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quinta-feira, maio 02, 2013

Pinceladas cariocas - Se o Bota amarelar, vai pra vala do Vasco!

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por Enrico Castro

Botafogo vai amarelar agora?
Após 58 partidas, divididas em sete longas rodadas e mais dois jogos de semifinais envolvendo dois times pequenos (porque Flamengo e Vasco não foram competentes o suficiente para se classificar para as finais num campeonato ridículo deste), Botafogo e Fluminense decidirão o título da Taça Rio. O Botafogo tem a vantagem do empate e, caso a faça valer, além de conquistar o 2º turno, será também o campeão Carioca de 2013 - pois conquistou o 1º turno, a Taça Guanabara. Se perder, terá outra chance, desta vez jogando por dois resultados iguais, novamente contra o Fluminense. Somente uma amarelada gigantesca pode tirar esse título do Botafogo. O Fluminense jogará pela Libertadores no Equador nesta quinta-feira e, além disso, estará desfalcado de muitos jogadores, entre eles o artilheiro Fred (cuja maior vítima de seus gols é justamente o Botafogo). A verdade é que o Glorioso está com a faca e o queijo nas mãos, mas é melhor que resolva a parada logo neste domingo, pois, se deixar para decidir em mais dois jogos, periga enfrentar um Fluminense embalado, e correrá o risco de levar outa sova, assim como no Cariocão de 2012, onde perdeu as duas partidas, uma por 4 x 1 e outra por 1 x 0.
Chico até quis alugar seu 'estádio'
A final da Taça Rio, devido a mais uma das intermináveis façanhas do governo estadual, aliada às lambanças da Federação Carioca (FERJ), será disputada em Volta Redonda. Dizem que os 20.255 lugares do Estádio Raulino de Oliveira serão mais do que suficientes para acomodar, com folga, ambas as torcidas. Porque, que de tão pequenas que são, caberiam até no campo do Chico Buarque. Ele até andou estudando a possibilidade de alugar seu "estádio", mas aí o mando de campo seria do Fluminense... 
Sobreviente: ninguém mandou cobrar salário
O Vasco segue tentando se reerguer do seu calvário e, para isso, decidiu aposentar a velha barca e criar uma nova modalidade de dispensa de jogadores improdutivos: a vala! O cruzmaltino está estudando maneiras diferentes de mandar pra vala jogadores que não rendem em campo, e o escolhido para o projeto piloto foi o meia-atacante Bernardo. O jogador foi atraído para uma favela por uma louraça belzebu, onde, amarrado e torturado, foi obrigado a prometer nunca mais vestir a camisa do Gigante da Colina. Dizem que é mais barato mandar para vala do que pagar multa rescisória. 
Torcida do Flamengo já ensaia música para receber seu Moreno
O Flamengo, que suou para virar o jogo e vencer o "Todo Poderoso" Campinense fora de casa, pela Copa do Brasil, segue correndo atrás de um centroavante, mesmo tendo em seu elenco Hernane, o artilheiro do Campeonato Carioca, com 15 gols. E o nome da vez promete agradar muito a famosa torcida Fla Gay: Marcelo Moreno - "alto, bonito e sensual/ talvez seja a solução pro seu problema...". Porém, mais do que a situação do ataque do Flamengo, a contratação do jogador boliviano parece que vai solucionar, mesmo, o problema do Grêmio (Moreno, Grêmio, Pelotas... que coincidência!!!), que enfim vai conseguir se livrar de seu improdutivo camisa bofe, digo, camisa nove.
Enrico Castro é tricolor (do Rio!), analista de sistemas, servidor público. Entende tanto de futebol que tem certeza que o Dimba (aquele mesmo do Goiás, Botafogo e etc) é um craque e brilharia na Champions League. Não é preciso dizer mais nada.

terça-feira, abril 16, 2013

Pinceladas cariocas - Remo, carro, Mané & Dedé

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 por Enrico Castro

Depois de vencer o Flu, o Flamengo vai encarar o Remo
Num jogo onde só o Botafogo, como espectador, poderia lucrar alguma coisa, o Flamengo mostrou superioridade, sobretudo no 1º tempo, e venceu o mistão do Fluminense por 3 x 1 em Volta Redonda no último domingo. O resultado não alterou em quase nada o futuro da dupla Fla-Flu. Para o Flamengo, já eliminado do Campeonato Carioca,  havia o discurso de que uma vitória aumentaria a motivação para a partida de volta pela Copa do Brasil, contra o "temível" Remo. Não entendi. O Flamengo tem a vantagem do empate, vai jogar no Rio de Janeiro, a partida vale pela 1ª fase... Precisa de motivação extra?!? E o Fluminense, já classificado para as semifinais da Taça Rio, e também podendo empatar no jogo da próxima quinta-feira contra o Caracas, também no Rio de Janeiro, para se classificar para a 2ª fase da Libertadores, vai se abater por causa desta derrota?!? Duvido.

Sem camisa, Rafinha viu o sonho do carro próprio virar fumaça
Para o Flamengo, o jogo só valeu para deixar o Rafinha andando de ônibus por mais algum tempo. A nova patrocinadora da equipe, a montadora Peugeot, prometera um carro ao jovem caso o mesmo utilizasse a camisa com o nº 208 nas costas durante a partida. Mas o Flamengo, coitado, preocupado com seu novo projeto, que consiste na organização de uma vaquinha entre os torcedores com intuito de salvar o clube da lama, não teve tempo de mandar confeccionar a camisa personalizada. Sendo assim, a empresa decidiu dar o prêmio ao melhor jogador da partida. O eleito foi Gabriel, que agora pretende rifar o automóvel para ajudar o clube a reduzir a mísera dívida de R$ 750 milhões. Pelo Fluminense, o jogo também só valeu para Abel Braga, que, revoltado por ter sido absolvido pelo TJD/RJ após a última expulsão, arranjou um jeito de ser expulso novamente - a fim de evitar as desgastantes viagens de ônibus para Volta Redonda para ver seu time jogar peladas sem sentido.

'Mané' Seedorf tirou 'João' do New Iguaçu para bailar na goleada
Já o Botafogo deu um passo importantíssimo em direção ao título com essa derrota do Fluminense. Agora, o time das Laranjeiras não tem mais chances de ser o 1º colocado geral (somando os dois turnos), e nem da Taça Rio, deixando para o time da estrela solitária a vantagem de jogar pelo empate tanto nas semi quanto nas finais para ser campeão do 2º turno. Se isso acontecer, o Botafogo, que bateu o poderoso Nova Iguaçu por 4 x 1 no domingo, com belas atuações de “Mané” Clarence e Lodeiro, será o campeão carioca de 2013. Mas, se não acontecer, o Botafogo terá ainda a chance de jogar por mais dois empates na final geral do Campeonato Carioca, já que qualquer um dos times que eventualmente conquistar a Taça Rio não somará tantos pontos quanto o alvinegro, deixando-o assim como a mão na taça - pois, além da vantagem, a equipe vem praticando o melhor futebol entre os times do Rio. No entanto, em inúmeras oportunidades já vimos vantagens de empate serem jogadas para o alto.  Não me surpreenderei se o Botafogo conseguir repetir este feito.
Quissamã não vence nem time de garçons; o Vasco também não
O Vasco inicia a semana enfrentando protestos da torcida por conta da negociação de Dedé com o Cruzeiro. O zagueiro não vinha jogando nada, mas também não vinha recebendo. Na última semana, a negociação com o Cruzeiro avançou e ele vislumbrou a possibilidade de receber R$ 400.000,00 por mês. E melhor: em dia! Resultado: "coincidentemente", voltou a jogar bem e até marcou um gol na vitória por 3 x 1 sobre o Quissamã, cujos atacantes não intimidam nem os zagueiros dos times dos porteiros e garçons do Aterro do Flamengo. Não há mais o que fazer. Pelo o que consta, a negociação já foi sacramentada e só não foi oficializada ainda porque o Vasco está buscando um meio de não ter a grana penhorada na Justiça. Ou seja: o final das contas, vai ficar sem Dedé e sem dinheiro. Só resta aos torcedores lotarem São Januário no domingo que vem para presenciar a última partida do "Mito" (???). Assistir ao jogo de despedida do maior ídolo vascaíno dos últimos anos, com o time já eliminado por antecipação do fraquíssimo Campeonato Carioca, e contra o Madureira. Não tem preço. Seria cômico, se não fosse...  Pensando bem, é cômico.

Enrico Castro é tricolor (do Rio!), analista de sistemas, servidor público. Entende tanto de futebol que tem certeza que o Dimba (aquele mesmo do Goiás, Botafogo e etc) é um craque e brilharia na Champions League. Não é preciso dizer mais nada.

terça-feira, abril 09, 2013

Pinceladas cariocas - Ninguém mais se lembrará das Torres Gêmeas!

