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terça-feira, maio 14, 2013

Pinceladas cariocas - O Taiti é aqui. E o Vasco teme o Tupi!

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por Enrico Castro

Goleiro Buffon 'vai pra galera'
Findo o Cariocão, a cobertura do Engenhão, que permanece sem data para ser reaberto, suportou ventos de 93 km na semana passada, e o governo do estado informou, para surpresa de todos, que será preciso mais dinheiro para terminar as obras do Maracanã. Enquanto se preparam para o Brasileirão, que só deve engrenar mesmo lá para outubro, os clubes do Rio, que já haviam perdido os dois supracitados estádios para o governo estadual, perderão também São Januário - que, a partir de 25 de maio, será utilizado como campo de treinamento da seleção italiana para a Copa das Confederações. Torneio, aliás, que contará com a presença ilustre dos craques do Taiti, que exibirão seu "futebol arte" no Maraca, enquanto os times cariocas continuarão amargando viagens para fora cidade (ou até mesmo do estado) para mandar seus jogos da Copa do Brasil, Libertadores e primeiras rodadas do Campeonato Brasileiro. O que será que o fino goleiro italiano Buffon vai pensar quando estiver atravessando a favela horizontal Barreira do Vasco? 
Kiko vestido como comediante
O Botafogo segue curtindo o seu 20º título estadual, número atingindo pelo Fluminense em 1971, pelo Flamengo em 1979 e pelo Vasco em 1994. Para comemorar a "façanha", o clube de General Severiano recebeu em sua sede o famoso comediante mexicano Carlos Villagrán, mais conhecido como o Kiko, do seriado “Chaves”. Ele disparou: "Garrincha foi muito grande e junto com ele o Botafogo". Ou seja, Kiko, num momento de Villagrán, mostrou conhecer profundamente o Botafogo, ao afirmar que o clube “já foi muito grande”... 
Será o fim da carreira (opa!) de Deco?
Enquanto isso, o Fluminense se prepara para o confronto das quartas-de-final da Liberadores e aguarda a definição de seu adversário, que sairá do jogo entre Olimpia-PAR e Tigres-ARG. Fora do campo, o clube se arma para as batalhas nos tribunais desportivos, onde tentará a absolvição dos dopados Deco e Michael. Os tricolores torcem para que o primeiro receba uma punição severa, o que poderia abreviar sua carreira (se é que ainda cabe utilizar este termo...) e abrir espaço financeiro para o retorno do ídolo Conca. O segundo se complicou ainda mais ao admitir que marca o nariz com cal já há algum tempo, e por isso está vendo suas chances de se tornar um crack, digo, craque, se esfumaçarem. 
Flamengo 2013 parece 'time de japonês'...
Depois de passar uma semana escondido, digo, treinando em Pinheiral-RJ, o Flamengo segue se preparando no Ninho do Urubu para o confronto decisivo contra o temido Campinense, pela Copa do Brasil. O clube resolveu abrir a mão e vem contratando a toque de caixa. Chegaram à Gávea os atacantes Marcelo Moreno, Paulinho e Bruninho, e os volantes Diego Silva e Val. Tirando o Moreno, aposto um pacotinho de amendoim Nakayama como ninguém conhece qualquer um dos demais. O Flamengo versão 2013 parece ser um caminhão cheio de japonês. 
Vice eterno! Até no futevôlei...
E não é que o Vasco jogou!?!? Em preparação para o Campeonato Brasileiro, goleou o poderoso Tupi-MG por 5 x 1 no último sábado. Agora sim! Podemos dizer que foi uma vitória com a mão do técnico Paulo Autuori. Afinal, matéria publicada na versão carioca do diário Lance! na véspera do "clássico" informava o seguinte (o grifo é nosso): "Nesta sexta o comandante deixou um clima de mistério a respeito da equipe que enfrenta Tupi em amistoso neste sábado". Quanta precaução! Só pode ser piada! E, para não perder o costume, o Gigante da Colina conquistou mais um vice no final de semana: perdeu para o São Paulo a final da 2ª Liga Nacional de Futevôlei. Meus parabéns.
Enrico Castro é tricolor (do Rio!), analista de sistemas, servidor público. Entende tanto de futebol que tem certeza que o Dimba (aquele mesmo do Goiás, Botafogo e etc) é um craque e brilharia na Champions League. Não é preciso dizer mais nada.

