seus bons minutos ao final do clássico deste domingo. Romarinho está fortalecido com o período como titular, bem como Edenílson, que voltou a ser opção para o meio campo.

Mas rolam as especulações de sempre sobre Paulinho e Ralph, o eixo central de todas as formações dessa fase multi-campeã do alvinegro. Alessandro vem caindo cada vez mais de produção pela idade, embora ainda faça com Fábio Santos uma dupla de improvável mas testada eficiência. Mas a despeito do belo reforço que se mostrou Gil, a defesa vem levando gols demais em bolas paradas e jogadas aéreas.

Novos desafios para Tite e seu bom elenco. A essa altura, ele já deve estar acostumado a superá-los.

Sobre o Santos

Com a licença dos santistas, um pitaco que não pretendo provocativo. Os dois times protagonizaram jogos eletrizantes nas finais e o Peixe poderia ter levado, especial e obviamente com Neymar. Mas me parece um time sem conjunto, sem organização coletiva. Se Tite montou e remontou times, Muricy parece ainda não ter achado uma outra equipe depois de vencer a Libertadores - e lá se vão dois anos da conquista - mesmo depois de receber bons reforços, como Montillo e Cícero, e indicações suas, como Marcos Assunção. Se estiverem certas as notícias a respeito da disposição da diretoria santista em negociar Neymar  (o que seria uma novidade nessa novela de já tantos anos de especulações), como fica o Brasileirão?

domingo, maio 12, 2013

Corinthians 2 x 1 Santos: primeiro round é do Timão

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Paulinho jogou bola pra caramba e trouxe o time com ele (Foto: Rodrigo Coca/AE)

A vitória do Corinthians sobre o Santos foi boa por vários motivos, e complicada por pelo menos um. Primeiro, ganhar do Santos é sempre bom. Segundo, o Timão jogou bem, o que não fazia há muito tempo. Contou com uma bela atuação de Paulinho, principal esteio dos melhores momentos do time no ano passado – dois pontos que trazem bons augúrios para o jogo de quarta contra o Boca. O problema, não pequeno, é que a grande superioridade do time no primeiro tempo não se traduziu em uma vantagem maior, sendo os 2 a 1 totalmente reversíveis para o Santos em seus domínios.

Com a mesma formação que passou jogando mal contra o São Paulo, o Timão resgatou a organização coletiva e impôs ao Santos uma marcação pesada na saída de bola. Danilo, Romarinho, Guerrero e Sheik fechavam todas as saídas e criavam chances, em ordem decrescente de boas participações. O domínio foi amplo, até criou chances de gol e levou a um número no mínimo impactante de nove escanteios a favor e nenhum contra em vinte minutos, segundo o Juca Kfouri. Mas bola na rede mesmo só aos 41 minutos, com Paulinho, após passe de Danilo. Na boa, se tivesse virado 3 a 0 não seria nenhum exagero, ainda mais se levarmos em conta um pênalti (que entendo quem questionar) de Dracena em Romarinho.

Diga-se que a vantagem paulistana teve ajuda de Muricy Ramalho, que errou ao escalar um time com quatro volantes e nenhum meia. Apostou em Marcos Assunção na armação e não deu certo. Na segunda etapa, voltou com Felipe Anderson, que foi armar pela esquerda e dividir as atenções de Ralph. Assim, Neymar ficou no mano a mano contra Alessandro, que sem a cobertura rápida de Gil não teria aguentado o tranco.
Tite mexeu duas vezes: colocou Edenilson no lugar de Romarinho para ajudar na marcação do 11 santista e trocou Guerrero por Pato. Na minha opinião, pelo menos um equívoco aí, já que Romarinho fazia partida muito boa e Sheik nem tanto, e leva minha raiva por perder pelo menos um gol na cara de Rafael que Pato fatalmente teria guardado. Além disso, quem já leu alguma de minhas mal-digitadas nos últimos tempos sabe que Pato e Guerrero, os dois artilheiros do time, devem jogar juntos e o treinador que se vire para fazer funcionar.

Com tudo isso, o jogo se equilibrou e deve ter ficado muito bom para o observador neutro, com chances de gol para os dois lados. De minha parte, a coisa ficou mais interessante lá pelos 30 minutos, quando uma bola rebatida na área sobrou para Paulo André, que encheu o pé e abriu 2 a 0. E voltou a ficar meio chatão aos 38 minutos, quando Durval subiu no meio da zaga e marcou de cabeça. Não foi o primeiro gol de cabeça levado por essa defesa esse ano. No meio disso teve um outro pênalti discutível em Alessandro, esse feito por Leo, que bateu mais do que jogou. E foi isso.

Assim foi e o Corinthians leva a vantagem do empate para o jogo da Vila Belmiro. O que é bacana, mas longe de garantir alguma coisa. Leva também um impulso anímico importante para o jogo contra o Boca, pela moral, pelo resgate de Paulinho e da marcação adiantada, e por Romarinho fazer sua primeira partida mais convincente como meia. É bom sinal por agora, mas é preciso manter uma curva ascendente e melhorar a cada jogo se quisermos manter chances de ganhar alguma coisa esse ano.

domingo, maio 05, 2013

São Paulo x Corinthians: no papel, quem leva?

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook



São Paulo e Corinthians enfrentam-se daqui a pouco no Morumbi para saber a quem caberá o fardo de interromper a conquista do tetra-campeonato do Santos no Paulistão. Os dois times chegam ressabiados pelos últimos resultados na Libertadores. Na quarta, o Timão jogou mal como há muito não se via e perdeu para o Boca Juniors na Argentina. O Tricolor teve um resultado ainda mais doloroso, com a virada que levou do Atlético-MG em casa.

