Destaques

quarta-feira, agosto 15, 2007

A verdadeira lição ensinada pelo vôlei

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Ano passado, quando a seleção do futebol fracassou e a de vôlei triunfou nos respectivos Mundiais, chavões e mais chavões se repetiram.

Os mais irritantes apontavam o sucesso do time de Bernardinho como fruto de um espírito de "família", sem "estrelismos", com "jogadores com amor à camisa", enquanto no futebol o que se via era um monte de "mercenário", "que só pensavam em dinheiro", "todos moram no exterior e não sabem mais nada do Brasil", "só pensam nos recordes individuais" e por aí vai.

Sempre achei esse tipo de discurso idiota. Principalmente nessa questão de "identificação com o país" e "amor à camisa". Pra quem não sabe, quase todo o grupo campeão mundial de vôlei também não joga em terras brasileiras. A situação desse esporte é a mesma do futebol: no exterior, os times têm mais dinheiro e levam os talentos dos países "subdesenvolvidos". Não seria essa a lógica, portanto.

E agora o escândalo Ricardinho, ecoando desde as vésperas do Pan, derrubou mais um chavão. O corte do levantador revelou que no grupo multicampeão de Bernardinho também existem egos, brigas, conflitos, desunião, um querendo ser melhor que o outro... ou seja, o que acontece em qualquer relação humana!

O interessante dessa história é que ela revela que o segredo de Bernardinho e seu elenco vitorioso é mais simples do que parece. Isso se traduz de maneira bem simples: o técnico é obcecado pelo esporte e pensa em vôlei 24 horas por dia (durante as competições, quando não está vendendo suas palestras motivacionais por aí). O fanatismo de Bernardinho por treinos, suas grandes variações táticas, seu empenho em extrair sempre o melhor do time são os elementos que explicam a questão. Deixem essa papagaiada de "união", "família" e "identificação" de lado.

4 comentários:

Anselmo disse...

Olavo, taí uma obstinação que vale a pena. Acabar com a falácia da supervalorização das conquistas do vôlei e das derrotas do futebol.

Fabricio disse...

Bom, em 2002 "quase todo mundo jogava fora, só pensava em dinheiro, não tinha amora a camisa". E fomos campeões.

Outro exemplo é o Palmeiras 93 com alguns rachas e brigas, mas que na hora do jogo deixavam isso de lado.

Só que uma coisa temos de concordar: o Brasil é hoje 20x melhor que outros países no Vôlei do que é no Futebol.

Anônimo disse...

O Palmeiras de 93/94 e o Corinthians de 98/99 eram grupos absurdamente rachados.

Anselmo disse...

tudo verdade. e teve o corinthians da MSI com tevez, roger, carlos alberto e cia, mais dividido do que o palmeiras 93/94 multiplicado pelo mesmo corinthians 98/99 dividido por 100.