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Dando continuidade ao post "Não é de agora que reconhecem o Lula", vi outra declaração interessante no livro "A onda que se ergueu no mar", do Ruy Castro (Companhia das Letras, 2001), espécie de continuação de "Chega de saudade", publicado pelo mesmo autor 11 anos antes. Numa conversa que Ruy teve com Nara Leão (foto) em janeiro de 1989, a cantora disparou:
"Se houvesse um pouco de moralidade, a coisa já melhoraria. Brizola, por exemplo, é charmoso, mas é também o campeão da demagogia. O único diferente desses políticos que andam por aí é o Lula. Ele é muito inteligente, mas teria de se cercar de pessoas preparadas."
Nara morreria seis meses depois, vítima de um tumor no cérebro, às vésperas da primeira eleição direta para a presidência da República em 29 anos, que levariam Lula e Fernando Collor ao segundo turno. E que deu no que deu.