Destaques

Mostrando postagens com marcador DEM. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador DEM. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, abril 16, 2014

Projeto principal da oposição: contra os trabalhadores

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Armínio e Aécio: pelo mínimo mais mínimo
"O salário mínimo está muito alto." A afirmação do economista Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central (nos tempos bicudos de FHC) e escolhido pelo candidato tucano à presidente Aécio Neves como seu futuro ministro da Fazenda, não chega a surpreender. Fora o fato de que fornece uma oportuna lenha para a imprensa queimar e jogar fumaça sobre a notícia de que o governo federal projeta valor de R$ 780 para o mínimo a partir de 2015, um aumento nada desprezível de 7,7% sobre os R$ 724 atuais, a declaração apenas corrobora o único projeto nítido, coeso e concreto da oposição brasileira: desmerecer, desacreditar e destruir toda e qualquer política voltada para os trabalhadores.

Campos e Jorge Bornhausen: a 'nova política'
Mês passado, o outro candidato de oposição, Eduardo Campos (PSB), já havia soltado - despudoradamente - outra pérola que faz côro com o economista preferido de Aécio Neves: "Não tem mais como crescer pela quantidade [de trabalhadores] no mercado de trabalho." Traduzindo: para Campos, parceiro de Marina Silva, o Brasil não pode basear seu crescimento econômico na geração de emprego (e renda). Detalhe: o absurdo mereceu o aplauso de alguns dos mais significativos "escudeiros" de sua campanha, gente do naipe do ultra-reacionário PFL-DEM Jorge Bornhausen, do "cristão novo" Heráclito Fortes e do tucanaço Pimenta da Veiga. Resumo da "nova política" anunciada pelos novos "salvadores da Pátria" Eduardo e Marina...

Aécio e Merval: convergentes
Ano passado, o camarada Glauco chamou a atenção, aqui neste blog, para o discurso do Merval Pereira, um dos baluartes do conservadorismo na mídia nacional, a respeito das manifestações das centrais sindicais durante os protestos de rua de junho (o grifo é nosso): "As reivindicações eram coisas muito específicas da classe trabalhadora." "Ou seja", concluiu o Glauco, "como o trabalhador, pelo silogismo mervaliano, não é 'povo', suas bandeiras não interessam ao resto da sociedade". Exato. Merval é símbolo da imprensa elitista que critica diuturnamente políticas como a progressiva valorização do salário mínimo (acertada por Lula com as centrais, em 2007) e a permanente geração de postos formais de emprego.

José Serra e Maria Helena de Castro
É um discurso que agora tem convergência entre os candidatos de oposição Aécio Neves (via Armínio Fraga) e Eduardo Campos, mas que é recorrente entre políticos e gestões conservadoras. Em 2007, o mesmo camarada Glauco reproduziu, no sarcástico post "Ganhar pouco é bom para o trabalhador", a estapafúrdia declaração da então secretária estadual de Educação de São Paulo, Maria Helena Guimarães de Castro, de que "não há uma relação direta entre salário e qualidade do ensino" - para "justificar" a mixaria paga pelo então governador José Serra aos professores (situação que se agravou decisivamente nas gestões do PSDB, com Mário Covas, Geraldo Alckmin e o próprio Serra). O trabalhador sempre ficou ostensivamente em último plano.

Pois é. Não é a toa que um certo partido apanhe tanto, desde quando surgiu, por se denominar "dos trabalhadores". Essa é, talvez, a bandeira mais ofensiva e perigosa para a classe dominante brasileira. E não foi a toa que a presidente Dilma Rousseff (PT), candidata à reeleição, tenha afirmado recentemente, durante um evento em Porto Alegre: "Jamais enfrentamos a crise à custa do trabalhador." O "recado" confirma que o discurso, ou melhor, o projeto maior da oposição, é mesmo o de conter, castrar e "enquadrar" a classe trabalhadora. Seja afirmando que "o salário mínimo está muito alto" ou que o crescimento econômico não pode se basear na geração de empregos. Se você é trabalhador, já entendeu o que está em jogo.

quarta-feira, abril 04, 2012

DEM, Agripino Maia e Demóstenes Torres: Um ato falho às vezes diz mais que mil palavras

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Agripino Maia, presidente do DEM, ao comentar o caso Demóstenese Torres:

O DEM tem uma história clara de não-convivência com a ética.

Ao se justificar, Agripino disse que na verdade quis dizer a palavra "aética", que, de acordo com o bom senso e com o dicionário, é um adjetivo, o que tornaria a frase incoerente. Ou seja, o nobre político se "confunde" até pra explicar um ato falho?



