Destaques

quinta-feira, setembro 16, 2010

Tá bom, vai

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

O Santos venceu ontem o Atlético-GO na Vila por 4x2. Foi uma virada sensacional: o adversário vencia por 2x1 os 30 do segundo tempo, e o Peixe mostrou garra e talento para virar o placar e sonhar, ainda que de forma tímida, com o título do Campeonato Brasileiro.

Acontece que, hoje, ninguém está falando sobre isso. O que todo mundo discute é a insubordinação que Neymar mostrou ao final da partida.

Eu preferia fazer um texto sobre a reação do time, sobre a boa atuação de Madson, sobre mais uma pífia jornada de Keirrison e Marquinhos, mas não tem jeito. Falemos de Neymar, então. Por isso o "Tá bom, vai" do título do post.

Neymar já estava nas manchetes desde o início da semana. No domingo, quando o Peixe foi derrotado pelo Ceará, Neymar se estranhou com atletas do time adversário e iniciou uma confusãozinha que culminou em pancadas nas costas de Marquinhos.

Iniciou-se aí um blablablá chato, com o pai de Neymar dizendo que o garoto precisava de mais auxílio psicológico, inúmeros jornalistas dizendo que o jogador estava chato e mimado demais, e poucos - eu incluído - apontando que ele estava sendo caçado pra caramba em campo, e que suas indiscutíveis demonstrações de chatice não legitimavam atos de violência contra ele. A tal da carretilha contra o Ceará foi o maior exemplo disso (a 3:30 aqui). Ele tenta o drible, é parado pelo zagueiro que usa o braço, e o juiz manda seguir. Soou, ao meu ver, algo como "quem mandou fazer graça? Agora aguenta".

Então chegamos no episódio de ontem. Que é completamente diferente do de domingo, e dos antecessores que envolvem o garoto. Ontem, Neymar se insubordinou com seu técnico. Falou palavrões, o ofendeu em público. Foi além da "discussão de quem quer ganhar o jogo", algo que comumente se fala quando dois profissionais do mesmo time discutem durante uma partida.

E aí não há muito o que fazer. A diretoria tem que punir Neymar - sei lá se com uma multa no salário, ou qualquer outra coisa. Tem que ter cautela para não punir o time. Afinal, com Robinho e Ganso fora do time, a ausência de Neymar teria como principal vítima o próprio Santos, e não o atleta.

Prevejo dezenas de dias chatos, repletos de comentários repetitivos sobre tudo o que acontece com Neymar. E não me preocuparei em rebatê-los. Minhas respostas também seriam repetitivas. No fim, cada um acaba acreditando no que quer acreditar.




Renê Simões
"Estamos criando um monstro", disse o técnico do Atlético-GO - time que levou quatro gols em quarenta minutos, está na zona do rebaixamento e, portanto, teria muito o que explicar à sua torcida - após o jogo de ontem.

Desde que comecei a acompanhar futebol, uma coisa que sempre vi como unanimidade foi o fato de ser anti-ético um profissional de um time fazer críticas sobre outra equipe. Nunca pegou bem, sempre foi repreendido pela imprensa, pelos próprios profissionais.

Aí Renê solta esse caminhão de sentenças sobre Neymar, e a reação geral parece ser de apoiá-lo. "O professor Renê tem muita experiência no futebol, sabe o que fala". Realmente, parece saber mesmo. Por conta de tudo o que disse, ninguém parece estar preocupado com o vexame que o time dele deu ontem...

7 comentários:

Victor disse...

Neymar vai aprender a apanhar. É do jogo.
Conca apanha, Jorge Henrique apanha e por aí vai.

Eduardo Maretti disse...

Desculpe o termo, mas o que esse merda do René Simões ganhou na vida? Nada. É um coitado. Se tirasse aquele bigode ridículo, talvez pudéssemos ver a cara dele atrás da máscara.

Sobre Neymar. Não sei do que o tio Dorival reclamou após Neymar perder uma jogada aos 44 min do segundo tempo, com o jogo 4 a 2. Se Neymar não estivesse em campo, o Santos não teria saído com a vitória. Pode não ter feito um de seus jogos mais brilhantes, mas correu, tentou e fez uma jogada de craque no lance do pênalti. Pra mim, o que o Santos tem que fazer é se livrar de Dorival Jr o mais rápido possível. Com esse bobão, não tem a menor chance na Libertadores.

Glauco disse...

Conca e Jorge Henrique são mais fortes corporalmente que Neymar. Mas Robinho, quando tinha sua idade, também era, mas sabia sair melhor das faltas.

Concordo com o Olavo em tudo. Coisa chata isso de ficar falando do Neymar. Xingou o técnico, tem que ser punido e pronto, o resto são comentaristas moralistoides procurando pauta.

Aliás, o equilibrado Renê Simões, novo virtuoso da mídia esportiva, é o mesmo que foi denunciado na súmula do jogo contra o Fluminense por ter xingado o árbitro de alcunhas impublicáveis nesse blogue de família?

Leandro disse...

Esta semana mesmo, programas esportivos repetiam, à exaustão, lances de faltas que o prodigioso atacante do Santos sofre de seus "implacáveis" marcadores.
A reclamação é justa, óbvio, mas as faltas não eram em nada diferentes da pancadaria que hoje também tem vitimado jogadores mais “leves” e habilidosos como, por exemplo, Bruno Bonfim, Jorge Henrique ou Bruno César (vide o jogo com o Grêmio), e que num passado recente era dirigida a outros corinthianos habilidosos como Gil e o argentino Tevez, em quem presumo que se podia bater à vontade por conta de sua nacionalidade, deviam imaginar os cronistas esportivos que editam estes programas.
O fato de ter se tornado um astro dentro e fora dos campos gerou um super-dimensionamento das atitudes mais ou mais banais do garoto neste país carente de craques, que vão embora ainda em fraldas, e que, Oxalá, deixarão de ir cedo assim graças a este grande e revolucionário exemplo que o Santos FC tem dado ao futebol de todo o Terceiro Mundo.
Mas é injusto acusar de perseguidora a mesma imprensa que tanto foco põe nas faltas sofridas por Neymar. Não consigo ver nestes setores da mídia uma postura hostil em relação ao craque ou seu time.
Quanto às palavras de Renê Simões e seu comportamento destemperado e panfletário, melhor filtrar tudo isso tendo presente que seu time acabara de levar um “sacode” de virada e que Neymar foi uma das figuras da reação santista. Tivesse vencido o jogo ou até conquistado um ponto na Vila, a fúria com as firulas do rapaz seria bem menos intensa, presumo eu.

Marcão disse...

Concordo que esse negócio do patrulhamento sobre o Neymar é chato pra cacete. Deixa o rapaz jogar bola, cazzo, que é isso que o povo gosta! Quem bater leva cartão, é expulso e cumpre suspensão. Ponto final.

Nicolau disse...

Concordo com tudo, não é pra bater, tem que dar falta e cartão. Mas que o Neymar é uma mala, ah, isso é.

Nicolau disse...

Concordo com tudo, não é pra bater, tem que dar falta e cartão. Mas que o Neymar é uma mala, ah, isso é.