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quinta-feira, fevereiro 11, 2010

Pra não esquecer que '-Isso foi uma vergonha!'

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Exemplo de categoria mobilizada para responder publicamente um ataque de tão baixo nível (se a visualização está ruim, por favor, clique na imagem). Eu acho bom e pouco. Velho fascista! Pra quem não se lembra do episódio, o vídeo está aqui. A coisa foi tão feia que mereceu essa ótima resposta aqui.

terça-feira, fevereiro 09, 2010

Serra usa a Folha para 'limpar' FHC

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Depois de ter gasto muito papel e tinta detonando o prefeito Gilberto Kassab (DEM) por causa das enchentes em São Paulo, na tentativa de descolar a culpa do governo do Estado (uma ofensiva surpreendente, pois antes Kassab era explicitamente poupado), a Folha de S.Paulo cumpre nesta terça-feira um novo servicinho para José Serra (PSDB): rebater o inconveniente Fernando Henrique Cardoso, que no domingo passado usou o jornal concorrente O Estado de S.Paulo para publicar um artigo em que ataca grosseiramente o presidente Lula e a ministra Dilma Rousseff.

Sob o título "FHC reitera crítica a Dilma e contraria estratégia de Serra", o texto da página A4 de hoje apressa-se em acalmar o eleitorado tucano ao explicar, didaticamente, que, "se dependesse de Serra, FHC ficaria afastado da linha de frente da campanha, mas o ex-presidente avalia que, se o partido não defende seu governo, cabe a ele fazer esse debate". A Folha ainda futuca a ferida ao lembrar que, nas duas últimas eleições, os candidatos Serra e Geraldo Alckmin não defenderam os dois mandatos de FHC - que, em todas as vezes que abriu a boca, como agora, tirou muitos votos dos dois colegas.

Não contente, a Folha ainda usa a página A6 para dizer que "FHC cita méritos e omite erros". Há um quadro dizendo que o ex-presidente omitiu fatos em seu artigo sobre a redução da pobreza, o salário mínimo, os rendimentos dos trabalhadores e a dívida pública. "Em exatas 998 palavras e cifras que descem a minúcias não há uma única menção, no exemplo mais flagrante, ao crescimento econômico". Ou então: "O artigo dribla o incoveniente com saltos nas datas. Recorda-se, por exemplo, que, 'com o Real, a população pobre diminuiu de 35% para 28% do total' e depois menciona-se a taxa de 18% registrada em 2007, já sob o governo Lula". Quem diria, hein, Otavinho?

Essa súbita lucidez da Folha está com toda cara de querer avacalhar FHC e seu governo para que fique afastado e desgrudado da campanha do queridinho Serra. Tanto que, na página A7, com foto imensa, colorida e mostrando um sorridente (des)governador de São Paulo sentado em meio a criancinhas negras e felizes, há uma enorme matéria/release não-oficial com o propagandístico título "Serra estuda pacote para atender servidores".

Serviço completo, não parece? Um desagravo na primeira matéria, explicando que FHC pode dizer e passar o vexame que quiser, mas Serra não tem nada com isso (nem com o que ele fez na Presidência da República); outro texto complementar na sequência, desacreditando mais ainda o ex-presidente; e a imensa propaganda do candidato tucano como grand finale, com todo o destaque e foto simpática no alto de uma página ímpar. Deve ser por isso que o slogan da Folha fala em "rabo preso". E que seu departamento comercial tem um rato como símbolo...

