Destaques

sexta-feira, setembro 03, 2010

Cai ou não cai?

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Se tem uma coisa que me espanta, no São Paulo, é o sossego da diretoria em relação ao Campeonato Brasileiro. Eles parecem ter uma certeza inabalável de que o time é imune a rebaixamento. E não é! Ontem, conseguiu segurar uma vitória suada contra o combalido Atlético Goianiense, em casa, num jogo em que o placar mais justo seria o empate. Está claro para todo mundo que Sérgio Baresi não será mais nada além de um esforçado interino, com resultados pífios. Já disse aqui e repito: não há time titular, nem esquema tático, nem lateral direito, nem meio campo e nem linha de ataque definida. E faltam só três meses para a competição terminar! O que estão esperando para trazer um técnico de verdade? Se o cidadão vier quando faltar apenas um mês e meio para o fim, não conseguirá fazer nada, por conta da pressão, e será tarde demais. Grêmio e Atlético Mineiro não vão ficar vendo a banda passar, vão reagir desesperadamente. O São Paulo não tem time para vencer duelos decisivos, clássicos ou qualquer partida contra qualquer um dos dez primeiros colocados. Na sorte, segura um empate, como no domingo, contra o relaxado Fluminense. Isso é muito perigoso, muito mesmo. E, para a diretoria tricolor, parece que nada acontece. Não sou a Regina Duarte, mas tenho medo. Muito medo de que meu time dê para os corintianos o melhor presente do centenário deles...

Uma vitória cascuda

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Sem encantar, o Santos venceu o Avaí ontem por 2x1, na Vila Belmiro. Assim, o Peixe registra uma boa sequência de cinco vitórias consecutivas - quatro pelo Brasileirão e uma "vitória-derrota" contra o mesmo Avaí, pela Sul-Americana.

Neymar foi o principal jogador em campo. Pelo que mostrou de futebol propriamente dito - fez um gol aos 55 segundos, quando certamente muitos santistas ainda tomavam a última dose nos bares que circundam a Vila - e por mais uma vez ser tema de "polêmicas".


As aspas são necessárias porque, cá entre nós, as polêmicas envolvendo o Neymar estão cada vez mais chatas. A situação está virando cotidiana. Neymar faz algumas fintas e é caçado por todo o time adversário. O santista acusa os oponentes de violência, os rivais dizem que o santista é desrespeitoso e "precisa crescer". Cá entre nós, até acho que precisa - tomar o terceiro cartão por conta de uma simulação besta é algo criticável, tal qual dar um chapéu com o jogo parado também - mas, se é para condenar um dos lados, prefiro condenar o lado da violência dentro de campo.

À parte disso, o Santos mostrou sentir a falta de Paulo Henrique Ganso. Não só pela imensa qualidade do meia, mas também pela falta dela no seu substituto: Marquinhos, mais uma vez, fez uma partida apática. Sabe aquele jogador que tem pinta de "bom reserva", mas quando é efetivado não corresponde? Talvez seja o caso dele. O garoto Alan Patrick, então, se credencia para ser o titular da 10 quando Ganso estiver fora - mas aí a CBF o convoca para um torneio sub-19 na China (!) e o Santos se vê prejudicado...



Keirrison
Sim, foram só três partidas. Longe de mim querer crucificar um jogador que vestiu a camisa do Santos por menos de 270 minutos. Mas avalio apenas o que ele desempenhou até agora. Keirrison foi mal, muito mal, em todos os seus instantes pelo Santos. Está se escondendo do jogo de maneira assombrosa. Atentem para o seguinte: não é que ele está chutando mal, está perdendo gols, errando passes. Não, ele simplesmente não aparece no jogo. Isso é ruim. Talvez o duelo contra o Flamengo, no final de semana, seja seu último como "titular absoluto" - até porque seu reserva imediato, Marcel, fez um bom gol ontem.

quinta-feira, setembro 02, 2010

Empate do Palmeiras contra o Fluminense quase vale por vitória

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O Palmeiras empatou com o Fluminense com gol aos 48 minutos do segundo tempo para selar a igualdade. Um suadouro, final emocionante até, mas verdadeiro castigo para o líder do campeonato, que apostou tudo no contra-ataque mas criou menos do que poderia.

No dia do aniversário de 100 anos do Corinthians, o empate ao mesmo tempo em que não deixa os arquirrivais alviverdes tão felizes e ainda tira pontos do Tricolor Carioca. Mesmo mantendo a liderança nesta rodada, a diferença em relação ao segundo colocado deixou de se expandir.

O mais impressionante é que o Palmeiras de Luiz Felipe Scolari mostrou determinação admirável. Novamente pecou por falta de meias, apostava tudo em ligações diretas entre os volantes e o atacante Kleber ou em arrancadas de Rivaldo e depois de Luan. Mesmo com tanta previsibilidade, a equipe de Muricy Ramalho não conseguiu oferecer uma despedida do Maracanã mais merecedora de orgulho para a torcida.

As chances criadas foram poucas por todo o jogo, principalmente depois que o time da casa abriu o placar, com Emerson a 15 minutos de jogo. Mas após a desistência do Fluminense de marcar a saída de bola, as trocas de passes palmeirenses renderam pouco em termos de finalizações.