Para aumentar a ansiedade, o Futepoca, nas figuras do corintiano Nicolau e do sãopaulino Marcão, publica esta minuciosa comparação das duas equipes, exaustivamente debatida no fórum adequado e acompanhada de uma(s) garrafas de adequadas bebidas. Veja aí se concorda:

GOLEIROS
Rogério Ceni - Se estiver em dia ruim (como contra o The Strongest, na Bolívia), vantagem do Corinthians. Se o dia for bom (como contra o Penapolense), faz defesas milagrosas. Assim, há 50% de chance de qualquer coisa – ou seja, SDS (só Deus sabe).

Cássio - Voltando de contusão, é dúvida. Caso esteja plenamente recuperado, será pedreira para o ataque sãopaulino. Porém, em clássico de gente grande, goleiro que não está 100% pode complicar. Ou seja, SDS (só Deus Sabe).

Resultado: São Paulo


LATERAIS

Paulo Miranda e Carleto - O primeiro voltou há pouco de contusão e é muito irregular. O segundo só sabe correr, não arma jogadas e não tem pontaria. As laterais são o ponto mais fraco do São Paulo, há várias temporadas. Rodrigo Caio é opção na direita.

Alessandro e Fábio Santos - Titulares e jogando juntos há muito tempo. Podem não ser nenhuma Brastemp mas, neste caso, vale a sintonia fina que demonstram com o esquema de Tite.

Resultado: Corinthians


ZAGUEIROS
Lúcio e Rafael Tolói - Lúcio é lento e prega sustos na defesa quando decide ir ao ataque. O segundo é botinudo, corre o risco de expulsão e "deu passe" para Pato sofrer pênalti no último Majestoso. O robô do Dr. Smith alertaria: "Perigo! Perigo!"

Gil e Paulo André – O ex-cruzeirense vive boa fase neste ano e rapidamente se tornou nome importante na zaga do Timão, com velocidade e precisão nos desarmes. Volta e meia aparece o desentrosamento com seu parceiro mais lento e a coisa entorna. Mas no geral, a dupla tem sido segura.

Resultado: Empate técnico


VOLANTES
Wellington e Denílson - Jogaram bem no fim de 2012 mas, ultimamente, têm sido a "dupla do Deus me livre". Wellington faz muitas faltas (outro risco de expulsão) e não ajuda o ataque. Denílson, em má fase, idem. Clássico pode ser perdido neste setor.

Ralph e Paulinho – Ainda estão entre as melhores duplas de volantes em atividade no país, mas têm enfrentado jornadas infelizes e estão longe dos dias áureos de 2012. Na primeira partida contr ao Boca, Ralph não acertou meio passe. A ver.

Resultado: Corinthians


MEIAS
Ganso e Jadson - Na teoria, craques. Na prática, nunca jogam bem juntos. Sozinho, Jadson começou a temporada voando. Sozinho, Ganso mandou bem no 2º jogo contra o Atlético-MG. Juntos, se atrapalham. Mas clássico sempre é uma incógnita...

Danilo e Romarinho – O ex-sãopaulino é decisivo em seu estilo lento e prático, mas está sobrecarregado no meio-campo. Romarinho tem se esforçado para ajudar a criação desde as contusões de Douglas e Renato Augusto, mas não é a dele. Criação tem sido o fraco do time.

Resultado: São Paulo


ATACANTES
Osvaldo e Luís Fabiano - Depois da saída de Lucas, Osvaldo se tornou "o cara" no ataque do São Paulo. Toda jogada perigosa passa por seus pés. Luís Fabiano volta de contusão e parece sonolento. Mas é do tipo que, se bobear, guarda.

Emerson e Guerrero – Em fase iluminada, o peruano tem feito gols a granel e participado de jogadas perigosas. Sheik, depois de um começo de ano meio preguiçoso, se coçou e mereceu retomar o lugar no time.

Resultado: Empate técnico


RESERVAS
São Paulo - Denis é um goleiro bem mais-ou-menos. Rodrigo Caio jogou bem como lateral-direito contra o Palmeiras e pode atuar como volante (que realmente é). Edson Silva faz o feijão com arroz na zaga e não compromete. Fabrício está mal. Douglas é ruim, em qualquer posição. Aloísio, Ademilson e Wallyson são apenas esforçados.

Corinthians – O banco corintiano é luxuoso, com gente do calibre de Douglas, Guilherme (ex-Lusa), Edenílson, Chicão e Jorge Henrique. Ah sim, tem um tal de Alexandre Pato também. O ponto mais fraco é o gol, onde Danilo Fernandes não é grandes coisas, mas não chega a comprometer.

Resultado: Corinthians


Com três vitórias alvinegas, dois empates e duas vantagens para o Tricolor, o guardanapo futepoquense registra vitória corintiana no futebol de fantasia - isso se conseguimos ler direito a caneta manchada de cerveja. De todo jeito, o negócio se resolve é com a bola rolando.



Concorda? Acha idiota? Deixe seu palpite nos comentários!

segunda-feira, abril 29, 2013

Com calma, Corinthians atropela a Ponte Preta

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

É nóis na semi!
A mais marcante característica do Corinthians hoje talvez seja a calma. Foi ela a principal arma do time para suportar a intensa pressão inicial da Ponte Preta e encontrar os caminhos para uma goleada surpreendente pelo que os dois times mostraram durante a competição e também pelos primeiros 30 minutos da peleja.