Sorria, meu bem, sorria:

"A história vai acabar por reconhecer que nós mudamos o Brasil. Digo nós, não digo eu, incluo Lula nisso porque não sou mesquinho."
Fernando Henrique Cardoso, ex-presidente da República
(Folha de S.Paulo, 09/02/2010, pág.A6)

"Agora, o que me preocupa neles [Lula e Dilma] é que o governo não investiu. Eles vão nos deixar uma herança maldita. Porque a capacidade de investimento no País está zerada."
José Aníbal, deputado federal pelo PSDB-SP
(O Estado de S.Paulo, 09/02/2010, pág.A4)


Como? Foi o FHC que melhorou o Brasil?? E o governo Lula não investiu e é uma "herança maldita"?!? Não dá. Acho que vou tomar uma cerveja...

terça-feira, fevereiro 02, 2010

Resposta dos leitores

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A coluna Em Pauta, da nova edição da revista Meio & Mensagem, traz um raio-x do descrédito da chamada "grande imprensa" brasileira: dos 20 maiores títulos do País, 11 tiveram queda de circulação, de acordo com dados do Instituto Verificador de Circulação (IVC). Os dois que mais caíram foram os do Grupo O Dia, do Rio de Janeiro: O Dia (-31,7%) e Meia Hora (-19,8%). Também tiveram quedas o Diário de S. Paulo (-18,6%), Jornal da Tarde (-17,6%), Extra (-13,7%), O Estado de S. Paulo (-13,5%), Diário Gaúcho (-12%), O Globo (-8,6%), Folha de S. Paulo (-5%), Super Notícia (-4,5) e Estado de Minas (-2%). Na soma total, a circulação dos 20 maiores jornais caiu 6,9%. Reflexo das distorções na cobertura política e da miopia em relação ao cenário econômico e social do país?

Derrota de José Serra seria boa para o PSDB?

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Texto de Wanderley Preite Sobrinho, do portal R7, traz uma curiosa avaliação de Vitor Emanuel Marquetti, professor de ciências políticas da PUC-SP: a derrota de José Serra (foto) nas eleições presidenciais deste ano pode ser boa para o PSDB, porque pode "ajudar o partido a se encontrar como oposição". Fiquei intrigado com isso. É fato que Serra é centralizador e líder máximo do PSDB paulista (ou melhor, paulistano), grupo que costuma atropelar as aspirações políticas de lideranças tucanas de outras regiões do país - vide Tasso Jereissati, Aécio Neves etc, etc. Mas penso que uma derrota do PSDB nas eleições presidenciais, seja com quem for, seria a morte do partido. No mínimo, teriam que mudar de nome, como o ex-PFL/DEM. Alguém vê algum sentido na análise de Marquetti?

quarta-feira, janeiro 27, 2010

Sutil diferença

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Ontem fiz um post sobre o José Serra (PSDB) que gerou certa discordância entre leitores nos comentários, mas, pra não perder o costume, volto a cutucar a casca da mesma ferida - as enchentes em São Paulo e a incompetência tucana. Hoje, na página A8 da (aargh!) Folha de S.Paulo, uma foto-legenda de pé de página, com uma imagem do (des)governador paulista sendo entrevistado pelo Jornal Nacional, da TV Globo, diz o seguinte:

José Serra surgiu no "JN" instruindo que "quem estiver numa moradia que vai desabar tem que sair dela, para um abrigo da prefeitura, uma casa de parentes ou aproveitando a bolsa ou o auxílio moradia para alugar uma casa". Na manchete do portal G1, também da Globo, naquele momento, "Lula dá quase R$ 1 bi a atingidos por catástrofes no Brasil e Haiti"

Pois é, José. Sorte sua que deve ter uma "casa de parentes" pra ir...

Desabamento provocado pela chuva no centro de Embu (SP)

quarta-feira, novembro 11, 2009

Lucia Hippolito decreta: apagão é "culpa do Lula"

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Ontem, logo após o apagão, a primeira coisa que veio a minha mente foi: pronto, a imprensa terá notícia pelas próximas daus semanas. A segunda foi adivinhar quem diria primeiro que a culpa é do Lula.

Das rádios que funcionavam em São Paulo com a ajuda de geradores, a CBN fazia uma cobertura que contava basicamente com a ajuda dos ouvintes. "Parece que está voltando a luz na Vila Mariana... Ah, não, era alarme falso...", Parece que no Mato Grosso também está faltando luz", "parece que...", parrece que...", parece que...". Compreende-se a impossibilidade de se informar corretamente nesse contexto, são as contingências. O que não dá pra aceitar é o chute travestido de análise. E se tem alguém que consegue relacionar uma derrota da seleção com o presidente Lula, consegue relacionar qualquer coisa com qualquer coisa. É pau pra toda obra. Obra da oposição, claro.

