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domingo, maio 19, 2013

Galo campeão, mas só sabe jogar para a frente

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O time do Galo este ano está jogando um grande futebol, mas provou mais uma vez na derrota para o Cruzeiro hoje que é um time que não sabe jogar atrás e controlar resultado, tem de jogar para a frente e na pressão.

Como aconteceu contra o São Paulo na última partida da fase de grupos da Libertadores, o Galo entrou com vantagem, querendo segurar a partida. O Cruzeiro adiantou a marcação, foi para cima e dominou, com fez o time paulista naquele jogo.

Com dois gols de pênalti e o Galo estranhamente nervoso nas finalizações, o Cruzeiro parecia ter chance de retribuir os 3 a 0 da primeira partida no Independência e ficar com o título, já que tinha a vantagem pela melhor campanha e buscava um resultado igual.

Mas aí o Galo se lembrou como é seu jeito de jogar na etapa final. Mesmo com um resultado que ainda lhe era favorável foi para cima e teve muito mais chances que o Cruzeiro e poderia ter empatado ou até ganhado se não fossem as defesas de Fábio.

Ironia, acabou fazendo apenas um gol de pênalti, como foram os três da partida. Aliás, não gosto do Vuaden, com essa mania de ser "europeu e deixar o jogo correr" acaba não marcando muitas faltas claras. Como a que Dagoberto fez em Marcos Rocha no meio de campo antes de sofrer o pênalti de Gilberto Silva. Mas em relação aos pênalties, creio que acertou nos três, mesmo sendo dois contra meu time. O segundo contra o Galo foi daquelas besteiras que só o Richarlyson é capaz, com seu jeito atabalhoado, para dizer o mínimo.

Reclamam do pênalti sobre o Luan, que gerou o gol de Ronaldinho, mas o atacante do Galo foi empurrado por trás por dois jogadores azuis depois de colocar a bola na frente e ganhar deles na corrida. No final, mesmo sem esse gol o Galo seria campeão por mais uma vez ter usado bem o fator casa no Independência.

Agora, que venham os mexicanos do Tijuana na Libertadores. Jogos que serão bem difíceis. É hora de consultar o cardiologista...

quinta-feira, janeiro 03, 2013

Montillo e os argentinos que fizeram (ou não) história no Santos

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A chegada do meia argentino Walter Montillo ao Santos engrossa a lista de estrangeiros que já jogaram no clube da Vila Belmiro. Desde que o atacante irlandês Harold Cross e o arqueiro francês Julien Fauvel, respectivamente em 1912 e 1913, abriram a fila, 76 estrangeiros atuaram no Peixe, o ex-cruzeirense será o 77º. E foram justamente os conterrâneos de Montillo os gringos que mais vestiram o manto santista. Com o atual contratado, são 26 os argentinos que jogaram no Santos.

Em relação a outros clubes, é um número elevado de atletas vindos de outros países. O Corinthians teve 34 estrangeiros em sua história (sim, a conta já inclui o Zizao); o Botafogo, 58, o mesmo número do Flamengo. E o torcedor santista tem na memória boas lembranças com alguns estrangeiros, talvez a mais evidente para aquele que tem mais de 30 anos seja a passagem do monumental uruguaio Rodolfo Rodríguez, mas, se formos falar apenas de argentinos, há grandes nomes, outros com boa passagem e frustrações daquelas.

Continue lendo aqui.

sábado, novembro 10, 2012

Faltou interesse, futebol, e Santos toma virada do Atlético-GO

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Falta de interesse. DE jogadores, do técnico, mas não de muita gente que compareceu ao estádio do Bezerrão, no Gama. Muita gente foi ver Neymar, que apareceu em duas oportunidades: no lance em que achou André, que serviu Bruno Rodrigo no gol do Santos; e outra vez em uma jogada na qual conseguiu o drible, mas finalizou para a defesa de Márcio.


Neymar não brilhou, e o Alvinegro fez uma partida pavorosa, porque só sendo abaixo da crítica para tomar uma virada do rebaixado Atlético-GO em quatro minutos, perto do final da partida. Claro que se pode atribuir parte da responsabilidade ao árbitro Emerson de Almeida Ferreira, que agiu de modo variado na peleja. Primeiro, não marcando falta em Neymar no lance que originou o primeiro gol do Dragão. Depois, deu uma “assistência” (calcanhar, coisa fina) para o ataque goiano, na jogada que terminou em pênalti para os donos da casa. Obviamente que a arbitragem não justifica a derrota, mais que merecida, mas é bom anotar o nome do juizão, que é ruim demais.

Dessa vez, Muricy Ramalho teve uma parcela de culpa considerável. Não só pela apatia, semelhante à dos jogadores, mas pela falta de capacidade de mudar o ânimo da equipe. E a composição da equipe. Quando colocou Victor Andrade, foi no lugar de André, que jogava mal (para variar), no entanto preocupava um pouco a zaga adversária. Poderia ter tirado um dos três volantes do time, já que o meio foi o ponto fraco do Alvinegro: Arouca, mais à frente, não foi o elemento surpresa que costuma ser, Henrique foi nulo e Adriano... foi Adriano. Como os atleticanos não se portaram como o Cruzeiro, dando espaços para as subidas santistas, era mais interessante colocar alguém que soubesse tratar melhor a bola no meio para chegar com um mínimo de qualidade na frente.

Os laterais foram mal atacando e marcando. Galhardo passou boa parte do segundo semestre no departamento médico, até se justifica o desempenho, e Gérson Magrão, hoje meia, foi pífio pela canhota. Noves fora, sobrou Neymar. Que mesmo jogando abaixo do que pode, é quem busca o jogo. Nem sempre faz milagre, e poderia receber ajuda de vez em quando dos companheiros. Hoje, não foi o caso.

Compensa? - Outro dado que vale para a arbitragem em geral, não apenas para esse jogo, pôde ser verificado num lance com o garoto Victor Andrade. Ele sofreu falta do zagueiro Gustavo, que já tinha cartão amarelo. Carrinho, daquelas infrações bem doídas só de assistir. Mas o garoto, assim como Neymar, parece antever o lance e ameniza a brutalidade adversária. Ao invés de ficar no gramado para evidenciar a falta, se levantou rapidamente e perdeu a bola dois segundos depois. Não se sabe se o árbitro não viu a falta ou se deu a vantagem inexistente. O que se sabe é que levantar e buscar a bola não foi bom negócio para o jogador. Compensa esse procedimento com o nível de arbitragem que temos por aqui?

domingo, novembro 04, 2012

Sob aplausos dos adversários, Neymar brilha e Santos goleia o Cruzeiro

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Reverência. O garoto com a camisa do Cruzeiro, que entrou em campo com o time da casa, corre para Neymar e pede seu autógrafo em uma camisa que estava por baixo do uniforme azul. Se a cena é simbólica, a tietagem infantil não é inédita. Antes de uma partida contra o Corinthians, neste ano, os guris também correram para afagar o Onze santista e o mesmo se deu em vários outros jogos.

Talvez os garotos, não tão contaminados pela rivalidade, vejam o futebol de forma diferente dos adultos. Os mais céticos dirão que se trata da influência da publicidade, o que de fato pode fazer diferença. Mas ontem, mesmo os adultos que eram fãs do time adversário aplaudiram Neymar, em um misto de reconhecimento mas também de protesto contra os comandados de Celso Roth.


O triplete de Neymar marcou a vitória santista. Deu mais uma assistência, uma bela jogada em que serviu Felipe Anderson. Seu segundo gol foi uma jogada que tem se tornado característica. Para diante do defensor e finaliza, colocado, aproveitando as pernas abertas do rival que esperam a movimentação do craque.

Foram apenas 14 partidas no Brasileiro, e 12 gols. Ironicamente, o jogador que o Santos faz esforço para manter no Brasil, jogou inúmeras partidas fora do país, em função da seleção brasileira. E ele segue fazendo marcas. Tornou-se o segundo maior goleador peixeiro em campeonatos brasileiros, atrás somente de Pelé. Soma com a camisa santista 122 gols e fez sua 29ª assistência em 2012, 17 pelo clube da Vila Belmiro.

