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terça-feira, março 29, 2011

Morre José Alencar, o vice-presidente que gostava de cachaça

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A notícia chegou no início da tarde desta terça-feira, 29. José Alencar, ex-vice-presidente da República, morreu na Unidade de Terapia Intensiva no Hospital Sírio-Libanês, na capital Paulista. Ele estava internado desde segunda-feira (28), quando apresentou quadro de oclusão intestinal e peritonite – entupimento e perfuração da parede do intestino – no que se mostrou o último capítulo de uma luta contra tumores na região abdominal iniciada em 1997.

O primeiro tumor foi encontrado no rim. Dali, se espalhou para a próstata e o intestino, de onde foi e voltou, e voltou, e voltou. Até levar Alencar.

Dono da Companhia de Tecidos Norte de Minas (Coteminas), Alencar também era o proprietário da cachaça Maria Cruz, produzida em Pedras de Minas Gerais, envelhecida em tonéis de amburana.

Era o brinde oficial dos bolões (talvez tenha sido só um) no Palácio do Planalto durante os oito anos em que ocupou a vice-presidência. Também pudera: o titular do cargo era Luiz Inácio Lula da Silva e outros expoentes do gabinete – a saber, Luiz Dulci e Gilberto Carvalho – mostravam-se apreciadores da produção do empresário.

O hall dos ilustres apreciadores da marvada perdeu uma grande figura.

sábado, março 27, 2010

Minas pode criar bancada de cachaceiros no Senado

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A depender dos resultados das eleições de 2010, o estado de Minas Gerais pode iniciar uma nova frente parlamentar no Congresso, a bancada dos cachaceiros. Ninguém está chamando os ilustríssimos postulantes ao parlamento nacional de beberrões nem de irmãos-da-opa.

Ocorre que o governador de Minas Gerais Aécio Neves (PSDB) e o vice-presidente José Alencar (PRB), ambos cotados para concorrer ao Senado, não têm como negar a alcunha, como explica qualquer alambiqueiro. Ocorre que o termo "cachaceiro" aplica-se, neste caso, aos produtores da marvada. Outro nome cotado, o do ex-presidente e ex-governador Itamar Franco tem outros elos com a malafa

Foto: Divulgação

Aécio e Alencar, criaram marcas próprias da molha-goela. A Mingote é apenas o rótulo mais recente da Fazenda da Mata, na cidade de Cláudio. Trata-se de uma homenagem a Domingos da Silva Guimarães, tetravô do governador de Minas Gerais, cujo retrato está no rótulo. Seu apelido era Mingote e foi ele quem reativou a atividade alambiqueira na propriedade. Consta que Aécio tem sociedade no empreendimento, fruto da união entre a família Guimarães Tolentino e a dinastia dos Neves em virtude do casamento entre dona Risoleta, pela primeira, e Tancredo, pela segunda.

Até 1985, o carro-chefe era a chambirra que respondia pelo nome de Mathusalem. Se o personagem bíblico chegou a 969 primaveras, a branquinha homônima foi descontinuada depois do falecimento de Tancredo Neves. Outras marcas de menor qualidade também são produzidas, mas sobre essas o governador nega qualquer ingerência.

Foto: Divulgação
Rótulos da Fazenda Cantagalo, que produz os isbeliques de José Alencar

Alencar se encarrega da Maria da Cruz, produzida na Fazenda Cantagalo, em Pedras de Maria da Cruz (MG). A proximidade da região de Salinas, no norte do estado, favorece. A propaganda boca-a-boca é feita pelo próprio empresário, até junto a garçons, segundo fontes. A propriedade ainda engarrafa com outras três marcas – Sagarana, Caninha 38 e Porto Estrela.

Assim como há diferenças políticas entre esses mineiros, as divergências também aparecem na forma de se envelhecer aquela-que-matou-o-guarda. A de Aécio descansa de cinco a dez anos em amendoim. A do vice-presidente, em amburana, madeira típica do semiárido brasileiro.

Não é à toa que Aécio ampliou a certificação de alambiques artesanais e incluiu a rapadura na merenda escolar da criançada.

Mas é bem verdade que quem tornou a caninha bebida oficial do estado foi seu antecessor, Itamar Franco, que também estuda concorrer ao Senado. Se tirar uma das vagas dos cachaceiros citados, também será bem-vindo à bancada da cachaça, além de instituir o 21 de maio como data comemorativa para a mata-velho.

A formação da bancada da cachaça – ou dos cachaceiros – depende  da formação das chapas, dos resultados das urnas e, claro, da disposição das figuras de abraçar a causa. Consta uma experiência sem grande repercussão a assembleia legislativa do Rio Grande do Norte. Muito diferente da bancada da cana-de-açúcar e do setor sucroalcooleiro.

Ministro
Foto: Divulgação

Os mineiros envolvidos na política valorizam as golos há algum tempo. O porta-voz de João Figueiredo e ex-ministro do Tribunal de Contas da União, Carlos Átila, abriu, depois da aposentadoria, seu alambique próprio. A Cachaça do Ministro dorme por cinco anos em carvalho ou jequitibá (foto), a depender do rótulo – ouro e prata.

Entre empresários, segundo reportagem da revista Época de 2008, o baiano Emílio Odebrecht, da empreiteira que leva seu nome, e o paulista Ivan Zurita, presidente da Nestlé, também se debruçam sobre uma boa pinga. São donos da Itagibá e da do Barão, respectivamente.