E foi assim que a brilhante Lucia Hippolito surgiu aos incautos ouvidos de quem ousava escutar a CBN. Estava ali a primeira a afirmar que "a culpa é do Lula", com uma argumentação de dar inveja a qualquer orador de boteco.

Primeiro, dizia do sofrimento que enfrentava na sua casa, no Jardim Botânico, bairro nada pobre do Rio de Janeiro. Uma sofreguidão ver o Morro Dois Irmãos, a Pedra da Gávea e o céu "num breu só", lamentava. Depois, começava a esbravejar que Lula tinha reduzido o IPI dos produtos da chamada linha branca, sugerindo de forma sutil que essa atitude seria uma das responsáveis pelo apagão.

"Como assim???", você deve estar pensando. Pois é, existem governos que fazem programas de substituição de geladeiras para economizar energia. Afinal, uma geladeira velha gasta mais que uma nova. Hippolito entende que é contrário. Deve ter informações exclusivas que lhe asseguram que o mundo está errado e ela está certa.

Outro aspecto interessante da fala é que ela, na sua casa "modesta" de um bairro nobre carioca acha que pode consumir energia elétrica à vontade. Mas os pobres, ah, essa gente... não tem direito de comprar uma geladeirazinha. Assim, eles causam apagão, será que essa gente não sabe disso??

Quando a apresentadora da CBN que conversava com a analista, talvez clamando pelo bom senso, explicou que o problema estava relacionado a Itaipu e longe, bem longe de estar ligado a um eventual pico de consumo, o telefone de Hippolito caiu. "Graças a Deus", pensei eu. Mas ela retornou, dessa vez com outro discurso, dizendo que era um absurdo o Brasil depender tanto de Itaipu, da energia hidrelétrica, que era preciso investir em fontes alternativas de energia e blablabla... Sempre responsabilizando o governo.

Essa mesma pessoa hoje falou que o ministro das Minas e Energia, Edison Lobão, "disse bobagens" na sua coletiva em que explicava o apagão. Simplesmente porque ele falou que o blecaute de agora não tinha nada a ver com o de 2001. No que ela, Hippolito, concordou, num lapso de sanidade. Mesmo assim, insistiu que ele falou bobagem. Quem quiser ouvir a fala de Hippolito, clique aqui e descubra o que ela quer de fato dizer.

Em tempo: pela manhã, no Bom Dia Brasil, Alexandre Garcia conseguiu ir mais longe e relacionar o problema da energia no Brasil com "os índios e o MST". Será que a auto-crítica dessa gente morreu? Ou seria um apagão eterno do bom senso?

sábado, outubro 03, 2009

Um senso de humor 'especial'

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Pra quem se assustou com o Serra Belzebu, um trecho macabro do perfil que a revista Piauí traçou sobre o tucano:

"Para Regina Faria, viúva do ex-assessor da presidência Vilmar Faria, Serra tem um senso de humor especial. Quando ela e o marido dividiram com ele um apartamento no Chile, Serra gostava, por exemplo, de dar sustos. Tanto que, quando ela estava grávida de sete meses, ele colocou uma cobra de papel na porta do banheiro. 'Quando entrei, a cobra caiu em cima de mim e eu tomei um tombo', contou."

Em sua defesa, Serra disse que não se lembrava que Regina estivesse grávida na ocasião. Cruz credo, pé de pato, mangalô três vezes!!!

domingo, agosto 30, 2009

São Paulo e Palmeiras do mundo virtual

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Claro que vão dizer que o Futepoca é chato, pega no pé da grande mídia e numseiquelá, numseiquelá, numseiquelá. Mas ver essa derrapada do G1, que manteve esse resultado depois de um glorioso 0 a 0 no clássico paulista, é divertido. Isso é erro ou torcida das Organizações Globo, dona do futebol tupiniquim, por um joguinho melhor do que ele foi de verdade?