quarta-feira, maio 08, 2013

Pinceladas cariocas - Botafogo campeão e as férias do Vasco

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por Enrico Castro

Rafael Marques jogou a pá de cal
E o Botafogo é o Campeão Carioca de 2013! O título foi mais que merecido. Foi o único dos grandes que se preparou e encarou a competição com a seriedade que ela merece (ou merecia). Venceu com autoridade os dois turnos, revertendo duas vantagens de empate que seus adversários possuíam na semifinal e final da Taça Guanabara, e vencendo também a semifinal e final da Taça Rio, quando possuía a vantagem do empate. A alegria alvinegra contrasta com a decepção da TV Globo, que gostaria que o Fluminense tivesse vencido o 2º turno - o que garantiria a exibição de mais duas partidas. Só que o Botafogo não sentou na vantagem do empate e jogou de forma inteligente contra o combalido Tricolor, que vive da sombra das últimas três temporadas. O time de Oswaldo Oliveira encaixou contra-ataques perigosos e se portou bem na defesa contra os baixinhos Wellington Nem e Rhayner, que, em momento algum, causaram rugas de preocupação no jovem e bom zagueiro Dória e no botinudo Bolívar. Seedorf e Lodeiro engoliram o meio campo tricolor e, por incrível que pareça, Rafael Marques bagunçou a dupla de patetas Digão e Leandro Euzébio e marcou o gol do título. Nem era necessário, pois o empate já garantiria o título para os botafoguenses, que ainda se deram ao luxo de perder um pênalti no 2º tempo, cobrado por Seedorf. 
Michael enfiou carreira no nariz
E enquanto o Botafogo ganha moral para crescer e avançar na Copa do Brasil, onde decidirá no Rio de Janeiro contra o “sexta-feira” Treze da Paraíba a vaga para a próxima fase, na quinta-feira, o Fluminense vai tentar juntar os cacos amanhã para vencer o Emelec-lec-lec-lec... também no Rio, pela Taça Libertadores. Para isso, aposta todas as suas fichas no retorno do "artilheiro de vidro" Fred, que, mesmo com 50% de sua capacidade, é mais perigoso que todos os outros atacantes que o Flu possui no elenco. Uma coisa é certa: se Leandro Euzébio jogar, a chance do Tricolor se classificar será bastante reduzida. Não bastassem todos os problemas físicos, técnicos e táticos que o incentivador Abel tem, Deco e Michael chutaram o balde. O primeiro tomou medicamento que contém as substâncias dopantes hidroclorotiazida (diurético que combate a hipertensão arterial) e carboxi-tamoxifeno (metabólico do tamoxifeno), sem conhecimento do departamento médico do clube. E o segundo decidiu abreviar sua promissora carreira e complicar sua vida com o uso de cocaína. Lamentável, para dizer o mínimo. Não que os dois façam falta ao time, mas já estão previamente suspensos. Se o time for eliminado da Libertadores ainda nas oitavas (e contra um time sem expressão), a pressão do Tio Celso vai ser insuportável. Manda quem pode e obedece quem tem juízo... 
O Flamengo, que só volta a jogar no dia 15 contra o Campinense pela Copa do Brasil, viu suas esperanças de disputar esta partida no Maracanã caírem por terra. Numa boa, o Maracanã não merece ser reaberto com um clássico deste porte, por mais medo que o time da Gávea possa estar... Já o Vasco segue de férias e só volta a jogar novamente em... mas espera aí, quando é mesmo que o Vasco vai voltar a jogar?!?!????
Enrico Castro é tricolor (do Rio!), analista de sistemas, servidor público. Entende tanto de futebol que tem certeza que o Dimba (aquele mesmo do Goiás, Botafogo e etc) é um craque e brilharia na Champions League. Não é preciso dizer mais nada.

quinta-feira, maio 02, 2013

Pinceladas cariocas - Se o Bota amarelar, vai pra vala do Vasco!

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por Enrico Castro

Botafogo vai amarelar agora?
Após 58 partidas, divididas em sete longas rodadas e mais dois jogos de semifinais envolvendo dois times pequenos (porque Flamengo e Vasco não foram competentes o suficiente para se classificar para as finais num campeonato ridículo deste), Botafogo e Fluminense decidirão o título da Taça Rio. O Botafogo tem a vantagem do empate e, caso a faça valer, além de conquistar o 2º turno, será também o campeão Carioca de 2013 - pois conquistou o 1º turno, a Taça Guanabara. Se perder, terá outra chance, desta vez jogando por dois resultados iguais, novamente contra o Fluminense. Somente uma amarelada gigantesca pode tirar esse título do Botafogo. O Fluminense jogará pela Libertadores no Equador nesta quinta-feira e, além disso, estará desfalcado de muitos jogadores, entre eles o artilheiro Fred (cuja maior vítima de seus gols é justamente o Botafogo). A verdade é que o Glorioso está com a faca e o queijo nas mãos, mas é melhor que resolva a parada logo neste domingo, pois, se deixar para decidir em mais dois jogos, periga enfrentar um Fluminense embalado, e correrá o risco de levar outa sova, assim como no Cariocão de 2012, onde perdeu as duas partidas, uma por 4 x 1 e outra por 1 x 0.
Chico até quis alugar seu 'estádio'
A final da Taça Rio, devido a mais uma das intermináveis façanhas do governo estadual, aliada às lambanças da Federação Carioca (FERJ), será disputada em Volta Redonda. Dizem que os 20.255 lugares do Estádio Raulino de Oliveira serão mais do que suficientes para acomodar, com folga, ambas as torcidas. Porque, que de tão pequenas que são, caberiam até no campo do Chico Buarque. Ele até andou estudando a possibilidade de alugar seu "estádio", mas aí o mando de campo seria do Fluminense... 
Sobreviente: ninguém mandou cobrar salário
O Vasco segue tentando se reerguer do seu calvário e, para isso, decidiu aposentar a velha barca e criar uma nova modalidade de dispensa de jogadores improdutivos: a vala! O cruzmaltino está estudando maneiras diferentes de mandar pra vala jogadores que não rendem em campo, e o escolhido para o projeto piloto foi o meia-atacante Bernardo. O jogador foi atraído para uma favela por uma louraça belzebu, onde, amarrado e torturado, foi obrigado a prometer nunca mais vestir a camisa do Gigante da Colina. Dizem que é mais barato mandar para vala do que pagar multa rescisória. 
Torcida do Flamengo já ensaia música para receber seu Moreno
O Flamengo, que suou para virar o jogo e vencer o "Todo Poderoso" Campinense fora de casa, pela Copa do Brasil, segue correndo atrás de um centroavante, mesmo tendo em seu elenco Hernane, o artilheiro do Campeonato Carioca, com 15 gols. E o nome da vez promete agradar muito a famosa torcida Fla Gay: Marcelo Moreno - "alto, bonito e sensual/ talvez seja a solução pro seu problema...". Porém, mais do que a situação do ataque do Flamengo, a contratação do jogador boliviano parece que vai solucionar, mesmo, o problema do Grêmio (Moreno, Grêmio, Pelotas... que coincidência!!!), que enfim vai conseguir se livrar de seu improdutivo camisa bofe, digo, camisa nove.
Enrico Castro é tricolor (do Rio!), analista de sistemas, servidor público. Entende tanto de futebol que tem certeza que o Dimba (aquele mesmo do Goiás, Botafogo e etc) é um craque e brilharia na Champions League. Não é preciso dizer mais nada.

quinta-feira, março 21, 2013

'Queimados' do mundo, uni-vos!

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Tudo bem: a militância é primordial, a mobilização via internet imprescindível e Queimados, um município do estado do Rio de Janeiro. Mas ficou engraçado.



terça-feira, março 19, 2013

Enquanto isso, no país da piada pronta...

