Destaques

Mostrando postagens com marcador analfabeto. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador analfabeto. Mostrar todas as postagens

terça-feira, outubro 19, 2010

Falar aos pobres

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Acabo de encontrar meu amigo George, brasileiro que vive em Londres. Ele me contou que seus amigos tucanos estão em polvorosa no Facebook. Em plena mobilização, clamam para que todos falem com suas empregadas, com os porteiros de seus prédios, com as faxineiras de suas avós ou com os seguranças e a mulher do cafezinho do trabalho... com toda essa gente aí, para não deixar a Dilma se eleger.

Quer dizer, estão conclamando o pessoalzinho – que fez escola particular e universidade pública, que tem bons empregos, que lê jornal, bem, que, em suma, não é analfabeto – a formar a opinião dos pobres... Na cabeça deles deve passar algo como: “Gente, eles são analfabetos, desinformados, não são más pessoas, mas não sabem o que fazem. Você que ‘trata bem’ e é até meio amigo do seu porteiro, pois fala com ele sobre futebol, não deixe ele cometer essa burrada de ignorante e votar na Dilma, faça ele votar em gente como a gente”.

Está claro que também estão respondendo ao apelo do candidato Serra de que cada um conquiste mais um voto e estão fazendo a parte deles com os pobres mais à mão, aqueles sobre os quais sentem que têm até alguma obrigação de influência. Herança genética dos tempos do cabresto?

Será que essa mobilização confirma a opinião de Maria Rita Kehl de que não há respeito pelo voto do pobre, que aprendeu a votar em causa própria em vez de votar pela causa de seus patrões, aquela exata opinião que lhe valeu a demissão de O Estado de S.Paulo?