Com faltas nas proximidades da área, Marcos Assunção era a esperança. Kleber correu muito, mas Valdívia continuou apagado. Ele precisa de mais jogadores com quem tabelar ou ter espaço para puxar contra-ataques. Na trombada, ele não se compara ao que é capaz o camisa 30 – que, na versão pós-Copa de 2010, reitere-se, vem sem cotovelos.

As opções do banco Tinga, Luan e Ewerthon, que entraram nas vagas de Pierre, Fabrício e Valdívia, ofereceram possibilidades de variação tática. Não era a variação que eu gostaria – uma que teria meias de criação, peças indisponíveis no elenco – mas permitiu ao time disputar até o fim.

O autor do gol, Ewerthon, marcou novamente depois de inicar a partida no banco. Parece que ele rende melhor assim, quantro entra. O gol saiu na raça, na trombada, sem técnica, brilho e muito menos habilidade. O zagueiro Leandro havia sido expulso minutos antes, o que ajudou a abrir um espacinho para o balão de desespero estilo "último minuto" encontrar Edinho, que escorou para o atacante empurrar para o fundo das redes.

Foi pior do que ter vencido o time de Vanderlei Luxemburgo do fim de semana. Claro, no domingo o alviverde trouxe três pontos, enquanto hoje veio o empate. Mas foi muito bom ver o Palmeiras dominar o jogo contra a equipe de Muricy Ramalho.

quarta-feira, setembro 01, 2010

Mais de 100 mil fiéis saúdam o centésimo ano do Corinthians

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Às 19h30 desta terça-feira, eu estava trabalhando. Enquanto eu, com a atenção brutalmente desconfigurada, fazia o bastante para manter meu ganha-pão, milhares de corintianos já estavam no Vale do Anhangabaú – 110 mil segundo sites de notícias. Há quem diga que o vale não recebeu tantas pessoas desde o histórico comício das Diretas Já, em 1984.

A comparação é absurda (é?), sem dúvida. E antes mesmo de chegar ao histórico Vale, ouço do escritório na Libero Badaró os primeiros ruídos da festa alvinegra. Da sacada dói prédio, se ouve a dicotomia da existência corintiana: da direita, vem o som de Ronaldo e os Impedidos, banda roqueira que animou o princípio da festa; da esquerda, o que se ouve é a Fiel Torcida Corintiana, ignorando a atração e gritando hinos em honra de sua maior paixão, que é também sua propriedade.

O Corinthians não é um clube com uma torcida, mas uma torcida que tem um clube. A maioria deve achar graça disso, dessa impossibilidade, ainda mais em tempos de economicismo, de falta de humanismo, de não assumido elitismo, de direitismo, enfim. Mas Corinthians, de nascença, é coisa de esquerda. De revolucionário anarquista espanhol. De comunista italiano. De operário de todas cores e tamanhos que decidiu montar um time para jogar futebol em 1910. Ano em que nasceu meu avô, José Benício dos Santos, alagoano que se radicou em São Paulo e na República Popular do Corinthians, para onde levou seus filhos. E onde minha mãe, Maria Neusa, fiel não praticante, encontrou meu pai, Manoel Ribeiro, mineiro, comunista de linha chinesa, poeta e corintiano.

Todos trabalhadores, como os que primeiro se reuniram na rua Cônego Martins, esquina com a José Paulino, onde hoje está o marco de fundação do clube. Foram no Bom Retiro e enfiaram goela baixo de São Paulo que um time de operários podia disputar e ganhar os torneios da época. Foram para a Zona Leste e mostraram que um bando de piões poderia construir um estádio (o companheiro Miguel conta que seu bisavô jogou no Corinthians nos anos 1920 e doou tijolos para a construção do Parque São Jorge) e brigar como gente grande (como se dinheiro fosse condicionante para amadurecer e crescer). Foram para o mundo todo nas costas dessa Fiel Torcida que é sua alma.

Os outros, ora, são os outros, rivais com maior ou menor graça. Acreditem, não precisamos de vocês para existir, talvez, quem sabe, da dissidência que habita a rua Turiasssu, já que as dualidades resumem melhor os detalhes da vida humana e dão melhores enredos de faroeste, como deixaram claro Sérgio Leone e John Ford.

O santista Xico Sá em crônica da Folha de S. Paulo resumiu bem, e aqui abro espaço para alguns parágrafos do mestre:

“No meio do espetáculo que é a juventude roqueira, um cavaleiro solitário, rosto só vincos como um Samuel Beckett dos pobres, ajeitou os poucos cabelos, pediu uma cerveja, grudou o nariz na TV que parecia uma caixa de fósforo, de tão pequena, e dali por diante não conseguia enxergar nem mesmo a Karine com suas pernas de oncinha.
Foi neste momento solene que o cronista que ronda a cidade pensou mais uma vez: como SP precisa do Corinthians em campo. O tio ficou hipnotizado por 90 minutos diante da volta do seu time.
E não se tratava de um torcedor barulhento. É um daqueles fundamentalistas silenciosos. Sabe aquele cara que celebra ou morre por dentro sem alterar as feições?
No máximo, ele mexia um pouco com a perna esquerda, como se ajudasse a bola a correr mais depressa para o gol. Coisa de quem manja da arte da sinuca.
Um sábio. Essa história do centenário sem Libertadores, vê-se pelos seus gestos, não significa nada. Não trabalha com obsessões nem morte a crédito. Só um pouco de dinheiro vivo.
O cavaleiro solitário me confessaria depois da partida: "Essa molecada não sabe o que é o Corinthians. Ser Corinthians não significa ganhar. Basta existir. Pronto"."

