Compartilhe no Facebook
A tese é polêmica, mas interessante. O professor de Educação Física Fábio Irapuan Caritas me chama a atenção para uma das teorias do livro de Luiz Henrique Toledo, "Lógicas no futebol" (foto), editado pela Hucitec/Fapesp em 2002, sobre a origem do decantado futebol-arte do Brasil - caracterizado pela astúcia, improviso, elasticidade e talento individual.
Para Toledo, a má interpretação das regras definidas pela Fifa a partir da década de 1920 teve influência na construção de um estilo brasileiro de jogar futebol, bastante diferente do praticado em outros paises, onde o tranco e o corpo-a-corpo não são e nunca foram interpretados como irregulares. Assim, nossos atletas teriam sido impelidos a desenvolver particular habilidade em dribles geniais, ginga, firulas e plasticidade nas jogadas, para fugir do contato físico.
A mistura das três raças (negra, branca e índigena) teria completado o caldo da singularidade, criando um estilo único de jogar futebol. Como toda tese acadêmica, há quem discorde. Mas dá o que pensar, principalmente quando se discute tanto a diferença entre o excesso de faltas na arbitragem brasileira e o jogo mais corrido nos campeonatos da Europa e América do Sul.
6 comentários:
bem interessante a teoria. fiquei curioso pra entender melhor a relação entre a miscigenação e a ginga...
Talvez por oposição, Anselmo: onde não há essa miscigenação, não há ginga. É fato.
Não há ESSE tipo de ginga, corrijo.
Mas em muitos países africanos não houve mistura nenhuma e a ginga tá lá. E se desenvolvendo bastante rapidamente com o futebol deles. Eu acredito que seja cultural, que venha da dança, da capoeira, do jeito de andar, falar... esse conjunto de coisas legais que diferenciam culturas.
Concordo, PM, por isso que fiz a correção sobre "esse tipo de ginga" (o brasileiro), em contraste com outros. Mas a cultura negra, para mim, tem 80% de responsabilidade por qualquer ginga.
Marcão, eu imagino alguma coisa muito próxima do que você diz. Mas realmente fiquei curioso sobre as relações que a pesquisa estabelece, se vai além em algum ponto – é bem possível que sim – embora o centro da tese esteja na avaliação de que a interpretação da regra foi errada.
Postar um comentário