Empurrada pela torcida, a Ponte apertou pesadamente o visitante. Com marcação intensa, deixava a bola com os zagueiros paulistanos, mas quando algum infeliz atacante ameaçava passar do meio de campo, caíam logo uns quatro pontepretanos em cima dele. Domínio territorial, mas apenas uma boa chance criada, num chutão que o centroavante William Batoré transformou em lançamento ao emendar um petardo para defesa de Danilo Fernandes – das poucas que fez na partida. Fora isso, boa atuação de Chiquinho, driblador que criou as melhores alternativas para furar a defesa corintiana.

Por sua vez, o Corinthians não conseguia sair a pressão, com muito erros de passes. Claro que é mérito da marcação – e também demérito do campo do Moisés Lucarelli – mas os discípulos de Parque São jorge colaboraram bastante. Encurralado, o Timão pouco fez além de segurar a pressão da Ponte – e manter a calma.

Assim, quando a equipe campineira afrouxou um pouquinho, pelo natural cansaço que deriva de tal entrega, apareceram as primeiras chances. Quem abriu o caminho não foi um meia, mas Guerrero, centroavante que vem mostrando outas armas além do já registrado faro de gol. Aos 31 minutos, recebeu de Romarinho e levou uns três zagueiros no peito para o primeiro chute a gol do Corinthians no jogo. E aos 32, lá estava ele roubando bola no meio-campo, passando para Sheik, que deixou com Danilo, que matou a defesa da Ponte com um calcanhar para o peruano. Guerrero sapecou de fora da área e Edson Bastos rebateu para os pés de Little Romário, que guardou. Mais 5 minutos e Fábio Santos rouba uma bola no ataque e passa pra Emerson tirar o zagueiro e acertar um chute manhoso no canto direito. A Ponte começava a cair.

"Jogo pegado é comigo", diz Sheik
O segundo tempo tinha a Ponte apertando de novo, e de novo sem criar grandes chances. Mas durou bem menos a pressão: Sheik caiu/foi derrubado na área e o juiz apontou a marca de cal. Meio madrake, mas o fato é que Guerrero bateu o terceiro prego no caixão campineiro. O quarto foi auto-inflingido quando Baraka encarnou Felipe Mello e deu um pisão num caído Romarinho. Expulsão justa e o fim da esperança da Ponte.

Tite decidiu pensar no Boca e trocou Alessandro, Romarinho e Guerrero por Edenílson, Pato e Douglas. Deste, cabe falar que está claramente fora de forma, mas seus passes e técnica serão bem vindos. Estivesse em campo, seria mais possível sair da pressão insana da Ponte no comecinho.

Mas dos três o destaque foi obviamente Pato. Nos menos de 15 minutos que esteve em campo, perdeu um gol na cara de Edson Bastos, cabeceou uma bola que o goleiro salvou por milagre e, cansado de ter o cabra na frente, driblou-o e a um outro defensor para fazer um golaço, fechando de vez a conta da Ponte. Como deixar esse cara fora do time?

Agora, vem o São Paulo. De nada adianta comparar os jogos classificatórios dos dois rivais e imaginar que o sofrimento tricolor significa vida fácil para o Timão: vai ser pedreira. Convém adotar o poético discurso de Tite e deixar de fora o tapete da soberba. E manter a calma, claro.

domingo, abril 21, 2013

Corinthians ganha do Atlético: que venha a Ponte!

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Paulinho comeu mais feijão antes da
partida de hoje (Foto: Ale Cabral/Futura Press)

O Corinthians venceu o Atlético Sorocaba por 2 a 0 no Pacaembu, neste domingo, pondo fim à insuportável primeira fase do Paulistão. Nada tenho contra o torneio, ao contrário: quem deve detestá-lo é o pessoal da FPF, pais desnaturados, jogando assim às traças o filho antes dileto.

Mas de todo jeito, assim ficou em quinto lugar o Timão, 9 vitórias 8 empates e  duas derrotas depois. Feitas todas as contas, o Corinthians pega novamente a Ponto Preta, epetindo o duelo das quartas do Paulistão do ano passado, dessa vez fora de casa. A disputa anterior favoreceu a Ponte no regional, mas há quem diga que quem colheu os louros foi mesmo o Corinthians, ao ver o goleiro Júlio Cesar desgraçado por duas falhas perder o lugar para Cássio, um dos heróis da Libertadores e do Bi-Mundial. Vejamos como será o embate deste ano.

Voltando à peleja com o time que habita o coração de controverso reverendo, Tite testou pela primeira vez um ataque com Emerson, Pato e Guerrero, com Danilo no meio-campo. Funcionou assim, assim, já que o adversário era dos mais frágeis. De minha parte, não vejo como Pato e Guerrero podem ser banco, dado o número de gols que os dois marcam. O peruano hoje não guardou, mas fez uma baita jogada para dar o tento a Danilo, calando aqueles que dizem que no Peru só se treina cabeceio. O jovem Alexandre deixou o seu, colhendo rebote de bola na trave chutada por Paulinho, que está chegando a seu nível.

Boa notícia tabém o retorno de Douglas, daqueles atletas que os torcedores adoram odiar. Joga muito, toca bem, mas não perder muito suor com carrinho na lateral. Se voltar ao nível do ano passado, seu toque de bola refinado vai ajudar e muito.

Sobre a próxima fase, a ser disputada em Campinas, data ainda a ser definida pela FPF, acredito que os jogadores corintianos saberão reconhecer o momento de acerto de contas e darão à Ponte tratamento adequado.

domingo, abril 14, 2013

Corinthians leva virada merecida do Linense

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Sheik até que foi bem num jogo preguiçoso (Foto: Fernando Calzzani/Agência Estado)

O Corinthians perdeu merecidamente do Linense na tarde deste domingo, por 2 a 1, e de virada, que  é mais gostoso, como é sabido e comentado por todos desde que o futebol existe. Foi mais uma atuação preguiçosa do time, que confiou demais nas próprias qualidades e no gol marcado por Guerrero logo aos 3 minutos de jogo.