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por Enrico Castro

Convoca, Felipão! Quem não tem Fred caça com Rhayner?
Pode passar muitos anos, mas aqueles momentos históricos importantes ficam gravados para sempre em nossas memórias. Todos se lembram exatamente onde estavam e o que estavam fazendo quando, por exemplo, Getúlio Vargas se suicidou, Ayrton Senna morreu, as Torres Gêmeas foram abatidas, a seleção brasileira venceu cada uma de suas cinco Copas do Mundo etc. O último sábado, 6 de abril de 2013, certamente foi mais uma destas datas que se fixarão em nossas mentes, sobretudo para quem acompanha o velho e violento esporte bretão. O fato apoteótico aconteceu em Volta Redonda, na partida entre Fluminense e Resende, aos 13 minutos do segundo tempo. Após 2 anos e 2 meses, cinco clubes diferentes e 84 jogos, o atacante Rhayner marcou um gol! (pausa para estupefação geral da Nação) E um jejum deste porte não poderia ser findado com um gol comum. Como num roteiro previamente ensaiado, Rhayner invadiu a área, deixou dois adversários pra trás e cruzou; o goleiro do Resende, num afã de ser lembrado na posteridade, decidiu ajudar o malogrado atacante do Flu e empurrou a bola para dentro de sua própria meta. Se encerrava naquele momento o maior jejum de gols de um atacante que se tem notícia no futebol profissional brasileiro. O jogo em si, a vitória do Flu por 2 x 0, e a lesão que vai deixar Fred inativo por pelo menos três semanas foram ofuscados e, portant,o não são dignos de comentários. Começo aqui a campanha “Chama o Rhayner, Felipão!”

"Vozes do Além" complicaram o Fla
Também no sábado, o Flamengo se livrou de mais uma derrota, desta vez para o Duque de Caixas, com um gol de Cléber Santana nos acréscimos: 1 x 1. O time mais uma vez não se encontrou em campo e viu suas ínfimas chances matemáticas de classificação para as finais do 2º turno virarem pó. A partida foi sonolenta até mesmo para quem estava secando o Fla, algo que atualmente significa o mesmo que empurrar bêbado ladeira abaixo. Maldade desnecessária. Tudo transcorria dentro da normalidade até que mais um de nome pomposo resolveu fazer fama na Taça Rio - vide atuação patética do árbitro e lord Philip Benett no jogo entre Botafogo e Madureira, quando desmarcou um pênalti em favor do Botafogo assinalado por ele mesmo. Todos agora têm certeza que a FERJ se antecipou à FIFA e decidiu lançar mão, na clandestinidade, do recurso eletrônico para dirimir dúvidas em lances polêmicos: no jogo entre Flamengo e Duque de Caxias, após Pathrice Maia e o bandeirinha validarem o gol de Hernane, que estava impedido, o árbitro escutou "vozes do Além" (ou seriam as "forças ocultas" do Jânio?) e anulou o tento, afundando ainda mais o Fla. Seja na política, nas relações pessoais ou no futebol, o Rio de Janeiro continua o mesmo: segue na vanguarda da malandragem...
Vitinho está 'comendo a bola'
Já o Botafogo segue implacável e, ainda sem contar com Seedorf, engrenou a sexta vitória consecutiva: 3 x 0 sobre o pato Olaria, digo, fraco Olaria. Mais uma vez Vitinho, que  entrou aos 28 do 2º tempo, fez a diferença. Marcou dois golaços e colocou mais uma interrogação na cabeça do técnico Osvaldo de Oliveira, que segue mantendo o garoto no banco de reservas em prol da escalação dos pernas-de-pau Rafael Marques e Bruno Mendes. Como o Bota é chegado numa superstição, dizem que o jovem é o talismã do momento, e que vai repetir os “feitos” recentes de Iranildo, Almir e Caio. Aquele torcedor alvinegro que acompanha mesmo o time espera, do fundo do âmago, que isso não aconteça, pois nenhum dos três se tornou o craque que as diretorias de suas épocas esperavam. Apesar de ainda ser cedo para afirmar, Vitinho parece jogar mais que todos eles juntos. Já  está na hora de Oswaldo ganhar coragem e escalá-lo desde o início das partidas.

Rivais já miram naufrágio da nau vascaína no Brasileirão
E o Vasco, enfim venceu uma: 2 x 1 frente ao Friburguense. Com isso, encontra-se agora na confortável posição de vice-lanterna de seu grupo (uma vez vice, sempre vice). Como o time apenas cumprirá tabela no restante do torneio, a diretoria vascaína, que é mais desorganizada que pelada dominical de pinguços, tenta de qualquer maneira negociar Dedé, o único do elenco que ainda possui mercado em times de ponta. A expectativa é conseguir fazer caixa para pagar os atrasados e ainda receber jogadores para fortalecer o elenco que, com certeza, brigará para não cair no Brasileirão. Mas, se a negociação com o Corinthians melar, é bom a diretoria pensar logo em um novo treinador, pois Autuori já avisou que, com salários atrasados, vai pular fora da nau vascaína em junho. Se isso acontecer, só um milagre evitará que o barco português afunde no final do ano.
Enrico Castro é tricolor (do Rio!), analista de sistemas, servidor público. Entende tanto de futebol que tem certeza que o Dimba (aquele mesmo do Goiás, Botafogo e etc) é um craque e brilharia na Champions League. Não é preciso dizer mais nada.

terça-feira, abril 02, 2013

Pinceladas cariocas - Quando o barco do Engenhão afunda, os ratos pulam (para São Januário)

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por Enrico Castro

Rafinha craque? 1º de abril!
Mais uma rodada se passou e nada mudou para a dupla Flamengo e Vasco. Ambos continuam seu calvário no Campeonato Carioca. O primeiro conseguiu a proeza de ser o primeiro grande (???) a perder para o Audax, homônimo de time chileno que tem filial interestadual. O técnico Jorginho já jogou a toalha e, do jeito que anda a coisa na Gávea, o melhor a fazer é aproveitar as partidas restantes para  preparar a equipe para a Série B do ano que vem. Com um elenco recheado de ex-jogadores e promessas que nunca se tornarão realidade, se cair, este time periga não voltar tão cedo para a primeirona. E por falar em promessa, ontem, dia 1º de abril, foi aniversário da maior de todas as promessas rubro-negras, Rafinha. Nada mais adequado, porque, em matéria de enganação, esse já virou realidade faz tempo. Aliás, se é pra citar outra coisa muito adequada, um jornal de Manaus ("A Crítica"), num arroubo de honestidade, estampou na tabela da Taça Rio a denominação "Flamerda": 
O jornal amazonense ainda garantiu Resende e Fluminense na Libertadores...
Rato se diverte com treino do Vasco
Lanterna do grupo A com apenas 1 ponto em três partidas, sem marcar gols há quatro jogos e brigando cabeça a cabeça com o Flamengo para ver qual será o time mais zoado pelos rivais, o Vasco, que não tem dinheiro para pagar o salário de ninguém, resolveu virar a chacota da vez e abriu as portas de São Januário para uma invasão de ratos. Em entrevista ao diário Lance!, o vice-sem duplo sentido-presidente de patrimônio e especialista em comportamento de roedores, Manuel Barbosa, garantiu que o problema já está sendo tratado e soltou a seguinte pérola: “Como vocês mesmos puderam ver, ainda é possível encontrar alguns deles vivos, mas estes já estão tontos por conta do efeito do veneno”. Tontos estão todos no Vasco, do presidente ao faxineiro, seja por falta de dinheiro ou de tanta chacoalhada que o time vem levando no campeonato. 
Rhayner: o recordista das Laranjeiras
O Fluminense, do "matador" Rhayner, apesar de ainda não ser nem sombra do time de 2012, começa a apresentar sinais de melhorias. Conseguiu engrenar duas vitórias seguidas e segue na vice-liderança do Grupo B. O time de Abel, que mostrou ainda lhe restar um pouco de moral ao barrar o aposentado Deco e autorizar a cobrança de um pênalti por Rhayner mesmo sabendo que este iria perder (agora já são 83 jogos sem marcar um gol!), se prepara para o duelo decisivo contra o Grêmio pela Libertadores, na semana que vem. Se Flamengo e Vasco estão fora da disputa pela Taça Rio e o Fluminense em evolução, o Botafogo que abra o olho, pois o time das Laranjeiras tem plenas condições de beliscar o bicampeonato. 
Engenhão foi obra de engenheirinho
Com o fechamento do Engenhão após estourarem as notícias de que o estádio pode ser levado por um vento de 63 kph (não vou chover no molhado de comentar as obras públicas brasileiras), o jogo entre Botafogo e Vasco seria disputado em São Januário, mas o Botafogo não aceitou as imposições escabrosas do time da colina - ou então ficou com medo dos ratos - e decidiu mandar a partida em Volta Redonda, que sediará os clássicos e as finais do campeonato. Comenta-se que o acanhado estádio, com capacidade para 21 mil espectadores, não está a altura do torneio. Mas em quantos jogos deste campeonato o número de torcedores superou esta marca?!?? O Glorioso, que nunca deu uma volta olímpica de verdade no seu finado estádio, decidiu colocar os jogadores para ajudarem na reforma e tentar recuperá-lo antes do fim do estadual, pois os dirigentes sabem que a chance de ser campeão de alguma coisa neste ano é só no Cariocão, mesmo!
Enrico Castro é tricolor (do Rio!), analista de sistemas, servidor público. Entende tanto de futebol que tem certeza que o Dimba (aquele mesmo do Goiás, Botafogo e etc) é um craque e brilharia na Champions League. Não é preciso dizer mais nada.

terça-feira, março 26, 2013

Pinceladas cariocas - Gaúcho era boi... de piranha!