(Clique na imagem acima para ver melhor)

terça-feira, junho 30, 2009

José Serra e a irresistível propensão ao diálogo

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Publicado originalmente no Conversa Afiada. Basicamente a linha do "não gostei da pergunta, não respondo". Isso é que é democracia...

sexta-feira, junho 19, 2009

Precisa dizer alguma coisa?

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quarta-feira, maio 06, 2009

Melhor escola estadual de SP é a 2.596ª do país

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Alertado pelo camarada DeMarcelo, dei uma espiada na entrevista que a Folha de S.Paulo (argh) fez com Camilo da Silva Oliveira, diretor da melhor escola da rede estadual de São Paulo no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), a E.E. Lúcia de Castro Bueno, em Taboão da Serra (Grande São Paulo). Detalhe principal: ela foi apenas a 2.596ª no ranking geral do país (média 58,5, em 100 pontos). Não há melhor raio-x para o desmonte que o PSDB do (des)governador José Serra (foto) conseguiu fazer em terras paulistas. Para se ter ideia da discrepância, a melhor escola estadual do país, o Instituto de Aplicação Fernando Rodrigues da Silveira, mantido pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), teve média 75,11 - ficando na 19º posição no ranking geral. Convenhamos que a diferença entre a 19ª e a 2.596ª colocação, não só pela gigantesca distância numérica, mas por tratar-se de estabelecimentos de ensino da mesma região (Sudeste), é pra lá de gritante. Pior ainda quando lembramos que São Paulo é o estado mais rico do Brasil.

Mas essas comparações nem a Folha e nem ninguém da "grande imprensa" se dispõe a fazer (pra variar). Pré-candidato assumido à Presidência da República em 2010, José Serra e seu governo catastrófico no estado de São Paulo continuam blindados pelos mais influentes meios de comunicação. Mas, de vez em quando, sai alguma coisa interessante. Como essa entrevista de Camilo Oliveira, diretor da escola de Tabão da Serra, que desabafa, com todas as letras: "O governo do Estado só me atrapalha". E prossegue: "Aqui é uma escola maldita, que vai contra os modismos de cada secretário. Depois da Rose Neubauer [gestão Mario Covas], em que as escolas perdiam aulas para treinamento de professores em horário de serviço, veio um que nem sabe o que é rol de conteúdos [Gabriel Chalita, gestão Geraldo Alckmin]. A escola, que já não funcionava, ficava uma semana em feira de ciências ou excursões para zoológico. Melhora o ensino? Vi que era fria e tirei a escola disso. No governo Serra, temos o terceiro secretário em dois anos e meio. Se o meu projeto dependesse do governo, estaria esfacelado".

E Oliveira diz mais: "O governo não tem a menor ideia do que fazer com as escolas. Deveríamos nos preocupar com o que realmente interessa, que é a aprendizagem dos alunos. Depois se acerta a burocracia. Hoje, os diretores ficam mais preocupados com as atinhas, e o aluno não tem aula. É uma inversão. É triste (...) esse caos em São Paulo". Questionado sobre o novo secretário paulista de Educação, o ex-ministro (de triste memória) Paulo Renato Souza, o diretor escolar já suspeita de suas intenções. "Ele [Paulo Renato] se tornou político. O problema é saber se o objetivo dele é eleger o Serra presidente ou melhorar o ensino. Se ele chegou apenas com visão política, as escolas vão seguir esfaceladas, sem conteúdos. Ele vai ser mais um". A Secretaria da Educação do governo Serra não respondeu as críticas.

quarta-feira, abril 29, 2009

Gripe suína ataca cérebro de governador

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Porquinhos
"Ela é transmitida dos porquinhos para as pessoas só quando eles espirram.
Portanto, a providência elementar é não ficar perto de porquinho nenhum"
José Serra, governador de São Paulo e candidato a presidente, sobre a gripe suína

É triste a sina de homens públicos que têm de falar sobre tudo o que não conhecem, mas o governador de São Paulo e quase candidato a presidente pelo PSDB exagerou ao falar da gripe suína.