O gol não foi um fato isolado no começo da partida. O Corinthians começou pressionando e criou algumas boas chances de gol até uns 15 minutos de jogo. Mas o ímpeto foi caindo e o Linense começou a gostar cada vez mais do jogo, como dizia o filosofo e poeta Juarez Soares. No segundo tempo, passou a adorar, marcando dois gols com João Salles e Leandro Brasília em jogadas bisonhas do sistema defensivo alvinegro, esquisito com o improviso de Alessandro como lateral-esquerdo.

Tite então encheu o time de atacantes no time, especialmente após a expulsão de Marcelo: Jorge Henrique por Pato (sim, isso implica em mais um atacante, já que JH há tempos não joga como tal) e Ralph por Paulo Vitor, jovem que na base era conhecido como Paulinho e fez sua estreia no time principal.

O time virou um bando desorganizado, mas um bando bastante ofensivo. Pressionou o Linense em sua grande área e garantiu ao goleiro Leandro Santos o status de herói da partida ao defender cabeçadas de Pato, Paulo André e um chute do garoto Paulo Vitor. Cabe ainda lembrar que Pato sofreu um pênalti não marcado pelo confuso árbitro, mas juntando o humor da tarde com o jeito que o povo anda perdendo penalidades, não ia dar em nada mesmo.

De útil, Shieik seguiu jogando bem e Guerrero fazendo gol. Pato se mostrou mais participativo e aceso que em outras ocasiões, chamando o jogo pra si quando entrou. Ele precisa perceber que vai precisar correr mais se quiser uma vaga no time. Paulo Vitor jogou pouco mas bem, fazendo umas três jogadas bacanas. Que entre de novo.

Falta mais um jogo para o fim desta horrorosa primeira fase do Paulistão. Que acabe logo.

quarta-feira, março 27, 2013

Tem meia dúzia de coisas que só acontecem com o... Palmeiras?

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Comemora, Mirassol, que não é todo dia! (Foto: Caio Messias/Lance!Press)

Em sua atual fase, o Palmeiras tem perdido muita coisa, como mostra o sacode que levou do portentoso Mirassol na noite desta quarta-feira. Mas pelo menos uma coisa ele ganhou, e do Botafogo: nos últimos tempos, tem coisas que só acontecem com o Palmeiras.

É válido questionar se o Mirassol algum dia já marcou meia dúzia de tentos em uma única partida como profissional. Imagine então cumprir a conta logo no primeiro tempo? Tá certo que o primeiro foi obra do jovem zagueiro palmeirense Marcos Vinícius, de 21 anos, e logo aos 32 segundos de partida. Mas ainda assim...

No finalzinho, o Palmeiras ainda corria, Wesley forçou o goleiro Gustavo a duas defesas complicadas. Mas era nítido que ninguém dentro de campo acreditava no empate. Nem a torcida alviverde, que se dividia entre os que abandonavam o estádio e aqueles que ficavam para xingar o time e o técnico Gilson Kleina – que corre sério risco de não passar o Dia do Trabalho no Parque Antártica.

Já o lado mirassolense era só alegria, justificada pelo feito histórico. Dá pra imaginar, daqui uns 30 anos, quando o Paulistão não for mais que uma lembrança, o centroavante Caion contando para seus netos e vizinhos  a respeito da noite em que marcou dois dos seis gols do Mirassol em cima do poderoso Palmeiras.

PS.: Na sequência da rodada, o Corinthians empatou em 1 a 1 com o Penapolense, em mais uma partida pra lá de chata. Mas quem se importa?

(Atualizado às 23h50)

segunda-feira, março 25, 2013

Corinthians ganha do Guarani no interminável Paulistão

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Guerrero e Sheik estão se entendendo (Ary Ferreira/Lance!Net)

Cara, como é chato o Paulistão. O 1 a 0 sobre o Guarani em Campinas manteve o Corinthians bem posicionado para garantir sua classificação para a fase eliminatória do torneio. Em mais um jogo chato desta primeira fase interminável e sem sentido, o mais inusitado foi o final jogado sob chuva de granizo.

Entendam, não estou detonando o estadual em si. Somos um país continental, com diferenças regionais relevantes, é válido ter competições que valorizem essa diversidade. Mas essa fórmula beira o desvario – o que não chega a ser novidade nas criativas mentes da FPF.

Ninguém consegue me convencer de que isso faz sentido: você joga 19 partidas medíocres para classificar oito clubes para uma fase de mata-mata que, essa sim!, vai ser emocionante. Mas aí faz a eliminatória só com um jogo! Ora, diminuam a fase de classificação e ampliem o mata-mata.

Não entendo bem o que ganha a federação ou seu presidente, Marco Polo del Nero, com esse formato esdrúxulo, os estádios vazios, os jogos sem titulares. Compreendo que ele não esteja nem aí  para nada além de seus interesses políticos, mas ter um campeonato tão mal organizado ajuda em alguma coisa suas ambições?

Enfim, de volta à partida, o Corinthians jogou bem no início, fez o gol com Guerrero em belo passe de Emerson (que mais uma vez jogou bem) e parou, o que também não é nenhuma novidade O Guarani não mostrou a menor força para empatar e ficou por isso mesmo.

Duas consequências funestas: Cássio e Renato Augusto saíram de campo machucados, ainda no primeiro tempo. Os dois não jogam na quarta-feira e preocupam para a sequência.

