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segunda-feira, novembro 23, 2015

Mais simbólico, impossível

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O Corinthians levantar o troféu de seu 6º título brasileiro no dia em que aplica 6 gols no São Paulo já é "conta de mentiroso", de tão perfeito, mas penso que o dia de ontem representará - "eternamente, dentro dos nossos corações" - um marco ainda mais indelével. No futuro, se alguém se arriscar a escrever um livro sobre a "revolução corintiana" ocorrida a partir de 2008, como bem definiu Ronaldo "Cada-Vez-Mais" Gordo, em contraposição à (surpreendente) derrocada sãopaulina com início naquele mesmo ano, poderá terminar esse "estudo de casos", como epílogo (ou epitáfio...), narrando a acachapante, histórica e inapelável goleada/surra/sova/massacre/humilhação de 22 de novembro de 2015 no Itaquerão, vulgo Arena Corinthians, para deleite do "bando de loucos".

Mais simbólico, impossível: o time que alcançava em 2008 o mesmo posto de hexacampeão brasileiro, logo depois de sagrar-se tricampeão da Libertadores e do Mundial de Clubes, com elenco invejável, administração elogiada, melhor estádio particular dos três grandes clubes da capital naquela época, e com perspectivas das mais otimistas dentro e fora de campo, é o mesmo que agora, apenas sete anos depois, é feito em pedaços pelo rival - e exatamente o mesmo que, naquele 2008, disputava a Série B do Brasileiro, depois de dois anos sofríveis na Série A, que culminaram no rebaixamento em 2007. Ali, naquele momento, nem o mais arguto ou profeta dos especialistas em futebol arriscaria prever a fantástica e fulminante inversão de papéis entre os dois clubes.

Para se ter uma ideia, entre 2003 e 2007, o São Paulo passou 14 "Majestosos" sem perder para o Corinthians, com 9 vitórias (incluindo uma partida anulada e uma goleada de 5 a 1 em 2005) e cinco empates. Daí, a partir de 2009, tudo mudou. E como! Enquanto Juvenal Juvêncio, na presidência sãopaulina, começava a destruir tudo, absolutamente tudo, o que havia sido conquistado e consolidado entre 2005 e 2008, com uma profusão inesgotável de insanidades absurdas, condenando o clube ao jejum de títulos, à insolvência financeira e aos vexames sequenciais dentro de campo, Andrés Sanchez, o presidente alvinegro de então, botava em prática uma gestão que faria o Corinthians não só renascer das cinzas como ser alçado a outro nível no futebol mundial.

Foi simbólica, como primeiro capítulo dessa (inacreditável e imprevisível) troca de posições, a disputa das semifinais do Campeonato Paulista de 2009, quando os corintianos calaram o - até então "soberano" - adversário com duas vitórias maiúsculas, fixadas para sempre na memória futebolística pelo gol de virada na primeira partida e gesto de "f*-se" para a torcida sãopaulina feito por Cristian (o mesmo que fez o 6º gol ontem, repetindo o gesto) e pelo golaço de Ronaldo Gordo em pleno Morumbi, após arrancada sobre o zagueiro Rodrigo, no segundo jogo. Pouco depois, o tricampeão brasileiro Muricy Ramalho seria demitido do comando do São Paulo, que não mais ganharia um só título "de respeito", apenas a Sul-Americana de 2012, na qual enfrentou uma série de adversários sofríveis.

E o Corinthians, pelo contrário, iria enfileirar troféus importantes: dois Paulistas, dois Brasileiros, uma Copa do Brasil, uma Libertadores, uma Recopa Sul-Americana e um Mundial de Clubes. Entre 2007 e 2011, passou 11 jogos sem perder para o São Paulo, com 7 vitórias e 4 empates. Após o fim desse tabu, prosseguiria aplicando vitórias seguras e decisivas no rival, como na decisão da Recopa em 2013 ou na fase eliminatória do Paulistão do ano seguinte, com direito a um 5 a 0 em 2011 e ao 6 x 1 de ontem. No período, o São Paulo perdeu jogo de Copa no Morumbi, perdeu patrocínio master, perdeu o equilíbrio financeiro e, mais do que tudo, perdeu o respeito em campo. Antes, até 2009, quando era derrotado pelos rivais, provocava reações vingativas e furiosas. Hoje, provoca risos. E dó.

Senão, vejamos: neste ano de 2015, em 14 clássicos disputados contra os três arquirrivais paulistas, perdeu 9, empatou 3 e venceu apenas 2. Sofreu 31 gols (mais de dois por clássico), sendo 13 marcados pelo Santos, 10 pelo Corinthians e 8 pelo Palmeiras. Os rivais gargalharam com mais duas eliminações sofridas para os santistas, na semifinal do Paulista (pela quarta vez em cinco anos) e da Copa do Brasil (com duas derrotas por 3 x 1 que impressionaram pela facilidade encontrada pelo adversário), mais um 3 x 0 tranquilo no Brasileirão; duas goleadas vexaminosas para os palmeirenses (3 x 0 no Paulista e 4 x 0 no nacional); e três derrotas para os corintianos (incluindo um 2 a 0 categórico na Libertadores e a sacolada histórica de seis gols). Hoje, ninguém teme o São Paulo.

O Timão, na contramão, é mais "todo-poderoso" do que nunca. Construiu uma moderna arena e tirou a Copa (e os mandos de seus jogos, sempre lucrativos) do Morumbi, multiplicou suas fontes de renda e sua imensa torcida, saneou as finanças, acertou nas contratações e, acima de tudo, na aposta em Tite, o melhor técnico do Brasil, sem dúvida - e que foi bancado, corajosamente, por Andrés Sanchez na crise gerada pela eliminação por um time fraco na pré-Libertadores de 2011, que adiantou, inclusive, a aposentadoria do já citado Ronaldo Gordo, outra aposta certeira de Sanchez e personagem central e decisivo da tal revolução posta em movimento de 2008 pra cá. Por outro lado, o São Paulo expõe-se, mais do que nunca, fraco, abatido, perdido e inofensivo. E sem horizontes.

A partir de 2009 ou 2010, quando passou a fazer a alegria dos arquirrivais nos clássicos disputados, principalmente os decisivos ou eliminatórios, o time sãopaulino, fosse qual fosse sua escalação ou o técnico no banco (e foram dez, sem contar o cada vez mais requisitado auxiliar Milton Cruz), o São Paulo já entra em campo nessas ocasiões com semblante e espírito de derrotado. Até consegue um triunfo aqui ou acolá, em jogos que não valem nada. Mas o time treme quando tem que enfrentar Corinthians, Palmeiras ou Santos, é visível. Ontem, contra oito reservas do alvinegro paulistano, os titulares do Tricolor aparentavam nervosismo, confusão, pânico e descontrole. Se o segundo tempo tivesse acréscimos (o que seria justo, com dois pênaltis marcados e três substituições pra cada lado), poderiam ter levado 7 ou 8 gols. Mas o juiz apitou o fim 5 segundos antes dos 45. Será que ficou com dó?

Hoje, corintianos e santistas dominam o futebol paulista e nacional e palmeirenses caminham para uma recuperação consistente. Não por acaso, o primeiro é campeão do Brasileiro dando show e os outros dois disputam a decisão da Copa do Brasil (e, se a vitória for alviverde, o ano fechará com um título para cada um dos três, enquanto o São Paulo - mais uma vez - só observa, chupando o dedo). Se Corinthians e Palmeiras têm estádios modernos e lucrativos e sedimentam caminhos estáveis para suas equipes, e o Santos revela dezenas de jovens talentos e prossegue na conquista regular de títulos, o São Paulo desce cada vez mais o nível e é gerido como time pequeno. O resultado: vexames e mais vexames. Pra quê disputar a Libertadores? Pra passar (mais) vergonha(s) em nível continental?

Pra fechar o post, voltando ao seu mote (o estudo de caso sobre a revolução corintiana versus destruição sãopaulina entre 2008 e 2015), registro dois comentários muito precisos: um, do Mauro Beting, que há dois anos já observava que um dos maiores erros do Tricolor nesse período foi se autointitular "soberano" (mais uma "obra" obrada por Juvenal Juvêncio); e outro do ex-zagueiro William, hoje trabalhando na SporTV, que reforçou o time vitorioso do Corinthians na Série B e lembrou na quinta-feira, quando o alvinegro confirmou o título deste ano após empatar com o Vasco, que Andrés Sanchez remontou o elenco em 2008 brigando por reforços com os times da Série A (ele, por exemplo, foi tirado do Grêmio). Isso explica muita coisa sobre a bifurcação de destinos dos dois clubes há sete anos e sobre a discrepância de hoje. Ao querido São Paulo, minhas (sentidas) condolências.




quinta-feira, maio 09, 2013

Com direito à cosquinha na cabeça do Wellington

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Ronaldinho Gaúcho tripudia e faz cosquinha em Wellington, que cai e simula falta
Que show de bola! Que baile! Considerando que os espetáculos anteriores do Atlético-MG pela Libertadores no estádio Independência, pela fase de grupos, tenham sido contra The Strongest (2 x 1) e Arsenal de Sarandí (5 x 2), times medianos sem conquistas internacionais, a goleada de ontem por 4 a 1 sobre o São Paulo, tricampeão da Libertadores e do Mundial de Clubes, foi a confirmação incontestável de que o time do técnico Cuca é, hoje, o de futebol mais vistoso e eficiente no Brasil. Pessimista como sou, já previa derrota e, na pior das hipóteses, uma noite de pesadelo. Ao fim do jogo, respirei aliviado: o meu time escapou do que poderia ter sido uma das piores goleadas de toda a sua história, comparável à maior delas até aqui, o 8 x 1 que o Botafogo-RJ nos aplicou no Torneio Rio-São Paulo de 1940.

Bernard: craque
O Atlético-MG fez o que quis em campo. Duas imagens, ambas do segundo tempo, ficarão guardadas em "minhas retinas tão fatigadas" (citando o cruzeirense Carlos Drummond de Andrade): a primeira foi uma jogada de futebol de salão, com Ronaldinho Gaúcho partindo para o ataque pela esquerda, trocando de pé em velocidade e tocando quase sem olhar para Diego Tardelli, no meio, que tocou da mesma forma, em milésimo de segundo, para Bernard, na direita, numa sintonia e sincronia que não vejo há anos no futebol nacional, síntese da plena afinação da "orquestra" que Cuca montou na linha de ataque do Galo; e a segunda imagem, a do Ronaldinho Gaúcho tripudiando e fazendo cosquinha na cabeça do pobre e inoperante Wellington, resumo da humilhação e da zombaria sofridas pelo atropelado São Paulo

Jô abre o placar: 1 x 0 foi pouco no 1º tempo
E o estrago, repito, poderia ter sido bem maior. Com 10 minutos de jogo, o Atlético-MG já tinha perdido um gol feito, mandado uma bola no travessão e sufocava o time de Ney Franco como se fosse uma partida de adultos, profissionais, contra um combinado Sub 15. O primeiro gol saiu com uma naturalidade espantosa, golaço de Jô em troca de passes fulminante. O São Paulo se segurava como podia: jogador tirando bola em cima da linha, Rogério Ceni fazendo defesa de reflexo dentro da pequena área, pressão e mais pressão. O primeiro tempo ter acabado com placar de 1 x 0 foi um espanto: poderia ter sido 4 ou 5 x0 fácil, fácil. Eu, que tinha aberto uma garrafa de vinho e tirado o som da televisão para ouvir um CD (porque detesto todo e qualquer comentarista esportivo, de qualquer emissora), acompanhava o jogo como quem assistisse as Torres Gêmeas pegando fogo, na iminência de desabarem.

Gaúcho e Jô comemoram segundo gol
Veio a segunda etapa e voltou a sensação de que meu time levaria um vareio épico, daqueles de virar manchete na mídia esportiva de todo o planeta. Sensação que surgiu quando o jogo começou e vi Douglas em campo. Ali, entendi que não seria apenas uma derrota. Poderia ser "A" derrota. Na segunda etapa, colocaram o coitado do Silvinho, ex-Penapolense ("Que faaaaaseee...", diria Milton Leite), mais perdido que surdo-mudo em tiroteio. O São Paulo, pateticamente, se jogava para o ataque na base do chutão para qualquer lado, da bola área rifada, do "bumba-meu-boi". Triste de ver. Em todos os lances, os passes chegavam 30 centímetros atrás de quem ia receber a bola, o jogador tinha que voltar para buscá-la, o posicionamento dos colegas se embaralhava, tudo saía errado. O time perdia a bola. E o Atlético-MG partia para o contra-ataque - rápido, coordenado, entrosado, com toques de primeira, fatal. Numa dessas, Jô fez 2 x 0. E iniciou o previsível massacre...

Tardelli engana Tolói e encobre Rogério Ceni
Na saída de bola, o São Paulo desembestou e se atrapalhou mais uma vez, houve um chutão para o alto e Rafael Tolói correu para tentar atrasar a bola, de cabeça, para Rogério Ceni. Quem assistiu ao clássico entre São Paulo e Corinthians pela primeira fase do Campeonato Paulista já fazia ideia do que poderia acontecer. Naquele jogo, Tolói tentou atrasar uma bola para Ceni, Alexandre Pato chegou antes, sofreu pênalti e depois fez o gol da vitória para o time de Parque São Jorge. Ontem, não deu outra. O ex-sãopaulino Diego Tardelli estava na cola do atrapalhado zagueiro e só esperou ele cabecear errado para dar o bote e, com um toque sutil, encobrir o goleiro e marcar um golaço: 3 x 0.

Jô faz 3º, após passe de Ronaldinho
Dois gols em dois minutos. E ainda tinha mais. Cinco minutos depois do terceiro gol, Ronaldinho Gaúcho, que mandou e desmandou na partida, numa das melhores atuações de sua carreira, fez outra jogada de futebol de salão e, à la Mário Sérgio Pontes de Paiva, olhou para a esquerda e deu passe para a direita, Jô recebeu e tocou no canto para selar o inapelável atropelo do Galo sobre o Tricolor. Naquele momento, faltando mais de 20 minutos para o jogo acabar, enchi minha derradeira taça de vinho e orei: "Meu Deus, já tá de bom tamanho! Por favor, faça com que o Atlético-MG tire o pé!". Graças a Ele, fui atendido. O time de Cuca não chegou a tirar o pé, mas também não aumentou a conta da sova. E o (eternamente) apagado Luís Fabiano ainda fez o golzinho de honra. Ficou de bom tamanho.

Silvinho: mais um "craque" do Juvenal
Falar mais o quê? Já cansei de repetir, aqui neste blogue, que o São Paulo não é um time. Não tem padrão de jogo, esquema tático. Não tem laterais, nem volantes, nem zagueiros que prestem. Não consegue finalizar no ataque. Não vai chegar a lugar algum com Douglas titular. Com Lúcio, Luís Fabiano, Ademilson. Continuo defendendo Ney Franco, mas uma campanha que teve seis derrotas em dez jogos é pura e simplesmente o reflexo do que é o São Paulo na era Juvenal Juvêncio: contrata mal, planeja mal, administra mal. Perde jogos, perde títulos, perde dinheiro, perde boas contratações, perde bons negócios. E, cada vez mais, vai perder torcedores. Para o Corinthians. Para o Atlético-MG. Não acredito que vá mudar alguma coisa daqui para o final do ano. Ney Franco vai tentar tirar leite de pedra para, quem sabe, beliscar outra vaguinha na Libertadores de 2014. Mas não sejamos ingênuos, sãopaulinos. A derrota de ontem não será o último vexame de 2013. Já que o clube é o da fé, vamos rezar muito. Seja o que Deus quiser!


domingo, junho 26, 2011

15 anos depois, São Paulo leva novo 5 a 0 do rival Corinthians, com expulsão de Carlinhos e frango de Ceni

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A morte (derrota) parecia anunciada e seria até compreensível. Jogar sem cinco titulares, em um clássico e dentro da "casa" do maior rival, que vem bem no Brasileirão e jogaria completo, era prenúncio de desastre. E o São Paulo não conseguiu evitar o massacre, perdendo inapelavelmente por 5 a 0 para o Corinthians, no Pacaembu, em jogo marcado pela expulsão de Carlinhos Paraíba no primeiro tempo e um frango de Rogério Ceni no último gol alvinegro. Com três de Liédson, um de Danilo e um de Jorge Henrique, os corintianos quebraram a sequência de cinco vitórias dos sãopaulinos na competição e igualaram a maior goleada histórica do clássico, imposta há 15 anos, no Campeonato Paulista, em partida disputada em Ribeirão Preto. Naquele outro 5 a 0, o "animal" Edmundo fez dois e Souza, Róbson e Henrique completaram o placar. Durma-se com um barulho desses...

Diante de um 5 a 0, não há muito o que comentar sobre o São Paulo. Nem dá pra culpar o técnico ou os jogadores, que atuaram sem Lucas, que está com a seleção brasileira, Juan e Rodrigo Souto, suspensos, e, no último momento, sem Rhodolfo, machucado, e Casemiro, doente. Nem o garoto Henrique Miranda, também contundido, Paulo César Carpegiani pôde utilizar, e a solução foi improvisar Luiz Eduardo na lateral esquerda. A zaga, fraca, teve Xandão e Bruno Uvini. O estreante Rodrigo Caio entrou "na fogueira" para ajudar Wellington e Carlinhos Paraíba no meio. E o ataque, com Dagoberto e Marlos, teve a volta de Fernandinho, desentrosado e sem ritmo de jogo. Mas até que o time se portou bem no início, acendendo alguma esperança de que poderia segurar um empatezinho.

Porém, a expulsão de Carlinhos Paraíba, com dois cartões amarelos ainda na primeira etapa, precipitou a equipe no abismo. Paciência. O time do São Paulo não é esse que foi goleado e ainda é possível se recuperar - apesar de que, nas próximas rodadas, continuará bem desfalcado. É do futebol. Paciência.

Não tem mais o que dizer, só assistir e aplaudir o show corintiano no segundo tempo (abaixo). De consolo, para nós, só o fato de que a sonora goleada sobre o rival dá moral para Tite seguir no cargo (rsrs). Mas é melhor nem fazer campanha, senão o Conselho dos Bons Pensadores sobre Corintianismo reclamará de novo.



Mais um 'factóide esquerdinha'
Além dos corintianos, quem está se refestelando nesse domingo é a imprensa paulistana, zelosa de sua agenda para as eleições municipais de 2012. Deu hoje na coluna "Painel", da Folha de S.Paulo (bleargh!), com inevitável tom de comemoração:

Me dê motivo - Ainda que a ressurreição do escândalo dos aloprados não venha a ter consequência formal para Aloizio Mercadante, quem conhece bem o petista acredita que, se ele já nutria alguma dúvida, agora pensará muitas vezes mais antes de abandonar o Ministério da Ciência e Tecnologia para se lançar candidato à Prefeitura de São Paulo.

Te cuida, Marta Suplicy! E, antes que o Conselho dos Bons Pensadores sobre Esquerdismo também me enquadre, fico por aqui. Não quero saber de policiamento.

Acho muito.

Depois dos 5 a 0, nessa friagem da chuvinha paulistana, o melhor mesmo é beber um vinhozinho e se preparar para mais uma segunda-feira braba. Fui!

domingo, maio 15, 2011

Cinco anos dos Crimes de Maio: 'obra' de Alckmin

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Há exatos cinco anos, uma série de ataques atribuídos a uma facção criminosa denominada Primeiro Comando da Capital (PCC) assolou o Estado de São Paulo, escancarando, para o Brasil e o mundo, a suprema incompetência, descontrole e omissão do governo do Estado mais rico da federação com a segurança pública. Pior do que isso: para responder aos ataques e tentar acalmar a população apavorada, o poder público paulista mandou sua Polícia Militar às regiões periféricas e mais pobres da capital para assassinar no mínimo 493 pessoas, A ESMO, sendo a imensa maioria delas, mais de 400 jovens, executados sumariamente - segundo o Movimento Mães de Maio (na foto, uma de suas inúmeras manifestações, com fotos dos mortos, sempre ignoradas pelo governo estadual).

Esse impressionante contingente de quatro centenas de pessoas pobres, negras e indefesas não tinha sequer passagens pela polícia, nem qualquer indício de envolvimento com crimes ou práticas ilegais. Morreram justamente porque eram pretos e pobres, assim como os 111 presos mortos pela mesma Polícia Militar paulista no vergonhoso massacre do presídio Carandiru, em 2 de outubro de 1992. Vale a pena reler a matéria que a Revista Fórum publicou sobre os Crimes de Maio de 2006 (a íntegra aqui).

Naquele início de 2006, até pouco antes dos ataques, o governador - e verdadeiro responsável pelo descaso com a segurança pública, o crescimento das organizações criminosas e o assassinato de quase 500 pessoas pelo poder público - era Geraldo Alckmin (PSDB), que deixou o cargo para disputar as eleições presidenciais - por isso, seu vice, Cláudio Lembo, era o governador especificamente no mês dos ataques (mas é óbvio que a situação ficou caótica sob o governo do titular da pasta, não do vice).

Alckmin é esse mesmo que passou a ocupar novamente, a partir de janeiro deste ano, o posto de governador. Exatamente por isso, cinco anos após a tragédia, o governo estadual tucano não mexe uma palha para investigar os crimes que praticou. Sempre que é abordado sobre os Crimes de Maio de 2006, Alckmin se acovarda e foge, como mostra esse vídeo aqui:



Nota-se que a coragem de questioná-lo partiu de uma equipe estrangeira, pois a chamada "grande imprensa" paulista e brasileira (que, de grande, só tem o poder econômico) continua dócil e inofensiva ao PSDB. Ninguém citou Alckmin nas matérias sobre os cinco anos dos ataques e dos assassinatos. Ninguém deu - e nem dará - nome aos bois, ou melhor, ao boi.

"Somos centenas de mães, familiares e amigos que tivemos nossos entes queridos assassinados covardemente e até hoje seguimos sem qualquer satisfação por parte do estado: os casos permanecem arquivados sem investigação correta para busca da verdade dos fatos, sem Julgamentos dos verdadeiros culpados (os agentes do estado) sem qualquer proteção, indenização ou reparação. Um estado que ainda insiste em nos sequestrar também o sentimento de justiça", dizia texto divulgado pelo Movimento Mães de Maio em 2009.

Neste mês, um relatório apontou como causas principais dos ataques de maio de 2006 a corrupção policial contra membros do PCC, a falta de integração dos aparatos repressivos do estado e a transferência que uniu 765 chefes da facção criminosa, às vésperas do Dia das Mães de 2006, numa prisão de Presidente Venceslau (SP). Corrupção, falta de controle e decisões equivocadas. Esse deveria ser o verdadeiro slogan do PSDB paulista, em vez de "gestão, planejamento e eficiência", como gostam de alardear.

Federalização do caso
O estudo de quase 250 páginas foi produzido pela ONG de defesa de direitos humanos Justiça Global e pela Clínica Internacional de Direitos Humanos da Faculdade de Direito de Harvard, dos Estados Unidos. Ao esmiuçar os 493 homicídios ocorridos no Estado de 12 a 20 de maio de 2006, o estudo viu "indícios da participação de policiais em 122 execuções", além de discrepância na elucidação desses casos em relação aos que vitimaram 43 agentes públicos. Por conta disso, propõe a federalização da investigação. Assim, talvez haja alguma esperança de Justiça para as mães e parentes das vítimas da Polícia Militar paulista.

Porém, o que mais preocupa é que a inoperância do governo estadual tucano continua. Em cinco anos, NADA mudou na caótica segurança público do estado, e todos sabem, veladamente, que quem comanda os presídios paulistas é o PCC. "Passados cinco anos, nossa pesquisa indica que não foram construídos mecanismos eficazes, consistentes de superação e de enfrentamento para essa situação", afirma Sandra Carvalho, diretora da Justiça Global. É preciso insistir neste assunto. Sempre.

quinta-feira, maio 05, 2011

6 a 0 para o Coritiba sobre o Palmeiras: o nome disso é sova

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Tomar de 6 a 0 é pra dormir de cabeça quente. Foi a pior volta possível para Marcos, o Goleiro. A pior partida seguinte para a eliminação do campeonato paulista. A mais dura resposta à ideia de que o Coritiba só mantinha a série invicta de 28 partidas sem perder (agora são 29), porque o campeonato paranaense é fraco.

Tomar de 6 a 0 é muita coisa. As chances de fazer 7 a 0 no jogo de volta sequer merece comentários.

No dia seguinte ao cataclismo que atingiu os times brasileiros na Libertadores, o Palmeiras apanhou feio. E não há qualquer relação, a não ser o inusitado, o inesperado. O alviverde paulistano foi vítima de um massacre no Couto Pereira. Uma sova para não esquecer muito cedo. E sobre a qual é melhor só pensar amanhã.

quinta-feira, agosto 26, 2010

Massacre à vista

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Depois de escapar de uma goleada histórica contra o Corinthians, graças a Rogério Ceni, o São Paulo não conseguiu fazer um golzinho sequer no Vasco da Gama, em pleno Morumbi. Perder fora e empatar em casa, nessa altura do campeonato, é caminho certo para a Série B. Pra piorar, enfrenta no próximo domingo o líder Fluminense, que está voando baixo, num Maracanã (provavelmente) lotado. Sem Ricardo Oliveira, contundido. Sem zagueiros confiáveis no elenco. Sem lateral direito de ofício. Sem volantes em boa fase. Sem um bom meia de ligação. Sem ataque definido ou entrosado. Sem esquema tático, sem padrão de jogo. Sem motivação. Sem rumo. A diretoria é incompetente, o técnico é interino, o patrocínio é temporário. O time é uma vergonha. O futebol é horrível. Palpite fácil: massacre. Muricy Ramalho, Andre Luís e Washington não têm motivos para serem condescendentes. Eu também não teria.

Não me falem de futebol no domingo, por favor. Nem na segunda-feira.

sábado, janeiro 10, 2009

As imagens que dizem mais

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Acima, matéria jornalística de Mohammed Vall, da rede de televisão Al Jazeera. As imagens falam por si. E, pra não dizer que não damos o famigerado dogma jornalístico do "outro lado", um vídeo abaixo que mostra a "diferença" entre o exército israelense, auto-intitulado o "mais ético", e os palestinos. Tocante a cena do militar acariciando um gatinho em Gaza, apoiando um velhinho e brincando com crianças... De fato, pode-se ver como alguns militares de Israel cuidam da segurança dos palestinos nessa notícia.

 



Leia o que o Futepoca já escreveu sobre a Palestina:

quinta-feira, janeiro 08, 2009

Israel e o mito da liberdade de imprensa

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É sempre difícil acrescentar algo em relação ao que acontece na Faixa de Gaza sem repetir quem faz uma excelente cobertura da tragédia gestada no Oriente Médio. O Idelber Avelar vem trazendo notícias e informações relevantes sobre os ataques israelenses, mas uma saltou aos olhos e interessa ser analisada aqui, já que diz respeito à imprensa e todos os membros desse blogue nela trabalham.

Ele cita um belo furo do Cloaca News , que descobriu o blogue de uma jornalista de O Globo e que também aparece na Globo News, Renata Malkes, que faz a cobertura ou algo que se assemelhe a isso, do Oriente Médio. De ascendência judaica, ela não hesita em fazer comentários preconceituosos e cheios das certezas típicas de quem não respeita a diversidade e a diferença.

O tal blogue, denominado Balangan, foi abandonado pela jornalista, mas o Cloaca, com o auxílio da Wayback Machine, resgatou o que ela escreveu de 2002 a 2007. Em um determinado post , diz que os árabes são mentirosos, reforçando a idéia com uma parabolazinha em outro. Já noutro texto exulta ter sido aceita no exército . Sim, sim, é essa pessoa que está encarregada de fazer a cobertura “imparcial” do “conflito” na Faixa de Gaza.

O serviço isento do objetivo jornalismo da grande imprensa brasileira, como o praticado por Veja, que justificou os ataques israelenses como nem a assessoria de imprensa do governo faria, coadunam com a “liberdade de imprensa” que existe em Israel. Os jornalistas estrangeiros foram proibidos de entrar na Faixa de Gaza, algo que foi denunciado  por Ethan Bronner, do The New York Times. Enquanto as notícias sobre a trágica situação dos palestinos só chegam ao resto do mundo por meio de blogues, sites independentes e pessoas que já vivem agora o cerceamento de comunicação (já que lá não há no momento sequer eletricidade), há amplo acesso ao sul de Israel para a mídia, local onde chegam os foguetes do Hamas. Não é de se estranhar, já que governo israelense também não é muito tolerante com opiniões contrárias à sua política de apartheid e inclusive já foi responsável pela prisão e espancamento de um jornalista premiado, Mohammed Omer, correspondente da Inter Press Service na Faixa de Gaza, como se pode ver aqui.

Alguém pode dizer como a mídia daqui relataria tais fatos se ocorressem na Venezuela?

Leia o que o Futepoca já escreveu sobre a Palestina: