Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook
A Globo estava
empolgada e muitos torcedores também. Depois das vitórias contra a
Dinamarca e contra os Estados Unidos, a seleção parecia inspirar
algo melhor do que fez no primeiro tempo do jogo com o México. O
Brasil não jogou nada, o meio de campo não conseguiu articular
nenhuma jogada e o esquema com três atacantes, jogando cada um quase
isolado do outro, não propiciou sequer uma chance decente de gol.
Não que os mexicanos
tenham jogado grande coisa. Defenderam com esmero, e só. Contaram
com um gol sem querer de Giovani dos Santos, e um pênalti infantil
cometido por Juan. Seus desarmes fizeram a diferença. Com a zaga
antecipando os lances feitos pelos meias brasileiros – na maioria,
previsíveis – de nada adiantou os atacantes marcarem pressão
porque a bola pouco ficava na defesa mexicana. A partida era
disputada no meio, e foi ali que os rivais cozinharam os canarinhos.
A marcação-pressão
do Brasil aumentou na segunda etapa, com Lucas no lugar do inoperante
Sandro, e Pato substituindo Damião. Não adiantou. Por mais que o
abafa tenha aumentado, nenhum dos dois fez a diferença e, ainda que
muitos não tenham visto, só Neymar chamou a responsabilidade (mesmo
não jogando bem contra a feroz marcação mexicana), coisa que os
demais não fizeram. E ninguém, ninguém, aproveitou o espaço que
surgia em função da marcação tripla, às vezes quádrupla, em
Neymar. Oscar,
incensado no último amistoso, sumiu durante boa parte
do tempo, mas não é o caso de incorporar o discurso de ressentidos
tricolores que querem jogar o meia fora. Tem potencial, mas o time
ainda não é time (talvez não venha a ser). Isso, para um meia de
armação, significa muito.
Sobre Neymar
|
Não são só os zagueiros que querem pegar Neymar |
Diante
dos festejos e rojões soltados nos últimos dois amistosos pela
transmissão da Globo, ficava esquisito a emissora criticar Mano
Menezes. Daí, surge uma pergunta “pescada” entre os internautas:
por que Neymar não brilha tanto como no Santos na seleção? Bom,
levando a questão a um outro nível, lembraríamos por que
Ronaldinho Gaúcho, mesmo no auge, não rendia na seleção como no
Barcelona. Por que Messi, que disputou duas Copas do Mundo, nunca fez
um gol no torneio ou reproduziu o desempenho do Barcelona na seleção? O mesmo vale para Cristiano Ronaldo, que no Real Madrid é soberano,
enquanto na seleção portuguesa é mediano.
Daí
surge o luminar Galvão Bueno “vendendo” Neymar para o exterior,
corroborando
a tese de Mano Menezes, que não foi criticado durante a
transmissão, de que o atacante santista deveria ir para o exterior para ganhar experiência contra esse tipo de marcação.
Era o caso de perguntar por que Cristiano Ronaldo ou Messi, mesmo
jogando em dois dos maiores clubes do planeta, não rendem o mesmo em
suas seleções. Será que eles devem "ganhar experiência" (em que pese não serem mais garotos) em outro lugar, tipo a China? Ou será que é muito mais fácil para
qualquer jogador atuar com companheiros de time, com os quais já
está acostumado, com esquemas de jogo definidos, do que em uma
seleção? Qual atleta se sente “à vontade” na seleção
brasileira?
Natural se cobrar o Neymar, maior jogador brasileiro e artilheiro da Era Mano Menezes. Com Messi foi (ainda é, mas menos) assim e com outros tantos também é. Mas atuar sozinho é complicado. E não contar com o auxílio do treinador é pior ainda.