Ah, sim: o vestiário do Brinco de Ouro da Princesa alagou depois da partida, o que também foi novidade. Que beleza!

quinta-feira, março 21, 2013

Corinthians: Empate sem graça com gol de Sheik

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Gol na conta e cheio de marra (Ari Ferreira/Lance!Press)

Um Corinthians quase titular empatou jogo amarrado contra o XV de Piracicaba, no interior, na noite dessa quarta. Não foi um OXO, mas merecia. Acabou sendo um IXI - e com dois belos gols em chutes de fora da área, um de Emerson Sheik e outro de Diguinho.

Sheik entrou no segundo tempo no lugar de Guerrero, que pediu dispensa de um amistoso da seleção peruana para participar dessa e da próxima partidas - decisão que ele agora pode estar questionando intimamente. Emerson novamente entrou bem e criou jogadas perigosas, o que faltou no primeiro tempo. O gol ajuda a consolidar a mudança de fase. Deve ter ganhado pontos à frente de Romarinho como primeira opção para o ataque, até pela fraca jornada do garoto.

Outro que manteve bom nível foi Renato Augusto, por quem passaram as tramas mais lúcidas do ataque paulistano. Do outro lado, Danilo foi muito, mas muito discreto. No ano passado, ele já era dos jogadores com mais problemas para alcançar bom rendimento físico, o que só tende a se agravar. É preciso pensar em alternativas.

Os reservas em campo foram três: Danilo Fernandes no gol, Chicão na zaga e Romarinho no ataque. Os três por lesões dos titulares Cássio, Paulo André e Pato, ou seja, a intenção do Tite era botar força máxima e ganhar a peleja. No entanto, considerando o que se viu em campo, fiquei em dúvida se foi a melhor opção. Será que o grupo qualificado de reservas que tem o Corinthians não teria mostrado mais fome de bola, como foi contra a Barbarense no fim de semana? A letargia de Danilo e os maus desempenhos de Alessandro e Fábio Santos ajudam a fortalecer a tese.

O fato é que o Timão está agora na sétima posição desta interminável primeira fase do Paulistão, com 22 pontos - curiosamente, a apenas do terceiro colocado, o Santos. Tem tudo para se classificar nas seis rodadas restantes, mas precisa ganhar uns joguinhos. Desperdiçar essa folga da Libertadores pode criar um pepino.

domingo, março 17, 2013

Timão fura retranca da Barbarense e Sheik "rala o bumbum o chão"

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Fazia tempo que Sheik não jogava bem (Foto: Eduardo Viana/Lance!Press)

O Corinthians bateu, bateu, e bateu até que furou a violenta retranca da União Barbarense, vencendo por 3 a 0 a partida deste sábado, no Pacaembu. Os reservas Douglas e Jorge Henrique marcaram o primeiro e o segundo e Renato Augusto fechou a trinca com um belo toque por cima do arqueiro, anotando seu primeiro e merecido tento pelo Timão.

Tá certo que a Barbarense é forte candidata ao rebaixamento no já tecnicamente rebaixado Paulistão. Mas o time que foi a campo, com apenas 3 titulares, mostra um elenco pra lá de forte: Douglas, Romarinho, Sheik, Edenilson, Guilherme, Chicão e meu desafeto JH disputariam vagas em muito time titular do Brasil. Mais que isso: o pessoal entrou jogando forte, apertando e buscando a vitória, sem a preguiça que caracterizou o time “alternativo” em boa parte do segundo semestre do ano passado. Se mantiverem a pegada, seremos mais competitivos mesmo disputando campeonatos paralelos.

O destaque do jogo foi Emerson, por dois motivos. Primeiro, jogou muito bem e participou dos dois primeiros gols. Se mexeu o tempo todo, criou boas jogadas com suas arrancadas e dribles e foi mais solidário. Segundo, pela declaração depois da partida. Feliz pelo bom desempenho, ele disse não estar em má fase e que s gols virão em breve. Mas o importante foi isso aqui: “Temos um treinador que prega igualdade, que dá oportunidade para quem trabalha. Quem está no Corinthians e conhece o Tite sabe muito bem que ninguém joga com nome. Para conquistar uma vaga, ele fala uma frase que às vezes não pega bem: 'Tem de ralar o bumbum no chão'. Se este é o caminho, é ele que vou seguir”

Pelo temperamento explosivo e perda de espaço recente, Sheik parecia ser um dos principais candidatos a criar uma crise de comando no vestiário. Se ele topar na boa a reserva e correr quando for exigido, fica mais difícil para outros caras criarem problema. Grande mérito de Tite essa condução do elenco.

A partida inaugurou uma sequência de cinco jogos com foco no Paulistão, culminando com o clássico contra o São Paulo. Curiosidade: logo depois do clássico volta a Libertadores. Ou seja, boa chance dos times usarem reservas ou tirarem o pé no jogo mais relevante do período. O pessoal do calendário da FPF mais uma vez está de parabéns.


terça-feira, fevereiro 26, 2013

Buracos na defesa são novos sintomas da Empatite

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Pato marcou o primeiro, Guerrero o segundo (Luis Moura/Gazeta)

Neste domingo, contra o Bragantino, o Corinthians conseguiu seu quinto empate consecutivo entre Paulistão e Libertadores. Foi também o terceiro 2 a 2 consecutivo na competição estadual, o que é ainda mais curioso. Muita gente tem lamentado a volta da “Empatite” que vitimou a equipe em tempos idos. Mas, se bem me lembro, a doença trazia uma penca de zeros nos placares, o que não tem sido a tônica. O mal pode ser o mesmo, mas o vírus causador sofreu uma mutação que trouxe novos sintomas.