Primeiro porque não há nenhum registro de transmissão da gripe de porcos para humanos até agora. Nem o vírus foi encontrado em nenhum porco até o momento. O contágio é de humano para humano, diferentemente da gripe aviária.

O próprio nome gripe suína, que deve ter inspirado a opinião do governador, é inadequado. Podia ser gripe mexicana, onde apareceu, ou mesmo aviária 2, porque a mutação do influenza, vírus da gripe comum, pode ter ocorrido em qualquer um desses animais.

Mas há dois agravantes:
Primeiro, Serra já foi ministro da Saúde, deveria saber que não se deve comentar nem dar opinião em questões de saúde sobre coisas sérias ou sobre as quais não se tem conhecimento.

Segundo, como palmeirense não deveria disseminar preconceito contra os pobres porquinhos que espirram.

Imagine o que aconteceria se a gafe tivesse sido de um tal presidente manguaça e analfabeto segundo nossa grande mídia?

sexta-feira, abril 24, 2009

'Cobrança da imprensa' influiu na saída de Adriano

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A Interzionale de Milão comunicou hoje, em seu site, que chegou a um "acordo amigável" para a rescisão de contrato do manguaça brasileiro Adriano (foto). Segundo o clube, os documentos foram registrados na manhã desta sexta-feira. Em entrevista ao canal SporTV, o empresário Gilmar Rinaldi disse que o atacante já pensa em voltar ao futebol e que está mantendo a forma numa academia. "A rotina de Adriano é de cuidado com a forma física. Ele teve um problema no tornozelo e a parada ajudou para que ele pudesse se recuperar", disse. "Ele queria sair da Inter pelo desgaste que aconteceu, natural pelo tempo que esteve lá. E a mesma coisa acontece com o país, já que ele sofreu uma cobrança enorme da imprensa", emendou Rinaldi. Em oito anos, Adriano, que tinha contrato até 2010, marcou 74 gols pela Inter.

segunda-feira, abril 20, 2009

Luxemburgo, o ilusionista, e a hipocrisia da mídia esportiva

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Tem certas coisas que acontecem com tanta frequência no futebol que dá até desgosto de comentar. Mas é necessário. No sábado, depois de sofrer nova derrota para o Santos, o técnico do Palmeiras, Vanderlei Luxemburgo, como não tinha motivos para reclamar da arbitragem e teria (se algum repórter perguntasse) que justificar o resultado e a atuação do seu time, quis mudar o foco. Como fez o presidente da Lusa (aliás, cadê a punição para o dirigente?), acusou dizendo que não estava acusando, e culpou Vágner Mancini por ter colocado Domingos com a única intenção de cavar a expulsão de Diego Souza.

De repente, hoje, no Globo Esporte, o comentarista e ex-dublê de meia-atacante Caio Ribeiro diz que o culpado pela confusão foi unicamente Domingos,e  o apresentador engraçadinho bradou que ninguém ali iria ser "hipócrita" culpando o atleta palmeirense, justificando que Diego Souza "tinha sentimentos". Bastante curioso. A Vênus Platinada faz campanhas em prol da "paz nos estádios", mas justifica agressões físicas como algo que vem de alguém que "tem sentimentos". Provavelmente, quem pensa assim deve ter saudades da época em que maridos matavam esposas e eram absolvidos por terem agido em "legítima defesa da honra". Diego Souza, para estes verdadeiros hipócritas, agiu da mesma forma, o que valida sua reação destemperada após a expulsão.

Mas o que impressionou foi que a atitude do meia, de voltar e agredir Domingos, foi saudada e aplaudida pela torcida alviverde. Uma das imagens televisivas mostra um garoto de uns 11 anos vibrando como se fosse um tento do seu time, algo simplesmente pavoroso. E essa imprensa, que acha mais grave a provocação de Edilson com embaixadas do que a voadora de Paulo Nunes na decisão do Paulistão de 1999, é a mesma que culpa as organizadas - só elas - pela violência dentro e fora dos estádios. Para esses jornalistas, uma provocação verbal, dessas que acontecem a partida inteira, é mais merecedora de punição do que um soco ou um pontapé. Aliás, Madson saiu do jogo de sábado acusando defensores palmeirenses de terem o ameaçado mais de uma vez, inclusive de "jogá-lo na arquibancada" se continuasse fazendo "firulas" (alguém duvida que pela diferença de portes físicos isso seria possível?). E aí, quantas expulsões teríamos por "provocação" no jogo?

