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Por Moriti Neto
A base foi o medo na noite desta quarta-feira, no Morumbi. São Paulo e Corinthians fizeram uma partida aquém do que se espera de um Majestoso que tinha a liderança, mesmo que provisória, do Campeonato Brasileiro em disputa. O 0 x 0, não somente pelo placar, foi digno de nota das mais baixas. Para os dois times e técnicos.O jogo
Jogando em casa, o Tricolor até começou pressionando um Corinthians que, claramente, vinha com uma proposta defensiva, quase um ferrolho. Duas chances seguidas, antes dos 10 minutos de bola rolando, com Dagoberto e Lucas, deram a impressão de que o mandante daria tom ofensivo à metade em três cores do campo. Não foi o que se viu até o fim da primeira etapa.
Os visitantes congestionaram o meio e só saiam da defesa à base de reza braba. A não ser em raras tentativas de contragolpe, sem sequência é bom ressaltar, o Alvinegro permitiu que Ceni e até mesmo João Felipe e Rhodolfo fossem quase expectadores do fraco “espetáculo”.
No final da etapa inicial, Dagoberto ainda cobrou falta, Casemiro cabeceou na trave esquerda de Júlio César, e Piris, no rebote, chutou fora a melhor chance são-paulina. Foi pouco. Quase nada para quem aguardava um “clássico”.
O segundo tempo chega e já não há esperança de um jogo muito melhor. A justificativa se dá ao olhar para os bancos e enxergar Adilson de um lado e Tite de outro. Retratos de apatia e, pior, covardia. Se o treinador corintiano, desde sempre, apostou na postura defensiva, o são-paulino jamais abdicou dos três volantes, ainda que percebendo (???) o adversário satisfeito com o empate – em tese, o suficiente para adiar a queda do comando técnico. Aliás, apesar do jogo de baixa qualidade, pelo menos essa boa expectativa os corintianos tinham. Já aos tricolores, nem isso restava.
Daí até o final, o que se viu foi o São Paulo tendo duas chances criadas pelo volante Wellington, uma em chegada à linha de fundo e outra num bom arremate que pegou no lado de fora da rede, e um Corinthians com Emerson se matando no ataque, inclusive quase anotando de cabeça.
Encerrada a peleja, vaias dos 44 mil torcedores presentes ao Morumbi a uma das partidas mais fracas vistas num Majestoso nos últimos anos.
Algo muito errado
Rivaldo começou aquecimento aos 14 minutos da segunda etapa. Entrou aos 30. O medo de Adilson Batista não permitiu que sacasse antes o quase volante Cícero para colocar em campo o meia que poderia ter conferido alguma qualidade ao jogo se tivesse mais tempo. Erradamente, a aposta foi em Casemiro para armar. Já disse aqui que ele tem alguma qualidade para organizar jogadas, mas pode fazer isso eventualmente, já que não é, de fato, armador. Claro, Lucas prosseguiu isolado, de costas para a defesa adversária ou largado num dos lados do campo.
Dagoberto, para variar, sumiu em jogo importante. Isso já é histórico. As boas fases do camisa 25 sempre foram como coadjuvante. O atacante não pode, jamais, ser o elemento decisivo de uma equipe. Quando se depende dele para resolver, alguma coisa está muito errada.
Em dado momento, me peguei a pedir Marlos. Mais do que nunca, havia algo realmente indo muito mal. No entanto, ao acreditar que o meia/atacante, que, apesar da desinteligência, pelo menos tem talento para o drible, queria apenas quebrar o marasmo proposto por dois treinadores cagões.