Dava até pra falar da atuação do resto da equipe, de um André pouco móvel que só não deve perder a posição de titular para Miralles na próxima peleja porque o mesmo, depois de dar bela assistência para o último gol alvinegro, tomou o terceiro amarelo. Mas Neymar roubou a cena. Pra variar.

quinta-feira, agosto 09, 2012

Santos bate Cruzeiro em jogo de "primeiros gols"

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Comemora, garoto (Santos FC)
Aos 44 minutos do primeiro tempo, uma bola vem da intermediária do Santos e para em Victor Andrade. O moleque, 16 anos, domina. Sandro Silva, volante do Cruzeiro, dá um passo para trás e guarda posição. O garoto põe a bola de lado e só não vai adiante porque toma a falta do marcador. Mas o importante, naquele momento, é que o rival não deu ou tentou dar o bote porque temeu o garoto. Temeu não, respeitou.

Pra quem não sabe, futebol tem disso, qualquer peladeiro é testemunha. Mas não é só a técnica e a habilidade de um adversário que invocam o respeito de um marcador. É a personalidade, a confiança que demonstra. Victor Andrade tem entrado nas partidas, oscila, às vezes hesita, mas quem não hesita aos 16 (e muito depois dos 16)? A labuta constante que faz o atleta, e o primeiro gol do menino como profissional, comemorado junto ao treinador e aos parceiros da equipe, refletiu no seu peito estufado. Não que tenha feito uma grande partida, mas ganhou moral e, no momento do Santos, isso é importante para ele e para o clube.

O tento do jovem veio num momento difícil para a equipe da Vila no jogo. Saiu na frente com Felipe Anderson, em bela finalização. Aliás, ele joga muito melhor quando não fica confinado em uma ponta do ataque, com Bill saindo mais para o lado e abrindo espaços, seu futebol ganha outra cor. Mas o volante Adriano fez uma falta absolutamente desnecessária em Montillo. Quer dizer, o lance poderia até ser de perigo, mas foi gerado pelo próprio jogador, que deu as costas para o meia-atacante. Erro primário que, aliás, Adriano já tinha cometido pelo menos três vezes na peleja contra o Atlético-MG. Há quem seja fãzaço do jogador, mas, pra mim, vale uma lei básica de boteco: jogador bom, mas não esforçado, resolve às vezes; jogador bom e esforçado resolve muitas vezes; jogador só esforçado resolve quase nunca e, às vezes, facilita para o adversário. O atleta pode ser útil – e é – em dados contextos. Mas isso é sinal de que é necessário um volante melhor...

Digressão feita, da falta se originou o gol, e a culpa não é só de Adriano, claro. Nenhuma defesa que se digne deixa Borges sozinho na área, mas a dupla de Brunos, Rodrigo e Peres, achou por bem (mal) deixar. Sorte que Victor Andrade salvou o primeiro tempo, depois de assistência do também jovem Leandrinho, volante de 18 anos que fez sua estreia na triste partida contra o Náutico. 

No entanto, o Cruzeiro empatou logo no começo do segundo tempo. Uma sina do Alvinegro, tomar gols de ex-atletas seus. Além de Borges, o lateral Ceará marcou de falta. Sabe-se lá se com ou sem intenção, mas a rede não pergunta isso, e o gol foi bonito. O Santos não tardou a reagir e, também depois de cobrança de falta, de Felipe Anderson, marcou com o zagueiro Durval, após uma sequência de fliperama na área.

Os mineiros continuaram desorganizados e nem os lampejos de Monitllo, que salvaram os azuis na primeira etapa, apareceram no segundo tempo. O Alvinegro marcou em uma trama veloz no ataque, tão rápida que enganou o auxiliar que não viu o impedimento sutil de Bruno Peres. O lateral avançou e cruzou para Bill fazer seu primeiro gol pelo Santos. Merecido, já que o atacante se movimentou, prendeu a bola, fez a parede e cumpriu um papel tático importante.

Também é preciso destacar a atuação de Arouca, que retornou depois de suspensão, marcou, foi bem ao ataque, com velocidade na hora que pode e cadenciando quando era preciso. Foi quem passou a segurança que alguns moleques do time ainda não têm.

Assim, o clube que fez mais gols nesse planeta saiu da vexatória condição de pior ataque do Brasileirão, legando a (des) honraria para Bahia e Portuguesa. Mas, com os jogadores à disposição, vale o lugar comum: um jogo de cada vez.

quinta-feira, julho 26, 2012

Corinthians 2 x 0 Cruzeiro: O que vamos fazer nesse campeonato?

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Chicão fez o primeiro e Paulinho completou o placar (Leonardo Soares/Uol)


O Corinthians venceu o Cruzeiro por 2 a 0 na noite desta quarta-feira, no Pacaembu, e manteve boa sequencia, algo interrompida com o empate frente à Lusa no sábado. Os gols foram de Chicão, cobrando pênalti sofrido por meu desafeto Jorge Henrique, que jogou bem, e Paulinho, num pertardo de fora da área que entrou no ângulo de Fábio, já nos acréscimos.

Eu perdi o primeiro tempo, que segundo a crônica, foi marcado por domínio corintiano e grandes defesas de Fábio. No segundo, O Timão começou bem, o Cruzeiro equilibrou e os donos da casa recuaram para tentar os contra-ataques. Os alvinegros criaram algumas chances e não sofreram tanto com Montillo e cia.

A situação do Corinthians segue indefinida no campeonato. Dois interesses restam: não cair e levantar a taça. O primeiro será facilmente alcançado. Já o segundo depende de muitos fatores, como tropeços de um monte de gente hoje no pelotão da frente. Na real, acho muito difícil.

Não é uma situação nova – nem exclusividade do Timão nesse ano. Santos e Palmeiras também amargam as ressacas dos torneios do primeiro semestre, cujas fases finais se sobrepõem ao início do campeonato nacional. E tem sido cada vez mais comum os vencedores da primeira metade do ano serem coadjuvantes na segunda, e vice-versa.

O problema, penso eu, é de calendário. Funcionaria melhor se os campeonatos fossem disputados de forma mais espaçada, se espalhando pelo ano, e terminando todos mais ou menos na mesma época. Os clubes poderiam passar a fazer planejamentos (assumindo que eles façam algum, claro) de fato para o ano, e não para seis meses.

Além disso, diminui a vontade de sair de jogadores como Leandro Castán, que esperou acabar a Libertadores. Se ela durasse o ano todo, o clube teria mais argumentos para o jogador e seus empresários. Faz sentido?

segunda-feira, outubro 17, 2011

Corinthians ganha do Cruzeiro e aguarda o corredor da vida

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Por Maurício Ayer

Num jogo ruim, com um pênalti mal marcado para o Cruzeiro (e desperdiçado por Montillo) e outro não marcado para nós, o Timão garantiu os valiosos três pontinhos que o mantêm na liderança do Brasileirão. Com o jogo atrasado com o Santos, no meio da semana, Botafogo define sua posição no grid atual. Voltamos à situação das rodadas finais do primeiro turno, com o Corinthians liderando, seguido de perto pelos quatro cariocas. Com o São Paulo perdendo o rumo (e o técnico), são os cinco que devem disputar.

Passado o desafio contra o Inter, no qual o empate não é ruim, entramos no corredor da vida onde temos que fazer valer a posição de líder: Avaí, América-MG, Atlético-PR, Ceará, Atlético-MG e Figueirense, sendo o último o único que não briga para fugir do rebaixamento.
Terminamos então contra o Palmeiras, em fase péssima e por isso mesmo louco para ter a única saída honrosa possível: na última rodada, tirar o título do Corinthians. Mas também, se acontecer o contrário, será pra se acabar de beber.