Curioso da história é que o mesmo Luxemburgo é quem disse que a arbitragem estava "protegendo" Neymar, porque qualquer em "encostão" era marcada falta. A propósito, será que nenhum atleta do Palmeiras tentou intimidar o menino como fez Domingos com Diego Souza? Mas, para falar isso, talvez Luxa não tenha visto as cotoveladas que o menino tomou, por exemplo, contra o Rio Branco pela Copa do Brasil. De novo, fica claro que bater, pode, xingar... nossa, que grave!

O futebol tem se tornado mais sem graça e mais violento por conta de gente como o tal técnico que muda de conceito ético literalmente de acordo com a camisa, e que é tido como "ofensivo" (em termos táticos, claro), mas que pelo jeito gosta de verdade é de embate físico no futebol. E culpa também da imprensinha que apoia e vai na onda do dito cujo. A torcida - quase todos que vão ao estádio, e não só as organizadas - já estão pegando o gosto pela apologia à violência em São Paulo, e os tais 5% para o vistante só vão perpetuar esse estado de coisas. Enquanto vemos brincadeiras e galhofas no Maracanã, na final da Taça Rio, em São Paulo a preocupação é com o quebra-pau durante e após as partidas. Talvez falte praia a São Paulo. E os cartolas bandeirantes sejam menos, mas muito menos, sérios do que se acredite.

*****

Outro fato risível ainda é o comandante do Palmeiras evocar o "histórico" de Domingos. Não, ele não estava falando do estilo agressivo do atleta, mas sim do fato de o zagueiro ter "provocado" a expulsão de Adriano no clássico do Paulista de 2008 contra o São Paulo. Bom, se o árbitro fizesse ponderações sobre "histórico", o que dizer de Diego Souza e suas expulsões? Por exemplo, contra a Ponte Preta em uma final ganha no ano passado, sendo excluído em seguida contra o Coritiba? Foi julgado por expulsão também na partida contra o Bragantino este ano e não vou continuar contando seus cartões vermelhos porque será improdutivo, além das vezes em que poderia ter sido expulso e não foi. O post vai ficar muito longo.

terça-feira, abril 07, 2009

Movimento Jornalístico-Sapatista Mundial

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A coisa já tá virando uma tendência (ou movimento) mundial entre os jornalistas: depois do iraquiano Muntazer al-Zaidi, que atirou seus dois pés de sapato no ex-presidente estadunidense George Bush, sucedido pelo repórter ucraniano Igor Dimitriev, do canal ATV, que jogou uma bota contra Oleg Soskin, diretor do Instituto de Transformação da Sociedade da Otan, outro pisante foi disparado hoje por um profissional de comunicação, na Índia. Jarnail Singh, do diário Dainik Jagran, lançou um de seus tênis contra o ministro indiano do Interior, P. Chidambaram (foto), durante uma coletiva de imprensa. Singh ficou furioso com a resposta sobre o relatório do Escritório Central de Investigação (CBI) que pede à Justiça a retirada das acusações contra Jagdish Tytler, membro do Partido do Congresso, de situação. "Queria protestar. Minha intenção não era ferir os sentimentos de ninguém. Por que deveria pedir perdão?", disse o jornalista, que faz parte da comunidade sique, ao canal local NDTV, depois do incidente. "Meu método pode ter sido incorreto, mas minhas razões não são", reforçou. Pois é, o "Movimento Sapatista" está ganhando força, ainda que, até o momento, só tenha atuado na editoria de política. Será que vão diversificar? Estou pra ver, por exemplo, o primeiro jornalista esportivo que terá a coragem de atirar chuteiras em algum cartola, técnico ou atleta merecedor de tal manifestação...

quinta-feira, março 12, 2009

Vá confiar em estagiário de jornalismo...

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É aquilo: o cara tem 18 anos, acabou de entrar numa faculdade que você nunca ouviu falar e tem no currículo duas notinhas no jornal mural da escola e um blogue sobre videogames. Só que você conheceu o cabra durante uma bebedeira num buteco podre, ele gosta de manguaçar, falar de futebol, torce pro teu time e parece ser gente boa. Pra completar, aceita ganhar R$ 200 por mês, sem carteira assinada, sem benefício algum e com um caminhão de serviço diário. Beleza, era isso mesmo o que você queria. Chegando na redação, você orienta, didaticamente: "Só precisa ler, editar e requentar o material das agências e mandar bala. Toma cuidado com as siglas, se não estiver por extenso, escreva. E publique o quanto antes no site, pra notícia não esfriar. Depois eu olho". Você ouve um sonoro "Pódexá, amizade!". E mais tarde, ao conferir o serviço, se depara com uma coisa dessas:

sexta-feira, fevereiro 27, 2009

VÁRZEA: vereador que vai à Câmara com camisas de futebol registra compra de votos em cartório!

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DIEGO SARTORATO*

Quando ouvi falar pela primeira vez, tardei a acreditar. Aí vi o papel, carimbado e protocolado, prova física do descalabro. Era verdade: o vereador Vandir Mognon (PSB), de São Bernardo do Campo (SP), registrou em cartório que ofereceria dois cargos públicos na Secretaria de Esportes a um cabo eleitoral – Júlio César Fuzari - caso ele conseguisse votos que garantissem a sua reeleição. Absurdo? Nem tanto quanto o parágrafo único do mesmo documento: "caso Vandir Mognon não seja nomeado secretário de Esportes no município, garante uma vaga no gabinete de vereador, na Câmara Municipal, com salário de R$ 3,3 mil ou mais". É sério isso! Quem duvida pode conferir com os próprios olhos:


Denunciei essa insanidade inacreditável no jornal ABCD Maior (que gentilmente cedeu ao blogue o fac símile e a foto abaixo, feita por Antonio Ledes). O grotesco da picaretagem formalizada começa pela linguagem cartorial: "As partes obrigam-se ao fiel e integral cumprimento deste contrato, que é firmado em caráter irretratável e irrenunciável". Encerrado o documento, está lá, oficializada, a compra de votos com registro em cartório. Não sei nem dizer quem estava mais manguaçado. Seria o escrivão, que lavrou uma ata de crime e nem se tocou? Ou o vereador-marreteiro, que voluntariamente registrou o crime eleitoral em cartório? Ou então o cabo eleitoral, que confia tanto no candidato que precisa fazer ele registrar a negociata pra ter certeza que vai ser cumprida?

Mas o mais engraçado é que o "compromisso legal" não serviu para seu devido fim: Mognon foi reeleito mas, como seu candidato a prefeito (o tucano Orlando Morando) não venceu as eleições, não teve como oferecer os cargos na Secretaria de Esportes. E mesmo o prêmio de consolação, o carguinho de assessor parlamentar que ele se comprometeu a ceder a Fuzari no documento oficial, o vereador ainda não pagou. Traduzindo: o maluco registrou a compra de votos em cartório, foi reeleito vereador e nem cumpriu o combinado com o comparsa! E depois o bêbado sou eu!

Mognon foi secretário de Esportes nos dois anos finais da gestão do ex-prefeito William Dib (PSB, 2002-2008) e é notório por ser o único vereador que não vai às sessões da Câmara com traje social: só usa camisetas de time de futebol (foto acima) - e nunca repetiu nenhuma! Dizem que tem mais de 200, de times latino-americanos, europeus, da primeira e da segunda divisão.

Mas parece mesmo que tem um gostinho todo especial pela várzea...