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segunda-feira, março 18, 2013

Pinceladas cariocas - Bola é problema e gol é chato

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por Enrico Castro

"Ó aqui, ó: dois títulos! Dois!"
Conforme antecipado aqui no Futepoca na semana passada, o Flamengo, que mais parece trabalhador em regime de escala (joga uma rodada e folga duas), está de técnico novo. Apesar de tudo indicar que o novo comandante seria o ex-técnico da seleção brasileira, Mano Menezes, a realidade nua e crua é que o clube da Gávea não tem os 2 tostões furados necessários para contratar o 2º pior técnico que a seleção brasileira já teve (o pior foi o Leão). E, por isso, optou por um técnico cujos dois títulos que possui na carreira foram conquistados no forte futebol japonês, quando aqui já era madrugada e ninguém conseguiu ver. Agora é esperar para ver como Jorginho se sairá comandando um clube de massa - e pipoca.
Bola que será usada em treino do Vasco
O Vasco teve mais uma atuação tenebrosa no domingo e conseguiu a façanha de perder, em casa, para o inexistente Volta Redonda, por 1 x 0. Entretanto, tolos foram os torcedores que, mesmo após as declarações de dois de seus principais jogadores, dadas antes de domingo, não previram a derrota do bacalhau. Na quinta-feira passada, em entrevista coletiva, Wendel disse que “o ponto fraco do Vasco hoje é bola”! Gozado! E eu pensava que, para a prática do futebol, era necessário utilizar a tal bola... Se a FERJ autorizar o uso de bola oval no Campeonato Carioca, quem sabe o Vasco sai da lama? 
Pescaria é muito menos chato que gol!
Se não bastasse a declaração de Wendel, o Febeavice (Festival de Besteiras que Assola o Vice Eterno) foi incrementado no dia seguinte, quando o atacante Eder Luis disse que “esse negócio de fazer gol é muito chato”! Pai do céu! Qual é mesmo o objetivo do futebol?!?!?? Pra quê serve mesmo um atacante??!?? Parece que, com a evolução da sociedade e do esporte, muitas coisas mudaram no mundo. Valores foram invertidos, tabus foram quebrados, regras foram alteradas. Mas uma coisa não mudou: o objetivo do futebol ainda consiste em deslocar um objeto esférico, mais conhecido como bola, através de um campo retangular, e colocá-lo dentro da baliza do time adversário. Ato conhecido como gol, principal atribuição de um atacante. E em São Januário um diz que o problema é a bola e o outro que o gol "é chato". Pobre Vasco... 
Já o Botafogo antecipou a Páscoa e teve seu Sábado de Aleluia! O atacante Rafael Marques, depois de apenas 21 partidas , enfim marcou seu 1º gol pelo Glorioso. Aleluia! Foi o último da vitória por 4 x 0 sobre sobre o poderosíssimo Quissamã. Realmente, aquela tornou-se uma tarde/noite bastante atípica para o torcedor botafoguense. O time goleou, Seedorf jogou mal e perdeu gol feito, e Rafael Marques (o craque!), além de deixar o seu, deu assistência para outros dois gols. 
E o Fluminense, que ainda não teve o seu Sábado de Aleluia, reza para que o ano passe rápido e o Natal chegue logo. Os dirigentes e Abelão já estão com as cartinhas prontas com o mesmo pedido para Papai Noel: um golzinho de Rhayner. Pode ser de pênalti, impedimento, mão, gol contra, enfim, de qualquer tipo está valendo. Um atacante que não marca um gol há 26 meses e ostenta a incrível marca de 3 gols na carreira deveria estar jogando no Clube Atlético Taquaritinga!
Enrico Castro é tricolor (do Rio!), analista de sistemas, servidor público. Entende tanto de futebol que tem certeza que o Dimba (aquele mesmo do Goiás, Botafogo e etc) brilharia na Champions League. Não é preciso dizer mais nada.

terça-feira, março 12, 2013

Pinceladas cariocas - Vasco vice é pleonasmo redundante

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por Enrico Castro

Com muito esforço e brio, Vasco é vice de novo!
E o Vasco é campeão! Campeão dos vices! Em seu torneio particular, após muito esforço e brio de seus jogadores, o clube conquistou mais um vice-campeonato, dessa vez o da Taça Guanabara. Assim, reina absoluto no Brasil neste quesito. Parabéns, Vice da Gama! Parabéns também ao Botafogo, que bateu o Vice por 1 x 0 e conseguiu reverter a desvantagem pelo segundo jogo consecutivo, pois seus adversários, tanto da semi quanto da final, jogavam pelo empate. Mas o jogo foi feio. O Vasco entrou apenas para se defender e sair no contra-ataque, tática que havia dado no certo no confronto da semifinal contra o Fluminense. Já o Botafogo, apesar de não apresentar um futebol de encher os olhos, pelo menos mostrou disposição de atacar - e foi premiado com o bonito gol de Lucas, após envolvente troca de passes.

'Em briga de marido e mulher...'
Os vascaínos reclamam que o gol foi roubado pois, no momento do chute de Lucas, Vitinho estava em posição de impedimento. Pouco depois o Vasco marcou o que seria o gol de empate (e do título), mas o árbitro assinalou impedimento de Renato Silva no lance. Foi a gota d'água para o chilique de Bernardo, que bateu pezinho, fez biquinho, arrancou os cabelos, se jogou no chão e fez manha. Mas não foi o suficiente para convencer o bandeirinha, que manteve a marcação e garantiu o título do Botafogo. Entretanto, há que se relevar o comportamento do jovem jogador, pois, minutos antes, ele já havia brigado e “dado um tempo” na calorosa relação com Carlos Alberto, após este, ao invés de chutar, ter optado por driblar três adversários e devolver a bola para o primeiro, deixando-o então em impedimento. Que ninguém meta a colher! 

Com furadeira, o 'brocador' não morre de fome
Sobre o Flamengo, não temos muito a comentar, pois o time continua curtindo suas longas férias e tentando reabilitar seu artilheiro “brocador”, que, após a renovação de contrato, não marcou mais. A diretoria já pensa em reduzir o salário do jogador, para ver se a seca acaba. Mas de fome ele não morre: com uma furadeira em mãos, certamente vai arranjar muito bico por aí. Até porque, caneleiro como é, de bico ele entende...