O ataque tem funcionado razoavelmente, com seis gols em três jogos (e 1 nos trocentos mil metros da Bolívia, que dificulta avaliações) e mais um punhado de chances criadas (na altura, Sheik perdeu dois que mostraram porque ele me parece em marcha acelerada rumo ao banco). Mas a defesa começa a preocupar. Pode ser a combinação de falta de ritmo e má condição física de Paulo André e Fábio Santos, os dois mais velhos (sem contar Alessandro, que não jogou ontem), com o desentrosamento de Gil e Edenilson. Ou talvez seja só a ruindade de alguns destes personagens, que vinha sendo escondida pelos méritos coletivos de uma equipe bem armada e determinada. Duas outras possibilidades. Uma, que Gil e Paulo André têm características parecidas, mais para os antigos quarto-zagueiros. Funcionarão melhor com Chicão, que leva mais jeito para camisa 3. Estes três problemas podem ir na conta da diretoria, pela montagem do elenco – e pela perda do promissor Marquinhos – que ficou com poucas opções no miolo.

Outra possibilidade, mais tática, parte do reconhecimento de uma tentativa de Tite que mudou um pouco o posicionamento do meio-campo. Ralph tem aparecido mais no ataque, o que parece ser encorajado pelo chefe. Contra o Braga, a transmissão televisiva diz que Tite cobrou os meias para ajudarem mais na marcação na meia cancha, ajudando a cobrir o volante. Os frequentes erros na zaga podem ser resultado dessa mudança na organização coletiva – ou pode ser tudo um pacotão de problemas.

Essa mudança, se não se tratar de um delírio provocado pela súbita diminuição de álcool em meu sistema após o carnaval, pode indicar experiências para encaixar no time titular as contratações para o meio e ataque – onde a diretoria trabalhou muito e bem. Imaginei um time num tipo de 4-4-2 inglês, com Renato Augusto e Danilo marcando pelos lados sem a bola e armando e trocando de lugar na transição ofensiva (vimos os dois juntos por alguns minutos em Oruro, mas a altitude destruiu Danilo antes que conclusões fossem possíveis). Nessa formação, os dois volantes teriam mais companhia na marcação e mais espaço para avanços – que eu imaginei utilizado só por Paulinho, mas pode ser que Tite queira tentar incluir Ralph no revesamento ofensivo. Com isso, caberiam Guerrero como referência e Pato como segundo atacante, se movimentando pelo ataque, voltando para buscar a bola e achar espaços para partir em velocidade, o que faz muito bem. No papel, parece bom.

No entanto, minha fértil imaginação foi desmentida por Tite no final do jogo de ontem. Quando vi que Guerrero entraria no lugar de Douglas (que foi bem, mas cansou), imaginei o time exatamente desse jeito, mas o que se viu foi Renato Augusto ocupando a faixa central do 4-2-3-1 e Guerrero e Pato revesando de forma muito descordenada entre a centroavância e o lado do campo. Não rolou bem e o gol de empate só saiu pelo vacilo de um zagueiro do Braga que achou por bem botar a mão a bola na área.

Um destaque para a eficiência do Bragantino em bater: a certa altura, eram 20 faltas contra 5 do Corinthians, número realmente pitoresco.

Tragédia de Oruro

Andei totalmente sem vontade de escrever sobre futebol desde a imbecilidade que ocorreu na Bolívia e vitimou um garoto de 14 anos. Resumo de minha opinião sobre o fato, sempre com o foco de encontrar a melhor maneira de impedir que esses tipo de coisa aconteça novamente:

- Há uma dimensão coletiva e uma individual que devem ser abordadas. A tragédia só acontece porque existe conivência com a violência por parte da Conmebol e dos times. Logo, as punições coletivas são importantes para abordar este aspecto. Mas acho fundamental dar destaque ao aspecto individual da coisa: um ou um grupo de cretinos levou bombas para uma multidão, com ou sem o intento de dispará-las contra outras pessoas. Eles devem pagar de acordo com a lei, ou haverá impunidade. Se realmente foi o rapaz que se entregou à Justiça em Guarulhos, ele tomou uma atitude corajosa. Mas merece as penas cabíveis.

- Que todos os envolvidos paguem e que isso se torne padrão em todas as competições da Conmebol. Isso inclui o Corinthians, pela torcida, mas também o San José, como mandante e responsável pela segurança. Nenhuma punição será questionada por mim se tornar-se regra a ser obedecida por todos. E, como dito acima, o imbecil (ou imbecis) que se tornou assassino também deve estar na conta.

- O aspecto punitivo é importante, mas também é fundamental que se modifiquem as condições de segurança. Em nenhuma aglomeração humana deve ser permitida a entrada com materiais potencialmente mortais. Precisamos parar de tratar o futebol como uma dimensão a parte e exigir medidas de segurança.

- Qualquer ataque ou insinuação ao Corinthians ou corintianos como "assassinos", como um torcedor do Bragantino chamou o Tite, é injusta e altamente escrota. O mesmo vale para o San José.

(Modificado às 10h40 do dia 26/2)

domingo, fevereiro 17, 2013

Visão Corintiana: Timão complica Derby que parecia fácil

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Little Romário: 3 jogos contra o Palmeiras, 4 gols

O único Derby garantido para os paulistas neste ano terminou num empate de 2 a 2. Corinthians e Palmeiras até podem se enfrentar novamente, mas tudo vai depender dos desempenhos e cruzamentos na Copa do Brasil, Libertadores e no próprio Paulistão. Certeza mesmo, só esse clássico, em que um Timão desatento deu brechas para que um aguerrido e surpreendentemente organizado Verdão complicasse e muito o jogo. Para o espectador sem ligações carnais de algum dos lados, uma benção, pois o jogo ficou muito mais emocionante e disputado. Para a corintianada, só preocupação.