*Diego Sartorato é jornalista, corintiano, comunista, pró-palestinos, apreciador de 'vodka' Zvonka e colaborador bissexto do Futepoca.

sábado, janeiro 31, 2009

Para Lula, blogues democratizam a imprensa

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Enquanto o governo do estado de São Paulo exclui blogueiros e lança olhares sedutores aos grandes grupos em projeto de inclusão digital, o presidente Lula — pirata de quem o governador José Serra é papagaio — demonstra outra consideração pelos blogues. Em entrevista ao jornalista Mario Sergio Conti para a revista piauí, edição de janeiro, Lula exalta o papel da internet na produção de uma "informação mais plural".

"Não tem mais apenas a informação de tal revista ou de tal jornal", afirma o presidente. "Quando o cidadão pega um jornal de manhã, ele já viu aquela notícia na televisão, na noite anterior, já ouviu no rádio, já leu em vários blogs. Há 300 blogs com comentários diferentes, blogs de gente importante. Está tudo na internet. (...) Então isso democratiza a imprensa, aumenta a capacidade do cidadão em interpretar o que lê".

Amante do futebol e da cachaça e político que é, fiquei curioso em saber se o Lula lê o Futepoca. Mas não, ele diz que não lê nem blogues nem sites. Como qualquer governante, tem uma grande equipe lendo por ele, fazendo relatórios e selecionando. Mas a razão por que evita ler é outra: "tem problema de azia"... Compreensível.

(A ilustração é de Renato Stegun)

segunda-feira, janeiro 19, 2009

Kaká se casou na igreja cujo teto desabou

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Os paulistanos acompanharam neste domingo, 18, mais uma tragédia da qual, invariavelmente, o prefeito Gilberto Kassab (DEM) e o governador e ex-prefeito José Serra (PSDB) serão completamente poupados pela mídia e isentos da mais remota responsabilidade, como ocorreu, há exatos dois anos, no Buraco do Metrô. Ontem, no bairro Cambuci, o teto do enorme templo da Igreja Renascer desabou (foto acima, da Agência Estado), matando 9 mulheres e ferindo outras 90 pessoas (há um rapaz correndo risco de morte). Do jeito que a imprensa é, não duvido se, além de ignorar pefelistas e tucanos, ainda acharem um jeito de noticiar que a falta de vistoria e de fiscalização foi culpa da gestão Marta Suplicy (PT) - e ressuscitarem o mitológico "mensalão", insinuando que os pastores da Renascer teriam colaborado com o suposto Caixa 2 da campanha eleitoral petista. Não duvido mesmo.

Aliás, os prósperos pastores dessa igreja andaram tendo problemas com a polícia recentemente, mas parece que a imprensinha não está muito disposta, na cobertura da tragédia, a recuperar de maneira um pouco mais incisiva esses episódios nebulosos. Outro fato curioso, dessa vez relacionando o post com futebol, é que o garoto-propaganda da Renascer, o milanista Kaká, se casou com sua esposa Caroline justamente nesse templo que desabou, em dezembro de 2005. Além do casal, correram risco de morte personalidades como o atacante Ronaldo Gordo, o meia-atacante Júlio Baptista, o goleiro Dida, o lateral Cafu e o então técnico da seleção, Carlos Alberto Parreira. Para quem não se lembra, Kaká doou seu troféu de melhor jogador da Fifa de 2007 para a Renascer, que ficou em exposição justamente no templo do Cambuci. Na ocasião, o jogador disse que os pastores presos eram "boas pessoas". Que explique isso, agora, para as famílias das vítimas do teto desabado.

segunda-feira, janeiro 12, 2009

Imprensa bem que merece ser tratada a sapatadas

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Depois de condenar o método sapatístico, o companheiro presidente Lula finalmente capitulou e até ensaiou atirar um pisante na cabeça dos colegas da imprensinha, hoje, durante a abertura da 36ª Couromoda no Anhembi, em São Paulo (munição não faltava). Curiosa foi a alegria do governador José Serra - cujo mau gênio nos leva a crer que tenha vontade de jogar sapato até na própria mãe. Ah, a foto é de Jefferson Bernardes, da Agência Estado.