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 por Enrico Castro

Para Ricardo Gomes, Renê Simões é pior que AVC
A segunda rodada da Taça Rio teve início com um jogo isolado na quarta-feira da semana passada, por imposição da TV Globo. Na insossa partida entre Vasco e Nova Iguaçu, que terminou com o placar de 2 x 0 em favor do time da Baixada, salvaram-se apenas os dois belos gols de Léo Salino. O melhor, mesmo, ficou para o final. Em mais um episódio de despreparo e desrespeito, o ex-técnico e agora dirigente René Simões demitiu o técnico Gaúcho ainda no vestiário. Uma demonstração explícita de que a diretoria come na mão das torcidas organizadas, que pediram a cabeça do treinador. Na realidade, Gaúcho era apenas o boi de piranha, pois quem dava as cartas no time era o diretor de futebol, Ricardo Gomes, que, no dia seguinte, em um ato de hombridade, entregou o cargo. Entretanto, a diretoria agiu rápido e contratou Paulo Autuori, considerado “top de linha”. O treinador, que recebia um dos maiores salários do mundo no Catar, decidiu encarar o desafio “por amor”, por ser vascaíno e acreditar no projeto. Vai receber a módica quantia de R$ 300 mil mensais (tadinho...). A única exigência que fez foi justamente a manutenção de Ricardo Gomes no cargo. Ao Renê, restou a pergunta do comercial de leite Parmalat: "Tomou?"

No plantel do Flamengo, só Jesus salva!
A estreia de Jorginho no Flamengo não foi o que a torcida esperava. O novo treinador, que prometera abolir os cabeças-de-área brucutus e escalar na posição jogadores técnicos, decepcionou. O time saiu jogando com o brucutu-mor Amaral na posição. Resultado: uma incontável quantidade de passes errados e um 0 x 0 com o fraquíssimo Boa Vista. É melhor Jorginho dar logo início aos cultos que costuma promover nos times por onde passa, porque com o plantel que tem em mãos, só Jesus salva!
 
Abel Braga quando resolvia sozinho a pontaria do Fluminense
E 0 x 0 foi também o placar de Fluminense x Duque de Caxias. O atual campeão Carioca continua jogando abaixo da crítica e nem conseguiu vencer um time que está brigando ferrenhamente para não ser rebaixado. O desfalque dos três jogadores que estavam com a seleção brasileira não serve como desculpa.  Deco está rendendo muito menos do que se esperava e Abel credita os maus resultados à falta de pontaria dos atacantes. O problema não é apenas esse. Todos os setores da equipe estão desarrumados. De quem será a culpa?

Seedorf e Bennet: "Hoje tem marmelada? Tem, sim senhor!"
O Botafogo, que não tem nada a ver com os problemas alheios, parece que vai receber o título no colo. Os outros grandes parecem estar fazendo uma força sobre-humana para entregar logo a Taça Rio para o alvinegro, o que, para o campeão do primeiro turno, consolidaria o título carioca por antecipação. Hoje, o Vasco é o lanterna de um grupo e o Flamengo o vice-lanterna do outro. Não fossem as trapalhadas do árbitro com nome pomposo, Philip Georg Bennet, não teria muito o que se comentar a respeito da vitória do Botafogo por 2 x1 frente ao Madureira, no último domingo. Ele desmarcou um pênalti assinalado por ele mesmo, após a bola já estar na marca da cal, sem que nenhum de seus auxiliares o tivessem passado alguma informação. Deve ter pensado que o Botafogo não precisa de pênalti para vencer o pequeno Madureira. Ainda expulsou Seedorf no último minuto de jogo, quando o jogador estava de costas para ele e se dirigindo ao banco de reservas para ser substituído. Não satisfeito com as lambanças em campo, o árbitro de nome inglês aprontou mais uma após a partida: a súmula entregue por ele à FERJ, redigida a próprio punho, exibe letra diferente na parte em que trata a expulsão do holandês por supostamente tê-lo ofendido com as seguintes palavras de baixo calão para os parâmetros de um lord inglês: “Você está de palhaçada!” Deve estar, mesmo...
Enrico Castro é tricolor (do Rio!), analista de sistemas, servidor público. Entende tanto de futebol que tem certeza que o Dimba (aquele mesmo do Goiás, Botafogo e etc) é um verdadeiro craque e brilharia na Champions League. Não é preciso dizer mais nada.

segunda-feira, março 18, 2013

Pinceladas cariocas - Bola é problema e gol é chato

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por Enrico Castro

"Ó aqui, ó: dois títulos! Dois!"
Conforme antecipado aqui no Futepoca na semana passada, o Flamengo, que mais parece trabalhador em regime de escala (joga uma rodada e folga duas), está de técnico novo. Apesar de tudo indicar que o novo comandante seria o ex-técnico da seleção brasileira, Mano Menezes, a realidade nua e crua é que o clube da Gávea não tem os 2 tostões furados necessários para contratar o 2º pior técnico que a seleção brasileira já teve (o pior foi o Leão). E, por isso, optou por um técnico cujos dois títulos que possui na carreira foram conquistados no forte futebol japonês, quando aqui já era madrugada e ninguém conseguiu ver. Agora é esperar para ver como Jorginho se sairá comandando um clube de massa - e pipoca.
Bola que será usada em treino do Vasco
O Vasco teve mais uma atuação tenebrosa no domingo e conseguiu a façanha de perder, em casa, para o inexistente Volta Redonda, por 1 x 0. Entretanto, tolos foram os torcedores que, mesmo após as declarações de dois de seus principais jogadores, dadas antes de domingo, não previram a derrota do bacalhau. Na quinta-feira passada, em entrevista coletiva, Wendel disse que “o ponto fraco do Vasco hoje é bola”! Gozado! E eu pensava que, para a prática do futebol, era necessário utilizar a tal bola... Se a FERJ autorizar o uso de bola oval no Campeonato Carioca, quem sabe o Vasco sai da lama? 
Pescaria é muito menos chato que gol!
Se não bastasse a declaração de Wendel, o Febeavice (Festival de Besteiras que Assola o Vice Eterno) foi incrementado no dia seguinte, quando o atacante Eder Luis disse que “esse negócio de fazer gol é muito chato”! Pai do céu! Qual é mesmo o objetivo do futebol?!?!?? Pra quê serve mesmo um atacante??!?? Parece que, com a evolução da sociedade e do esporte, muitas coisas mudaram no mundo. Valores foram invertidos, tabus foram quebrados, regras foram alteradas. Mas uma coisa não mudou: o objetivo do futebol ainda consiste em deslocar um objeto esférico, mais conhecido como bola, através de um campo retangular, e colocá-lo dentro da baliza do time adversário. Ato conhecido como gol, principal atribuição de um atacante. E em São Januário um diz que o problema é a bola e o outro que o gol "é chato". Pobre Vasco... 
Já o Botafogo antecipou a Páscoa e teve seu Sábado de Aleluia! O atacante Rafael Marques, depois de apenas 21 partidas , enfim marcou seu 1º gol pelo Glorioso. Aleluia! Foi o último da vitória por 4 x 0 sobre sobre o poderosíssimo Quissamã. Realmente, aquela tornou-se uma tarde/noite bastante atípica para o torcedor botafoguense. O time goleou, Seedorf jogou mal e perdeu gol feito, e Rafael Marques (o craque!), além de deixar o seu, deu assistência para outros dois gols. 
E o Fluminense, que ainda não teve o seu Sábado de Aleluia, reza para que o ano passe rápido e o Natal chegue logo. Os dirigentes e Abelão já estão com as cartinhas prontas com o mesmo pedido para Papai Noel: um golzinho de Rhayner. Pode ser de pênalti, impedimento, mão, gol contra, enfim, de qualquer tipo está valendo. Um atacante que não marca um gol há 26 meses e ostenta a incrível marca de 3 gols na carreira deveria estar jogando no Clube Atlético Taquaritinga!
Enrico Castro é tricolor (do Rio!), analista de sistemas, servidor público. Entende tanto de futebol que tem certeza que o Dimba (aquele mesmo do Goiás, Botafogo e etc) brilharia na Champions League. Não é preciso dizer mais nada.

sexta-feira, março 15, 2013

Pinceladas cariocas - Pirulito empirulitou o Papa!

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por Enrico Castro

Alex chamou mais atenção que o Papa
Um bom termômetro para saber se um campeonato de futebol tem algum prestígio são os comentários e gozações entre colegas de trabalho. Quanto mais se comenta mais se tem a sensação de que o torneio vale alguma coisa. E para minha surpresa, ontem, ao chegar no trabalho, se falava mais na sensacional vitória por 3 x 2 - e de virada! - conquistada pelo Resende sobre o Flamengo na noite de quarta-feira do que sobre a escolha do novo Papa. Foram duas “zebrassas”. Pra falar a verdade, o assunto em torno do Papa argentino já estava tão chato e repetitivo que acho que o Alex Silva (vulgo Pirulito), num momento de desespero, resolveu entregar o jogo para ver se o assunto perderia força na imprensa e, principalmente, nas redes sociais. E ele conseguiu! Falhou inúmeras vezes, deu uma de machão para cima do goleiro adversário e ainda arrebanhou seu companheiro de zaga, Gonzáles, que também falhou bisonhamente no lance do 1º gol do Resende.  Meus sinceros agradecimentos ao Pirulito por nos dar uma opção de assunto para fazer piada!