Jogadores ainda curtem os louros (e morenos)
Dizem por aí que o Fluminense ainda não se deu conta que o ano começou, pois os jogadores continuam curtindo os louros (e morenos também) obtidos no ano passado. Duas notícias de bastidores indicam os rumos do time das Laranjeiras. A primeira é que o time mais parece o Flamengo da era Ronaldinho: só badalação e nada de dedicação. A outra é que Abel está balançando, pois o Abramovich do Flu (leia-se Celso Barros) não está nada satisfeito. Aproveitando-se do momento, dias atrás o agente de Mano Menezes tentou emplacar seu cliente por lá. Além disso, Paulo Autuori está no mercado, e o preferido do Tio Celso, Renato Gaúcho, disse recentemente em entrevista que, após um duro ano sabático na praia de Ipanema, em breve voltará a trabalhar. A torcida tricolor provavelmente terá fortes emoções em breve...

Enrico Castro é tricolor (do Rio!), analista de sistemas, servidor público. Entende tanto de futebol que tem certeza que o Dimba (aquele mesmo do Goiás, Botafogo e etc) brilharia na Champions League. Não é preciso dizer mais nada.

quinta-feira, fevereiro 21, 2013

Pinceladas cariocas - E o Flu beijou a lona...

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por Enrico Castro

Fred, o beijoqueiro da semana
E para quem pensava que eu não ia comentar sobre o vexame Tricolor na Libertadores, vou cortar na própria carne. O Flu foi massacrado pelo Grêmio em pleno Rio. O Fred foi o beijoqueiro maior da semana: primeiro beijou uma bela morena nas ruas de Belo Horizonte; depois, beijou a lona no Engenhão... A disparidade entre as duas equipes pôde se comparar à luta entre Anderson Silva versus Chael Sonnen: uma tremenda coça! Imensa parcela da culpa é de Abel Braga, que escalou e armou mal o time. Ele optou por "mostrar quem manda" dando um castiguinho ao Thiago Neves, por conta do episódio do dopping, e poupar Deco, que já estava cansando por ter jogado uma partida na temporada. 
Abel ouviu coro da galera
Mas era jogo de Libertadores, e em casa! Tinha que usar o que se tem de melhor, não era hora de castigar e poupar ninguém! A gota d'água foi substituir o Wellington Nem, único a levar perigo ao adversário, aos 17 do 2º tempo, quando o time já perdia por 2 x0. Foi o que faltava para a torcida entoar o famoso "canto de consagração" aos técnicos... E ele merece: alguém que nunca conseguiu vencer Vanderlei Luxemburgo tem mesmo é que passar vergonha!

Barcos reincide na mãozinha
Impressionante como, após exibir o replay 357 vezes, nenhum dos 92 "especialistas" que comentavam o jogo na TV Globo viu a mão de Barcos no 1º gol gremista. Eu cheguei a pensar que estava vendo coisas, mas, para meu alívio, no dia seguinte a versão carioca do diário Lance! estampou a foto na capa. Isso sem falar do impedimento escandaloso no 2º gol. Placar moral: Fluminense 0 x 1 Grêmio. Foi um dia atípico para os melhores times do mundo. Nesta mesma data, o Barcelona perdeu para o Milan por 2 x 0.


Enrico Castro é tricolor (do Rio!), analista de sistemas, servidor público. Entende tanto de futebol que tem certeza que o Dimba (aquele mesmo do Goiás, Botafogo e etc) brilharia na Champions League. Não é preciso dizer mais nada.

terça-feira, fevereiro 19, 2013

Pinceladas cariocas - Post de estreia

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por Enrico Castro

O emocionante desfile de S.Paulo
Olá, pessoal! A partir de agora, o Futepoca terá, toda terça-feira, um resumo do que acontece no futebol carioca - tão desprezado pelo blog, desde sempre. E sem motivo: nos últimos quatro anos, conquistamos três Campeonatos Brasileiros, dois do meu Fluzão (ops, me entreguei...). Neste meu primeiro post,  pretendo dar um panorama do que aconteceu de melhor (???) e pior no Cariocão 2013. Mesmo com quatro clássicos já realizados, o campeonato está tão interessante, para nós, cariocas, quanto o desfile das escolas de samba de São Paulo... Os grandes clubes do Rio vão tentando formar o elenco e encontrar o esquema de jogo no sistema “online”, ou seja, testando formações e variações em jogos valendo ponto.
Rafinha, o "pegador" de Araruama
O destaque, até o momento, é o Flamengo, que está em lua de mel com seu “Casal 20” Hernane e Rafinha. O primeiro, apelidado pela torcida de HerNunes e Chicharito Hernane, é o artilheiro do campeonato, com impressionantes oito gols em sete partidas, sendo dois em clássicos. Isso fez com tivesse renovação de contrato antecipada, com direito a aumento salarial e multa rescisória estratosférica. Já Rafinha, que recebe um salário justo para jogadores de futebol, algo em torno de R$ 1.500, terá contrato renovado por cinco temporadas, com um voluptuoso aumento no rendimento (aí eu quero ver se ele vai continuar namorando aquela menina que passou o Carnaval com ele em Araruama...)
Seedorf pede calma para Jefferson
Falando de bola rolando, aconteceu no último domingo o jogo com maior público até o momento: Flamengo 1 x 0 Botafogo. O jogo foi aberto e com chances para os dois lados, mas quem brilhou novamente foi o artilheiro Hernane, que não desperdiçou o vacilo da zaga botafoguense e decretou números finais a partida logo aos 3 minutos do 1º tempo. No mais, a registrar apenas a discreta estreia do novo camisa 10 da Gávea, Carlos Eduardo, que ainda precisa comer muito angu para ser o grande meia armador que o Fla procura. E também a áspera discussão entre Seedorf e o goleiro Jefferson, em pleno gramado. Com o resultado, o Flamengo assegurou a primeira colocação geral, o que lhe dará o direito de jogar por empate tanto na semifinal quanto numa eventual final. Não adianta. Não vai ganhar nada.
Já o Botafogo, apesar de ainda estar em primeiro na sua chave, pode até mesmo não se classificar, caso ocorra uma improvável combinação de resultados - mas, em se tratando de Botafogo, tudo é possível. O Vasco, que teve um surpreendente início de campeonato e depois amargou alguns resultados ruins, recuperou-se neste neste final de semana com uma vitória po 2 x 0 frente ao Audax-RJ. Essa vitória, combinada com a derrota pra lá de suspeita do Madureira para o Bangu, em Conselheiro Galvão, por 3 x 2 (com direito a pênalti para os visitantes no final do segundo tempo), deu ao Vasco a condição de conseguir a vaga para as semifinais com suas próprias pernas na última rodada, contra o Duque de Caxias.
E o meu Fluminense, que parece não estar dando bola para o Carioca, venceu o Volta Redonda por 3 x 1. O roteiro foi o mesmo das últimas rodadas: um time reserva meio soberbo, que passa a impressão que pode vencer a partida na hora em que bem entender. O time sofreu pressão durante boa parte do jogo, e o gol de Marco Júnior, nos acréscimos do 2º tempo, decretou um resultado enganoso. A registrar a estreia tardia de Deco na temporada, apesar de não pode ser considerada um grande feito, tamanha a fragilidade adversário. O Flu, agora, só pensa no Grêmio, que enfrenta amanhã, pela Libertadores. E nossos adversários flamenguistas, botafoguenses e vascaínos, obviamente, só pensam em secá-lo. Já estamos acostumados.
Enrico Castro é tricolor (do Rio!), analista de sistemas, servidor público. Entende tanto de futebol que tem certeza que o Dimba (aquele mesmo do Goiás, Botafogo e etc) brilharia na Champions League, pois quem fez 31 gols em um Brasileirão e 740 na carreira seria ídolo endeusado em qualquer lugar!

