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A Justiça de São Paulo tomou ontem uma decisão que não parecia ser factível. Apontou o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra como responsável por atos de tortura praticados contra César Augusto Teles, Maria Amélia de Almeida Teles e Criméia Alice Schmidt de Almeida. Eles foram presos em 1972 e torturados nos porões da ditadura.
Como a Lei da Anistia está aí, toda pimpona, para impedir que os responsáveis pela tortura no período da ditadura militar sejam punidos (há controvérsias aqui e aqui), a ação é meramente declaratória. Serve para que ele seja formalmente apontado como responsável pelas torturas que aconteceram sue seu comando.
Não é nada, não é nada, é coisa pra caramba num lugar em que muita gente, quando ouve falar em punição para torturadores, já manda um "mas tem que punir os torturadores de esquerda", como se a luta armada contra o regime tivesse torturado alguém.
Cabe recurso à decisão. Esperemos que todas as decisões sejam como esta e que possamos discutir um tema tão importante como adultos. Está na hora de perceber que sem punição, a tortura praticada pelo Estado continua, como vemos nas ações policiais por aí.
3 comentários:
Por educação e respeito aos nossos leitores, não escreverei aqui o palavrão que gostaria de dirigir ao referido coronel.
O resultado é moral, mas era justamente isso que a família Teles queria, o reconhecimento de que Ustra torturou. Essa e outras ações vão acabar parando no STF e aí teremos um debate de verdade sobre a Lei da Anistia.
Para quem foi torturado, independente da década (60, 70 ou 80), é com grande alegria que leio tal notícia.
A punição deve existir sempre, para quem conspirou a favor de um "regime" ultrapassado, desde o momento em que nasceu.
"Construir para poder conquistar! Acreditar sempre!"
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