Dorival quer embolsar um troquinho
Há também que se considerar outra hipótese para a trapalhada que foi o time do Flamengo em campo: Dorival Jr. quer ser demitido antes de julho. Explico: atualmente, o treinador recebe a modesta quantia de cerca de R$ 450.000,00 mensais, e seu contrato prevê uma multa rescisória no valor de R$ 1.500.000,00 (1,5 milhão!!!) caso seja demitido até 30 de junho de 2013. A partir desta data, ele passará a receber R$ 750.000,00 por mês, porém, sem multa por rescisão. Ou seja, uma diferença de R$ 300.000,00, mas sem a garantia do farto seguro-desemprego. Ele sabe que a diretoria atual considera absurdos estes valores, mas o mantiveram no cargo por falta de opção. E sabe também que o diretor executivo do Flamengo, Paulo Pelaipe, é entusiasta da contratação de seu pobre amigo desempregado, Mano Menezes. Portanto, é mais vantajoso sair agora, garantindo o “seguro”, do que ser demitido em julho e sair “sem nada”.

Dava pra pedir algumas saideiras...
Vamos fazer uma conta básica: se Dorival permanecer trabalhando até 30 de junho, receberá o montante de R$ 1.800.000,00 (1,8 milhão), o equivalente a 4 meses de salários. Se for demitido no final de de março, receberá R$ 1.950.000,00 (1,95 milhão), importância referente a um mês de vencimentos mais a multa, e sem trabalhar! E  nós, assim como ele, sabemos que surgirá rapidamente outro clube disposto a contratá-lo, por valores exorbitantes. Será que a diretoria conseguirá suportar Dorival no comando do time até o meio do ano, correndo o risco de seu favorito, Mano Menezes, ser contratado por outra equipe?

Com Yoshi, vai ser difícil passar de fase
Mudando de pato pra ganso (mas sem relação alguma com Corinthians ou São Paulo): no Fluminense, Thiago Neves se machucou no treino de quarta-feira e a torcida reza para que ele NÃO tenha uma pronta recuperação. Já em São Januário, depois de mais uma conquista para consolidar o maior vice do mundo, o Vasco ainda reservou duas surpresas para sua torcida: a contratação do zagueiro Gabriel Paulista (quem???) e a regularização, depois de TRÊS meses, do lateral-esquerdo peruano Yoshimar Yotún (idem primeiro parênteses). Com a pinta de Super Mario Bros que o René Simões tem, não é de se estranhar que ele tenha contratado seu fiel escudeiro, Yoshi, para a equipe. E a piada da semana foi que Franz Beckenbauer gravou um vídeo parabenizando o Botafogo pela conquista da Taça Guanabara. Provavelmente, ele nunca escutou falar do Botafogo, e tampouco sabe o que significa Guanabara, mas fez um favor a seu amiguinho Carlos Alberto Torres.

Enrico Castro é tricolor (do Rio!), analista de sistemas, servidor público. Entende tanto de futebol que tem certeza que o Dimba (aquele mesmo do Goiás, Botafogo e etc) brilharia na Champions League. Não é preciso dizer mais nada.

terça-feira, março 05, 2013

Pinceladas cariocas - Os favoritos perderam

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por Enrico Castro

Gum?!? Ogum nos acuda!
Enfim, o Cariocão começou! E já na “primeira rodada” o “Brocador” Hernane e o “Beijador” Fred deram adeus ao 1º turno. As semifinais foram, de fato, jogos muito bons, onde os favoritos perderam. No sábado, Vasco e Fluminense fizeram um duelo eletrizante, sobretudo no 2º tempo. O Vasco saiu na frente do marcador, o Fluminense virou e, em seguida, o Vasco “revirou”. No final, 3 x 2 para o time da colina. O jogo serviu para demonstrar o quão frágil é a defesa Tricolor. Os mesmos jogadores que, no Brasilerão do ano passado, sofreram apenas 33 gols em 38 partidas, este ano já levaram 15 em apenas 12 jogos. Lembro que, após o término do Nacional, quando não foi eleito para a seleção do campeonato, o Gum (não confundir com Ogum) disparou: "Para mim, fui o melhor da posição. Em jogos decisivos me comportei bem e fui importante. Se algumas pessoas votaram em outros jogadores, não posso fazer nada". Bem, agora sabemos por que ele não foi escolhido... Para os torcedores iniciados, bola na área do Flu é um “Ogum nos acuda”. Apesar do discurso contrário da comissão técnica e dos jogadores, o Flu está interessado mesmo é na Libertadores. De qualquer forma, há uma coincidência que carece de investigação: todas as vezes em que o Barcelona perde, o Fluminense também perde, e vice-versa... 
"Altinho" do Vasco
O Vasco de Bernardo jogou acima da (sua) média e não sentou na vantagem do empate. Até porque, se tivesse sentado, o Carlos Alberto teria jogado seus 85 kg sobre seu mais novo “pupilo”. Mesmo tendo sido inferior ao adversário na maioria do tempo, encontrou a mina de ouro Tricolor e garantiu a vitória explorando esta jazida. Levantou bolas na área do Fluminense, o que é praticamente certeza de gol. A torcida certamente experimentou momentos nostálgicos após o gol do homônimo, porém “altinho”, Romário, que marcou em seu 1º lance na partida. Lembrou épocas nas quais o Vasco não era um azarão. A equipe enfrentará o Botafogo na final da Taça Guanabara, com a vantagem do empate. O alvinegro venceu por 2 x 0, na outra semifinal, o Flamengo - que, aliás, parece enfim ter voltado ao normal. O time jogou como um bando. Desorganizado taticamente, seus jogadores não repetiram as atuações dos últimos jogos. O “Brocador”, assim como nas últimas partidas, quase não apareceu, a não ser no lance em que perdeu o gol duas vezes na mesma jogada. Já Rafinha parece ter amarelado e sentido o peso de um jogo decisivo. Outro que nada fez foi o leiloeiro Carlos Eduardo, que recebe salário de estrela mesmo apresentando um futebol medíocre e ainda não tendo feito nada de relevante nos clubes pelos quais passou. E ainda usou a camisa 10 do Flamengo justo no dia do aniversário de 60 anos do maior ídolo do clube... Que Zico! Quer dizer, que Mico! (com M maiúsculo, mesmo!)
Felipe entregou o ouro ao Botafogo
O Botafogo mostrou logo com um minuto de jogo que desta vez não queria saber de "chororô". O limitado lateral esquerdo Julio Cesar fez boa jogada e marcou um bonito gol. A partir daí, marcou bem e passou a sair em contra-ataques perigosos, parando quase sempre nas mãos de Felipe - que entregou o ouro quando, no desespero, foi para a área alvinegra tentar um gol de cabeça nos acréscimos. Acabou sendo surpreendido pela rápida e precisa reposição de bola do goleiro Jéfferson, que armou o contra-ataque que originou o gol do ensaboado Vitinho, promessa botafoguense que entrou aos 29' do segundo para bagunçar ainda mais a já desorganizada defesa do Fla. O garoto não se intimidou e, antes de marcar, já havia perdido dois gols e deixado Léo Moura & Cia na saudade inúmeras vezes. Bom jogador, seria um excelente reserva para o Wellington Nem... 
A final da Taça Guanabara será no próximo domingo. E o Vasco promete não perder a oportunidade de garantir mais um vice campeonato, mesmo se o Botafogo fizer força para repetir o "chororô". Antes, na quarta-feira, tem Libertadores. Mas só para quem fez o dever de casa no ano passado!
Enrico Castro é tricolor (do Rio!), analista de sistemas, servidor público. Entende tanto de futebol que tem certeza que o Dimba (aquele mesmo do Goiás, Botafogo e etc) brilharia na Champions League. Não é preciso dizer mais nada.

quinta-feira, fevereiro 28, 2013

Pinceladas cariocas - Um cardíaco a cada rodada...