Coisa linda de se sentir e se ler. Mais linda ainda de se ver, às 21h e pouco, depois de uma cerveja e um sanduíche no bar da esquina. Eram milhares, milhões os alvinegros presentes à festa do Anhangabaú. Da janela do trampo já havia ouvido Ronaldo e seus Impedidos, que ora contavam com Badauí e Japinha (do CPM 22), Paulão (da gloriosa Banda das Velhas Virgens) e o auxílio do rapper X, todos corintianos da mais pura lavra. Passearam também pelo centro Paula Lima, Xis, Rappin Hood, Negra Li e Nuwance.

Mas o verdadeiro mestre de cerimônias foi outro, um que com a camisa 10 e uma canhota precisa trouxe o primeiro Campeonato Brasileiro, em 1990. José Ferreira Neto, seguidas cervejas na cabeça, resumiu no palco a grandeza dos pequenos corintianos. Para deixar claro o que só a vivência pode declamar, em certo momento uma galera conseguiu subir em cima de um dos telões instalados no Pacaembu, quer dizer, Anhangabaú (perdoe a falha nossa). Um cabra pede pra descer, um outro diz que vai atrapalhar. Neto não perde tempo: “Desce daí, porra!!”, grita o ídolo. Não sobra um em cima da bendita TV. Quer dizer, tem mais um. “Pega esse cara, tira ele daí! Sai, porra!”

À parte os ousados manguaças, pouco incidentes podem comprometer os mais de 100 mil corintianos. Uma briga começa perto de mim, mas não se alastra. O que amigos indicam ser membro do grupo da Rua São Jorge se desentendem com um cabra da Gaviões. A tensão passa rápido, já que os brigões pulam todos a cerca e se resolvem fora da aglomeração.

A noite passa e os cantores são Maria Cecília & Rodolfo, que ficam mais do que o esperado. Na maioria das músicas, a Fiel faz questão de mostrar quem é que manda puxando gritos corintianos. A comemoração conta ainda com Ronaldo, Roberto Carlos, Dentinho, Andrés Sanches. Todos foram saudados com gritos de “Timão eo!” e assemelhados. Neto até puxou o nome de Andrés Sanches, chamando-o de “maior presidente da história corintiana”. Silêncio na galera. Agora chame por Biro Biro, Casagrande, Ataliba, Marcelinho Carioca , e ouça a Fiel entrar no clima.

A brincadeira acabou com a apresentação da e Bateria Unificada das Torcidas corintianas. À meia-noite, Neto chama os jogadores do atual elenco que estão no palco para frente. “Vem pra cá, hoje a torcida não vai xingar ninguém, não! Vem Souza – ta precisando melhorar, hein Souza!”. Contagem regressiva para a meia-noite. O Corinthians começa a viver seu centésimo ano.

Música, política e cachaça

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Em certo trecho do livro "Elisete Cardoso - Uma vida" (Lazuli Editora, 2010), o autor Sérgio Cabral recupera um episódio de 1970:

A presença de Elisete Cardoso em São Paulo levou o produtor Abelardo Figueiredo a convidá-la a cantar na mansão - também conhecida como Palácio de Mármore - do empresário Jorgito Chammas, acompanhada de grande orquestra, numa festa que o prefeito Paulo Maluf oferecia a numeroso grupo de empresários árabes. Lá pelas tantas, o prefeito, empolgado com o uísque que bebera, saiu da plateia e sentou-se ao piano para acompanhar a cantora. Acompanhou, de fato, uma música. Quando ensaiava acompanhar a segunda, Elisete fez-lhe o pedido que, com toda certeza, era o de todo o público presente:
- Prefeito, prefiro o senhor sentadinho na plateia.

terça-feira, agosto 31, 2010

Utópico

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Então parece que agora é oficial: o Corinthians finalmente terá seu estádio - que, de quebra, será também a arena que abrigará os jogos paulistanos da Copa de 2014.

A história mostra que temos que ter certo ceticismo ao falar de "estádio do Corinthians" (Sócrates que o diga) mas nunca a situação foi tão sólida quanto a atual. Há a necessidade de se resolver a questão de São Paulo e a Copa do Mundo, e o projeto tem o apoio das três esferas da administração.

Tenho visto por aí uma série de críticas em relação aos valores gastos (que enfatizam que, no fim da história, a conta será paga pelos cidadãos), e também pela politicagem que acabou fazendo com que o São Paulo Futebol Clube, dono do melhor estádio da cidade até então, fosse bizarramente preterido na hora de uma decisão tão importante.

Endosso a maioria das críticas. E, cá entre nós, não queria que o Futepoca fosse mais um depositário de todas elas - que, apesar de sábias e precisas, são bem repetitivas às vezes.

Gostaria de destacar outro ponto. É que, sendo utópico (daí o título do post), acredito que o tal estádio em Itaquera pode representar um bem danado para a cidade.


A Zona Leste, onde fica Itaquera, é a região mais carente de São Paulo. É distante geográfica e politicamente dos locais mais privilegiados da cidade. Lá falta uma série de coisas - ou melhor, falta uma política governamental mais ampla, coisa que nenhuma administração conseguiu resolver de maneira definitiva.

E, como até mesmo quem nunca botou os pés em São Paulo sabe, o trânsito da capital paulista é caótico. Mais ruas e (muito) mais transporte coletivo seriam um belo auxílio para reduzir o problema; mas outra alternativa, talvez tão precisa quanto, é desenvolver os bairros mais afastados da cidade para fazer com que o município tenha polos de emprego mais distribuídos, minimizando assim a necessidade de deslocamento entre seus moradores.

Ao fazer com que Itaquera sedie a Copa do Mundo, o governo - e aí estou falando, mais uma vez, das três esferas governamentais, de feitos de PT, PSDB e DEM, o negócio é suprapartidário, pro bem e pro mal - dá uma mão à Zona Leste e faz com que a região, tradicionalmente marginalizada, se beneficie com um evento de magnitude mundial.

Muito se tem falado por aí: "como que vão fazer uma Copa do Mundo em Itaquera!? Lá não tem nada!". Pois é, "não tem nada" mesmo. E, voltando à utopia, quem sabe esse "não ter nada" seja a maior virtude da região, e São Paulo venha, futuramente, agradecer à mãozinha que o extremo leste recebeu neste 2010.

sábado, agosto 28, 2010

O desespero machucando o coração

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Saindo do hipermercado, decidi dar uma passada na banca de jornais para conferir com os próprios olhos a tal pesquisa do Ibope, divulgada pelo Estadão, mostrando que Dilma Rousseff tem 51% das intenções de voto para as eleições presidenciais, contra 27% de José Serra, o segundo colocado. Pelo burburinho a minha volta, deu pra perceber que aqueles que iam - ou em algum momento consideraram a hipótese de - votar no candidato do PSDB, agora negam, disfarçam ou simplesmente se calam. Satisfeito com a informação, desisti de comprar jornal mas, antes de deixar a banca, notei um CD do Chico Buarque (foto) na prateleira, por R$ 7,90. Um CD que já tenho, mas, além do preço convidativo, era uma nova edição, com um encarte especial. Comprei.

Trata-se de uma coleção da Editora Abril, que trará a discografia quase completa do Chico (se não me engano, vai ficar faltando só o "Chico Canta", de 1974). Buenas, cheguei em casa, abri o pacote e dei uma olhada por cima no livreto do CD. E, surpreso, me deparei com uma foto enorme do José Serra na página 11, página ímpar, de maior destaque. Assim, do nada, totalmente gratuita. Procurei no texto alguma coisa que justificasse, e a menção é tão gratuita quanto a imagem (o grifo é nosso) : "Embora a anistia só viesse a ser promulgada no ano seguinte, parte dos exilados políticos, entre eles José Serra, já havia retornado ao Brasil".

À direita (opa!), José Serra esboça um quase sorriso. Escaneamento torto faz jus à publicação. (Reprodução)

Por que "entre eles José Serra"? Ou se menciona dois ou três, todos ou nenhum. E por que lançar essa coleção exatamente neste momento? Por que escolher um disco de 1978 para iniciar a publicação de uma obra que começa em 1966? E por que diabos botar uma foto do Serra, como um "herói exilado", numa página ímpar, praticamente na abertura do texto? É, o desespero anda machucando o coração dos Civita. A ponto de fazer uma coisa dessas justo com o Chico Buarque, um histórico simpatizante e defensor do PT, partido que seu pai, Sérgio, ajudou a fundar. Feio. Feio demais.

quinta-feira, agosto 26, 2010

Palmeiras leva surra em pleno Pacaembu

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Goleada em casa é triste. No dia do aniversário, pior. Foi por 3 a 0 a derrota do Palmeiras para o Atlético-GO. Ou melhor, para Elias, autor de todos os tentos goianos.

O time parece sofrer apagões em algumas partidas. Depois do 0 a 0 contra o Guarani no fim de semana, nesta quinta-feira, nem a defesa funcionou.

O Palmeiras só jogou nos primeiros cinco minutos, parecendo que ia impôr um ritmo ótimo para a partida. Mas parece que gastou todo o futebol que tinha separado. Os visitantes crescera, Diguinho que estreiava mostrou serviço e criou boas chances para Elias resolver.

Valdívia criou jogadas, mas foi andorinha solitária, daquelas que não fazem verão. O trabalho pela esquerda fez Rivaldo aparecer mais, mas não a ponto de resolver. A melhor jogada foi justamente em um passe do chileno para o volante que vem jogando na ala esquerda, aos 11 minutos do segundo tempo.

O jogo foi mesmo de Elias, que abriu o placar de pênalti cometido por Gabriel Silva. Ampliou dez minutos depois, aos 37, em chute cruzado. Depois, na etapa final, o camisa 10 marcou de novo quando o relógio marcava 38. E o Atlético-GO ainda perdeu chances com Marcão.

A torcida, que pediu raça e empenho, terminou a partida cantando o hino do Palmeiras, sonhando com a defesa que ninguém passa e a linha, atacante de raça.

Série D terá duelo "sul-americano"

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O Campeonato Brasileiro da Série D - a popular quarta divisão - terá o início de sua fase de mata-matas no dia 5. Agora, são 20 times na busca das quatro vagas de acesso à Série C e, claro, também na luta por um título nacional - para repetir a façanha que o São Raimundo do Pará conseguiu no ano passado.

São dois os times de mais tradição envolvidos na disputa: Remo, do Pará, que encara o Vila Aurora-MT, e o Santa Cruz, de Pernambuco, que pega o Guarany-CE. Há um duelo entre duas equipes mineiras - Uberlândia e Tupi, de Juiz de Fora - e nenhum paulista segue vivo na disputa da competição. Botafogo de Ribeirão Preto e Oeste de Itápolis eram os representantes bandeirantes no certame.

Um confronto, em especial, chama a atenção. Principalmente por evocar lembranças da saudosa Copa Conmebol, disputada no continente entre 1992 e 1999. Falo de Sampaio Corrêa-MA e CSA-AL - respectivamente, semi-finalista (1998) e vice-campeão (1999) da competição sul-americana.

Tanto CSA e Sampaio jogaram a Conmebol por algo que acabaria por se tornar a desmoralização derradeira do torneio. À história: a Conmebol nasceu em 1992 para ser uma equivalente sul-americana da Copa da UEFA. Em tempos de Libertadores restrita (com apenas dois representantes por país), a copa reuniria os melhores colocados nos campeonatos nacionais, com a exceção óbvia dos classificados para a Libertadores.

O Brasil acabou imprimindo um domínio no torneio que jamais mostrou em nenhuma outra competição internacional. Nas três primeiras edições, três títulos - com Atlético-MG, Botafogo e com o time reserva do São Paulo. Viriam depois outro título (1997) e um vice-campeonato (1995), ambos também com o Galo.

Acontece que a Conmebol não pegava no tranco. Aqui, no Brasil, ninguém (talvez com exceção dos atleticanos) se importava com o campeonato. Sabe o desprezo que os times dão atualmente à Copa Sul-Americana? Multiplique isso por mil e você terá o que acontecia com a Conmebol na metade da década passada.

A CBF percebeu o desinteresse dos clubes do Brasileirão e viu aí uma oportunidade de fazer moral com seus filiados. Que tal distribuir as vagas na Conmebol aos melhores colocados em torneios à época disputados, como a Copa do Nordeste e a Copa Norte?

Foi assim que, em 1997, o Rio Branco-AC jogou a Conmebol, classificado por ter vencido a Copa Norte no ano anterior; em 1998, foi a vez do Sampaio Corrêa chegar ao certame internacional pela mesma via (sim, sabemos que o Maranhão fica no Nordeste, mas os times de lá jogavam a Copa Norte). E em 1999, uma prova do "prestígio" de que dispunha a Conmebol: campeão, vice e terceiro colocado da Copa do Nordeste (Vitória, Bahia e Sport, respectivamente) abriram mão da vaga no torneio, fazendo com que o CSA a herdasse.

Bizarrices à parte, o fato é que por conta disso Sampaio e CSA podem se orgulhar de terem feito bonito em um campeonato continental. O Sampaio foi semifinalista após derrotar América de Natal e o glorioso Deportes Quindío, da Colômbia. Já o CSA chegou à decisão em 1999 superando Vila Nova de Goiás, Estudiantes da Venezuela e São Raimundo do Amazonas. É, não eram realmente times de maior expressividade, precisamos reconhecer.

Agora Sampaio e CSA se enfrentam pela Série D nacional. Algo menos midiático do que um mata-mata sul-americano. Mas, cá entre nós, acredito que o nível do futebol não deve ser tão diferente assim. Que vença o melhor!

Pra fechar o post, um vídeo com o gol do título do Talleres, o algoz dos alagoanos na disputa de 1999. Estádio cheio, belas imagens.



Confrontos da Série D

Vila Aurora-MT x Remo-PA

América-AM x Mixto-MT
Santa Cruz-PE x Guarany-CE
Sampaio Corrêa-MA x CSA-AL
Araguaína-TO x Treze-PB
Fluminense-BA x Brasília-DF
Tupi-MG x Uberaba-MG
Rio Branco-ES x Madureira-RJ
Iraty-PR x Joinville-SC
Operário-PR x Metropolitano-SC

Massacre à vista

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Depois de escapar de uma goleada histórica contra o Corinthians, graças a Rogério Ceni, o São Paulo não conseguiu fazer um golzinho sequer no Vasco da Gama, em pleno Morumbi. Perder fora e empatar em casa, nessa altura do campeonato, é caminho certo para a Série B. Pra piorar, enfrenta no próximo domingo o líder Fluminense, que está voando baixo, num Maracanã (provavelmente) lotado. Sem Ricardo Oliveira, contundido. Sem zagueiros confiáveis no elenco. Sem lateral direito de ofício. Sem volantes em boa fase. Sem um bom meia de ligação. Sem ataque definido ou entrosado. Sem esquema tático, sem padrão de jogo. Sem motivação. Sem rumo. A diretoria é incompetente, o técnico é interino, o patrocínio é temporário. O time é uma vergonha. O futebol é horrível. Palpite fácil: massacre. Muricy Ramalho, Andre Luís e Washington não têm motivos para serem condescendentes. Eu também não teria.

Não me falem de futebol no domingo, por favor. Nem na segunda-feira.

Verdes 96 anos

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A Sociedade Esportiva Palmeiras completa 96 anos.

O desempenho na Brasileirão e dentro de campo é abaixo da média de sua história. E, mesmo temendo que, passadas as eleições gerais no Brasil, um certo candidato palestrino mude de presidência pleiteada – da República para a do Palestra Itália – há frentes a comemorar.

Até para os torcedores que vêem o copo meio vazio, o fato de Mustafá Contoursi não ser o presidente do clube é um deles. Isso até pode piorar em dezembro, quando há eleições, mas é outra história. Os que preferem o copo meio cheio têm a a Arena que aguarda alvará e vai sair.

Como prefiro o copo inteiramente cheio, neste 26 de agosto, comemoro o aniversário do clube, os 96 anos dedicados ao futebol. Parabéns aos palmeirenses.

Épico

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O Santos x Grêmio de ontem será daqueles jogos de que lembraremos por anos e anos. Não tanto pela importância da partida em si - a não ser que o Santos seja campeão e/ou o Grêmio rebaixado, e assim esses três pontos farão uma diferença danada - mas sim pelas circunstâncias do jogo.

Quando a partida ainda estava pegando no tranco, o Grêmio abriu o placar. Fábio Santos (de apagada passagem pela Vila) recebeu ótima bola e fez ótimo também cruzamento para Borges, que tocou para as redes com muita qualidade.


(E aí cabe um parênteses: esse foi o quarto ou quinto gol neste Brasileirão que o Santos leva de "quase impedimento". Sabe aqueles lances em que, na primeira olhada, parece que o jogador está numa banheira danada, mas depois verifica-se que há alguém dando condição? Então. Quando uma coisa começa a acontecer repetidas vezes, é hora de tratá-la como algo a ser consertado.)

O fato é que o gol gaúcho acabou não modificando muito o panorama da partida. Via-se um Santos com maior qualidade e potencial para criação de jogadas perigosas, mas talvez "respeitando" demais o adversário. O que parecia um erro - a instituição Grêmio FBPA é digna de todo o respeito do mundo, mas os 11 atletas que Renato Portaluppi mandou a campo ontem, nem tanto. O Santos poderia imprimir mais pressão, trazer para si o controle da partida.

Na segunda etapa, a peleja seguiu a mesma toada. Até que o Santos empatou, após um pênalti sofrido por Zé Eduardo e batido de maneira perfeita - e séria! - por Neymar.

O jogo a partir de então ficou aberto. E, dos 35 minutos em diante, chegou a dramaticidade que justifica o título do post.

Primeiro Alex Sandro, lateral que substituía Léo, recebeu dois cartões de maneira infantil e foi para o chuveiro mais cedo. Depois, Neymar invadiu a área e sofreu pênalti. Foi para a cobrança novamente. E, novamente, bateu sério - mas não fez o gol por conta de uma defesa magistral de Victor. O Grêmio se encheu de moral e foi para cima. Bolas alçadas na área, escanteios com o time todo subindo para tentar o cabeceio, pressão da torcida, mas nada do gol.

Até que aos 48 do segundo tempo, num contra-ataque rápido, Neymar chutou, Victor rebateu e Rodriguinho, de longe, fez o gol que selou a segunda vitória seguida do Santos.



O jogo de ontem deixou claro que o Santos está, no mínimo, interessado em lutar pelo título nacional. Se vai ser campeão ou não, é outra história. No sábado o Santos encara o desesperado Goiás, no Pacaembu. Tem tudo para alcançar o terceiro triunfo consecutivo. E deixar claro que Fluminense, Corinthians e cia têm mais um adversário na busca pelo Campeonato Brasileiro.

quarta-feira, agosto 25, 2010

Vale a pena ouvir Maria da Conceição Tavares

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O.k. parece campanha e pode até ser, mas é fruto de uma coincidência.


No sábado, no Canal Brasil, passou ótimo documentário sobre Celso Furtado e a entrevista com Maria da Conceição Tavares foi cortante. Resumiu o pensamento do grande economista, suas ideias, principalmente quando falava da máquina de subdesenvolvimento montada no país exatamente para que continuasse a ser eternamente subdesenvolvido etc.

Vale procurar o filme e assistir.

Mas hoje, olhando o blogue Tijolaço, do Brizola Neto, está lá um vídeo com declaração de apoio de Maria à candidatura de Dilma. Vale a pena assistir.

Panelinha

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Lendo "Memórias de um cafajeste" (Geração Editorial, 1996), do emblemático, polêmico e recém-falecido ator/diretor Jece Valadão, encontrei considerações curiosas sobre o chamado Cinema Novo, movimento vanguardista dos anos 1960 que trouxe uma leva de novos cineastas. Valadão teve um pé nessa história, quando idealizou, financiou e produziu, com direção de Ruy Guerra, o clássico "Os cafajestes" (foto), com Daniel Filho e Norma Bengel, que conquistou a admiração mundial a partir de um festival na Alemanha.

Mas, depois disso, se sentiu excluído por uma "panelinha" que passou a dar as cartas no cinema brasileiro. Algo parecido com o que aconteceu com muitos cantores e compositores após o Tropicalismo de Caetano Veloso e Gilberto Gil, figuras que ainda "organizam o movimento e orientam o Carnaval" no mercado pop do país. Tal postura, algo como "somos gênios, o resto não presta", me remete à figura patética de Arnaldo Jabor comentando política na Rede Globo, como um "iluminado", um "farol", um "sábio", um "especial". Pela análise de Jece Valadão, parece que foi sempre assim:

Exclusão
Surgiram diretores como o Bruno Barreto, o Cacá Diegues, o Jabor, o Domingos de Oliveira, entre vários outros. Eles fizeram uma panelinha e eu simplesmente fui excluído por não concordar com o tipo de filme que eles faziam: um cinema político, de protesto, de contestação. Eu sempre quis fazer cinema-arte, cinema-cultura; ou então, um cinema para ganhar dinheiro.

Cu de touro
Depois dos "Cafajestes", enquanto eu produzia filmes como "Boca de Ouro", "Navalha na Carne" e "Dois Perdidos Numa Noite Suja", o pessoal do Cinema Novo fazia um cinema que mais parecia o Cu do Touro. Mais sério que cu de touro não existe.

Atuação
A minha exclusão da panelinha do Cinema Novo tinha um lado engraçado, porque eu atuava, ao lado deles, no meio político cinematográfico, mas não era aceito no meio cultural. E cultural, aqui, eu coloco entre aspas...

Discriminação
Fui discriminado por toda a panelinha do Cinema Novo durante muito tempo, apesar de ter feito filmes como "Rio, Zona Norte", com o Nelson Pereira dos Santos; um filme respeitado pelos intelectuais até hoje. O que havia realmente era uma desinformação, pontos de vista políticos diferentes; mas puramente políticos. Eles não entendiam a minha postura de não querer fazer política e eu não entendia a postura deles de fazer política através do cinema.


Pois é. Que Jece Valadão não era santo, parece óbvio. Mas, pelo menos, ele assumia a intenção de fazer cinema "para ganhar dinheiro", o mesmo que todos os "iluminados", "políticos" e "intelectuais" do Cinema Novo passaram a fazer assim que ganharam notoriedade com o movimento. E um deles ganha dinheiro até para distribuir sua "sapiência" e "iluminação" como "comentarista político", em rede nacional. Eu preferia a cafajestice assumida e sincera do Jece...

terça-feira, agosto 24, 2010

Som na caixa, manguaça! - Volume 59

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UM CHOPE PRA DISTRAIR
(Paulo Diniz)

Paulo Diniz

Ela passou
Deixando um sorriso no chão
Deu um banho de beleza nos meus olhos
E aí começou o verão
Mil cores pintando o painel
Copacabana...

Ela parou
Na loja de discos e escutou
A canção que eu fiz pra ela
A minha mensagem de amor
É tudo que eu tenho pra dar
Chorei de amor
Eu sei, chorei de amor
E um chope pra distrair...

Um chope pra distrair,
Um chope, chope, pra distrair...

(Do LP "Quero voltar prá Bahia", Odeon, 1970)

segunda-feira, agosto 23, 2010

Santos vence e anima torcida

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O Santos venceu - e bem - o Atlético-MG na Vila ontem. O resultado foi motivo de muita festa na Vila, por três motivos: o primeiro, por ser um desfecho perfeito para a novela Neymar, já de final feliz desde a quinta-feira, quando foi anunciada a permanência do garoto na Vila - ele foi o melhor em campo, com um gol, um passe decisivo e outras jogadas. Os outros dois motivos de celebração foram a retomada do time no Campeonato e o terceiro foi que a vitória acabou sendo mais uma cutucada santista no "pofexô" Vanderlei Luxemburgo, que deixou o estádio sob os gritos de "uh, mercenário" e "1, 2, 3, o Luxa é freguês".

Mais que a vitória peixeira, o que aconteceu na Vila foi um bom jogo de futebol. Principalmente na primeira metade do jogo, quando Santos e Atlético mostraram apetite de bola. O Peixe entrou em campo com um 4-4-2, diferente do 4-3-3 habitualmente utilizado na temporada. E com duas surpresas entre os titulares: Zezinho no meio-campo e Marcel na frente (havia a expectativa que a 9 fosse vestida por Keirrison desde o pontapé inicial).

Com a formação, o Santos mostrou coesão no meio-campo e pouca fragilidade nas alas. O Galo lançava mão da velocidade e dos rápidos contragolpes para complicar a vida do Santos. Mas apesar das boas chances criadas, nada de gols.

Veio a segunda etapa e Keirrison estreou no Santos. E, seguramente, seu momento de maior visibilidade na peleja foi quando esteve na lateral do gramado para entrar em campo. Ele não jogou nada ontem. E "nada" no sentido mais literal do termo - não se pode dizer que ele jogou mal, visto que praticamente não pegou na bola. Não, não estou fazendo nenhuma análise rígida sobre o atleta e seu futuro no Santos, só estou dizendo que, ontem, ele não jogou nada.

O Atlético estava mais frágil na segunda metade do jogo e foi aí que o Santos chegou aos gols. O primeiro em um pênalti contestável. Que foi mão do zagueiro, foi; mas cabem discussões daquelas intermináveis sobre se ele teve intenção de levá-la à bola ou não. Neymar, que já vinha bem no jogo, cobrou com seriedade e assim abriu o placar. Minutos depois, ele daria um passe decisivo para Danilo (que estava mal no jogo até então) fazer o segundo e decisivo gol.



A vitória deixa o Santos com 21 pontos. 12 a menos que o líder Fluminense, mas é preciso ressaltar que o Peixe tem um jogo a menos. Num campeonato em que o Santos nada mais tem a almejar senão a taça, a perspectiva é de um time que lutará enquanto os matemáticos deixarem as chances em aberto. Quarta-feira, contra o Grêmio em Porto Alegre, será o caso de deixar claro se essa reação é para ser levada a sério ou não.

Em defesa do consumidor, também chamado leitor

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O comediante inglês Tom Scott, em seu espaço virtual, resolveu propor advertências para o conteúdo da grande mídia. "Parece um pouco estranho que a mídia cuidadosamente alerte e rotule qualquer conteúdo que envolva sexo, violência e linguagem pesada - mas não há sistema de rotulação semelhante para, digamos, jornalismo desleixado (sloppy journalism) e outros conteúdos questionáveis", observou Scott. "Daí especulei que era tempo para consertar isso, então fiz alguns adesivos. Eu os tenho grudado em cópias de jornais gratuitos que encontro no underground londrino. Você provavelmente vai querer fazer o mesmo", acrescentou. Ele tem razão: aqui no Brasil, os textos do PIG (Partido da Imprensa Golpista) bem que merecem advertências como essas:


Ps.: Se a visualização estiver muito ruim, clique na imagem.

A comunidade diz: "Vote na Pêra pra ser feliz!"

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Corinthians passeia e faz 3 a 0 no São Paulo, fora o baile

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“O freguês voltou!”, cantava a Fiel torcida no Pacaembu, já com o 3 a 0 sobre o São Paulo anotados e a fatura devidamente liquidada. Elias marcou dois, Jucilei fechou a conta, e o baile só não terminou em goleada histórica pela boa atuação de Rogério Ceni. O goleiro fez pelo menos três defesas dificílimas, uma delas num lindo voleio de Bruno César, que mesmo sem marcar manteve a ponta na artilharia do torneio.

Adilson mudou o esquema alvinegro para um 4-2-2-2, como virou moda descrever, com Bruno César e Elias nas meias, Jorge Henrique e Iarley no ataque, Ralph e Jucilei de volantes. O esquema é bastante ofensivo, menos pela formação que pela agressividade com que o time marca no campo do adversário e procura atacar. Funcionou também por conta da tarde pra esquecer do Tricolor, que errou quase tudo que tentou. Seria ainda melhor com pelo menos um atacante matador.

Do lado sãopaulino, Sérgio Baresi escalou um time meio estranho, com Ricardo Oiveira isolado no ataque, Fernandão indeciso entre ser atacante e meia, e Cleber Santana com a responsabilidade de armar o time. Não sei quem falou pro pessoal do Morumbi que Santana é meia. Destacou-se como segundo volante no Santos.



O time do São Paulo, para mim, está dado: é Fernandão articulando pelo meio, com Fernandinho e Marlos nos lados e Oliveira de centroavante. Volante, pega dois dos trocentos que tem por lá e bota pra jogar. Mas o pessoal insiste em formações mais defensivas, desde Ricardo Gomes. Desde Muricy, aliás.

Voltando ao Corinthians, já escrevi aqui mais de uma vez, especialmente no segundo semr]estre de 2009, após a as´da de Douglas, que Elias não é meia. De fato, mantenho a posição se que o camisa 7 não serve para a função de Douglas. Não é um articulador, não dá cadencia, não prende a bola no meio, não faz lançamentos. Hoje, continua não fazendo nada disso, funções desempenhadas com muita competência pelo ótimo Bruno César. Elias é outro tipo de meia, de infiltração. Chega mais à frente, dá o último passe e finaliza. Um jogador mais vertical. Aí, ele está indo muito bem.

As mudanças de Adilson fazem o Corinthians chegar com mais gente ao ataque. Mas acabam desprotegendo um pouco a defesa, que tem mostrado problemas. William talvez não tenha velocidade para jogar desse jeito. Ou talvez com Ralph se adaptando melhor e Jucilei ficando mais preso, dê pra organizar a coisa.

Sentimos ainda falta de um atacante que, bem, faça gols. Jorge Henrique jogou muita bola ontem, nas costas de Júnior César, foi um dos melhores em campo, ao lado de Elias. Saíram pelo seu lado as melhores jogadas, inclusive os passes para os dois últimos gols. Mas faz tempo que não marca. Os gols têm saído dos pés dos jogadores de meio-campo. Não tem problema um ataque em que as responsabilidade de marcar estejam divididas, mas em gente que não anda cumprindo com sua parte nessa divisão. Quem sabe com a volta de Dentinho a coisa melhora.

Quarta-feira, tem o Cruzeiro no Mineirão. Jogo difícil, mas importante. Precisamos aumentar bastante os pontos ganhos for de casa para brigar pelo título. E no domingo, Vitória no Pacaembu. Com a possível volta de Ronaldo. A saber se para o bem ou para o mal.

EU JÁ SABIA! (2)

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(Plagiando, às avessas, o post do Nicolau de QUASE 3 ANOS ATRÁS...)