A esta altura, não dá para esperar grandes modificações. O que vai pesar mais mesmo é a motivação, a concentração, a tranquilidade para recuperar jogadores chave que ainda não estão no seu melhor, como o Liedson. Temos um meio campo funcionando, pelo menos para manter a posse de bola e criar algumas jogadas. Ainda é muito difícil enfrentar defesas fechadas, mas temos jogadores que batem bem de fora da área, como Alex e Willian.

Nosso fraco continua sendo as laterais, com especial destaque para Ramon e sua incrível capacidade de se posicionar bem: ele consegue ser sempre a pessoa errada no lugar certo, recebe a bola e, invariavelmente, a perde. E Alessandro toma muita bola nas costas, está longe de ser um jogador imprescindível. Aparentemente, estamos melhor nas bolas cruzadas na área, sem dúvida nenhuma o ponto que nos devorou mais pontos ao longo do ano, tantos foram os gols de escanteio.

Contra o Bota

Às vezes, na curva dos dias, a gente não consegue escrever sobre momentos importantes. A partida que o Timão perdeu para o Botafogo foi atípica. Com dois tempos opostos, tomamos um vareio no primeiro tempo (e ainda demos azar pelo menos no segundo gol, o que compensa o gol mal anulado que levamos no início) e socamos o pilão no segundo, mas com uma defesa trancada e um goleiro reserva inspiradíssimo, o Bota conseguiu não deixar entrar nada. Ao final, comemoraram mais que final de campeonato, com ares de batalha heroica. Claro que foi um jogo decisivo, mas os pontos corridos são assim.

Vai Corinthians!

sábado, junho 11, 2011

Cruzeiro 1 X 1 Santos - Borges, três gols em duas partidas, salva

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Com as atenções voltadas para a primeira partida da final da Libertadores, na quarta, contra o Peñarol em Montevidéu, o Santos mais uma vez entrou em campo com o time reserva. A exceção era Borges, autor de dois tentos contra o Avaí, mas que não pode atuar pela Libertadores. Com uma equipe com média de idade de 24 anos, jogando contra o Cruzeiro, tido como time sensação do país há pouco tempo, não era de se esperar muita coisa do Peixe.

E boa parte da primeira etapa contribuiu para essa sensação. O clube mineiro, jogando com uma camisa verde inspirada na mesma usada em 1926, ano do primeiro título do então Palestra Itália, dominou as ações. No papel, o Santos tinha três atacantes, Rychely e Thiago Alves pelas pontas e Borges pelo meio, mas os dois primeiros voltavam para compor o meio de campo. Roger Gaúcho era o principal responsável pela armação daquelas que deveriam ser as jogadas de contra-ataque, mas pouco fez enquanto esteve em campo para acionar os velozes ponteiros alvinegros.

O Cruzeiro se impunha. O bom atacante Wallyson teve chances, Anselmo Ramon e Montillo também chegaram bem, mas Aranha foi quase perfeito e os cruzeirenses não primaram pela pontaria.

No segundo tempo, o zagueiro Vinícius Simon tomou o segundo amarelo e foi expulso aos 4 minutos. O Santos, que quase chegou a equilibrar o jogo nos dez minutos finais da etapa inicial, com um a menos via suas chances se esvairem. O Cruzeiro fez um gol cinco minutos depois, com Montillo cobrando um pênalti cometido pelo defensor Wallace, jovem que entrou no lugar de Tiago Alves, em Anselmo Ramon. 


A partir daí, era de se esperar uma goleada cruzeirense sobre o Alvinegro desentrosado e inferior numericamente. O domínio azul (ou verde?) aumentou, mas não se traduziu em gols. O Santos marcou com Borges, mas o auxiliar Roberto Braatz anotou, de forma equivocada, impedimento. E, aos 44, novo lance de falta, cobrada por Felipe Anderson, aliás, bem mais útil que Roger Gaúcho na partida. Pela terceira vez em duas partidas, Borges marcou e salvou o Alvinegro da derrota.

Um empate redentor para o Peixe, que só volta a jogar pelo Brasileirão daqui a duas semanas. Já a batata do técnico Cuca, que não conseguiu vencer no campeonato ainda, começa a exalar um leve odor de queimado.

domingo, maio 29, 2011

Cruzeiro e Palmeiras: Um a um de limitações

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No confronto entre os ex-Palestra Itália em Sete Lagoas-MG, Cruzeiro e Palmeiras empataram em 1 a 1. O time da capital paulista ficou em quinto lugar na tabela.O resultado na segunda rodada do campeonato Brasileiro foi bom para os visitantes alviverde-limão-siciliano, mas poderia ter sido um pouquinho melhor se a defesa estivesse mais concentrada e atenta.

Poderia ter sido pior, é verdade, se Anselmo Ramon, autor do gol cruzeirense, não tivesse desperdiçado uma outra oportunidade bem anterior, ainda antes de o Palmeiras abrir o placar com Luan. Os mineiros tiveram ainda outras oportunidades e deixaram claro que têm jogadores melhores do que o Palmeiras.

Só que o Verdão conseguiu equilibrar a partida por boa parte do jogo – eu arriscaria dizer que por metade do tempo. Em dois momentos do jogo, logo antes de sair o empate e no final do segundo tempo, o domínio cruzeirense se ampliou bastante. A opção de três volantes coloca uma primeira limitação ao time de Luiz Felipe Scolari, que fica com poucas opções até de contra-ataque, já que Patric é o único meia de ofício em campo.

Kléber com sua camisa 30 tem que voltar o tempo todo para tentar construir alguma coisa. Acaba sendo muito marcado e rendendo pouco por não ter ninguém mais adiantado com qualidade para quem passar a bola.

A falta de atenção da retaguarda, especialmente da parte do zagueiro Danilo e dos laterais Cicinho e Gabriel Silva são uma faceta da defesa que não aparecia tanto assim no Campeonato Paulista. Essa limitação pode nem ser nova, mas foi exibida com, digamos, mais clareza na Arena do Jacaré neste domingo.

O destaque positivo da partida do lado palmeirense foi o golaço de Luan. Fraco tecnicamente e pouco efetivo no ataque, ele acertou um chute inédito. A bola rolada por Marcos Assunção tinha açúcar e até quicou no morrinho-amigo para subir uns quatro dedos do gramado e ficar no jeito certo para o petardo de perna esquerda do atacante-volante preferido de Felipão.

A torcida pega no pé do jogador pelas falhas, pelos chutes errados e por não ser um companheiro à altura de Kléber nem esperança de momentos melhores em uma partida. Ele foi o principal alvo das críticas da torcida quando o time tomou a surra do Coritiba pela Copa do Brasil.

Mas o cara acertou um chute daqueles. Eu tampouco sou fã do cara, porém reconheço a plasticidade da jogada. Mas reconheço também que o que me ocorreu instantes depois do gol foi: "Putz, com esse ele cumpriu o contrato inteiro com o Palmeiras".

Se esse pensamento catastrofista tiver alguma pontinha de sentido – o que não é o caso – o cenário pode até ser considerado alvissareiro se Luan continuar no Palmeiras. É que o contrato de empréstimo do jogador termina em junho. Consta que muito cartola não gosta do futebol dele, mas o técnico sim. Felipão considera que, além dos três volantes-volantes ele ainda precisa de um jogador de frente que ajude a compor o meio na hora da marcação.

Facilitaria para a torcida se ele acertasse mais chutes durante os jogos.

Como na transmissão do jogo o comentarista da Globo Walter Casagrande Jr. desafiou a torcida a pichar de novo os muros do Palestra Itália com agradecimentos ao atacante, o Futepoca aceita a ideia. Só que como depedrar o patrimônio alviverde não é uma boa ideia – até porque é melhor gastar o dinheiro da demão de tinta em reforços – vai uma montagem sobre foto "emprestada" de Zanone Fraissat, da Folhapress.

Montagem sobre foto de Zanone Fraissat/Folhapress.
Valeu, Luan! Pichação virtual na sede do Palmeiras.
A tosqueira da montagem é por conta da casa

quinta-feira, maio 05, 2011

Noite de tragédias

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Dos seis brasileiros que começaram a Libertadores deste ano (considerando que a palhaçada protagonizada pelo Corinthians contra o Tolima), somente o Santos segue na competição após a fatídica noite desta quarta-feira. O negócio foi feio de todo lado para as representações tupiniquins.