Sobre ato falho, Freud explica.

quinta-feira, maio 05, 2011

Kassab foi navegar... e Serra ficou a ver navios

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Muito lúcida a análise que Luís Nassif faz hoje em seu blogue, "Serra e a (i)lógica da burocracia partidária". Recorrendo às recordações de seu início como jornalista e às observações das trajetórias de figuras medíocres que acabaram ascendendo de alguma forma no cenário político (sob "temor reverencial" da mídia), Nassif destrincha as estratégias furadas e míopes do tucano José Serra, dentro e fora do PSDB, e o limbo no qual se meteu como consequência delas. Pelo menos cinco trechos do texto merecem ser reproduzidos na íntegra, pelo poder de síntese:

1
O caso José Serra-PSDB é emblemático. Analise-se o político Serra hoje, fora do minarete do controle burocrático que exerceu sobre o PSDB. Perdeu os espaços possíveis junto ao PSDB nacional e ao DEM. Dançou em São Paulo. Montou uma aliança com Kassab que vai entrar para a história. Kassab ficou com todos os quadros técnicos do serrismo, conseguiu a estrutura operacional de que necessitava, inclusive o cacife da prefeitura para atrair parte do DEM ... e irá se aliar a Aécio.

2
Serra apostou no barco do PSD, encheu a bola de Kassab, ajudou a montar a tripulação. Quando o barco saiu do cais, percebeu que estava fora, como um membro da corte portuguesa que não conseguiu alcançar as caravelas que permitiriam a fuga para o Brasil.

3
Experimentou todo o desgaste possível com suas manobras para queimar Alckmin e restou de mãos abanando. Depois, foi até Alckmin para – suprema humilhação para quem conhece o ego de Serra –se explicar, atribuindo as informações sobre sua traição a intrigas de secretários de confiança do próprio governador. Na campanha, todas as acusações contra Serra eram rebatidos com o argumento simplório de que não passavam de "intriga petista".

4
Antes disso, desde que se tornou governador, aliou-se ao pior esgoto jornalístico e abandonou por completo o discurso programático. Chegou para ao final da campanha sem nada, explorando apenas fígado e intestinos de seus eleitores. Tem um final melancólico, sem discurso, sem bandeiras e sem seguidores.

5
Quem ousasse apontar o rei nu era execrado. Ocorreu com um dos melhores políticos do DEM que, em meados de 2009, ousou fazer uma análise isenta que apontava essa pequenez de Serra. Amigos próximos evitavam cumprimentá-lo em público para não se indispor com o feroz imperador. Ocorreu com a mídia, escondendo seus esbirros autoritários, sua falta de gana, a inapetência gerencial, cedendo às suas pressões. No futuro, será tema para boas teses dissecando o mal que vitimou o PSDB: o caciquismo, o burocratismo que impediu a renovação do partido.

Sem mais a acrescentar.

sexta-feira, fevereiro 18, 2011

Movimentações partidárias OU menos para a esquerda, menos para a direita

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Um partido que percebe a própria decadência e outro que se sente em franco crescimento tem algo em comum. Tentam deslocar-se no espectro político atraindo e deslocando seus principais caciques. Curiosos movimentos partidários deste 2011.

O decadente é o Democratas. Quatro anos depois de abandonar o falido nome de Partido da Frente Liberal (PFL), a legenda passa por nova reformulação. O senador Agripino Maia (RN) deve ser o candidato a presidente em chapa única. A missão do futuro comandante do partido é dar novo rumo ao partido de oposição assumidamente mais à direita. O motivo? Novo resultado eleitoral ruim nacionalmente diante do popular governo de Luiz Inácio Lula da Silva.

Foto: Renata Santana de Oliveira/Agência Senado

 Em entrevista ao TerraMagazine, Agripino avisou que não dará espaço a seus xarás de sobrenome do Rio de Janeiro. "Os radicais não contarão comigo", vaticinou a Ana Cláudia Barros e Marcela Rocha. "Radicalismo nunca fez meu perfil ao longo de toda a minha vida", insistiu.

Rodrigo, o presidente demissionário do DEM, e seu pai Cesar Maia são os "radicais do DEM". A alcunha é curiosa de ser empregada, especialmente por ocorrer oito anos depois do surgimento dos "radicais do PT", fomentados pela mídia convencional, que seriam um dos embriões do PSOL.

Além de pôr os Maias de lado, Agripino tem outro desafio, o de controlar lideranças regionais. Os deputados Ronaldo Caiado (GO), Ônix Lorenzoni (RS), Rodrigo Maia e Abelardo Lupion (PR) estão na lista de lideranças regionais que controlam – ou pelo menos tentam fazê-lo – diretórios estaduais. O principal adversário dessa turma seria Gilberto Kassab, prefeito de São Paulo, que articula sua evasão do DEM rumo ao PMDB, ao PSB ou a um novo partido. Desafios de sobra.

Kassab se move

Se o chefe do Executivo municipal paulistano é um problema para o DEM, seu deslocamento promove ainda outras mudanças. E o principal envolvido é o partido que se sente em ascensão – diagnóstico embasado no desempenho eleitoral do ano passado.

Em evidência está a transferência do PCdoB para a base de apoio do governo em São Paulo. A informação explicada pelo diretório municipal dos comunistas no início do mês é esmiuçada por Renato Rebelo, presidente nacional da legenda.