sábado, julho 30, 2011

Bebia-se no Rio de Janeiro de 1900

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O título do post faz referência ao capítulo 17 de Antologia da Alimentação no Brasil, livro de Câmara Cascudo que trata dos hábitos, rituais, receitas, pratos e quetais que ajudaram a constituir a identidade brasileira. Como já comentou o Anselmo aqui, o trabalho do historiador e antropólogo, resgatava aspectos da cultura brasileira que nem sempre eram destacados por estudiosos das Ciências Humanas à época, e mesmo hoje. Aliás, Cascudo morreu há exatos 25 anos...

Voltando ao capítulo da obra, trata-se de uma excerto publicado originalmente em O Rio de Janeiro do meu tempo, de autoria do também historiador Luís Edmundo, um apaixonado pela terra de Estácio de Sá, nascido em 1878 e falecido em 1961. Ele descreve de forma saudosista o início do século XX na cidade, em especial da vida noturna daquele já longínquo 1900:

Só os ricos podiam criar, para viver, ambientes agradáveis em matéria de conforto, a grande massa da população vivia mal, sobretudo durante o estio, quando a casa de residência se transformava numa verdadeira estufa, sem os naturais recursos de defesa que em outras partes do mundo já então se empregavam para suavizar os rigores da estação.

Assim, segundo Edmundo, as mulheres e crianças ficavam em casa, enquanto os homens saíam para “espairecer” e diminuir os efeitos deletérios do calor carioca.

Somente, por essas noites de espairecimento e alívio, em qualquer desses lugares, diga-se de passagem, bebia-se muito, bebia-se demais, bebia-se como talvez não haja ideia de se haver bebido no Brasil. Bebia-se pelas compoteiras!

Segundo ele, à época dava-se preferência às bebidas trazidas pelos portugueses, os vinhos vindos do Porto e da Madeira, e a aguardente de cana. Embora o calor exigisse bebidas mais frescas e menos pesadas, “o que se procurava beber, quase sempre, era o corrosivo de 14 graus, ou mais, que malbaratava o fígado, causticava o estômago, pondo em perigo de miséria todo o sistema vascular, os rins e o coração”. Conforme Edmundo, “mais que a febre amarela, endêmica, matava o abuso do álcool. A displicência dos poderes públicos, em questões de saúde, corria, então, parelha com a ignorância do povo”.

Mas por que a população não tinha desenvolvido ainda o hábito de tomar uma cervejinha? Um dos motivos era o boicote e a campanha difamatória dirigida por negociantes de vinho, que também atuavam contra produtores nacionais de vinho no Paraná, Rio Grande do Sul e São Paulo. Essa explicação, na verdade, não consta do trecho do livro de Cascudo, mas do original de Edmundo.

Se não era cerveja a bebida mais consumida, o vinho, principalmente o português, era quem dominava o cenário etílico do Rio. Também se fazia campanha contra a bebida de outros países como França, Espanha, Alemanha, Itália e Áustria, tanto que se criou a expressão “de dar azia em caixa de bicarbonato” para esses vinhos, exaltando-se a qualidade supostamente superior do exemplar lusitano.

As estatísticas oficiais de 1900 dão uma mostra do quanto se bebia no país (e no Rio) naquela época. Com 22 milhões de habitantes, importávamos de Portugal 43,4 milhões litros de vinho só de Portugal. Isso é mais do que o Brasil importou, levando-se em conta vinhos e espumantes, em 2005.

Bebida gelada

Havia outra dificuldade para a popularização da cerveja como bebida nacional no Brasil do século XIX e início do XX. O gelo industrializado só chegou ao Rio em 1835 (e a primeira geladeira doméstica veio apenas em 1913), como lembra Câmara Cascudo no capítulo Esfriando Bebidas e havia um preconceito contra as bebidas geladas. Ainda vigorava entre as pessoas a noção difundida pelo médico judeu Isaac Cardoso, que em Madri publicou, em 1637, contra-indicando a ingestão de líquidos frios. Aliás, tal noção de que isso “faz mal” ainda é bastante popular nos dias que correm...

Para “esfriar” (não se falava em “gelar”) as bebidas, as técnicas eram várias, de acordo com o lugar. A garrafa de vinho era metida numa meia grossa ou pano úmido e borrifava-se de novo quando secava, ficando ao relento da noite e depois coberta com areia molhada ou serragem. Outra estratégia era deitar em grandes bacias de alumínio ou enterrá-la na beira de córregos e rios (com certeza em áreas montanhosas isso funciona). Já em locais onde ocorrem geadas e chuvas de granizo, a solução era armazenar e usar sal de cozinha para conservar por mais tempo a garrafa em baixas temperaturas.

Quando for tomar uma gelada, agradeça – e muito – pela geladeira existir...

sábado, junho 04, 2011

Mais cinema e futebol

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Até este domingo, 5, São Paulo recebe o 2° Cinefoot - Festival de Cinema de Futebol. A etapa paulistana não é competitiva, diferentemente do que aconteceu no Rio de Janeiro na última semana. As exibições serão no Museu do Futebol, no estádio do Pacaembu.

Os vencedores, que se tornam pedidas relevantes, foram Copa Vidigal, de Luciano Vidigal, na categoria melhor longa-metragem. Entre os curtas, o caneco foi para o espanhol Porque há coisas que nunca se esquecem.

O primeiro conta a história de um campeonato de futebol de favelas promovido no morro que dá nome à produção. O objetivo da disputa era colocar as comunidades para disputar em um campo que constrói, e não em batalhas entre facções do crime organizado.

Foto: Divulgação
 Copa Vidigal, disputa relevante entre comunidades

O segundo entrou para o livro dos recordes como o filme mais premiado da história, com pra lá de 300 agraciações. Quatro meninos jogam bola em uma arena inigualável: a rua onde moram. Aí, o atacante se empolga e dá uma de Palermo (ou de Baggio) e isola a redonda para a casa da velha má. O drama é se a gorduchina poderá ser resgatada e sobre as revanches maquinadas pela molecada.


Porque hay cosas que nunca se olvidan por laorilla

Além desses, há um que especialmente me interessa, "Primeiro Tempo", de Rogério Zagallo. O documentário conta como foi a despedida da torcida palmeirense do Estádio Palestra Itália, que, demolido, dará lugar à Arena homônima. O documentário é curto mas mostra torcedores e funcionários na hora do "até breve" para a casa alviverde.

Até uma persona non grata no Futepoca, o ex-governador José Serra, concordou que vale a pena: "Bela dica!!!!! Futebol e Cinema é tudo de bom!!! Abraços palestrinos!!!" (cá entre nós, não sei o que achar pior: o excesso de pontos de exclação ou a lembrança de que se trata de um palmeirense...)

Mas tem produções sobre São Paulo, Corinthians e por aí vai. A programação está aqui.

terça-feira, maio 17, 2011

Cachaça foi estopim da Revolta da Chibata

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Lendo "João Cândido, o Almirante Negro", de Alcy Cheuiche (Editora L&PM, 2010), reparei em um detalhe pouco conhecido da Revolta da Chibata, conflito desencadeado em novembro de 1910, quando marinheiros tomaram os dois maiores e mais potentes navios da Marinha brasileira, exigindo a extinção dos castigos com chicotadas na corporação - sob pena de arrasarem o Rio de Janeiro, então capital do país, a tiros de canhão. O segundo capítulo do livro conta que o marujo baiano Marcelino Rodrigues Menezes (foto) foi flagrado tentando embarcar com duas garrafas de cachaça no navio "Minas Gerais". Acuado, agrediu levemente, com uma navalha, o cabo Valdemar, que o havia surpreendido. Na hora, foi preso e amarrado a uma argola de ferro.

No dia 21 de novembro, centenas de marinheiros foram perfilados na embarcação para presenciar o castigo físico de Marcelino. O hábito era dar 25 chibatadas com um relho feito de linho, que era encharcado na água e, depois, cravado com inúmeras agulhas de aço. Assim, quando a chibata atingia a pele do marinheiro, grudava as agulhas e, ao sair, arrancava carne. Mas o carrasco não parou no 25º açoite. Nem no centésimo. João Cândido Felisberto (foto), marinheiro gaúcho que lideraria a revolta, deixou registrado: "Aqui neste convés, o nosso colega Marcelino recebeu 250 chibatadas, e nós fomos obrigados a assistir a esse espetáculo degradante. O baiano ainda se encontra recolhido ao seu beliche, com muitas dores e febres". No dia seguinte, os marinheiros rendereram os oficiais, mataram alguns, tomaram o navio - com o apoio de outro navio idêntico, o "São Paulo" - e exigiram do presidente da República, Hermes da Fonseca, o fim dos castigos físicos.

O mestre-sala dos mares
Os marinheiros foram atendidos e terminaram a revolta, sendo todos anistiados. Porém, depois de um outro motim de fuzileiros navais no quartel da Ilha das Cobras, no início de dezembro (que nada tinha a ver com os motivos da Revolta da Chibata), o governo federal aproveitou para decretar estado de sítio e prender centenas de oficiais, arbitrariamente. Entre eles, João Cândido, que não tinha nada a ver com essa rebelião, mas acabou expulso da Marinha. Em uma masmorra na Ilha Grande, 16 de seus 17 companheiros de cela morreram asfixiados com cal. Cândido sobreviveu, mas com alucinações que o levaram, em 1911, a um manicômio. Voltaria à prisão da Ilha das Cobras e seria solto definitivamente em 1912. Viveu em grande dificuldade (foto) até sua morte, aos 89 anos, em 1969.

Apesar disso, sua memória chegou a ser resgatada em vida, em 1959, com o lançamento do célebre livro "A Revolta da Chibata", de Edmar Morel - jornalista cearense que, por causa disso, seria duramente perseguido pela Marinha nacional, perdendo seus direitos políticos em 1964 e sendo exonerado do cargo público que havia conquistado em concurso. Na década de 1970, João Cândido seria imortalizado pelos compositores João Bosco e Aldir Blanc no samba "O mestre-sala dos mares", magistralmente gravado por Elis Regina. E os versos não esqueceram de glorificar a cachaça, que gerou o castigo de Marcelino Menezes, o último marinheiro brasileiro que sofreu com a chibata, motivo da revolta de 1910:

O MESTRE-SALA DOS MARES
(Aldir Blanc/ João Bosco)

Há muito tempo, nas águas da Guanabara
O dragão do mar reapareceu
Na figura de um bravo feiticeiro
A quem a História não esqueceu
Conhecido como o Navegante Negro
Tinha a dignidade de um mestre-sala
E, ao acenar pelo mar, na alegria das regatas
Foi saudado no porto pelas mocinhas francesas
Jovens polacas e por batalhões de mulatas

Rubras cascatas
Jorravam das costas dos santos entre cantos e chibatas
Inundando o coração do pessoal do porão
Que, a exemplo do feiticeiro, gritava então:

Glória aos piratas, às mulatas, às sereias
Glória à farofa, à cachaça, às baleias
Glória a todas as lutas inglórias
Que através da nossa História não esquecemos jamais

Salve o Navegante Negro que tem por monumento
As pedras pisadas do cais - mas salve
Salve o Navegante Negro que tem por monumento
as pedras pisadas do cais - mas faz muito tempo...

quarta-feira, março 30, 2011

Mais uma estultice para o descrédito da política

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A gente bem que tenta argumentar que a prática da política vem avançando no Brasil, no último quarto de século, que não temos mais ditadura, que a alternância democrática de poder é uma realidade, que a sociedade civil organizada e os movimentos populares hoje têm mais voz, representatividade e poder de pressão, que há políticas públicas para minorias e grupos mais carentes, que a participação das mulheres é maior, que as questões ambientais têm mais relevância, que antigos coronéis estãos sendo aposentados nas urnas, que até os casos de corrupção hoje são mais difíceis de ocorrer e, quando ocorrem, são expostos publicamente e investigados, que a reforma política é assunto em pauta e próximo de ser debatido e consolidado, enfim, não há como negar que há avanços em todas as partes.

Mas sempre há alguma notícia desanimadora para inflar o descrédito da política entre a população. Leio hoje que Elton Babu, do PT (foto), vereador no Rio de Janeiro, protocolou uma moção de repúdio ao técnico Muricy Ramalho (!!!), pelas críticas que ele fez à estrutura do Fluminense - time de coração do parlamentar. Pior: a iniciativa deverá ser votada, pois teve o apoio de outros vereadores, que torcem para Botafogo, Flamengo e Vasco. Pior ainda: Babu foi o mesmo que apresentou, no final do ano passado, o pedido de entrega da medalha Pedro Ernesto, a maior honraria daquela Casa legislativa, para Muricy, pela conquista do Campeonato Brasileiro.

"O camarada pode trabalhar onde quiser, mas dizer que o gramado é ruim e que há ratos no vestiário é demais", afirmou o (infeliz) vereador. "Dei a medalha e a retirei. Ia ganhar a honraria, mas agora vai ter uma moção de repúdio", completou. Para sacramentar o vexame, a votação para tornar Muricy persona non grata na cidade do Rio de Janeiro deve ocorrer até o final da semana. Daí eu pergunto: isso muda alguma coisa na vida da população carioca ou do Muricy Ramalho? Lógico que não! O vereador Elton Babu é quem deveria ser considerado persona non grata primeiro dentro de seu partido, e depois nas urnas. Fosse vivo, o saudoso Sérgio Porto, mais conhecido como Stanislaw Ponte Preta, teria mais um episódio para acrescentar ao seu Festival de Besteiras que Assola o País (Febeapá). Vergonha alheia!

quarta-feira, fevereiro 09, 2011

Tudo errado

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Na madrugada de hoje, o atacante manguaça Adriano teve a carteira de habilitação apreendida durante blitz da Lei Seca, na Avenida das Américas, Zona Oeste do Rio de Janeiro. O motivo já diz tudo: o "imperador" recusou-se a fazer o teste do bafômetro. Agora, será julgado pelo Detran e poderá ser proibido de dirigir por um ano. Que Adriano bebe, é irresponsável, inconsequente, pouco profissional e que sempre se mete em encrencas ridículas, o mundo inteiro já está mais careca do que ele de saber. O que impressiona, no caso de hoje, é a sequência de coisas erradas. Jogador do Roma, Adriano está no Rio para se recuperar de uma cirurgia no ombro; logo, por causa da lesão, não deveria estar dirigindo. E, se estava dirigindo, não devia estar bebendo. Ou então que não vestisse a carapuça, ao recusar o bafômetro. Enfim, mais do mesmo. Literalmente.

sexta-feira, dezembro 24, 2010

Bonde errado

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Sondado recentemente por Corinthians e Palmeiras e vivendo momento ruim (pra variar) no Roma, o eterno manguaça Adriano viveu seu último grande momento no futebol em 2009, quando sagrou-se campeão brasileiro pelo clube que o revelou, o Flamengo. Mas nem isso garantiu para ele uma vaga na seleção de Dunga, que disputou este ano a Copa da África do Sul. O que, no final das contas, poupou o manguaça de mais uma derrota em mundiais. Na subida para o Largo do Guimarães, em Santa Teresa, Rio de Janeiro, registrei uma curiosa pintura sobre o "bonde errado" que Adriano deixou de pegar para terras africanas:


O importante é levar vantagem, certo?

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Caminhando pela Praia Linda (foto), em São Pedro da Aldeia (RJ), resolvo parar num quiosque para traçar meia porção de camarão ao alho e óleo acompanhada de uma geladíssima Devassa (de garrafa grande). E estou lá, contemplando a vastidão da Lagoa de Araruama, quando chega o manguaça, trançando as pernas e cantando: "Numa moto foi embora pra cidade, que infelicidade, ela foi sentada atrás..." ("Motoqueiro", a sequência de "Fuscão preto", do Almir Rogério). Deve ter seus 70 anos, é bem negro, com alguns fios de cabelo branco, está sem camisa e com uma bermuda feita de uma velha calça social azul marinho. Os vira-latas da praia começam a latir alto para a cantoria do bebum, que pede uma pinga e continua com seu cíclico "Numa moto foi embora pra cidade..." (será que ele caiu na cachaça por ter sido abandonado no altar?). Vai daí que uma mulher, de canga e biquini, chega ao balcão para acertar a conta de sua mesa. O dono da tapera vai listando o preço de cada item quando o bêbado interrompe:

- Peraí! Quanto custa a garrafa de cerveja?

- É R$ 2,80 - responde o quiosqueiro.

- Pô, uma garrafa inteira custa só R$ 2,80? E por que um copinho de cachaça custa R$ 1,00? - indigna-se o manguaça.

- É porque cachaça mata mais rápido.

- Ah, sim! Agora eu vi vantagem! Bota mais um copo!

terça-feira, dezembro 21, 2010

Quem bebe, bebe comigo

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O início do verão marca um fenômeno curioso na mídia. Uma série de reportagens de temática sazonal aparecem. É que falta assunto. Esse é um dos motivos por que o verão, iniciado às 21h desta terça-feira, 21, segundo a mídia causa problemas de pele, risco de epidemia de dengue etc.

Aí, um presidente em fim de mandato como Luiz Inácio Lula da Silva facilita a vida do jornalista sem assunto. Ele fala sobre o Wikileaks, sobre o Orçamento Geral da União, sobre o Rio de Janeiro, sobre o "bicho-papão"...

Foto: Ricardo Stuckert/Pr
Lula e Cabral passeiam de teleférico sobre o Complexo do Alemão

E fala também sobre a cachaça e o bar. Deu no Terra:

Ele prometeu, depois de "desencarnar" do cargo, visitar a Rocinha novamente, onde inaugurou, por vídeoconferência, unidades habitacionais. Aparentemente, o setor de segurança do Palácio do Planalto viu problemas para garantir o deslocamento do mandatário até o local, embora Lula tenha passado o dia na capital fluminense.

Além de pedir desculpas por não ter ido à Rocinha, o presidente foi além. Prometeu voltar sem aparato de segurança. O destino? O bar.

"Quando for (até a Rocinha sem seguranças), vocês vão me dar um copinho de cerveja aí, porque quem não bebe fica olhando, e quem bebe, bebe comigo", brincou o presidente.

A Rocinha ainda não recebeu sua Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) e ainda está, segundo a própria Secretaria de Segurança do estado, sob controle do crime organizado.

Medicina alternativa

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Passando pelo Leblon, aqui no Rio de Janeiro, um senhor parado em frente a uma banca de revistas, com uniforme azul de porteiro ou cobrador de ônibus, comenta em altos brados, indignado:

- Remédio de biriteiro não presta! Tu vai confiar em "ex-cachaceiro", "ex-biriteiro"? Isso não existe, mermão!

Não sei qual remédio prescreveram pra ele. Mas deve ter sido receitado no buteco. E não funcionou...

quarta-feira, dezembro 15, 2010

Questão de caráter

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Em mais um volume da série "Histórias das minhas canções", da Editora Leya, o poeta, compositor e escritor Paulo César Pinheiro conta uma passagem interessante sobre o fantástico Alfredo da Rocha Viana, o Pixinguinha (foto):

"Morando em São Cristóvão ainda, próximo do centro da cidade [do Rio de Janeiro], fui algumas vezes ao Bar Gouveia, na rua Sete de Setembro, em seu ponto de fé, atrás de um bom papo com o chorão. (...) Alguns sentavam-se à sua mesa, também, para ouvi-lo. Jamais foi deseducado ou deselegante com sua enorme legião de fãs. Pra um, uma vez, que, não por maldade, mas por cuidados com sua saúde, lhe dissera que a bebida fazia mal, Pixinga retrucou com uma frase que ecoa ainda hoje em minha mente:
- Meu filho, bebida só faz mal pra quem não tem caráter."

quinta-feira, novembro 25, 2010

"Parece um filme, só que ao vivo"

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Foi na edição do Jornal Hoje que a âncora Sandra Annenberg resumiu o que se viu durante o dia nas redes de TV noticiosas.

– Parece um filme, só que ao vivo, né? 10 milhões de brasileiros assistiram Tropa de Elite 2, a gente vive falando dessas invasões de favelas, e estamos acompanhando ao vivo.

Tá logo no comecinho. Vale assistir (apesar do comercial).



O noticiário virou um reality show, com notas de Tropa de Elite. Rodrigo Pimentel, ex-capitão do Batalhão de Operações Especiais (Bope), roteirista do filme, foi fonte obrigatória tanto para a Globo (promovido a assessor de segurança da emissora), como para outros veículos. Ele foi assertivo em todas as suas falas, apesar de dizer que a operação "superou a ficção", porque José Padilha não poderia ter imaginado algo assim.

A história deve ter garantindo ibope gordo à atração da emissora, porque a edição se estendeu e foi monopolizada pelo tema.

As cenas foram mesmo impressionantes. O deslocamento de pessoas, a maioria de homens, entre a Vila Cruzeiro e o Complexo do Alemão, mostrava uma ação de formiguinha dos supostos traficantes, que estariam levando armas e sabe-se lá mais o quê.

Em toda a cobertura televisiva de todos os canais, mais do que nunca, a terminologia "bandidos" predominou. "Criminosos" e "suspeitos" por pouco não desapareceram. Estes últimos só eram mencionados ao referir-se aos mortos. Todos foram julgados, condenados e taxados da forma mais pejorativa que poderia ser publicável.

Reality show e o retrato jornalístico

O mais curioso foi a sequência da ter se dado no mesmo dia em que JB Oliveira, o Boninho, diretor do Big Brother Brasil, o reality show de ofício mais visto da TV brasileira, ter se pronunciado sobre o programa. Primeiro, disse, pelo Twitter, que valeria tudo "até porrada" e bebida alcóolica ("chega de bebida de criança") etc.

Depois, mais a noite, ponderou: "BBB11 não será um ringue".

Ufa.

Mas não consigo parar de pensar que ele passou o dia assistindo à GloboNews e percebeu que se o Capitão Nascimento virasse reality show, o BBB ficaria sem graça.