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sexta-feira, agosto 08, 2008

Da série: candidatos poupados pela mídia

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Em entrevista à rádio Bandeirantes ontem pela manhã, o prefeito de São Paulo e candidato à reeleição, Gilberto Kassab, do DEM (à direita, sempre), destacou uma pesquisa feita pelo Ibope segundo a qual 90% da população avaliaram como "ótimo" o funcionamento das Amas (Assistência Médica Ambulatorial). Questionado sobre se a população teria conhecimento desses dados, o prefeito lascou, sem dó: "uma coisa é a opinião da população usuária do sistema e outra, a parcela de formadores de opiniões, qualificados e inteligentes". Fosse candidato pelo PT, a imprensalona teria manchetado em seis colunas, hoje: "Kassab chama população de burra e desqualificada". Mas como é "democrata", silêncio. Bater nas declarações da Marta Suplicy é sempre mais apropriado.

segunda-feira, junho 30, 2008

No butiquim da Política - Bom dia com o chapéu do povo

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Por CLÓVIS MESSIAS



Olha gente, a nossa Assembléia Legislativa de São Paulo (foto) tem 94 deputados, mas nem dois anos se passaram e 27 já priorizaram participar de outra eleição: para prefeito de suas cidades. Democracia eleitoral sem prazo estipulado. Será que esses deputados, candidatos a prefeito, já cumpriram suas promessas de palanque? Difícil, pois nem ano e meio se passou. Será que eles cumpriram mesmo o prometido? "Me engana que eu gosto" será o tema da nova campanha desses deputados/ prefeitos.
Eles não largam seus mandatos no legislativo e continuam recebendo os salários, os auxílios-moradia e paletó e outros benefícios - tudo com os nossos impostos, enquanto a campanha para prefeito continua nas ruas. Como é bom ser democrata em causa própria! O legislativo, alimento essencial da democracia, ficará quase parado até outubro. Assim, na sua cidade, podemos chamá-los de "democratas operativos". Mas não se esqueçam: sempre em causa própria.
*Clóvis Messias é dirigente do Comitê de Imprensa da Assembléia Legislativa de São Paulo e escreve semanalmente para o Futepoca.

sexta-feira, abril 04, 2008

DEM cobra a conta de José Serra

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Mais um episódio do imbróglio que está rachando o PSDB paulista e comprometendo a aliança, já tradicional, entre democratas e tucanos. O líder do DEM na câmara municipal, Carlos Apolinário, divulgou uma carta aberta em que cobra do governador paulista José Serra um posicionamento mais firme em relação à disposição de Geraldo Alckmin em sair candidato a prefeito de São Paulo.

Kassab e Alckmin, provavelmente adversários nas eleições de 2008

A mesma carta, ou um "genérico" da mesma, teria sido entregue também ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, na semana passada, no sentido de "sensibilizar" as figuras mais importantes do partido a formarem chapa com os demos. Claro, com Kassab na cabeça de chapa.

Apolinário diz que "o prefeito tem sido extremamente leal a Vossa Excelência [José Serra] e demonstrado humildade. Quando lhe perguntam se é candidato a prefeito, ele sempre diz que gostaria de ser candidato, mas coloca como prioridade a aliança entre os dois partidos", mas ressalta "nós democratas acompanharemos qualquer decisão que for tomada pelo ilustre prefeito Gilberto Kassab. Porém, se ele não for tratado com a dignidade e a consideração que merece, será muito difícil estarmos juntos no primeiro ou no segundo turno das próximas eleições."

A carta é uma reação às especulações sobre o futuro de Gilberto Kassab. Tucanos teriam soprado para jornalistas que o atual prefeito não se candidataria à reeleição e seria secretário de José Serra para, em 2010, ser candidato a senador. Os demos acham que isso é um tratamento "desrespeitoso" e o evangélico Apolinário adverte: "Quero lembrar-lhe que, na Bíblia, no livro de Provérbios, está escrito: um amigo ofendido é pior do que segurar um cão pelo rabo."

Cobra criada

O episódio é mais um da tumultuada relação entre Serra e Alckmin, uma disputa interna onde o ex-governador vem levando vantagem. Em 2004, quando candidato a prefeito, o ex-ministro da Saúde patinava nas pesquisas, empatado tecnicamente com Marta Suplicy (PT) e Paulo Maluf (PP). O então governador, dono de alta popularidade, entrou no circuito e a campanha focou praticamente o tempo inteiro na relação quase simbiótica que seria estabelecida entre prefeitura e governo do estado. Serra venceu, mas ficou devedor de Alckmin.

Em 2006, Alckmin aparecia nas pesquisas sempre atrás de Serra. Em algumas, tinha quase metade das intenções de voto de seu adversário interno. Manobrou, cobrou a conta, impôs seu nome aos caciques do partido utilizando a máquina estadual, tanto do governo quanto do partido. Afinal, o que é o PSDB (e, em certa medida, o PT também), senão uma agremiação essencialmente paulista? Tornou-se candidato, mas não contou com o apoio do já eleito José Serra no segundo turno.

Agora, repete a mesma trajetória de Serra em 2004. Derrotado na eleição presidencial, quer tentar a prefeitura. Mas Kassab e os demos, acostumados a serem coadjuvantes dos tucanos, não querem largar o osso. E ao governador também não itneressa o fortalecimento de Alckmin que é, em boa medida, também o fortalecimento de Aécio Neves na futura disputa pela vaga do partido para a corrida presidencial de 2010.

Na prática, Kassab embaralha as cartas da histórica aliança. Cresceu, saiu da sombra a que parecia condenado e conquistou parte da classe média, com projetos com o Cidade Limpa e uma disposição de estar sempre na mídia quando a situação aperta. Foi o primeiro a comparecer na tragédia do buraco do metrô, que sequer era responsabilidade sua, enquanto Serra se escondia e Alckmin sequer deu as caras. Segue uma cartilha à la César Maia, mesmo sem o carisma do prefeito carioca.

Não vai ser fácil acomodar tantos interesses. De perto, Marta pavimenta a sua volta. De longe, Aécio ri à toa.