Foto: swperman/Flickr
Em entrevista a Ricardo Galhardo, do Último Segundo, o irmão do deputado Aldo Rebelo afirma que "Kassab é que está vindo para o lado de cá". Por "cá", entenda-se base de sustentação de Dilma. Mesmo reconhecendo que "não há uma identidade ideológica" na aproximação, a adesão é definida como política.

O interesse do PCdoB é conquistar mais espaço em disputas majoritárias – leia-se, concorrer a mais prefeituras – e não ficar à sombra do PT. Desde a legalização da legenda em 1987, o PCdoB mantém-se como aliado do partido de Lula. Agora, para não se sentir sufocado, tenta se afastar do partido.

Em meio às pretensões por dias de maior destaque, a gestão de Dilma vai para a berlinda, como fonte de motivos para uma eventual ruptura.

No fim das contas, o DEM manda avisar que busca estar menos à direita. E o PCdoB, embora sustente o contrário, acaba sendo percebido menos à esquerda. Só não me arrisco a apontar em que ponto do tal espectro político está o governo Dilma.

quarta-feira, setembro 29, 2010

Fontes da Folha são Datafolha e... repórter da Folha

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Todo mundo sabe que a credibilidade da Folha de S.Paulo está tão baixa quanto a do Fernando Henrique Cardoso, que disse à Reuters que vencer no 1º turno não será bom para Dilma Rousseff (!!!). Pois, agora há pouco, a Folha On Line publicou uma materinha intitulada "Mercadante aposta em popularidade de Lula na reta final da campanha" (coisa mais óbvia!), em que a cara de pau conhece novos patamares. Além de usar os números do não menos desacreditado Datafolha (desmentido sistematicamente pelos resultados do Ibope, Sensus e Vox Populi), o texto ainda usa aspas de apenas uma fonte. Sabem de quem? Daniela Lima, repórter do caderno "Poder", da... Folha de S.Paulo (!!!!). Está inaugurado o auto-jornalismo.

Ps.: Há dois anos, em setembro de 2008, às vésperas da eleição municipal em São Paulo, o Datafolha apontava empate entre Geraldo Alckmin e Gilberto Kassab, com 22%, atrás de Marta Suplicy, que tinha 37% (reprodução abaixo). Poucos dias depois, em 5 de outubro, Kassab teve 33,6% dos votos válidos, contra 32,8% de Marta e 22,5% de Alckmin, que ficou fora do 2º turno.

quinta-feira, julho 08, 2010

Serra ensina como se forma "o homem público mais preparado do país"

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

O debate eleitoral não começou de verdade, mas já chegou às propostas. Ou melhor, à falta delas. A oposição ao governo federal reclama do programa petista registrado junto à Justiça Eleitoral – alcunhado de "radical" pela imprensa – por conter críticas à mídia, defender o direito ao aborto e outras medidas, digamos, progressistas.

Os apoiadores da candidata petista lamentam que José Serra tenha feito um condensado de discursos para inscrever como plano de governo no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Com todas as generalidades que um discurso pode conter, mostra um centralismo preocupante na condução do governo, além de dizer muito pouco sobre o que seria uma eventual gestão tucana.


Foto: Luiz Xavier/Agência Câmera
Nesse imbróglio, O Estado de S.Paulo publica nesta quinta-feira, 8, "Curso intensivo em Serrismo", aplicado ao vice, Indio Costa, tão logo ele foi nomeado. O texto de Christiane Samarco merece uma leitura, entre outros motivos porque revela uma promessa do candidato tucano ao colega de chapa: "Vou fazer de você o homem público mais preparado do país".

A cartilha para isso começa com a leitura de quatro livros de Serra, ou melhor, três de autoria do tucano e um livro-entrevista (Ampliando o Possível, Orçamento no Brasil, de 1994, Reforma Política no Brasil, de 1993, Sonhador que Faz, de 2001).

Além de entregar em mãos exemplares da obra, o texto informa que, no dia seguinte, assessores do candidato entregaram ao vice cópias de transcrições de discursos de Serra.

E, pelo que a própria crônica relata, parece estar havendo chamada oral: "Nos três dias que passou em São Paulo, Índio foi dormir às 5 da manhã, depois de intermináveis reuniões, e levantou-se por volta de 7h30".

Assim, ao que parece, ser "o homem público mais preparado do país" começa por ler tudo sobre Serra. Depois, envolve ler mais um pouco sobre ele. Por fim, mais contato com o tucano.

Viva a modéstia. Mas ele poderia ter sugerido seis livros publicados por ele. Foi bonzinho.

terça-feira, junho 29, 2010

No país da delicadeza perdida

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Ontem, o vereador do município de Pontes e Lacerda (MT) Lourivaldo Rodrigues de Moraes, o "Kirrarinha", do DEM, agrediu a repórter Márcia Pache, da TV Centro-Oeste (afiliada do SBT), nas dependências do Centro Integrado de Segurança Comunitária, nas barbas de diversos policiais, incluindo o delegado Algacir Romeu Brisola. E saiu andando como se nada tivesse acontecido. Como disse o camarada Fredi, o DEM (ex-Arena, ex-PFL) poderia deixar de eufemismos e adotar de uma vez a alcunha de P-Sengo (Partido dos Senhores de Engenho). Lamentável é pouco.