O Corinthians começou muito bem o jogo, arrasador ao seu modo. A organização de uma equipe cuja base já tem quase dois anos deixava ainda mais claros os problemas do Palmeiras, equipe em formação e buscando reencontrar a auto-estima. O Timão impôs o toque de bola, apertou a marcação e as chances foram surgindo. Bola na trave de Jorge Henrique, cabeçada raspando de Paulinho, gol de Sheik após ajeitada de cabeça de Paulo André. Ainda teve uma outra bola na trave em imperdível gol perdido por Guerrero. Depois disso, o ritmo baixou.

Não sei se foi preguiça, se foi a má forma física do início da temporada (com o reforço da idade elevada de boa parte do time titular) ou, o pior motivo, se o pessoal subiu no salto. Mas o fato é que o time tirou o pé, não ganhou mais nenhuma dividida e o Palmeiras cresceu. Mais calmo, mostrou organização surpreendente para quem está estreando gente nova a cada jogo e levou perigo em ataques rápidos. Wesley fazia parte das tramas, mas exibia um egoísmo impressionante. Não fosse isso, talvez o empate tivesse vindo antes. Mas veio, em cruzamento do mesmo volante e cabeçada de Vilson, que vem sozinho de trás, em falha do sistema de marcação. Ralph olha a bola e o moço chega como quer para fuzilar Cássio. Não é trágico, mas cabe notar que erro muito semelhante aconteceu no gol de Rivaldo, contra o São Caetano. Tite tem algo a corrigir.

O segundo tempo começou quase igual, com um Palmeiras compacto, fechadinho, explorando bem os contra-ataques. Nessas veio a virada, em novo cruzamento. Falta tosca cometida por Ralph, cruzamento na área e Cássio erra grotescamente a saída do gol. Vinícius 2 a 1. O Verdão ainda teve umas três chances de ampliar até que Tite decidiu mexer, e dessa vez não foi tão lento como costuma. Trocou Alessandro por Romarinho (JH virou lateral), Danilo por Renato Augusto (dois dos mais velhos jogadores) e  Guerrero por Pato. A mexida deu novo gás e o Timão passou a pressionar e não dar chance para o Palmeiras, que se segurava.

Até que num bicão/lançamento da zaga, Pato deu uma matada que justifica minha fé no rapaz e esperou. Achou ele, Little Romário,  rapaz de comprovada estrela contra o arqui-rival. Chute da entrada da área no canto e caixa.

A pressão continuou até o fim, ainda que desorganizada, na base de toques longos e meio burros. Se tivesse colocada mais a bola no chão, mais chances teriam aparecido. Culpo um pouco Renato Augusto, que entrou para ser meia e tinha que botar a bola no chão, e Paulinho, em noite pouco inspirada – impressão que poderia ser toda outra se a bicicleta extremamente plástica tentada pelo volante no final tivesse desviado uns 40 cm para a direita.

No final, ficou a impressão de que o Corinthians complicou e muito um jogo que se anunciou como tranquilo – não antes, mas nos primeiros minutos da partida. Começou como se fosse aplicar uma goleada sem sustos e terminou correndo atrás do prejuízo. De bom, vemos que o time está organizado e tem entrosamento. Além disso, tem peças no banco de muita qualidade e capacidade para mudar um jogo complicado. E é razoável esperar que a equipe aprende com os erros e entrará com o pé mais firme nos próximos jogos decisivos.

O Palmeiras mostrou ter bons jogadores no meio-campo e um time que deve melhorar com o entrosamento. Souza e Wesley são inteligentes e sabem jogar bola, mas precisam conversar mais. Welder jogou bem e registro aqui minha surpresa por passar batido da maldição do ex-jogador.

Vamos ver como será o próximo duelo entre os dois times – se ele por ventura acontecer neste ano.

quinta-feira, janeiro 24, 2013

Corinthians: sem meio-campo fica difícil

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Romarinho jogou mal ou preguiçou?
(Daniel Augusto Jr./Ag.Corinthians)
O Corinthians recebeu a Ponte Preta nesta quarta-feira e perdeu por 1 a 0, novamente com sua escalação B puxando pra C. Dessa vez, Zizao não tirou nenhuma mágica das mangas de seu shen-i e o time, bastante desentrosado e com erros estranhos de escalação, não deu conta do recado.

Antes de começar, aponto minha própria contradição: como se trata de um time fadado a ser esquecido assim que os titulares entrarem em ação, faz pouco sentido analisar o trabalho coletivo e tem mais lógica pensar individualmente se cada jogador pode vir a ser útil no futuro. E mesmo assim, lá vou falar de tática.

O principal problema é o meio-campo, sem um meia criativo que seja. Nesta peleja, Tite trocou Nenê Bonilha, que fez as vezes de meia centralizado contra o Bragantino, e colocou William Arão, volante marcador. Caiu para Guilherme, ex-Portuguesa, a responsa de armar o time pelo meio, auxiliado por Giovanni na direita. Não deu certo e Romarinho ficou isolado no comando do ataque, que não é a sua. Aqui, uma pergunta sobre Little Romário: ele jogou mal porque estava isolado ou ficou isolado porque jogou mal e preguiçosamente?

O erro de esalaçaõ supra-citado é o seguinte: Tite coloca um lateral-direito (Welder) na lateral-esquerda, outro (Guilherme Andrade) improvisado de volante e usa um meia de origem (Edenilson) no lado direito da defesa. Três improvisos que poderiam ser um só, com Edenilson ajudando a armação. Possivelmente ajudaria mais o coletivo, mas é provável que Tite prefira que o meia/lateral treine onde ele deverá ser aproveitado quando necessário – o que deveria preocupar os outros dois, que passam a ser opções mais distantes.

Mesmo com tudo isso, ainda se construíram algumas chances de gol. A Ponte, no entanto, teve as melhores, perdidas por responsabilidade de seus atacantes e com boa ajuda de Danilo, goleiro que periga ganhar de Júlio Cesar a condição de reserva imediato de Cássio.


Tite deu uns minutos a mais para Léo, bom atacante recém-chegado aos profissionais. Não fez grandes coisas e ficou meio largado na ponta esquerda, distantes que estavam sempre os quatro da frente.

O gol da Macaca veio no finalzinho. Numa jogada meio perdida no canto da área, Felipe – que é um zagueiro menos pior do que eu temia – e deu um tranco um atacante da Ponte que para mim (e para o Felipe) foi ombro a ombro, mas o juiz entendeu que foi nas costas. Desnecessário, de todo jeito.

O estreante da noite, Gil, não foi mal. É rápido e bom por cima, mas precisa de ritmo de jogo. Ficaria melhor ao lado de Chicão, zagueiro que faz melhor a saída de bola e que ficará um mês fora por contusão. Problema.

A próxima premiere deverá ser de Renato Augusto, talvez já no próximo jogo. Pode ajudar esse meio-campo.

domingo, janeiro 20, 2013

Paulistão com cara de "vale a pena ver de novo". E Lula "trolla" o Palmeiras

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Ele, sempre
O campeonato paulista de 2013 começou com aquele gostinho de café requentado para pelo menos duas equipes grandes do futebol de São Paulo. O Santos estreou contra o São Bernardo com casa cheia a Grande São Paulo e bateu os anfitriões por 3 a 1. Com uma equipe desentrosada, foi Neymar que salvou a pátria mais uma vez. A partida contou com a presença do ex-presidente Lula, que assumidamente, como você vai ver na entrevista , estava lá para secar o Santos. Ao lado dele, o prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho, torcedor do Peixe.



Os reforços que jogaram foram bem ofensivamente, mas pecaram na marcação, exceção feita a Renê Júnior que, além de marcar de forma competente, deu um belo lançamento para Montillo perder aquele que considero sua terceira grande oportunidade de marcar desde sua estreia, no amistoso contra o Grêmio Barueri. Cícero e Arouca não foram tão bem na cobertura, assim como Bruno Peres (nada novo) e o estreante Guilherme Santos foram menos que medianos defensivamente.

Mas, reforços à parte, tem esse fora de série chamado Neymar. Ele fez um gol que, como já dito aqui, está se acostumando a fazer, tocando de forma precisa por baixo das pernas do defensor. Um lance incomum, que para o craque peixeiro está se tornando corriqueiro. Além disso, como disse o companheiro Edu, cavou uma expulsão do adversário e inúmeros cartões amarelos. Todos justos, embora o secador Lula discorde...



******

Já o Palmeiras também estreou com o gosto amargo do final de 2012. Não saiu do empate, em casa, contra um dos seus rivais na Série B, o Bragantino. O Verdão teve uma grande chance desperdiçada pelo atacante Barcos, que perdeu um pênalti. A equipe palestrina, aliás, foi "trolada" por Lula, que disse, a respeito da participação alviverde no Paulista: "Esse vai ser um campeonato paulista muito bom, porque todos os times estão reforçados. O Corinthians está melhor, o Santos está melhor, o São Paulo está melhor, os times do interior, o São Bernardo está melhor... Só falta o Palmeiras ficar melhor".


Zizao salva jogo chato do Corinthians em Jundiaí

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Olha o Zizao aí. (Daniel Augusto Jr./Ag.Corinthians) 
Aproximadamente às 17h15 deste domingo, um tremor atingiu o mundo. Não se tratou de falha tectônica, o explodir das primeiras bombas atômicas da terceira guerra mundial ou de mais uma barbeiragem do governo Dilma a ser denunciada pela implacável Veja. Foi o resultado de 1,5 bilhão de chineses pulando em uníssono para comemorar a brilhante jogada de seu conterrâneo Zizao, o Bruce Lee dos gramados.
O rapaz pegou a bola ainda no campo de defesa corintiano, tocou para Romarinho um pouco à frente, que devolve uma bola meio na fogueira. Com agilidade digna de Jackie Chan, Zizao concerta o passe e tira o primeiro zagueiro com um toquinho preciso. Avança dentro da área, ginga na frente do zagueiro e passa com a graça de um monge shao-lin. Com tranquilidade zen, ignora os três defensores que se aglomeram a sua frente e dá um passe preciso para o garoto Giovanni marcar. Golaço!
Utilizados todos os clichês que consegui pensar com a cultura chinesa, o fato é que a jogada de Zizao foi um dos poucos bons momentos de um jogo chato pra diabo entre Paulista de Jundiaí e Corinthians. Uma outra foi o bom passe do meia Mateus para o gol de empate da equipe da casa, de João Henrique. Ok, mais uma piada: para manter o equilíbrio das energias do universo, Zizao colaborou com o gol adversário ao dar um passe na fogueira para Guilherme Andrade.
De se aproveitar, Giovanni jogou bem pelo lado direito e fez mais que o gol. Seu lado foi o mais produtivo, com boas tabelas entre ele, Edenilson e Guilherme, ainda que nada muito incisivo. No fim do jogo, Tite colocou o menino Léo, recém-chegado do time da Copinha. Interessante dar chance para o pessoal da base pelo menos nesse time B/C do Timão.


Na falta dos melhores momentos, uma atuação chinesa em outro esporte com bola: