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terça-feira, junho 20, 2006

"Tomei umas 20 doses de uísque"

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Até o fim da Copa do Mundo, Ronaldinho, Ronaldo, Roberto Carlos ou algum outro astro da seleção brasileira vai sentar num chapéu e botar um ovo.

A promessa é de Juarez Pinheiro Guedes, 54, pai do atacante Fred, que segue a delegação envergando uma camisa pirata do Brasil, fazendo "mágicas", como a do ovo no chapéu, e contando causos em seu blog (http://blog.uai.com.br/blog/fredgol/jua/).

Ontem, no day-after da explosiva estréia de seu filho em Copas, ele encarou a ressaca mais brava. "Não tinha cachaça, tomei umas 20 doses de uísque num bar de Munique para comemorar o gol do Fredinho."

"Seu Juá, o Boleirão", como se apresenta na internet, é a antítese do ar blasé da maioria dos acompanhantes de outros craques e, até por isso, choca os europeus e quem mais cruza com ele pelos caminhos da seleção.

Como quando se exibe engolindo um palito para depois tirar dezenas deles da boca. "Já cheguei a colocar 200 pra fora."

Juá afirma que, executados nos bares, os truques fazem os alemães rasgarem a conta. Não que precise. Ainda em Weggis, na Suíça, ganhou uma mesada.

"O Fred meteu um checão de 12 mil na minha mão. E já perguntou se preciso de mais."

Mas Juá se vira. Comprou US$ 38 mil em pedras antes de ir à Europa. Diz que vendeu a maioria na Alemanha e que levantou US$ 95 mil. Entre as mercadorias, estavam lotes de topázio imperial, a pedra cujo nome usa para se referir a Fred.

Ex-garimpeiro, aprendeu a lidar com as pedras desde cedo em Teófilo Otoni (MG), onde tanto ele quanto o filho nasceram. A cidade merece homenagens no blog. Ao fim de cada texto, Juá lança o bordão: "De Teófilo Otoni para o mundo".

Mas ontem ele estava bem longe dali. Apesar da ressaca, viajou de Munique para Lyon, na França, onde fica até amanhã. Só retornará à Alemanha para assistir a Brasil x Japão.

Ficará indo e voltando da França enquanto o Brasil estiver no Mundial. Prefere assim, porque só na casa de Fred acha comida brasileira. "Você acredita que me serviram um arroz gelado com frango na Suíça?"

Só aprovou um prato com carne de porco e feijão branco que encontrou em Munique.

"Eram umas bisteconas. Mas reclamei quando veio a conta. Três bistecas, 190."

As outras bistecas eram de Jonésio Pereira e de Thiago Afonso Silva, amigo de infância de Fred, descrito em quase todos os posts do blog como "Batata, meu fiel escudeiro".

Num Audi, que Juá chama de "Áudio", os três seguem atrás da seleção e servem de testemunha para as suas histórias.

Algumas são bizarras. Imagine um suíço, chamado Ernest, agachado sobre um chapéu, enquanto Juá retira um ovo, como se tivesse sido chocado pelo rapaz. Isso no meio de um bar.

É esse truque que quer fazer com os colegas de Fred se voltar à concentração. "Fui duas vezes ao hotel em Weggis. O Robinho é o mais esculhambador, me chama de Pai da Copa."

Como a maioria dos boleiros, diz ter preferência pelas loiras. "As alemãs são lindas, mas bravas. Chamei uma de "beautiful", uma das coisas que falo em inglês, e ela fechou a cara. Começou a gritar: "hans, hars, stok, stok". Só deu tempo de eu dizer: "Vamos embora, Batata"."