quarta-feira, março 17, 2010

O Império Contra Ataca

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Sim, tá com todo cheiro de pizza, mas a simples abertura da CPI das Enchentes na Câmara de Vereadores de São Paulo, para investigar os contratos e convênios de serviços feitos pela Prefeitura e sua possível responsabilidade pelos danos e mortes dos alagamentos na cidade, já é um débito na fatura política do prefeito Gilberto Kassab (na foto, ao centro). Sim, sabemos que as porradas na Prefeitura, antes poupada de críticas, têm como finalidade desviar o foco do (des)governador José Erra, digo, Serra (PSDB), culpado por não limpar o leito dos rios e não soltar a água dos reservatórios. O Império Serrista, que elegeu Kassab, agora o ataca. E a Assembléia Legislativa seguirá arquivando toda e qualquer CPI contra gestões tucanas. Como diz o cínico slogan da propaganda tucana, "governo de São Paulo, cada vez melhor". Cada vez melhor para fazer as malas e fugir! De barco!

segunda-feira, março 15, 2010

Mais uma da campanha anti manguaça

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Aconteceu na tal corrida de Fórmula Indy em São Paulo: em vez de darem a tradicinal champanhe para o vencedor Will Power, deram um litro de... leite! (acima, ao centro) Pois é, e ainda vieram com o papinho de que "a ideia da patrocinadora era fazer uma referência às 500 Milhas de Indianápolis, na qual o vencedor tradicionalmente bebe uma garrafa de leite como parte da comemoração após a corrida". Sei. Mas reproduzir ideia de mau gosto também não justifica nada. O melhor, nessa prova paulistana, foi a torcida xingando o prefeito Gilberto Kassab (DEM). Do jeito que choveu, lembraram-se do que ele (não) faz. Leite já é dose, mas Kassab ninguém engole!

terça-feira, março 09, 2010

O que é uno em essência a política não separa

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Outro dia, comentando num post sobre os DEMOcratas, sugeri que o melhor caminho para eles seria se unir de vez ao P-Sol. Pois agora leio duas notinhas que comprovam minha intuição: o DEM pretende lançar Kiko (à esquerda), da bandinha mela-cueca KLB, a deputado federal por São Paulo. E o P-Sol tem planos eleitorais para seu novo filiado, Jean Wyllys (à direita), professor baiano que venceu uma das edições do vomitável programa Big Brother Brasil. Como se vê, os direcionamentos políticos dos dois partidos são gêmeos siameses. E ainda poderemos ver um possível D-Mol (Democratas Libertários). Não é um nome apropriado?

quinta-feira, fevereiro 25, 2010

Revolta no busão

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Agora há pouco, vindo de ônibus (Terminal Pirituba) da rua Teodoro Sampaio em direção à avenida Heitor Penteado, bairro Pinheiros, presenciei uma situação que nunca imaginei passar em todos os seis anos que já pago meus pecados nessa paulicéia alagada. Logo que subi no busão, abarrotado com umas 50 ou 60 pessoas, percebi um clima tenso de revolta. Todas as pessoas nervosas, resmungando, xingando. De orelhada, fui me informando de que, pelo que parece, diminuíram o número de veículos por linha.

- Agora tem cota de 21 ônibus por linha, não pode ter mais. E cortaram várias linhas diretas, tem que fazer baldeação nos terminais - comentava um rapaz que, pelo uniforme, parecia funcionário de alguma empresa de transporte.

- Onde já se viu? Esse homem é bizarro! E pensar que eu votei nele! Tive que acordar às 5 da manhã e ainda não cheguei. Não tem mais ônibus direto. Maldito Kassab! - reclamava uma senhora, muito transtornada.

- Mas ele vai pagar! - dizia outra. Meu dedinho tá coçando pra castigar ele na urna! Ele vai ver só!

- É vagabundo! Olha aí, tá tudo alagado, tudo sujo. Ele aumentou o IPTU, por que não limpa a rua? É vagabundo! Cachorro! Merece uma bela duma peia! - rosnava um homem de boné, os olhos saltados.

Nisso, a cobradora, que tentava dormir, despertou com o alarido das reclamações e não deixou barato, descascou um belo de um sermão:

- Vocês votaram tudo no Kassab, que eu sei! Vocês tem que se ferrar! A Marta fez corredor de ônibus, criou o bilhete único, trocou os ônibus velhos por novos, acabou com perueiro clandestino. E quando precisou de vocês, não teve nada! Vocês votaram no Kassab, tem mais é que se ferrar, mesmo!

Atônito, perplexo e sem palavras, eu ainda consegui ouvir duas coisas antes de me esgueirar para descer no ponto certo:

- Eu voto no PT. Eu sempre votei no PT, não votei no Kassab, não! - defendia-se um homem bem humilde, com o filho (ou neto) que levava para a escola.

- Mar-ta! Mar-ta! Mar-ta! - gritavam algumas meninas no fundo do busão.

Juro, isso aconteceu. Se o Kassab sair na rua hoje, apanha. Ou morre.

E se a Marta quiser fazer campanha para qualquer coisa, na rua, esse é o dia.

segunda-feira, fevereiro 22, 2010

Agora o DEM acaba?

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Até 2008, o Democratas, ex-Partido da Frente Liberal (PFL), tinha os prefeitos de duas capitais e um governador de estado. Muito menos do que no período em que compunha, como parceiro prioritário, o governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB). A mudança de nome, em 2006, foi parte de uma estratégia de redefinir funções e superar o ranço anacrônico e desgastado que povoava o imaginário do eleitor sobre a turma que já foi Arena e PDS.

As coisas estão confusas para o lado do DEM

César Maia teve seu mandato encerrado, passando a bola a Eduardo Paes no Rio de Janeiro. Ficaram Gilberto Kassab, reeleito em São Paulo, e José Roberto Arruda, no Distrito Federal.

Este último sequer reside nas fileiras do partido. Em meio à maior crise político do DF, Arruda está preso há 11 dias, desde quando também se licenciou do cargo. Antes, havia se desfiliado para evitar uma expulsão. Era cotado para ser vice do governador de São Paulo, José Serra (PSDB), por analistas – o que deu origem ao "vote em um careca e leve dois".

No sábado, Kassab foi cassado. A decisão será publicada apenas nesta terça-feira, 22, no Diário Oficial. Os advogados de defesa tiveram já dois dias para preparar os recursos e reverter, por liminar, a sentença do juiz Aloísio Sérgio Resende Silveira, da 1ª Zona Eleitoral. Situação semelhante passaram 13 vereadores da capital, todos da base de Kassab – outros três aguardam julgamento.

O problema são doações de R$ 9,6 milhões, um terço do total arrecadado pela campanha, de fontes consideradas irregulares pela Procuradoria Regional Eleitoral de São Paulo. Mesmo antes do anúncio, Kassab manifestava a assessores a certeza de que seria, de fato, cassado, mas poderia reverter tudo na segunda instância.

É no Tribunal Regional Eleitoral que moram as esperanças do DEM.

Seus dois expoentes em cargos do Executivo estão na berlinda. Os dois tiveram vínculos com Serra, até por estarem nessa posição de destaque. A possibilidade de o DEM indicar o vice de uma chapa tucana pode ser atrapalhada. Aliás, o Kassab formou chapa com o tucano na disputa à prefeitura, além de ter conseguido seu apoio informal mesmo com uma candidatura de Geraldo Alckmin (PSDB) ao cargo.

Elos com Serra à parte, dos 14 senadores do DEM, oito têm seus mandatos em disputa neste ano. Para um partido que viu sua bancada cair de 84 de 2006 para os atuais 56 em exercício (foram 19 eleitos a menos e nove abandonaram o barco desde então). Naquela disputa, o agrupamento miguou de um partido grande para um médio.

Em meio a sua maior crise pelo menos desde que mudou de alcunha e com riscos de não ter um nome de peso para compor uma chapa com um José Serra – que já acumula desgastes demais para um ano eleitoral que nem passou do segundo mês –, será exagero se perguntar se agora o DEM acaba?

Em tempo, ninguém aqui falou em "se ver livre dessa raça" e muito menos que está "encantado" com a sequência.

Em tempo 2: Kassab conseguiu efeito suspensivo da decisão. Até que o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) se pronuncie, ele mantém-se no cargo.

quinta-feira, fevereiro 11, 2010

Arruda tem prisão decretada, mas ficará pouco tempo

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

O Superior Tribunal de Justiça decretou, por doze votos a dois, nesta tarde, a prisão preventiva do governador de Brasília, José Roberto Arruda, e outros envolvidos no Mensalão do DEM, também conhecido como panetonegate.


A prisão foi pedida e concedida por conta da tentativa de "subornar" uma testemunha para que mudasse de opinião.

Neste momento, segundo sua assessoria, o governador está indo para a Polícia Federal, onde irá se entregar.

Antes que alguém comemore a instalação da moralidade, é bom saber que a prisão provisória deve durar pouco, porque ela é decretada apenas para que não atrapalhe as investigações ou constranja testemunhas. Aposto com quem quiser que, logo logo, ele consegue um habeas corpus, provavelmente emitido pelo paladino da liberdade dos ricos, o ministro Gilmar Mendes.

É o mesmo que aconteceu com Daniel Dantas e um pouco antes com Paulo Maluf. Vale mais pela imagem de moralidade que pela moralidade em si.

Recordar é viver

É inevitável não relembrar neste momento: "Vote num careca e ganhe dois"

terça-feira, fevereiro 09, 2010

Solução para paulistanos virá da Escócia

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Olha aí, prefeito Kassab, uma grande solução para as enchentes na cidade de São Paulo: a capital escocesa, Glasgow, está testando um novo ônibus anfíbio (fotos abaixo, da AFP) para atender às comunidades de Renfrew e Yoker, que precisam atravessar o Rio Clyde de balsa. O ônibus, construído na Holanda, pode carregar até 50 passageiros em viagens sem interrupções no asfalto e na água. E se não quiser gastar com os ônibus anfíbios, Kassab, bem que você poderia trazer outra medida paliativa da Escócia: uma caixa de garrafas de uísque legítimo para cada manguaça descontente da Paulicéia Alagada!

Serra usa a Folha para 'limpar' FHC

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Depois de ter gasto muito papel e tinta detonando o prefeito Gilberto Kassab (DEM) por causa das enchentes em São Paulo, na tentativa de descolar a culpa do governo do Estado (uma ofensiva surpreendente, pois antes Kassab era explicitamente poupado), a Folha de S.Paulo cumpre nesta terça-feira um novo servicinho para José Serra (PSDB): rebater o inconveniente Fernando Henrique Cardoso, que no domingo passado usou o jornal concorrente O Estado de S.Paulo para publicar um artigo em que ataca grosseiramente o presidente Lula e a ministra Dilma Rousseff.

Sob o título "FHC reitera crítica a Dilma e contraria estratégia de Serra", o texto da página A4 de hoje apressa-se em acalmar o eleitorado tucano ao explicar, didaticamente, que, "se dependesse de Serra, FHC ficaria afastado da linha de frente da campanha, mas o ex-presidente avalia que, se o partido não defende seu governo, cabe a ele fazer esse debate". A Folha ainda futuca a ferida ao lembrar que, nas duas últimas eleições, os candidatos Serra e Geraldo Alckmin não defenderam os dois mandatos de FHC - que, em todas as vezes que abriu a boca, como agora, tirou muitos votos dos dois colegas.

Não contente, a Folha ainda usa a página A6 para dizer que "FHC cita méritos e omite erros". Há um quadro dizendo que o ex-presidente omitiu fatos em seu artigo sobre a redução da pobreza, o salário mínimo, os rendimentos dos trabalhadores e a dívida pública. "Em exatas 998 palavras e cifras que descem a minúcias não há uma única menção, no exemplo mais flagrante, ao crescimento econômico". Ou então: "O artigo dribla o incoveniente com saltos nas datas. Recorda-se, por exemplo, que, 'com o Real, a população pobre diminuiu de 35% para 28% do total' e depois menciona-se a taxa de 18% registrada em 2007, já sob o governo Lula". Quem diria, hein, Otavinho?

Essa súbita lucidez da Folha está com toda cara de querer avacalhar FHC e seu governo para que fique afastado e desgrudado da campanha do queridinho Serra. Tanto que, na página A7, com foto imensa, colorida e mostrando um sorridente (des)governador de São Paulo sentado em meio a criancinhas negras e felizes, há uma enorme matéria/release não-oficial com o propagandístico título "Serra estuda pacote para atender servidores".

Serviço completo, não parece? Um desagravo na primeira matéria, explicando que FHC pode dizer e passar o vexame que quiser, mas Serra não tem nada com isso (nem com o que ele fez na Presidência da República); outro texto complementar na sequência, desacreditando mais ainda o ex-presidente; e a imensa propaganda do candidato tucano como grand finale, com todo o destaque e foto simpática no alto de uma página ímpar. Deve ser por isso que o slogan da Folha fala em "rabo preso". E que seu departamento comercial tem um rato como símbolo...

Sorria, meu bem, sorria:

"A história vai acabar por reconhecer que nós mudamos o Brasil. Digo nós, não digo eu, incluo Lula nisso porque não sou mesquinho."
Fernando Henrique Cardoso, ex-presidente da República
(Folha de S.Paulo, 09/02/2010, pág.A6)

"Agora, o que me preocupa neles [Lula e Dilma] é que o governo não investiu. Eles vão nos deixar uma herança maldita. Porque a capacidade de investimento no País está zerada."
José Aníbal, deputado federal pelo PSDB-SP
(O Estado de S.Paulo, 09/02/2010, pág.A4)


Como? Foi o FHC que melhorou o Brasil?? E o governo Lula não investiu e é uma "herança maldita"?!? Não dá. Acho que vou tomar uma cerveja...

quarta-feira, fevereiro 03, 2010

Bomba!

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), resolveu decretar hoje - tardiamente - o estado de calamidade pública no Distrito do Jardim Helena, região de São Miguel que engloba, entre outros, o Jardim Romano (foto) e o Jardim Pantanal. Para quem não sabe, o Jardim Romano foi um dos bairros pobres inundados há mais de um mês e meio para evitar o alagamento das marginais e do Cebolão, conjunto de obras que o governador José Serra (PSDB) pretende inaugurar o mais rápido possível, antes de deixar o cargo para disputar as eleições (se não acreditam que essa ação foi proposital, leiam essa reportagem aqui). E o Jardim Pantanal - com extensão ao Romano - é o local onde, há dois meses, 450 litros de esgoto por segundo passaram a alagar todo o bairro, quando uma estação de tratamento da Sabesp deixou de funcionar. Os moradores culpam o governo do Estado, que até agora não fez nada. Pois bem: visitando a vizinha cidade de Itaquaquecetuba, ouvi boatos de que, no Jardim Romano, pessoas estariam comprando dinamite para explodir a Barragem da Penha, em protesto contra o alagamento proposital que poupou as obras na marginal e com o descaso de José Serra. Espero que seja só boato. Mas eu não condeno totalmente quem, numa situação trágica e de abandono como essa, chega a pensar em reagir com uma ação tão desesperada.

segunda-feira, janeiro 25, 2010

No Pacaembu

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Hoje tomei vergonha e fui, pela primeira vez, ao estádio do Pacaembu. A decisão da Copinha entre Santos e São Paulo prometia e, de fato, foi um bom jogo. Acordei às 9 da matina e, ainda com sono, peguei a primeira camiseta que achei na mala e saí de casa. Foi só no caminho que percebi que tinha uma enorme estampa de um tubarão. Como entrar na torcida do São Paulo com um "peixe" no peito? Solução improvisada: comprar uma camisa do meu time no camelô - o que confirmou ser um bom augúrio, pois, nas três vezes que fiz isso, contando com essa, o Tricolor venceu. Mas o vendedor avisou: "-Esconde isso, que tá saindo briga lá nas entradas do estádio". Fui descendo a ladeira e tive que passar na porta do Tobogã, território peixeiro. Pensei que ia apanhar, o clima era tenso. E só achei ingresso para as numeradas descobertas, onde a torcida é mista, sãopaulinos e santistas lado a lado.

Fazia um sol ardido, um calor inacreditável. Peguei um bronze. Nas numeradas, muitas famílias e crianças se provocando, mas com civilidade. Rola a bola. O Santos abafa o adversário com dribles e mais dribles, em contraposição aos "brucutus" do São Paulo. Wesley, o lateral esquerdo, é magrinho e de pernas finas, mas assusta o time do Morumbi toda vez que parte driblando para o ataque. O camisa 10 do alvinegro, Alan, também entorta zagueiros, e dá o passe para Renan abrir o placar. Os santistas se fecham e saem em contra-golpes mortais. Num deles, o goleiro Richard, do São Paulo, sai da área e faz falta feia. Ficam duas dúvidas: se o santista estava impedido e se o goleiro era, mesmo, o último homem. Como o juiz marca falta, fica a expectativa de expulsão. Mas Richard só toma amarelo. Um lance capital, pois o goleiro definiria o resultado da Copinha na disputa de pênaltis.

No segundo tempo, o Santos tem a oportunidade de liquidar a fatura duas ou três vezes, mas falha. Nos 15 minutos finais, com preparo físico visivelmente melhor, os sãopaulinos partem para o "abafa". Perdem chances incríveis, mas o gol salvador acaba saindo aos 41 minutos, num chute espetacular, de virada, de Ronielli. Grito até ficar rouco. Nos segundos finais, em dois escanteios, o São Paulo quase faz o gol do título. Mas vem o fatídico apito final. Nisso, o goleiro santista, Rafael, despenca no chão. Não vi o que aconteceu, se foi lance de jogo ou outra coisa, mas ele fica lá deitado um tempão. Eu presto atenção no presidente tricolor, Juvenal Juvêncio, que está uns oito degraus pra baixo de mim, e no dirigente do Santos, Luís Alvaro, que conheci no dia 20, na Vila Belmiro, e que naquele momento sobe ao gramado.

É aí que o técnico do Santos, o ex-jogador Narciso, parte pra cima do juiz reclamando sobre a não expulsão do goleiro do São Paulo no primeiro tempo. Briga com policiais e é expulso de campo. Isso mexe com o time santista. Batem três pênaltis e o arqueiro Richard defende todos eles, o segundo de forma inacreditável, levantando o braço em pleno vôo rasante. Festa sãopaulina, grito até sumir a voz. Depois faço o - perigoso - trajeto de volta até onde estou hospedado, sem camisa, a conselho dos policiais. Meia dúzia de cervejas Estrella Galicia (foto) me esperavam pra brindar o título. A tempo de escapar da chuva que continua assolando a capital, e que me desencoraja de ir até o Ipiranga ver Milton Nascimento e Lô Borges. Não é a toa que a popularidade do prefeito Gilberto Kassab (DEM) virou água...

segunda-feira, janeiro 11, 2010

Brasília dá novo exemplo do quanto é limitada nossa democracia

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Foto: Roosewelt Pinheiro/Abr

Enquanto o Plano Nacional de Direitos Humanos é cenário de mais uma batalha entre os fantasmas da ditadura militar e os setores a favor da consolidação da democracia brasileira, a esvaziada capital federal dá mais uma prova do quanto é limitado o nosso senso republicano.

Nesta segunda-feira, a Câmara Legislativa do Distrito Federal retorna aos seus trabalhos e, como boas vindas, receberão mais uma manifestação contra a corrupção e a favor do afastamento de todos os envolvidos no mais recente episódio de maracutaia na política nacional. Em resposta, a imprensa e a população foram proibidas de entrar na Câmara.

E quem deu a ordem de proibição? Leonardo Prudente (ex-DEM), estandarte da moralidade, aquele mesmo que foi flagrado em um vídeo colocando dinheiro na meia porque não usa pasta, e está de volta ao comando da “casa do povo”. Aliás, que hoje abriga a importantíssima reunião que vai escolher os novos membros da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) (e que será realizada a portas fechadas). É na CCJ que começam a tramitar os processo de impeachment contra o governador José Roberto Arruda (ex-DEM).


Do lado de fora, mais manifestações contra o governador Arruda, e desta vez, pasmem, com a presença de manifestantes a favor do governador.

Manifestantes a favor do governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda. Foto: Roosewelt Pinheiro/Abr


PS: Pela manha policiais retiraram à força estudantes que estavam sentados no gramado em frente à Câmara, demonstrando indignação com a corrupção. Seria a policia do GDF capaz de mais um episódio de barbárie contra os manifestantes?

quinta-feira, dezembro 10, 2009

Cavalaria e cachorros em terras do Panetonegate

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Olha o panetone aí, minha gente!

Foto: Brunna Rosa
Cenas medievais no cenário planificado da capital Federal rodam o país. As imagens denunciam uma polícia truculenta em ação no dia internacional contra a corrupção, comemorado na quarta-feira, 9, justamente na unidade da federação que é a lama da vez no país.

Estive na manifestação e descrevo o que vi. A concentração era na praça em frente ao Palácio Buriti, sede do governo e palco da lama (ou do panetone) que sacode as terras planas daqui.

A ideia era não avançar pelas ruas de Brasília e passar o dia pedindo o impeachment do governador José Roberto Arruda (hoje desfiliado do DEM por livre e expontânea pressão). Mas alguns manifestantes fecharam o eixo monumental, de um lado e, depois de desobstruir uma via, correram para fechar também o outro.



















No destaque: O choque montado, em seguida o Bope em ação e a caixa com bombas sendo carregada. Pronto, todos a postos. A frente cavalaria, atrás Bope, com balas de borracha, bombas e cachorros...
Foto: Brunna Rosa


Prenúncio da desgraça. O impasse se dava entre manifestantes que queriam seguir pelo eixo monumental até a rodoviária. Obstruindo o caminho, havia o Batalhão de Operações da Polícia Especial (Bope). Junto à cavalaria, policiais com cachorros, caixas com bala de borracha e bombas de efeito moral.

Com o avançar dos estudantes, a cavalaria entrou em ação, deixado alguns feridos. Com a situação, os manifestantes decidiram seguir para a rodoviária, usando o canteiro, isto é, desobstruindo a via, para eliminar o “problema” para o qual os batalhões do GDF foram escalados.

Ao contrário dos relatos jornalísticos, o avanço dos manifestantes foi pacífico. Aliás, só a mídia para achar que ainda cola a história de "manifestantes armados com mangas" dispostos a enfrentar um batalhão devidamente munido para dispersar a multidão.

Ao seguirem pelo gramado, o Bope passou a usar bombas de efeito moral e cassetetes. Neste momento, os manifestantes corriam para o lado esquerdo do eixo monumental e paralisaram o transito novamente.

Nesta altura, o ambiente era de batalha campal. Sem maiores pudores, a PM usava todo o seu "legitimado" monopólio da violência. Não faltou para ninguém: foi impressa apanhando, curiosos levando spray de pimenta na cara, manifestantes sendo presos...

Desespero dos amigos e muita, mas muita fumaça das bombas de efeito moral em cenas que mais lembram um período que um certo jornalão prefere chamar de “Ditabranda”.

Vale a pena ver como a polícia do GDF se excede facilmente contra os manifestantes. E mais fotos da barbárie aqui.

E para acompanhar o movimento Fora arruda, vale visitar este site, ou seguir pelo Twitter @foraarruda ou ainda Fora Arruda e a Máfia ou #foraarruda

Imagem da manifestação desta quinta-feira, 10. Foto: Leylis



Em tempo
Novos protestos pararam Brasília nesta quinta-feira, 10, que apesar de terem bloqueado o trânsito, não houve confronto com a polícia. Durante a semana inteira a população se mobilizou para garantir que hoje as pessoas fossem trabalhar de branco (coisa que eu mesma esqueci) e colocassem fitas brancas nos carros. Tudo para simbolizar o repúdio a corrupção. A promessa é que amanhã aconteça pequenas manifestações e no sábado uma grande carreata até a residência oficial do governador Arruda, em Águas Claras.

terça-feira, novembro 24, 2009

Por que será, hein?

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Consequência daquilo que comentei no post de ontem:

Cúpula do PSDB planeja 'esconder' FHC na campanha
A cúpula do PSDB vai "esconder" o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso na campanha presidencial de 2010. Assim como ocorreu na última eleição municipal, em que candidatos tucanos como o prefeito de Curitiba, Beto Richa, até "dispensaram" a participação de FHC no programa eleitoral de televisão, dirigentes do PSDB e do DEM dizem que ele não é candidato e o PT não vai transformá-lo em personagem na eleição.
(O Estado de S. Paulo, 24/11/2009 - Foto: Agência Estado)