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por Enrico Castro

Jogos do Flu têm matado cardíacos
Em mais um confronto pela Libertadores, o Fluminense venceu ontem o Huachipato, de virada, por 2 x 1, no Chile - e marcando o gol da vitória somente aos 31 do segundo tempo. Não precisava ter sido assim. O Flu dominou o fraco adversário, perdeu gols (um deles incrível, com Wellington Nem chutando na trave a três metros da meta vazia) e recuou no final, após a entrada do zagueiro Anderson no lugar de Thiago Neves. Os gols de W. Nem e Wágner, que marcou apenas 24 segundos após substituir o inoperante Deco, trouxeram alívio ao técnico e à torcida. A cada rodada, o time parece querer matar mais tricolores cardíacos... Porque Abel, mais uma vez, deu mostras que pretende utilizar a fórmula de sucesso de 2012: tornar difíceis jogos fáceis - mas vencendo. De qualquer forma, ele (ainda) tem crédito. O time volta agora suas atenções para o clássico de sábado contra o Vasco, pelas semifinais da Taça Guanabara. Há grandes chances do Flu entrar com o - cansado, porém reanimado - time titular completo, uma vez que o adversário tem a vantagem do empate. 
Aquele olhar 43: "85 kg em cima dele"
Mas, falando em Vasco, registro aqui mais um episódio do tal "jornalismo fófis".  Na versão carioca do diário Lance!, o "craque" Carlos Alberto fez elogios de caráter íntimo ao colega Bernardo, para suprema alegria dos adversários: "Eu tenho um grande carinho por ele. Eu falo para ele não sair do chão. Sempre que ele quer sair do chão, eu falo que vou colocar meus 85 kg em cima dele (risos). Eu estou feliz pelo resultado, pelo crescimento dele." Não vou nem comentar. 
O patrocinador milionário do Botafogo
Já os demais times Rio, que não jogaram no meio da semana, pois não estão no nível da Libertadores, também seguem se preparando para as semifinais do 1º turno do Cariocão. O Flamengo, que renovou o contrato de suas duas bijuterias Rafinha e Rodolfo (jóia, só o Neymar!), promete reeditar o chororô alvinegro de 2008 no próximo domingo. Para isso, conta com o artilheiro “brocador” Hernane, aspirante à Souza (aquele mesmo do chororô). Mas o Botafogo se adiantou e já começou a chorar antes da partida. A diretoria e seu principal patrocinador, o Guaraná Mendigão, reclamam que a TV Globo não transmitiu nenhuma partida do time na fase de classificação da Taça Guanabara. Dizem que isso é um "absurdo", uma "injustiça". Também prefiro não comentar.
Enrico Castro é tricolor (do Rio!), analista de sistemas, servidor público. Entende tanto de futebol que tem certeza que o Dimba (aquele mesmo do Goiás, Botafogo e etc) brilharia na Champions League. Não é preciso dizer mais nada.

quinta-feira, setembro 13, 2012

Em dois minutos, Santos bate o Flamengo em noite de futebol fraco

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Santos e Flamengo, na Vila Belmiro, remete obviamente ao jogaço do ano passado, o melhor de 2012. Mas, dadas as situações das duas equipes no Brasileirão, que tinham as duas piores campanhas do segundo turno, não sugeria uma grande partida. Bingo. O jogo foi pavoroso na maior parte do tempo. Mais uma vez, um show de passes errados: 38 do Santos e fantásticos 54 do Flamengo, 92 ao todo.

Meninos salvam a noite do Santos
A partida foi equilibrada, com oportunidades para as duas equipes, apesar do péssimo futebol. O Rubro-negro de Dorival vinha com quase meio time de garotos, e os donos da casa com alguns jovens, muitos deles carregadores de bola corredores. Sem Gérson Magrão, suspenso, não havia na meia um atleta para pensar ou cadenciar um pouco o ritmo. Felipe Anderson, Pato Rodríguez e, quando subia, Arouca, carregavam e buscavam imprimir velocidade, mas pecavam no passe. André, pouco móvel, também. Talvez por conta das companhias pouco inspiradas, Neymar tentou quase durante toda a primeira etapa resolver sozinho. Sem sucesso.

No tempo final, os times vieram mais acertados na marcação. O Peixe dominou territorialmente, mas o Flamengo conseguiu controlar o ímpeto santista e chegou perto em contra-ataques. Em especial, aos 39, quando Vagner Love se aproveitou da falha de Léo e saiu na cara de Rafael, mas finalizou na trave. Àquela altura, Felipe Anderson, vaiado, e Pato Rodríguez tinham saído para as entradas de Bernardo e João Pedro. O Alvinegro tentava fazer a bola correr, e não correr com a bola.


Mas a troca que decidiu o jogo foi André por Victor Andrade. Bruno Peres deu um belo passe e o menino de 16 anos finalizou com classe, fazendo o gol que tirava o Peixe do sufoco. Vibrou, sacou a camisa, tomou amarelo, mas não estava nem aí. O torcedor, também não. E, no minuto seguinte, novamente Bruno Peres roubou uma bola no meio e tocou para Neymar, no mesmo lado esquerdo da defesa flamenguista, marcar um golaço.

Embora Victor Andrade tenha sido o nome do jogo, o lateral Bruno Peres, apagado ofensivamente durante parte dos 90 minutos, foi crucial Mesmo jogando mal, o Santos conseguiu uma vitória fundamental, para fugir da turma de baixo e se aproximar de novo do meio da tabela. Já o Flamengo segue em má fase e, embora esteja a quatro pontos da zona perigosa, o rebaixamento já começa a assombrar.


quinta-feira, abril 05, 2012

Último a sair, apague a luz

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Por Luciana Nepomuceno

Lanterna. E naquela situação que só quem gosta é narrador e comentarista da Globo, com ênfase no Galvão: “se ganhar por um gol e tiver empate no outro jogo”, “se a bolsa de Tóquio oscilar e o Ronaldinho marcar de calcanhar”, “se fizer um gol no primeiro tempo e no outro jogo o juiz começar a brincar de amarelinha”. E, claro, alguém faz um gol aos 3 minutos de jogo e as contas todas recomeçam.

Flamengo jogou (jogou?) ontem com o Emelec em Guayaquil, e perdeu para o time equatoriano que, com toda gentileza, pode ser considerado limitado. O Mengo conseguiu o feito de ficar em vantagem duas vezes e terminar o jogo com derrota. O placar final foi bem mais do que um 2X3 dolorido. Foi a certeza de que a impressão de que pode haver uma luz no fim do túnel pode ser trocada pela absoluta convicção que isso não é um túnel, mas um poço.

O Flamengo tem camisa, tem preparo e tem jogadores que podiam ter vencido o jogo. Mas não tem comando, norte, padrão de jogo nem vontade de ganhar. Tem só aquele vergonhoso ímpeto de recuar sempre que obtém uma pequena vantagem. Displicência. É só ver o primeiro gol do Emelec. Sete jogadores do Flamengo dentro da pequena área marcando... absolutamente ninguém. É só ver os lampejos do Ronaldinho que continuam me convencendo que, se houvesse vontade... mas não há. Nem dele nem do comando do time e do clube de colocar alguma ordem no pagode. E os torcedores tolos, que nem eu, que dancem.

Eu não tenho nada contra perder jogos. Acontece. Quem está na chuva é pra se molhar e, por vezes, o time adversário apresenta competência tática ou primor técnico ou mesmo aquele sangue no olho que a gente adivinha: ops, hoje não vai rolar. Mas há derrotas que são amargas não apenas por elas mesmas e sim pelo que representam. A derrota de ontem foi uma delas. O Flamengo está perdido. Não sabe lidar com seu medalhão, não sabe tratar seus jogadores novos. O Joel já saiu em defesa de si mesmo culpando Luxemburgo e os novatos. Como se Muralha, Diego Maurício, Negueba não fossem o que de último suspiro nos restasse. A diretoria está perdida, na janela, vendo a banda passar. Não se trata de pedir a cabeça (oi?) do técnico, mas de reconhecer: não há time. O Flamengo, hoje, não tem perspectiva maior que buscar classificação para a final da Taça Rio e, aí, quem sabe, pensar em disputar o Campeonato Carioca. Eu até gosto dos estaduais, mas é pouco, muito pouco. Uma mentalidade decadente, autorreferente e mesquinha. Só isso explica a covardia de colocar o time todo na retranca jogando contra, sem querer ofender, o fraquíssimo Emelec. E não é arrogância, é só pensar: o Emelec tinha feito apenas um gol em quatro jogos. Eu disse UM. Pois é. As mudanças no Flamengo chamaram o Emelec pra dança. Joel colocou um zagueiro no lugar de um atacante – isso aí, bora recuar – em uma formação que não foi treinada nenhuma vez na semana. Ne-nhu-ma-zi-nha. Nem de brincadeira. O que esperar? O que aconteceu: o Emelec deitou e rolou, sambou na cara dos rubro-negros a quem só resta balançar a cabeça inchada e resmungar: até quando, papai Joel?


Confesso que tristeza em mim é mato

Luciana Nepomuceno, flamenguista, é dessas. Dessas que reescrevem tudo, que gostam de ficar na rua vendo a lua virar sol, que riem alto, que borram o batom e que se exaltam. Tem o hábito de ser feliz. Se espalha em alguns blogs, quase sempre no Borboletas nos Olhos

segunda-feira, março 19, 2012

Dos Heróis Cotidianos

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Por Luciana Nepomuceno

Morituri te salutant, Kleberson.
Eu gosto das grandes histórias, das narrativas épicas, das gregas premonições. Gosto dos Heróis, aqueles que, impávidos, inscrevem-se no imaginário. Os generais, reis, imperadores, fazem bonito quando descrevemos o passado. Mas, muitas e tantas vezes, esqueço (esquecemos?) que não haveria general sem aquele exército que marcha a pé, cava buracos para seus excrementos, come pão duro e carne salgada. Esqueço (esquecemos) dos que ficam na linha de frente e são os primeiros a serem pisoteados pelos cavalos, a serem espetados com lanças, a serem vilipendiados quando derrotados e esquecidos quando vitoriosos. Esqueço (esquecemos?) dos Klebersons. Dos PaulosVictors. Esses jogadores do passe o sal, do cotidiano, os que vão na infantaria e raramente vemos pouco mais que seus capacetes, seu suor e quando caem, abatidos. Até que. Até que se tornam, numa das mais admiráveis características do futebol, heróis improváveis. Com feitos que parecem não coadunar com sua rotina. Como ficam imensos e cabem mal no seu próprio corpo. Olham de lado, sorriem constrangidos, balançam os ombros, divididos entre gozar a exótica admiração ou isolarem-se na usual invisibilidade.

Conta o Flamengo, a cada jogo, com a superação de um desses. Sem atuações memoráveis, sequer equilibradas, anda a depender de alguém que destroce sua própria armadura e, de peito descoberto, sangue nos olhos, desalinho na alma, faça do campo, sua batalha particular. São Pátroclos travestidos de Aquiles e bem sabemos o que lhes aguarda. Rodrigueanamente, lembro: "Qualquer indivíduo é mais importante do que a Via Láctea”.Em tardes de domingo, em que os invisíveis se alentam nações, só nos resta reconhecer: salve, Kleberson, os que vão morrer te saúdam. Agradecidos pelo alento.

Luciana Nepomuceno, flamenguista, é dessas. Dessas que reescrevem tudo, que gostam de ficar na rua vendo a lua virar sol, que riem alto, que borram o batom e que se exaltam. Tem o hábito de ser feliz. Se espalha em alguns blogs, quase sempre no Borboletas nos Olhos

sexta-feira, março 09, 2012

Meninos, Eu Vi!

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...só que ao contrário.
Pois recuso a vida que não pode ser sonhada.

Por Luciana Nepomuceno



Flamengo 1 X 0 Emelec. Mas não se deixe enganar pelo placar, esse foi um daqueles jogos épicos em que até a rodrigueana moça com narinas de cadáver suspende a expressão e se deixa envolver pela magia. Sigamos a jornada, bem do princípio. O Engenhão estava tendo seu dia, ou ainda, sua noite, de Maracanã. A torcida rubro-negra, empolgada, chegava em grande número. Cantando, mesmo antes dos times entrarem em campo, já apresentava o cenário. Faltavam protagonistas e enredo, eles logo chegaram, com seu sentimento-homenagem feito camisa.

Desde o apito, o time do Flamengo tomou as rédeas do jogo, uma defesa bem posicionada, avançada na marcação, um meio de campo criativo e colaborativo e, claro, a inspiração e precisão de Ronaldinho e Vagner Love. A bola demonstrava claramente suas preferências, deixava-se enrodilhar, mansa, nos pés brasileiros, ignorando os desesperados convites da equipe adversária. A bola e o pé, desenhando, no verde espaço, figuras de geometria incerta, reinventando as belezas da ocidental civilização. Um time misto, onde centauros e poetas se alternavam na construção da impossibilidade para o adversário. Épico, o jogo, disse eu, e confirmo: mesmo com o completo domínio rubro-negro, o destino tinha seus caprichos. Bolas na trave em randômica sucessão. Escanteios. Defesas milagrosas. O gol não se deixava fazer. E, aos 28 minutos, o engenho cede à biologia. Léo Moura, que vinha desfilando na avenida direita do campo, sente um estiramento da coxa. Lágrimas, dele, nossas. Entra o arisco Negueba, improvisado. E isso é só mais uma forma de jogar por música, logo todos percebemos o jazz sendo feito. Ritmo, baby. Irritados, os jogadores do Emelec promovem a caça às pernas dançantes e, assim, De Jesus, após um lance de forte pegada, é expulso. São 47 minutos do primeiro tempo, espetáculo feito, respirações suspensas, olhos cativos, mas nada de gol. Respira-se. E, logo que o jogo recomeça, a pintura. Ronaldinho, artífice, em lento planejamento e em explosiva execução, oferece a bola como se fosse um presente, um mimo, com um passe que só a quem a bola concede o dom pode pleitear. E a perna de Vagner Love, aparentemente autônoma em relação ao corpo, habitada por um portento, realiza o chute. O amor fica no ar, por uns instantes, acompanhando a decisão da bola em se fazer resultado. Gol. Goollll. Gooooolllllllllllll. O canto, místico, aprofunda-se em religioso transe.

Daí pra frente, intervenção dos deuses, pois claro. Ainda a beleza, o élan que ilumina cada jogador vermelho e preto, o suor feito louros, mas os deuses temem que a soberba se espalhe e mantém o ilusório 1 X 0. Que importa? A bola sabe a quem serve. Ao fim do jogo, os jogadores do Emelec traziam a vazia expressão de quem não entende direito o que lhes aconteceu. Não se sabe o que ainda vai acontecer na Libertadores, mas, ontem a noite, via-se a moça grã-fina, de narinas de cadáver, recusando-se a deixar a arquibancada, de pé, aplaudindo o que nem se sabia ser possível ver: a felicidade.


Fronha devidamente babada...

Luciana Nepomuceno, flamenguista, é dessas. Dessas que reescrevem tudo, que gostam de ficar na rua vendo a lua virar sol, que riem alto, que borram o batom e que se exaltam. Tem o hábito de ser feliz. Se espalha em alguns blogs, quase sempre no Borboletas nos Olhos

quinta-feira, março 01, 2012

Onde Você Está?

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Por Luciana Nepomuceno


Hoje é aniversário do Rio de Janeiro. Eu, como uma devota de janela, fico aqui imaginando a beleza das pessoas, das ruas, do mar, aquela lagoa linda, tudo em quase festa. Quase eu digo, porque ontem o Flamengo jogou. E perdeu. E é assim...

“Quando o Flamengo vence, há mais amor nos morros, mais doçura nos lares, mais vibração nas ruas, a vida canta, os ânimos se roboram, o homem trabalha mais e melhor, os filhos ganham presentes. Há beijos nas praças e nos jardins, porque a alma está em paz, está feliz. O Flamengo não pode perder, não deve perder. Sua derrota frustra, entristece, humilha e abate. A saúde pública, a higiene nacional exigem que o Flamengo vença, para bem de todos, para felicidade geral, para o bem-estar nacional."

E nem foi um rubro-negro que disse isso aí, viu. Foi um torcedor do América. É claro que nem as contingências nem o Joel estão muito preocupados com a saúde pública a felicidade e o bem-estar nacional. Porque, se estivessem, não se veria o que se viu ontem. O acaso, esse pândego, fez a parte dele: não estavam em campo Leo Moura, Airton e Ronaldinho. Mas, semana após semana estão aí dizendo que o Ronaldinho não faz nada (e, convenhamos, o Bottinelli jogou bem) e o Airton não é, exatamente, um craque. Esforçado, muito. Mas impreciso e limitado. Já a ausência do Léo Moura é mais significativa. O Galhardo tem muito potencial, é rápido, apoia e marca com consistência, mas falta-lhe o élan que tem dominado menino Léo. Dito isso, a parte do leão no resultado, menos que ao acaso, deve ser creditada (um tanto ao Boa Vista, bem arrumado) ao Joel e sua lógica: pra que gol? pra que jogo? Bom é o resultado.

O começo foi até animado pros rubro-negros, Deivid – em evidente tentativa de superação do lance rodrigueano do último jogo – chutou de longe, forte, a bola bate na trave, volta na direção de Vagner Love que se atrapalha todo mas, como a marcação estava surpreendentemente ausente, se recupera e acerta um bom chute. Gol. Daí o time se coloca na postura vamos-jogar-na-metade-do-campo... só que erra a metade e fica no seu, ao invés de ocupar o campo adversário. E erra, generosamente, passes. De curta, média e longa distância, sem distinção. E o acaso resolve participar mais ativamente e em um dos vários lances mais duros do Boa Vista, sai o Williams com o tornozelo em pandarecos. Entra Maldonado, coitado, e já vai mostrando sua lentidão: penâlti. Daí pra frente ladeira abaixo, o Joel trocou muito mal, o Boa Vista fez outro gol, o Diego Maurício entrou bem desconcentrado, o time perdeu as estribeiras e o Renato foi expulso (confesso, comemorei). Ainda teve o lance na área do Flamengo que dá pra todo mundo reclamar, Galhardo faz pênalti não marcado, jogador do Boa Vista toca com a mão na bola. Uma farra, eu diria, se não estivesse tão entristecida. Sabe, o duro não é perder, isso acontece. Mas é ficar aqui imaginando o tanto que o jogo poderia ser outro.

Disse o Nelson, uma vez: “há de chegar talvez o dia em que o Flamengo não precisará de jogadores, nem de técnicos, nem de nada. Bastará a camisa aberta no arco. E diante do furor impotente do adversário, a camisa rubro-negra será uma bastilha inexpugnável”. Então, contingências, deuses da bola ou o que quer que seja que espie e cuide dessa bagaça: não é que o Flamengo não precisa dos tais jogadores, técnicos e tal. É que a gente tá sem, mesmo. Não dá pra aliviar e deixar a camisa resolver? Lembra aí que é tempo de festa no Rio de Janeiro e andamos, todos, precisando mesmo de mais beleza e felicidade...


Ah, meu Mengo, onde você está?


Luciana Nepomuceno, flamenguista, é dessas. Dessas que reescrevem tudo, que gostam de ficar na rua vendo a lua virar sol, que riem alto, que borram o batom e que se exaltam. Tem o hábito de ser feliz. Se espalha em alguns blogs, quase sempre no Borboletas nos Olhos

quinta-feira, fevereiro 23, 2012

Acabou Nosso Carnaval

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Por Luciana Nepomuceno

Crédito: André Ricardo/Uol
Tem duas coisas que torcedores (ou eu, torcedora, e digo que é todo mundo pra não me sentir tão só) adoram e detestam: chamar o treinador de burro e comentar o péssimo desempenho individual de algum jogador. Adoramos porque é uma descarga emocional, uma catarse. Detestamos porque isso geralmente acontece quando o time perde. É bem o meu caso hoje. Eu tinha planejado um post diferente, convidei um amigo vascaíno e ele comentaria as coisas positivas do meu time e eu tentaria louvar o que visse de positivo no Vasco. Mas ele sumiu na comemoração e me deixou aqui ruminando o gol perdido do Deivid e a previsível teimosia do Joel.

Quando vi a escalação, já antecipei o doer: coisa boa não podia vir de um meio de campo com Williams, Renato e Airton. E a insistência no Deivid, tendo o veloz e bem disposto Negueba ali, rasinho, no banco? Sofrimento. O jogo começou e, confirmando uma antiga ideia minha (a maior parte dos melhores lances são sem bola), Ronaldinho faz um lindo movimento de corpo, leva a marcação e o Love faz um gol daqueles que a gente esquece que está preocupado e grita até acordar os vizinhos. Pausa pra um gole de cerveja. Segue a partida e aí tudo é justinho como se espera: além da escalação retranqueira, o Joel dispôs o time todo do meio de campo pra trás. O Vasco deitou e rolou e o Flamengo ficou ali, acuado, dependendo da correria do Vagner Love, de um passe genial do Ronaldinho ou de uma jogada do sobrecarregado Leonardo Moura. Daí o Flamengo levou o gol que o posicionamento estava pedindo, perdeu a bola na boa marcação vascaína, Juninho deu um chute preciso, Felipe bateu roupa e ploft, empatado o jogo. Respira, respira. No segundo tempo, o Vasco fez mais um gol em outro rebote do Felipe.

E, claro, eles ainda tinham o Dedé. O cara da partida quase perfeita. Zagueiro. Nenhuma falta. Dezesseis desarmes diretos. Outras tantas interceptações. Fungando no cangote do Love. Do Ronaldinho. Sombra constante em qualquer um que se atrevesse a chegar perto da linha da grande área.

E nós? Tínhamos o rodrigueano Deivid. Se a cena do gol perdido não sai da minha cabeça, nem sei quantas noites irá assombrá-lo, senão pela (pouca) importância do jogo, pelo que foi em si mesma. Um atacante. O cara que vive de fazer gol. Gol de cabeça, de calcanhar, de voleio, pegando rebote, invadindo a área, chutando firme, gol, gol, gol. Esse cara, de frente para as traves convidativas, livre, sem marcação, sem goleiro, os ouvidos antecipam a celebração da multidão, corre aquele frêmito de se saber herói e, aí, o erro. Não um pequeno equívoco. Não um desacerto qualquer. Um Erro, maiúsculo e inesquecível. Acertar a trave é um luxo que nenhum jogador podia se permitir naquela situação. Nossa torcida muda. Calada pelo grotesco da situação. E a torcida adversária, toda, cantando o nome dele. Nenhuma redenção possível. Anti-herói. Tragédia minha. Nossa.

Perdemos. Acontece. Dá aquele travo na boca e uma coceira danada nos olhos. Mas passa, é do jogo. O que não passa é a angústia de ouvir o treinador dizer que não foi uma má partida, que o time jogou de forma “equilibrada e consciente” (palavras dele na coletiva após o jogo). O que não passa é a angústia de saber que é uma opção, não só a escolha de jogadores de técnica duvidosa (fecha os olhos e pensa no gol que o Deivid perdeu. Ou em um domínio de bola qualquer do Renato. Ou em um lançamento do Williams. I rest my case), mas também a definição da postura acuada em campo.

O que não passa é a certeza de pequenas vitórias e significativas derrotas nos jogos subsequentes e a sensação de que serão muitas as horas falando mal de um ou outro jogador e xingando o técnico de burro. E porque se insiste em torcer? Porque torcer é um amor. Um prazer que nos mata suavemente.


Ah, meu Flamengo, strumming my pain with his fingers

Luciana Nepomuceno, flamenguista, é dessas. Dessas que reescrevem tudo, que gostam de ficar na rua vendo a lua virar sol, que riem alto, que borram o batom e que se exaltam. Tem o hábito de ser feliz. Se espalha em alguns blogs, quase sempre no Borboletas nos Olhos

quinta-feira, fevereiro 16, 2012

Uma prancheta sem poesia

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Por Luciana Nepomuceno


Eu sou cearense, nascida e criada. Moro no Nordeste. Só conheci o Maracanã em 2010. Quando me interpelam – e fazem isso com frequência, creiam – sobre minha paixão pelo Flamengo, eu sempre respondo que a origem geográfica de Caravaggio, Nina Simone ou Patativa do Assaré nunca foi pré-requisito para a beleza que eles produziram me comover. Aprendi a torcer como consequência da admiração, do enlevo, do encantamento. Aprendi a torcer pela impressão que abeleza das jogadas em vermelho e preto produziam em mim. Ainda hoje, sou desses seres estranhos que se agradam mais com um jogo bem jogado que com uma vitória sem graça. E, ainda mais esquisita, sou daquelas idealistas que acreditam que estas coisas – bom jogo e vitória – não são excludentes por princípio. Não sou, digo logo, contra um time que joga bem na defesa, ainda lembro a elegância dos desarmes de Juan, o posicionamento inteligente de Junior e só uma pessoa com muita má vontade não reconheceria o engenho de um jogador como Gamarra.

Isto posto, já dá pra imaginar que eu não gostei nada, nada, do empate em 1 a 1 de ontem à noite, contra o argentino Lanus. Sim, blá-blá-blá, casa do adversário, blá-blá-blá, não deixaram jogar, mas o que eu vi em campo foi um time irritantemente aferrolhado. Como listar todas as ofensas? Entrar com Airton, Maldonado, Williams. Ver, jogo após jogo, o Renato Abreu se posicionar mal, perder bola na intermediária, facilitar contra-ataques e ser redimido por um gol qualquer de bola parada. Ouvir, minuto após minuto, condenarem o (fraco, é certo) futebol do Ronaldinho, como se um meia perdido entre quatro volantes e o Deivid (sem comentários) pudesse fazer alguma coisa significativa a não ser por sorte ou fortuita manifestação de talento. Adivinhar que o gol obtido nos últimos minutos do primeiro tempo só pioraria a postura da equipe. Ter que reconhecer que Léo Moura é a única esperança de jogada de ataque. Tentar entender que gosto tem uma vitória magra e mal jogada, tendo Bottineli – não exatamente um craque, mas, pelo menos, capaz de passes precisos com mais de meio metro – disponível no banco. E, claro, colocar o Negueba faltando dois minutos pra acabar o jogo só pode ser deboche.

Desligada a TV, fica a certeza de que o mais discutido (e discutível) foi a imagem obtida pela emissora de televisão da prancheta do Joel. E tudo isso não é o que mais me entristece ou assusta. Sabe o que é pior? Não há nada no passado do Papai Joel que indique uma mudança de rumos. Resta-me lembrar que somos, eu e Joel, transeuntes, e esperar que um tiquinho de criatividade, leveza e empolgação surjam, aqui e ali (mais ali, por favor). Porque, ontem, o Flamengo em campo passou longe de justificar minha resposta, arte e beleza passaram longe e nem mandaram lembrança:



PS: E como é irritante jornalista e narrador comentando Ilariê no meio da transmissão.

Luciana Nepomuceno, flamenguista, é dessas. Dessas que reescrevem tudo, que gostam de ficar na rua vendo a lua virar sol, que riem alto, que borram o batom e que se exaltam. Tem o hábito de ser feliz. Se espalha em alguns blogs, quase sempre no Borboletas nos Olhos

domingo, outubro 23, 2011

Flamengo 1 X 1 Santos - Pra variar, Neymar

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Sem Ronaldinho Gaúcho do lado do Flamengo, ainda sem Ganso (que deve estar na reserva na partida contra o Atlético-PR) do lado santista, ninguém duvidava que o astro do embate que nem de perto foi parecido com o do 1ºturno seria Neymar. Ele fez o tento de empate do Santos, em cobrança de pênalti sofrido por Alan Kardec. Ele também passou por marcação tripla, inventou drible, bateu escanteio de três dedos – sendo “xingado” por conta disso pelo goleiro Felipe, que ficou a ver navios no lance -, deu assistência, finalizou de fora da área...




Mas seus colegas de time não o acompanharam. Desta vez, não havia o artilheiro do Brasileirão ao seu lado. Borges, suspenso, não atuou, assim como Léo, mais uma vez, que cedeu lugar a um Durval improvisado como lateral-esquerdo. Difícil imaginar Neymar tabelando com um beque ao seu lado, né? Pois é, não aconteceu isso mesmo. Novamente, a falta de criatividade do meio de campo ficou evidente, ainda mais com a saída de Arouca por contusão no segundo tempo. Ibson, que entrou em seu lugar, continuou não dizendo a que veio; Alan Kardec também não conseguiu ser efetivo na sua função de atacante que volta para armar e Renteria, jogando na função de Borges, foi pouco mais que nulo a maior parte do tempo.

Só dá ele. Foto Santos FC.
Restava Neymar. O Flamengo sabia disso e Willians tentou marcá-lo durante parte significativa do jogo, outros se revezaram na função de fazer fal... ops, ficar em cima do Joia. Mas a missão hoje era quase impossível. Sabedor de que é o craque da equipe, ainda mais com os desfalques, fez de tudo. Segundo as estatísticas, foi o maior passador eu maior finalizador do time. Dribles? Foram 19 no jogo. Sofreu um pênalti não marcado pela arbitragem quando o jogo estava 1 a 0, erro que acabou sendo “compensado” pela anulação de um gol legítimo do Flamengo. O Santos teve também um gol anulado, corretamente. No geral, pelo que jogaram os dois times (nenhum primor técnico de parte a parte), o empate foi um resultado que ficou de bom tamanho.


Claro que o “profexô” tinha que tentar desviar o foco. O alvo? O craque. Disse Vanderlei Luxemburgo depois dos 90 minutos: "Só queria lembrar que acho o Neymar um dos melhores do Brasil e do futebol mundial, com muita capacidade de jogar bola. Mas estão confundindo marcação com deslealdade. Existe uma proteção muito grande e acho que para o crescimento dele, seria bom que os árbitros apitem o jogo normalmente. Essa proteção pode trazer um prejuízo muito grande para ele na frente. Mas o futebol dele nem se discute, deve ser o grande nome do Brasil na Copa do Mundo de 2014". (O resto está aqui).

Fico comovido com a preocupação do treinador com Neymar, com o Brasil, com a Copa e com tantos outros motivos nobres que devem angustiar a sua alma. Mas a cantilena não é nova. Quando era comandante palmeirense, Luxemburgo disse quase a mesma coisa, com quase as mesmas palavras (aqui). Ou seja, o profexô aparenta ter uma birra muito mal disfarçada com Neymar, atleta mais do que mal aproveitado em sua derradeira passagem pela Vila Belmiro, quando o garoto frequentava mais o banco do que os gramados mesmo tendo sido um dos principais atletas do Santos com o treinador que antecedeu o Luxemburgo. Que tal cuidar um pouco mais do seu time, que periga ficar sem vaga na Libertadores, hein, “profexô”?

sábado, outubro 08, 2011

Sobre gritos de torcida

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Ontem o Sidney Garambone levantou um tema em seu Twitter que despertou várias lembranças de idas a estádio. Ele sugeriu que as pessoas relembrassem cânticos de torcida e as pérolas que começaram a surgir me trouxeram à mente várias que escutei in loco e também pela rádio ou TV.

Muitos dos gritos provocativos das torcidas envolvem preconceito social, homofobia, misoginia etc e tal, mas também há aqueles que são criativos e puxam pela história do rival, tem como alvo um atleta adversário ou aproveitam determinada situação para fazer graça. Como santista, era particularmente cruel ver clássicos na época em que o Santos ficou sem ganhar títulos (1985-2002), especialmente depois que o Palmeiras saiu da fila em 1993 e deixou o Peixe como primeiro. Em clássicos, era só aguardar o momento em que alguma das torcidas do Trio de Ferro começaria a contar (em geral antes do jogo começar) “1,2,3,4,5...” até chegar ao número de anos que o time não ganhava um título para cantar “Parabéns, pra você...”. A torcida são-paulina, diferentemente das outras, costumava fazer provocações “patrimoniais” quando ia à Vila Belmiro: “A, e, i, estádio é o Morumbi”, gritavam.

Castigo de artilheiro: ter o filho goleiro
E, claro, também tinham os gritos de “Pelé parou, o Santos acabou” ou “É, é, é, viúva do Pelé”. Para o São Paulo, a resposta passou a ser “Telê parou, São Paulo acabou” e, para o Corinthians, lembro da igualmente infantil “Em, em, em, viúva de ninguém”. Em dado período, a resposta era “familiar”: “Pelé parou, Edinho começou”, um exercício de auto-heresia visto poucas vezes no ludopédio mundial. Hoje, o grito “Santos, o c...alho/lugar de Peixe é dentro do aquário” soa como música perto dos gritos dessa época... Mas junto com o o título do Brasileiro de 2002, que tirou o Peixe da fila, veio um dos gritos mais caros ao torcedor alvinegro: “Diego joga bola/Robinho deita e rola/E só dá Santos”. Desde então, os adversários não lembram da viuvez de Pelé e nem cantam mais parabéns.

A disputa entre jogadores também era um espetáculo à parte. Quem não lembra da Fiel cantando “Chora, porco imundo/Quem tem Viola, não precisa de Edmundo”. Na segunda partida da final do Paulista de 1993, quando o Verdão conquistou o título, veio o troco em relação à primeira partida da final, quando o atacante corintiano imitou um porco ao fazer o gol da tarde: "Chora Viola/imita o porco agora". E, ironicamente, o futebol dito “muderno” (pós-moderno?) levaria mais tarde Viola ao Palestra Itália e Edmundo ao Timão.

Originalidade

Mas um dos gritos citados no Twitter foi dos mais inusitados já cantados em um estádio no Brasil. A história toda está aqui, mas resumindo, Maurinho, lateral-direito que se destacou no Bragantino, foi chamado pelo treinador dantão, o mesmo de hoje, Vanderlei Luxemburgo. E numa partida do Olaria contra o rubro-negro, no dia 1 de abril de 2000, o atleta foi “homenageado” pela torcida. Após gritarem “Ão, ão, ão, Maurinho é seleção”, os torcedores completavam com “Il, il, il, Primeiro de abril”. "Homenagem" similar surgiu anos mais tarde, com o grito "Obina, melhor do que o Eto'o". Ironia fina da torcida.
O Flamengo do "pior ataque do mundo"
O bom humor carioca criou outros cânticos interessantes. Em 1995, o Flamengo formou o que boa parte da imprensa do Rio e de outros cantos considerava o “melhor ataque do mundo”, com Sávio, Romário e Edmundo. A combinação redundou em fracasso e, de acordo com o Wikipedia, foi a torcida do Vasco que, após um empate em zero a zero com o Flamengo, criou a paródia de um jingle de comercial de companhia aérea. “Pior ataque do mundo, pior ataque do mundo/ Para um pouquinho, descansa um pouquinho, Sávio, Romário, Edmundo.”

Em 2008, novamente a torcida do Flamengo fez das suas. Logo depois de ganhar a Taça Guanabara em cima do rival Botafogo, os torcedores, na peleja diante do Cienciano, cantaram para provocar os rivais, que reclamaram da arbitragem. “E ninguém cala esse chororô! Chora o presidente, chora o time inteiro, chora o torcedor!”. Digamos que, nesse caso, a reação botafoguense à perda do título justificou o sarro rubro-negro...

Músicas “adotadas”

Além dos gritos, não raro as torcidas adotam músicas famosas, ou nem tanto, para chamar de suas. Ivete Sangalo já teve músicas suas cantadas por diversas torcidas e, na partida entre Ponte Preta e Sport, na Série B hoje, era possível escutar uma versão de O Meu Sangue Ferve por Você, sucesso de Sidney Magal que também é cantado por outras torcidas, como a do Remo. Mamonas Assassinas e sua Pelados em Santos foram inspiração para a torcida do Inter criar Camisa Vermelha, que tem em seus versos uma referência a um dos temas desse site: "Minha camisa vermelha/ e a cachaça na mão/ o gigante me espera/ para começar a festa" (Veja vídeo aqui).

O caso mais emblemático na área talvez seja o da torcida do Fluminense, que adotou A benção João de Deus na final do primeiro turno do campeonato do carioca de 1980, ano da primeira visita de Karol Wojtyla ao Brasil (leia a respeito). O Tricolor superou o Vasco nos pênaltis e a canção acompanha o clube até hoje.

Ainda se ouve na Argentina o Ilariê de Xuxa
Já “Vou festejar”, do flamenguista Jorge Aragão, celebrizada na voz do botafoguense Beth Carvalho, virou hit entre a torcida do Atlético-MG, que recebeu a sambista para cantar na despedida da equipe da Série B do Campeonato Brasileiro, em 2006. E também foi entoada por outras torcidas, como a do Botafogo do coração de Beth Carvalho, aqui e aqui.

No entanto, o que sempre foi muito curioso pra mim foi ver Ilariê, da multi-artista Xuxa, ser cantada em estádios argentinos. Isso acontece há muito tempo, a brasileira já fez muito sucesso por aquelas plagas, e na Libertadores 2011, tanto a torcida do Vélez Sarsfield, semifinalista da competição, como a do uruguaio Peñarol, entoaram a canção, como se vê aqui. Isso é que é perenidade.

E, você, caro leitor futepoquense, qual o seu grito ou cântico de torcida predileto?