Segundo matéria do Uol, desde que a Libertadores mudou de regulamento e passou a ser disputada por 32 equipes em 2000, o Brasil sempre teve pelo menos dois clubes nas quartas de final da competição. A última vez que sobrou apenas um brasuca nas quartas de final foi na Libertadores de 1994, quando apenas três clubes brasileiros entraram na competição.

Os gremistas já estavam meio que contabilizando a desclassificação depois da derrota por 2 a 1 em Porto Alegre na semana passada para o Universidad Católica. Mas as esperanças acabaram com o gol de Mirosevic, que decretou nova vitória chilena por 1 a 0.

O impacto da queda do tricolor gaúcho foi amenizado pela derrota do Inter, em pleno Beira Rio, para o Peñarol. Foi por 2 a 1, de virada, a primeira derrota do técnico Falcão, após empate por 1 a 1 em Montevideo que dava certo conforto ao Colorado. Oscar abriu o placar no primeiro tempo, mas Martinuccio e Olivera viraram no início da segunda etapa. E a gauchada que sonhava com uma sequência de quatro decisões entre as duas equipes (no Gauchão e na Liberta), no melhor estilo Barça e Real, ficou só com a disputa doméstica.

Os guerreiros do Fluminense, talvez cansado qual Teresa Batista após a heroica jornada na fase de classificação, fizeram um joguinho bem chocho contra o Libertad do Paraguai. E depois de vencer por 3 a 1 no Engenhão, levaram de 3 a 0 no Defensores del Chaco, em Assunção, protagonizando a recepção do maior nabo entre os brasileiros.

E o Cruzeiro, vedete da competição com a melhor campanha e o melhor futebol da fase de grupos, único invicto até ontem, conseguiu o mais improvável ao levar de 2 a 0 do Once Caldas na Arena do Jacaré. E olha que o time de Cuca, Montillo e Roger venceu a partida de ida em Manizales por 2 a 1, podendo perder por 1 a 0 e levar a vaga. O meia ex-corintiano protagonizou fato decisivo para a partida ao ser expulso com 30 minutos do primeiro tempo. Mas a torcida da Raposa decidiu pegar no pé é da mulher do cara, Deborah Secco, que assistiu a partida in loco. As acusações de pé-frio seriam mais um caso de machismo no futebol brasileiro?

Sobrou o Santos, que não jogou lá essas coisas também contra o América do México, na terça. Marcou, enrolou, deixou o tempo passar e viu o goleiro Rafael salvar a equipe numas 3 ou 4 oportunidades. À guisa de provocação, cabe lembrar que os mexicanos pouparam titulares em pelo menos parte da peleja. Melhor Neymar e cia. ficarem espertos para não apagarem a luz da participação brasileira na Libertadores desse ano.

E os deuses do futebol 'compensaram' Muricy Ramalho

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Quando era técnico do São Paulo, o agora santista Muricy Ramalho teve quatro chances de conquistar uma Libertadores da América. Na primeira vez, em 2006, perdeu a decisão do campeonato para o Internacional de Abel Braga. No ano seguinte, a queda ocorreu logo nas oitavas de final, contra o Grêmio de Mano Menezes. Já em 2008, nova eliminação, dessa vez nas quartas de final, para um Fluminense treinado por Renato Gaúcho. E em 2009, ao ser eliminado pela quarta vez com o São Paulo na competição, perdendo para o Cruzeiro de Adilson Batista (outra vez nas quartas de final), Muricy acabou, finalmente, alijado do comando do Tricolor.

Pois bem: ontem, numa rodada aparentemente tranquila para a maioria dos times brasileiros nas partidas de volta das oitavas de final da Libertadores, os adversários uruguaios, chilenos, paraguaios e colombianos, como num strike de boliche, eliminaram de uma só vez Internacional, Grêmio, Fluminense e Cruzeiro - justamente os quatro algozes de Muricy em seus tempos de São Paulo. A eliminação do Grêmio, treinado por Renato Gaúcho, era até previsível, pois tinha perdido o jogo de ida em casa para a Universidad Católica. Mas as outras derrotas foram simplesmente inacreditáveis, inexplicáveis e surpreendentes.

O Fluminense, que ganhou o jogo de ida por 3 a 1, tomou exatos 3 a 0 do Libertad. O Inter, que tinha obtido um bom empate fora, por 1 a 1, tomou uma virada incrível de 2 a 1, dentro do próprio Beira Rio, e foi despachado pelo Peñarol. E o Cruzeiro, melhor time disparado da Libertadores, que tinha vencido (bem) fora de casa, por 2 a 1, no primeiro jogo das oitavas de final, conseguiu a proeza absurda de perder por 2 a 0 em Minas Gerais, classificando o Once Caldas, de retrospecto sofrível na competição deste ano. Sim, o forte Cruzeiro que seria exatamente o adversário do Santos (de Muricy) nas quartas de final. Toda essa hecatombe de ontem sugere, pra mim, que os deuses do futebol se redimiram e avisaram:

"-Vai, Muricy Ramalho, ser campeão da Libertadores da América!".

Não há outra explicação mais plausível...

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A esperada desclassificação do Grêmio:




A frustrante derrota do Fluminense:




A inexplicável virada sofrida pelo Inter:




A inacreditável eliminação do Cruzeiro:

quinta-feira, fevereiro 17, 2011

Brasileiros na Libertadores: O que Cruzeiro e Grêmio têm

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Por Matheus, do Blá Blá Gol.

O time Azul chega pra sua 4º Libertadores seguida após queda nas oitavas-de-final em 2008, um vice-campeonato em 2009 e queda nas quartas-de-final em 2010. Em 2008, não houve surpresa de forma geral, em 2009 a boa campanha deu status de grande time à base formada por A.B. e em 2010, o time que era favorito caiu pros dois melhores jogos do São Paulo na temporada. Para 2011 o Cruzeiro mantém a base, finalmente tem um camisa 10 que pode decidir e algumas deficiências preocupantes.

Aonde o pão-de-queijo tem mais sabor:
Gol de costas nunca mais
  • O melhor meio-de-campo do Brasil: Nenhum outro time brasileiro tem tantas opções e um meio-de-campo tão bem entrosado quanto o Cruzeiro. Além da trinca de volantes, que foi deixada de lado enquanto Marquinhos Paraná e Fabrício se recuperam de lesão, existe Walter Montillo. Henrique também vem se destacando desde 2009. Se jogar com 2 armadores, o time conta com Gilberto ou Roger para dividir as atenções na criação. Se não, ainda tem Leandro Guerreiro e o polivalente Éverton que podem substituir bem os volantes titulares. Sem falar na promessa de Dudu, que fez boa temporada pelo Coritiba em 2010 e, quando entrou no Cruzeiro esse ano, correspondeu bem.
  • O goleiro da competição: Fábio tem sido São Fábio já há muito tempo. Melhor goleiro do Brasil na temporada passada, muito dos sucessos do Cruzeiro se devem à regularidade com que o guardião das metas azuis tem jogado desde o fatídico gol de costas. O Santo da camisa 1 azul-estrelada passa tranquilidade pro time, pra torcida e pro técnico. Pode ser o diferencial.
  • Sistema defensivo de respeito: Léo é um bom zagueiro e Victorino, até onde sei, é um grande xerife. Além disso, o Cruzeiro possui embaixo das traves, São Fábio. Com os volantes dando proteção, o Cruzeiro teve, ainda que contando com Gil e Edcarlos ano passado, a 2ª defesa menos vazada do Brasileiro. Com Léo e Victorino, a tendência é melhorar ainda mais.
  • Entrosamento, experiência e camisa: Sim, senhores, são três elementos fundamentais para se conquistar a América. Principalmente, os dois primeiros. A base do time vai pra 4ª temporada junta e passou por uma série de provações em todas Libertadores que disputou. Além disso, times de menor expressão tendem a enfrentar o Cruzeiro com maior respeito do que outros brasileiros nem tão conhecidos no exterior (alô, Corinthians, aquele abraço). O mesmo acontece com Grêmio e Santos, principalmente. É o tipo de situação que, ainda que subjetiva, dá mais ânimo e tranquilidade pros jogadores.
Aonde se pode temperar ainda mais:
  • Arena do Jacaré e Torcida: A torcida do Cruzeiro compra o boi do time, como era de se esperar, quando o assunto é Libertadores. O Mineirão, apesar de ser, tradicionalmente, a casa do Cruzeiro, não tinha o aspecto de Alçapão. Os 20 mil malucos (eu, incluso) que devem comparecer aos jogos do time na Libertadores são os mesmos que vão em todos os jogos. Se no Mineirão, que comporta públicos de 65 mil pessoas, essa cambada pode não fazer diferença, na Arena, se usada a favor do Cruzeiro, pode criar um clima muito hostil ao adversário, principalmente nas horas de pressão. O problema é que a torcida azul não tem o perfil de apoiar incansavelmente. Se alguma coisinha dá errado, o caldo pode desandar pro lado que devia ser apoiado. O Estádio, por sua vez, é longe de BH, mas o campo é do tamanho do Mineirão e o gramado está em perfeitas condições. Não existe motivo pra reclamação nesse ponto.
  • Ataque: A situação do ataque titular do Cruzeiro já foi melhor. T. Ribeiro é esforçado e tem uma importante função tática, mas falta habilidade pra ser um bom ponteiro. Dabliupê (o famoso W. Parede) não sabe jogar bola. Até faz seus gols, mas é peça nula quando o assunto é dominar, tranquilizar, tocar a bola. O “Parede” não é a toa e o 9 azul, pra piorar, anda sem sorte. O Cruzeiro está à caça de um camisa 9 de respeito, algo como Fred, por exemplo. Mas pra primeira fase, não vai poder contar com o mesmo. E ir à caça é muito diferente de caçar. Ortigoza, Farías e Wallyson ainda precisam mostrar futebol e não são jogadores que podem mudar, num primeiro momento, o perfil de uma partida.
"Mas eu tava indo tão bem..."
Aonde o caldo pode desandar:
  • Cuca: O técnico do Cruzeiro é uma figura complicada. Depois da rusga entre Gilberto e Roger, onde o chefe da casa-mata comprou a briga do meia-lateral e deixou o Chinelinho de lado, Cuca aprontou mais uma. Depois do clássico, praticamente deu uma de Renato Gaúcho e mandou a culpa “nas principais peças”. Ainda que tenha sido, de fato, culpa dos melhores jogadores que se omitiram, Cuca deveria contemporizar, até porque sua fama, nesse ponto não é das melhores. Na hora de passar tranquilidade, o comandante pode se dar mal e prejudicar o time todo.
  • Lateral-esquerdo: Diego Renan tem sido consistente em não ser um jogador que faz diferença em momentos de tensão. É um bom lateral-esquerdo ambidestro, mas, com um pouquinho de boa-vontade, caberia um jogador melhor naquele lado do campo. O Cruzeiro já foi vice com Gérson Magrão (!), mas foi vice exatamente com duas bolas nas costas desse lateral. E Diego Renan também não prima pela absoluta marcação. Seria interessante ter mais opções naquele setor.
Aonde o bolo de fubá acabou:
  • Lateral-direita: Essa não existe no Cruzeiro. E não existem boas opções de mercado. O Cruzeiro, ao que tudo indica, vai penar com Rômulo e Pablo durante toda a primeira fase, a não ser que Cuca tire um coelho da cartola e faça ajustes com as peças que já tem. Rômulo, o senhor piada, é triste. Pablo, que fez um grande jogo contra o Galo no último clássico, marca muito bem, mas é ineficiente no apoio. Pra quem contava com Jonathan, é digno de desespero. O jogo do Cruzeiro passa muito pelas laterais e não ter um bom jogador pela direita é extremamente preocupante.
  • Ataque fortíssimo: É outra coisa que o Cruzeiro não vai ter. Com sorte, será contratado um goleador pra vir e assumir a camisa 9 azul sem discussão, mas um ataque forte com bons reservas é praticamente impossível. Resta se contentar com o esforço de T. Ribeiro, a velocidade de Wallyson e com os brigadores Farías e Ortigoza. W. Parede? Bom, melhor deixar pra lá.



Promessa de novas avalanches
Por que ter esperanças?  

Estádio Olímpico: O Olímpico, em si, como a grande maioria dos grandees estádios brasileiros, é absolutamente neutro. A diferença não é o efeito que causa no adversário, mas no próprio time do Grêmio. Os jogadores passam a achar que podem ganhar de qualquer um. E naquele típico “dilema Tostines”, fica difícil saber se é o time que levanta a torcida, ou se é a torcida que carrega o time. Mas os dois juntos vão no embalo, e é dificil segurar. Ademais, o estádio estará lotado.

O que pode impulsionar o Grêmio

Mentalidade: O grupo está embebido em Renato. Isso significa que “‘tá todo mundo se achando”! Esqueceram de avisar os jogadores do Grêmio que eles são ruins, que o elenco é limitado, que eles estão abaixo do nível dos times realmente favoritos para a Copa. Eles têm a mais absoluta certeza que nasceram para serem campeões da América, que são imortais e que a camisa do Grêmio é “feiticeira”. E farão de tudo para mostrar ao Mundo que certos estão eles.
Fase de Grupos: O sorteio foi muito favorável ao Grêmio. Não que os adversários sejam aquele “mamão-com-açucar”, será difícil jogar fora seja em Huánuco (o mais fraco dos oponentes), em Santa Cruz de la Sierra (caldeirão, torcida apaixonada) e em Barranquilla (longe, quente e úmido), mas poderia ter sido muito pior. Uma boa campanha nessa fase pode aumentar ainda mais o moral do grupo para o resto da Copa.
Gabriel: joga muito esse nosso lateral-direito. É o jogador mais constante do time, temn forte chegada à frente e não compromete defensivamente.
Victor: goleiro de Seleção brasileira. É frio, seguro, falha pouco e faz milagres de vez em quanto. Na meta, o Grêmio está muito bem servido.

As apostas

Ataque: Sem Jonas, a certeza de um setor ofensivo eficiente fica abalada. Não se sabe se Borges e André Lima podem jogar juntos, e os reservas andam abaixo do que jogaram em 2010. As chegadas de C. Alberto e D. Escudero de forma alguma trazem confiança imediata. Há chances de o setor ofensivo funcionar, mas não há nenhum sinal concreto de que isso ocorra.
Vê se você faz isso, Ronaldo
Douglas: O Grêmio depende dele. Não há reserva à sua altura, e ele, apesar de ser muito bom jogador, é daqueles “craques” que desaparecem nos jogos ou durante a temporada. Numa competição em que uma partida pode decidir tudo, isso é muito pouco.


O que pode emperrar o Grêmio

Renato: Confesso que não vejo nele um treinador ainda pronto. Apesar de ex-jogador e rodado, ele ainda parece não ter todas as credenciais para ser um grande treinador. Fez um excelente e inacreditável trabalho quando chegou no Grêmio no ano passado, mas parece ter dificuldade em lidar com a diretoria e em arrumar a bola parada (tanto ofensiva quanto defensiva). Se mostrar crescimento profissional, aumentam as chances do Grêmio.

Setor Defensivo: Chegou Rodolfo, que parece ser melhor do que os jogadores que estão aí.  O problema é a dificuldade em encontrar-lhe um colega no miolo-de-zaga, já que nem Paulão, nem Vílson reproduzem o futebol do final do ano passado. Ademais, a marcação na meia-cancha ainda não se reencaixou, prejudicando a defesa. Se o Grêmio voltar a se defender como no segundo turno do Brasileiro, o time crescerá junto com a defesa.

Por que se desesperar?

Bagunça Administrativa: A atual direção para um pouco um tanto sem rumo. E quando não se encontra firmeza na diretoria, se algo sair dos trilhos é difícil evitar o descarrilamento. A direção de futebol pode levar o time ao abismo junto com ela, se as coisas não começarem a se acertar na parte de cima da hierarquia. A impressão é que o pior já passou, mas com as decisões da Taça Piratini a caminho, em que nenhum tropeço é admissível, o bolo pode desandar novamente. E agora pode ser de vez…

Lateral-Esquerda
: Na direita, está tudo certo. Já do outro lado… Não que se sinta saudades do Fábio Santos, porque não se sente, mas o fato é que dos quatro laterais-esquerdos da relação (Gílson, Collaço, Neuton e Lúcio) nenhum transparece ser a solução para o setor. Aliás, o fato de ter quatro jogadores listados na posição (se bem que Neuton e Lúcio são polivalentes) já demonstra o quanto há dúvida nessa questão.

Bola Aérea
: Sempre que cruzam alta a bola na área é um “deoznozakuda”; seja em bola parada ou lance construído de jogo. E não há sinais de que vá melhorar logo.
T.R.G.: A Torcida Raivosa Gremista (apelido carinhoso da Social) vem dando sinais de que o reinado da Geral está para acabar. Importaram um estoque considerável de vuvuzelas da África do Sul, e tocam a corneta sem menor pudor ou critério. Considerando que as forças do Grêmio são justamente a mentalidade e o “fator casa”, os corneteiros podem colocar o campeonato no lixo.

sábado, fevereiro 12, 2011

Tarde de Tardelli e a maldição da torcida única

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Como atleticano, estou gostando muito dessa história de torcida única nos jogos Atlético e Cruzeiro. Primeiro porque prova quem vai mais ao estádio. Sozinhos, os cruzeirenses não enchem meio estádio, foram menos de 10 mil almas.


Segundo que, pela segunda vez, só com cruzeirenses presentes o Galo ganhou de 4 a 3, com três gols de apenas um jogador. No Brasileirão foi a vez de Obina. Agora, a tarde foi três vezes de Tardelli.

E foi um jogo extremamente corrido (mesmo com um sol para cada jogador) e emocionante. Se o primeiro gol de Wellington Paulista animou os cruzeirenses, logo em seguida veio a virada com dois gols do inspirado atacante alvinegro.

Para não fugir de polêmica, mas fugindo, não consegui ver se foi pênalti ou não no lance marcado pelo árbitro a favor do Galo. Houve um pênalti no segundo tempo para o Cruzeiro que não foi marcado no Roger, que se jogou tanto que deve ter cansado os olhos do juiz. Além de duas bolas na trave dos azuis.

Mas além de Tardelli vale destacar a tarde inspirada do goleiro Renan Ribeiro, que fez três a quatro defesas importantíssimas. Mostrou que não treme em clássico. Além da boa estreia do zagueiro Leonardo Silva, muito vaiado pela torcida azul por ter trocado de lado, mas que não se intimidou e fez grande jogo mesmo sendo a primeira partida depois de seis meses sem jogar. Com a volta de Réver, que está machucado, o Galo tem tudo para ter uma das melhores zagas do Brasil.

Mas o grande destaque da tarde mesmo foi Dorival Júnior. Improvisou um jovem meia (Jackson) na lateral direita porque não tinha nenhum especialista, pôs para jogar quem está bem fisicamente sem se importar com o nome do jogador (Diego Souza e Jobson estavam na reserva) e quando estava 4 a 2 trocou atacantes e meias por atacantes e meias, sem medo, sem a estratégia de botar mais um zagueiro . Pela segunda vez seguida venceu Cuca e a torcida única azul.

Vamos ver agora no próximo jogo com mando do Galo se a escrita de ganhar o time sem torcida se mantém ou se o Atlético encaçapa a terceira vitória seguida.

domingo, dezembro 05, 2010

Fluminense - do quase rebaixamento em 2009 ao título de 2010

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Na última rodada do Brasileirão de 2010, em nenhum momento o Fluminense deixou de ser campeão. Tentando realizar a tarefa esquizofrênica de acompanhar quatro partidas ao mesmo tempo, era possível notar nas pelejas dos candidatos ao título que o que imperava era a ansiedade. Só o Tricolor do Rio enfrentava um adversário que colocou os titulares em campo, enquanto Corinthians e Cruzeiro pegavam os reservas do Palmeiras e os suplentes do rebaixado Goiás. Todos jogavam de olho nas partidas alheias e isso parecia aumentar ainda mais o nervosismo de cada atleta, dos mais novos aos mais experientes.

E o primeiro gol entre os pretendentes ao título saiu de quem menos se esperava. Mas o tal do Goiás parece destinado a surpreender. O Corinthians chegou ao empate, acertou a trave no segundo tempo, mas não demonstrou aquele algo a mais que caracteriza os campeões. O time é mais ou menos a cara do técnico, que em coletivas gosta de dar repostas vazias e supostamente sofisticadas, com pitadas de auto-ajuda e filosofia duvidosa. O Timão várias vezes fazia a bola rodar, tocava demasiadamente a pelota na intermediária sem ser incisivo contra um rival vários degraus inferior tecnicamente. 

Não se impôs, como não se impôs também sobre o hoje rebaixado Vitória. Ali, caso tivesse superado a equipe baiana, não precisaria se preocupar com os adversários. Mas Tite achou por bem não ousar. Caiu para o terceiro lugar e terá que disputar a repescagem da Libertadopres para ir à fase de grupos. Nada muito assustador, mas um baque moral.


Já o Fluminense também penava contra um Guarani com três zagueiros e seis homens no meio de campo, anabolizado financeiramente e com a meta de evitar ser vazado pelo ataque que tinha Fred e Emerson. O nervosismo tricolor era evidente e, agora, não custa pensar o que teria acontecido se Corinthians ou Cruzeiro tivessem saído na frente em seus jogos. Será que o Fluminense, cujo elenco era composto por atletas “virgens” em títulos do campeonato brasileiro - com exceção do reserva André Luiz – ficaria ainda mai tenso? Isso nunca saberemos porque seus rivais não tiveram competência para tanto. E palmas para o Tricolor que conseguiu fazer o seu gol aos 18 minutos do segundo tempo e, desde então, praticamente não foi ameaçado pelo Guarani.

No fim, o título ficou com o time que tinha o melhor meia, o argentino Conca, a melhor defesa estruturada pelo tetracampeão brasileiro Muricy Ramalho e uma torcida que merecia ser recompensada por ter jogado junto com o time em 2009, quando a equipe parecia fadada ao rebaixamento e se salvou de forma milagrosa. A recompensa está aí. Parabéns aos tricolores.

segunda-feira, novembro 22, 2010

Brasileirão do chororô: três na briga em cima, seis fugindo da degola

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Mais uma rodada completada da reta final do Brasileirão, vulgo o torneio do mimimi e do chororô, tão presentes nas três últimas rodadas e que ainda vão ser a tônica nas próximas vinte partidas. Agora, o Fluminense volta a estar na frente depois da goleada sobre o São Paulo, o Corinthians está um ponto atrás após o empate com o Vitória em 1 a 1 e o Cruzeiro voltou à briga ao vencer o Vasco por 3 a 1.

Ontem, o choro de novo mudou de lado. O treinador corintiano Tite reclamou da marcação de pênalti no lance em que Ralf tocou a bola com a mão dentro da área. O técnico diz que o jogador não teve intenção. Mas talvez devesse explicar porque retirou Jorge Henrique para colocar o volante Paulinho, fortalecendo a defesa, quando o São Paulo empatava com o Fluminense. Como que por castigo, quase no mesmo instante o Tricolor carioca marcou o segundo gol.



Novas conspirações, teses, antíteses e sínteses duvidosas estão sendo refeitas toda semana. Há duas rodadas, as lamúrias vinham do Parque São Jorge por conta da suposta falta de vontade que Palmeiras e São Paulo teriam ao enfrentar o Fluminense. Na rodada seguinte, as lamentações mudaram de sinal por conta da marcação do pênalti em Ronaldo e vinham principalmente do Cruzeiro e, um dia depois do "polêmico" jogo, do Fluminense, que não conseguiu superar o então quase rebaixado Goiás em casa. Os torcedores rivais do Corinthians também não deixaram de chiar.


E é principalmente por conta dessa postura do treinador que é difícil ver no Corinthians uma equipe em que se pode apostar sem reservas. O clube não joga um futebol convincente com Tite, precavido demais para quem tem que vencer, e a prova disso é que, talvez pela terceira vez consecutiva, o arqueiro Júlio César tenha sido o melhor atleta alvinegro em campo.

Nas próximas rodadas, tanto Fluminense quanto Corinthians podem e devem vencer suas partidas. O Tricolor topa com o Palmeiras em Araraquara, que deve escalar reservas como vem fazendo há algumas partidas, e encontra o Guarani no Rio, podendo passar com relativa tranquilidade. Já o Timão tem o Vasco no Pacaembu e o rebaixado Goiás fora, na última rodada. Para um time que quer ser campeão, nenhum bicho papão também. Mas a lógica já foi escanteada nas duas últimas rodadas, nada impede que o seja de novo. O Cruzeiro agradeceria.

Fuga da degola

Já na parte de baixo, Neymar fez três e conseguiu um feito pessoal: marcou um gol de pênalti. É o vice-artilheiro isolado do campeonato com 16 gols e sua performance no 4 a 1 de virada sobre o Goiás no Serra Dourada decretou o que já se sabia ser inevitável há algumas rodadas, o rebaixamento do clube do cerrado.


Restam ainda duas vagas para a Série B de 2011. Guarani, com 37 pontos, e Vitória, com 40, seriam os punidos se o Brasileirão terminasse hoje. Mas o Avaí e o Atlético-GO também namoram a Segundona com 40 pontos, enquanto Atlético-MG, com 42, e Flamengo, com 43 respiram um pouco mais aliviados. Na próxima rodada, o Bugre pega o Grêmio, em casa, e o Vitória vai a Porto Alegre enfrentar os reservas do Internacional que, aliás, não deram mole para o Botafogo e derrotaram os cariocas em pleno Engenhão por 2 a 1. Parada dura para ambos os ameaçados.

O Avaí enfrenta o Santos em casa e o Atlético-GO pega o São Paulo também nos seus domínios. Já o Atlético-MG tem tudo para se livrar do pesadelo enfrentando o Goiás na Arena do Jacaré, enquanto o Flamengo vai ter que se desdobrar para superar o Cruzeiro. Emoções fortes. E chororô e mimimi garantidos.

segunda-feira, novembro 15, 2010

Um lance normal de jogo

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Só complementando:


É isso o que eu vou fazer com quem topar fazer uma reconstituição do lance, eu no papel do Gil e o desafiante no papel de Ronaldo. Vou até fechar o olho para ser mais verossímil.

Corinthians vence “semifinal” e é líder

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Até aqui, quem vaticinou a verdade foi o Marcão “Diná”: “o Corinthians deve pavimentar seu caminho ao título com vitória sobre o Cruzeiro” e “No outro jogo, o Fluminense tem tudo pra vencer o Goiás em casa. Mas aí sim eu acho que pode dar zebra. Tratando-se do Goiás, nunca se sabe...”. Mas não há absolutamente nada decidido. Ainda creio na capacidade do Fluminense de avançar e não aposto uma pataca no empenho de São Paulo e Palmeiras para vencê-lo. Cruzeiro também não está morto, embora bastante ferido.

Não vi o jogo, confesso. Estou aqui no Rio, onde só estava passando o embate aviário mineiro-carioca. Vi apenas o obviamente polêmico pênalti marcado sobre Ronaldo e o gol do próprio. Digo obviamente polêmico não porque haja alguma dúvida quanto a ter sido ou não pênalti, mas porque qualquer pênalti marcado a favor do Corinthians neste jogo seria alvo de polêmica. Acaba parecendo mais importante que o jogo, o avanço do Corinthians, seu desempenho.

Uma falta como essa feita sobre Ronaldo, se fosse no círculo central, seria marcada sem maiores discussões: um jogador vai receber uma bola alta e o marcador – sem qualquer possibilidade de alcançar a bola, já que o seu adversário está de costas para ele recebendo a bola de frente – chega como uma vaca louca e lhe dá um encontrão por trás (atenção: por trás), impedindo-o de dominar a bola ou mesmo de se manter em pé. Esse papo de “jogada normal” na área, que “é falta mas ninguém nunca marca”, é um equívoco. Normal é uma disputa de bola com o corpo, coisa que o gordo Ronaldo faz o tempo todo, às vezes se dando bem, outras não. Neste caso, não havia qualquer disputa de bola, já que a bola estava totalmente fora de alcance para o marcador.

Ainda ouço comentários de que o zagueiro cruzeirense Gil “foi burro”, o que não vou discutir no mérito, mas apenas evocar como mais um argumento a esmorecer a discussão. Se foi burro é porque fez o que não devia: uma movimentação bisonha dentro da área, difícil de explicar aos colegas, e que termina atropelando o atacante adversário. Aos que ainda têm dúvida, eu gostaria de propor uma reconstituição da cena, na qual eu faria o papel do zagueiro cruzeirense: o Tomé receberá uma bola alta de costas para o gol e eu vou fazer um lance “normal” nele do jeitinho que o cruzeirense fez no Ronaldo.



Mas que falem. O Corinthians agora depende de si mesmo e passou bem pelos dois maiores desafios das últimas cinco rodadas. Mas, repito, nada está ganho. Tudo pode acontecer nessas três rodadas finais e não existe nenhum favoritismo. Dificilmente o Corinthians ganhará os três jogos, o que abre margem para que seja ultrapassado por Fluminense ou Cruzeiro. Bola no chão e vamos em frente.

terça-feira, novembro 09, 2010

Adílson Batista e a possível volta do futebol pra frente

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A contratação de Adílson Batista como novo treinador do Santos é daquelas que deixa o torcedor algo ressabiado. Não que não seja um bom técnico, montou um Cruzeiro bastante interessante nos últimos dois anos, mas, por outro lado, não conseguiu impor seu estilo ao Corinthians. Como dito no post abaixo, sua escolha é fruto de uma má avaliação e de uma frustração: a diretoria santista empurrou o Brasileiro com a barriga, pois o julgou perdido cedo demais, e não conseguiu fechar com Abel Braga, nome tido como o melhor para a Libertadores 2011 (a velha ansiedade besta pelo torneio continental que tanto maltrata alguns clubes brasileiros).

Mas, na prática, Adílson tem um currículo pior do que o do demitido Dorival Júnior. O que pode ser um fator a mais para estimular o técnico. Assim como o atual treinador do Atlético-MG, ele tem a chance de conquistar títulos relevantes, que possam ser mais significativos do que alguns dos estaduais menos cotados que traz no currículo.

O técnico nunca caiu totalmente nas graças do torcedor do Cruzeiro e sua última passagem pelo Corinthians também não deixou saudades. Como lembra o Edu aqui, foram 7 vitórias, 4 empates e 6 derrotas. Mas, como diria Ortega y Gasset, eu sou eu e minhas circunstâncias. No Timão, sucedeu Mano Menezes, treinador vitorioso no clube, com um estilo defensivo – ora retomado por Tite - bem distinto daquele que Adílson gosta. Com as contusões de jogadores importantes em seu período como treinador (e talvez o Corinthians tenha um elenco em que a distância entre titulares e reservas seja bem mais significativa do que em outros clubes), sofreu mais do que esperava, mas conseguiu mudar um pouco o estilo de atuar, como mostram as estatísticas: a equipe passou a driblar mais, 14,5 contra 10,35 da era Mano e a média de passes aumentou, 399,64 contra 311,2. Contudo, a média de gols feitos aumentou pouco, 1,88 X 1,80 e a de gols sofridos aumentou bem: 1,41 contra 1,09.

O que ficou evidente na passagem de Adílson no Parque São Jorge é que os jogadores não assimilarem seu estilo mais ofensivo, tanto que Tite retomou em parte o estilo Mano. No Santos, os atuais atletas se deram bem justamente com uma forma de jogar mais ofensiva, alternando o toque de bola e a velocidade, e aí a balança pesa a favor do novo comandante. Ao mesmo tempo, o ponto que talvez seja o principal de qualquer trabalho de técnico é o relacionamento com atletas e aí o atual comandante santista se deu mal no Corinthians. Mas novamente é bom ressaltar as diferenças: o perfil dos atletas era bem diferente do que ele vai encontrar no Santos, principalmente no que diz respeito à idade.

Adílson é uma aposta, como foi Dorival e como são quase todos (ou todos?) os técnicos brasileiros hoje em dia. Pode-se ter a garantia de bons trabalhos, nunca de títulos. Mas a possibilidade de se resgatar o futebol ofensivo que faz parte da história santista pode compensar a sensação de tempo perdido por parte do torcedor. Como disse o próprio treinador em entrevista na semana passada: "O Santos (de 2010, com Dorival Júnior) provou ser possível jogar com três jogadores na frente, o Barcelona não deixa de vencer por causa disso, o Manchester (United) joga com dois abertos e dois na frente. Não vejo problema". Também não vejo problema, mas as contratações que o Santos fizer, sob os auspícios de Adílson, é que terão um peso decisivo para saber se a possível ofensividade irá se traduzir em títulos.

segunda-feira, novembro 08, 2010

Visão de perto: pintou o campeão

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Há exatamente um ano, observando as últimas rodadas do Brasileirão de longe, lá de Dublin (Irlanda), fiz um post cravando o Flamengo como favorito para levantar a taça. Naquela data, os cariocas tinham vencido por 3 a 1 o Atlético-MG, que fazia ótima campanha, em pleno Mineirão lotado. Uma vitória daquelas, na minha opinião, dava muita moral - apesar de, na época, o Flamengo ter alcançado apenas a terceira posição na tabela, um ponto atrás do Palmeiras e dois do São Paulo, que era o líder. Faltavam só quatro rodadas mas, menos de um mês depois, no último jogo, o Flamengo confirmou meu palpite.

Pois agora, acompanhando a edição deste ano de perto, aqui no Brasil, eu volto a apostar em um favorito, e desta vez até com maior convicção: vai dar Corinthians. Como disse aqui no post da semana passada, caso os alvinegros vencessem o clássico contra o São Paulo, "na minha humilde opinião, ninguém conseguirá evitar que a taça vá para o Parque São Jorge". Não tô secando, não (antes fosse e tivesse alguma possibilidade de funcionar!). O Corinthians venceu por 2 a 0 e, mais que tudo, convenceu, jogando o fino da bola, contra um adversário que também atuou muito bem, num Morumbi lotado de sãopaulinos. É, inegavelmente, um resultado que dá muita moral - ao contrário das magras e suadas vitórias do Cruzeiro (contra o esforçado Vitória) e do Fluminense (contra o insosso Vasco), ambas por 1 a 0.

O Corinthians se recuperou e voltou a vencer na hora certa. Fatores decisivos foram a troca de técnico, que aliviou a pressão, e a volta de Ronaldo, cuja força de vontade e gana de vencer, disputando os 90 minutos de todos os últimos cinco jogos, uniu e motivou o elenco. Além disso, o time tem quatro jogadores fundamentais: Chicão na zaga, Alessandro na lateral direita e Elias e Bruno César no meio (fora o goleiro Júlio César, em fase excelente). O Corinthians pode prescindir de qualquer um dos outros titulares, menos dos quatro citados, que são a espinha dorsal do forte e convincente futebol apresentado em campo. Bruno César eu já elogiei. Elias (foto), para mim, é jogador de seleção. E eu admiro muito a raça e a eficiência de Alessandro e Chicão. Jucilei, Ralf e Roberto Carlos também merecem aplausos.

No mais, já que o exercício aqui é de palpitagem, vamos às últimas rodadas. Na próxima, nesta quarta-feira, o Corinthians deve pavimentar seu caminho ao título com vitória sobre o Cruzeiro, no Pacaembu abarrotado. Não acredito que o time de Minas, em franca decadência, consiga vencer diante de um rival tão embalado e da pressão da torcida adversária. Se acontecer, lembrará a final da Copa do Brasil de 1996, quando a Raposa bateu o Palmeiras dos 100 gols em pleno Parque Antartica. Repito: não creio em vitória cruzeirense, é muito improvável. No outro jogo, o Fluminense tem tudo pra vencer o Goiás em casa. Mas aí sim eu acho que pode dar zebra. Tratando-se do Goiás, nunca se sabe...

Já na 36ª rodada, o Vitória não será páreo para o Corinthians, mesmo jogando na Bahia. O Cruzeiro pode até vencer o Vasco em Minas, mas acho que esse jogo tá com cara de empate. Assim como o confronto entre São Paulo e Fluminense, no Morumbi. O tricolor carioca anda tão irregular que, se bobear, pode até perder. Daí vem a penúltima rodada: pra mim, o Corinthians vence o Vasco no Pacaembu, o Fluminense vence o Palmeiras em São Paulo (pois o alviverde estará mais focado na Sulamericana) e o Cruzeiro vence ou empata com o Flamengo em Minas. Na última rodada, o Fluminense vence o Guarani e o Cruzeiro vence o Palmeiras. E o Corinthians passeia contra o rebaixado Goiás.

O palpite, então, é mais ou menos o seguinte: Corinthians campeão (72 pontos), Fluminense vice (entre 69 e 71), Cruzeiro terceiro (entre 65 e 68).

Ou não (rsrs). Como diria Garrincha, "falta só combinar com os russos". Mas eu, se fosse corintiano, já estaria muito animado com o (bem provável) título do centenário. Façam suas apostas!

quinta-feira, novembro 04, 2010

São Paulo ajuda - e enfrenta - o Corinthians

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Provando que, seja lá por que raio de motivo, sempre joga bem contra o Cruzeiro, o São Paulo venceu ontem por 2 a 0, em Uberlândia, e ajudou o Corinthians a ultapassar os mineiros e a assumir a vice-liderança, só um ponto atrás do Fluminense. O que dá contornos de decisão de campeonato para o clássico do próximo domingo, que reunirá justamente os dois rivais paulistas. Se o São Paulo vencer, praticamente elimina as chances do Corinthians. Caso contrário, na minha humilde opinião, ninguém conseguirá evitar que a taça vá para o Parque São Jorge.

Sobre ontem, duas observações: o Cruzeiro poderia ter matado o jogo caso tivesse um centroavante mais eficiente do que o ex-palmeirense Robert, além de a equipe demostrar ser muito "Montillo-dependente", algo semelhante ao que ocorre com o Conca no Fluminense (quando esses gringos não estão inspirados, seus times não vão bem); já o São Paulo venceu num lance de inspiração individual do instável Lucas (foto de Rubens Chiri/SPFC), auxiliado pelo sempre útil Dagoberto. O pênalti em Ricardo Oliveira, convertido por Rogério Ceni, não existiu. Foi fora da área e nem falta foi, ele se jogou.

Para o domingo, espero um jogo digno do último confronto entre São Paulo e Santos. Acho que as equipes vão para o ataque com tudo no Morumbi, pois empate é ruim para os dois. E nessas circunstâncias, e sendo um clássico, é impossível prever resultado. Caindo na vala comum, quem errar menos define a fatura. Espero que Ricardo Oliveira esteja num dia mais inspirado. Porque do outro lado o adversário é muito forte e, inegavelmente, Bruno César é o nome do campeonato. Jogador espetacular. E pensar que disputou a Copinha pelo São Paulo, em 2009, e foi dispensado. Ah, Juvenal, ah, Juvenal...