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terça-feira, maio 17, 2011

PT vence com Marta ou Mercadante; perde com Haddad

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A 17 meses das eleições para prefeito em São Paulo, as especulações - e pesquisas - já começam a agitar os bastidores. A pedido do jornal Diário de S.Paulo, o Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe) ouviu 2 mil pessoas maiores de 16 anos e moradores da Capital, por telefone, entre os dias 11 e 12 de maio (com margem de erro é de 2,2 pontos percentuais, para mais ou para menos). Em três cenários distintos, mas sempre com José Aníbal como candidato pelo PSDB, o PT aparece como líder nas intenções em dois deles, um com a senadora Marta Suplicy e outro com o ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante. Na terceira hipótese, o ministro da Educação, Fernando Haddad, perde para Aníbal.

Curioso é que, nos dois primeiros cenários, com Marta ou Mercadante disputando pelo PT (e liderando), o segundo colocado é o atual vereador Netinho de Paula (PCdoB), à frente de José Aníbal, que aparece em terceiro nas duas situações. E na terceira hipótese, em que Fernando Haddad é o candidato petista, Netinho aparece como líder nas intenções de voto, com Aníbal em segundo. Outros possíveis candidatos apresentados pela pesquisa Ipespe foram Guilherme Afif Domingos (possivelmente pelo futuro PSD) e Gabriel Chalita (PMDB). Não sei o motivo, mas Afif não foi apresentado no segundo cenário. Vamos aos resultados das três hipóteses de disputa pesquisadas:

CENÁRIO 1
1º - Marta Suplicy (PT) - 50%
2º - Netinho de Paula (PCdoB) - 13%
3º - José Aníbal (PSDB) - 7%
4º - Guilherme Afif Domingos (PSD) - 6%
5º - Gabriel Chalita (PMDB) - 5%
Nenhum desses - 16%
Não sabe/ não respondeu - 5%

CENÁRIO 2
1º - Aloizio Mercadante (PT) - 37%
2º - Netinho de Paula (PCdoB) - 16%
3º - José Aníbal (PSDB) - 8%
4º - Gabriel Chalita (PMDB) - 5%
Nenhum desses - 24%
Não sabe/ não respondeu - 9%

CENÁRIO 3
1º - Netinho de Paula (PCdoB) - 24%
2º - José Aníbal (PSDB) - 15%
3º - Gabriel Chalita (PMDB) - 9%
4º - Guilherme Afif Domingos (PSD) - 8%
5º - Fernando Haddad (PT) - 2%
Nenhum desses - 24%
Não sabe/ não respondeu - 9%

segunda-feira, maio 26, 2008

NeoFebeapá OU preconceito pouco é bobagem

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Se o cronista, escritor e compositor Sérgio Porto estivesse vivo, teria farto material para seu impagável alter-ego Stanislaw Ponte Preta, autor de três volumes do Febeapá (Festival de Besteiras que Assola o País). A série inacreditável de patacoadas - para não dizer agressões, crimes ou preconceitos deslavados - começou em 29 de abril, quando, em entrevista à Folha de S.Paulo, o professor da Faculdade de Medicina da UFBA (Universidade Federal da Bahia), Antonio Natalino Manta Dantas (acima), atribuiu ao "baixo QI dos baianos" a nota 2 obtida pelo curso no Enade (Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes) e no IDD (Indicador de Diferença entre os Desempenhos Observado e Esperado). Confiram as besteiras ipsis literis proferidas por Dantas:

"O baiano é uma pessoa igual a qualquer outra, mas talvez tenha déficit em relação a outras populações. Não temos aquele desenvolvimento que poderíamos ter. Se comparados com os estados do Sul, vemos que a imigração japonesa, italiana e alemã foram excelentes para o país. Aqui ficamos estagnados."

"A prova foi feita com alunos do primeiro semestre e do último semestre. Pode estar havendo uma contaminação das cotas e influência da transformação curricular nesse resultado."

"O berimbau é o tipo de instrumento para o indivíduo que têm poucos neurônios. Ele tem uma corda só e não precisa de muitas combinações musicais."


Incomodado com a polêmica em torno desse caso e com o fato de Dantas ter renunciado ao cargo na UFBA, Gilberto Dimenstein (à esquerda) subiu ao palanque da mesma Folha de S.Paulo, em 5 de maio, para piorar a emenda e o soneto. Eis a síntese de seus "argumentos":

"O déficit de inteligência da Bahia é, na verdade, a avassalodora perda de cérebros que, por falta de alternativa, se mudam para outras cidades do Brasil e do exterior."

"Vejo como muitos deles prosperam rapidamente, beneficiados pela criatividade baiana combinada com a disciplina paulistana."

"O que me deixa perplexo é que, na Bahia, quase ninguém parece perplexo com esse déficit de inteligência, o que acaba estimulando um círculo vicioso do baixo capital humano."


Logo em seguida, em 8 de maio, para completar o côro sincronizado do preconceito explícito e da mentalidade nua e crua da elite brasileira, o secretário de Emprego e Relações de Trabalho do Estado de São Paulo, Guilherme Afif Domingos (à direita), insinuou em uma solenidade em Mauá (SP), com registro do jornal ABCD Maior, que só os paulistas têm vontade de trabalhar. Vamos às pérolas de seu primoroso discurso:

"O Banco do Povo tem a cara do paulista, porque é feito para o trabalhador e nós gostamos de trabalhar. Isso desde os tempos do Brasil Império, porque aquele pessoal da côrte não gostava muito de trabalhar, não."

"Só chegamos onde chegamos por essa distância da côrte. Até hoje, onde ainda há tentáculos dessa cultura, existe essa falta de cultura do trabalho."

"Por isso há no Brasil essa situação em que alguns trabalham e pagam pelos benefícios dos que não trabalham."


Será que o Cláudio Lembo não vai comentar nada a respeito?!??