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quarta-feira, abril 08, 2015

Conhecendo os dois, terminou em cachaça...

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Em foto postada há pouco na página oficial de Lula no Feicibúqui, o time de deputados constituintes de 1988 antes de uma pelada em Brasília. Aécio Neves está agachado bem em frente ao Barba, que, de braços levantados, sinaliza o número de caixas de cerveja necessárias para o pós-arranca-toco.


quarta-feira, outubro 08, 2014

É rosca!

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Leia também:

quinta-feira, agosto 16, 2012

Ney Franco, crise no São Paulo e mensalão

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Da série "Oi? Acuma?":

"[O sentimento] Não é de vergonha, com certeza. A gente não está fazendo nada errado. Não fazemos parte do mensalão, não estamos roubando ninguém. Estamos todos os dias no CT, tentando fazer ajustes no time, e podemos sair na rua de cabeça erguida"
(Ney Franco, técnico do São Paulo, a respeito da má fase e da derrota do Tricolor para o Náutico por 3 a 0. Será que a crise no Morumbi e o gol contra do Rogério Ceni também são culpa do Lula?)

terça-feira, setembro 27, 2011

Lula deve desculpas à elite ou A casa grande tem raiva

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O Eduardo Guimarães e o Rodrigo Vianna já falaram a respeito, mas é difícil ignorar esse assunto. É possível conhecer muitas pessoas, ainda mais no estrato social dos autores do Futepoca, que não gostam do Lula. Os motivos são variados: há quem faça críticas à esquerda; outros, à direita; alguns citam tolerância à corrupção; outros destacam contradições de seus dois governos. Tudo isso faz parte do debate democrático, e que bom que é assim.

Mas muitos dos “críticos” que conhecemos não enveredam por esse lado. Gostam de lembrar da origem social do ex-presidente, falam do seu jeito de se expressar, do seu português, da sua não-formação universitária. A desqualificação é baseada no preconceito, em uma suposta superioridade que o tal canudo da universidade confere a seu possuidor. Os antecessores de Lula provam que isso não é bem verdade.

Abaixo, a tradução do artigo Esclavistas contra Lula, de Martín Granovsky, feita pela Thalita Pires. O jornalista mostra perplexidade diante dos jornalistas brasileiros que elaboram perguntas que tentam emparedar Richard Descoings, diretor de Sciences Po, que concedeu o título Honoris Causa ao ex-torneiro. Vale ler e perceber como um argentino pode entender tão bem as motivações da elite do país vizinho. E do servilismo de parte da sua mídia em relação a essa mesma elite.


Os escravocratas contra Lula

Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula
Eles podem pronunciar sians po. É mais ou menos assim que se diz sciences politiques. Dizer Sciences Po é o suficiente para se referir ao encaixe perfeito de duas estruturas, a Fundação Nacional de Ciências Políticas na França e o Instituto de Estudos Políticos de Paris.

Não é difícil de pronunciar Sians Po. O difícil é entender, nesta altura do século XXI, como as ideias escravocratas permeiam as mentes das elites sul-americanas.

Esta tarde, o diretor da Sciences Po, Richard Descoings, entregará pela primeira vez o título de Doutor Honoris Causa a um latino-americano: o ex-presidente brasileiro, Luiz Inácio "Lula" da Silva. Descoings discursará, e Lula também, claro.

Para explicar corretamente sua iniciativa, o diretor convocou uma reunião em seu escritório na Rue Saint Guillaume, perto da igreja de Saint Germain des Pres, de onde se podiam ver castanheiros com folhas amareladas. Entrar na cozinha é sempre interessante. Se alguém vai para Paris para participar como palestrante em dois eventos, um sobre a situação política na Argentina e outra no das relações entre Argentina e Brasil, não é mau entrar na cozinha em Sciences Po.

Pensa o mesmo a historiadora Diana Quattrocchi Woisson, que dirige o Observatório de Paris sobre a Argentina contemporânea, é diretora da Instituto das Américas e foi quem teve a idéia de organizar atividades acadêmicas na Argentina e no Brasil, do qual também participou o economista e historiador Mario Rapoport, um dos fundadores do Plano de Phoenix há 10 anos.

Claro que, para ouvir Descoings, haviam sido convidados vários colegas brasileiros. O professor Descoings quis ser agradável e didático. A Sciences Po tem uma cátedra sobre o Mercosul, os estudantes brasileiros vão cada vez mais para a França, Lula não saiu da elite tradicional brasileira, mas atingiu o maior nível de responsabilidade no país e aplicou planos de alta eficácia social.

Um dos meus colegas perguntou não havia problema premiar quem se gaba de nunca ter lido um livro. O professor manteve a calma e olhou espantado. Talvez ele saiba que essa jactância de Lula não consta em atas, embora seja verdade que ele não tenha título universitário. Tanto é verdade que quando ele assumiu o cargo em 1º de janeiro de 2003, levantou o diploma dado aos presidentes do Brasil e disse: "Pena que minha mãe morreu. Ela sempre quis que eu tivesse um diploma e nunca imaginei que o primeiro seria o de presidente da república. " E chorou.

"Por que premiar um presidente que tolerou a corrupção?" foi a pergunta seguinte.

O professor sorriu e disse: "Olhe, a Sciences Po não é a Igreja Católica. Não entra em análises morais nem tira conclusões precipitadas. Deixamos esse e outros assuntos importantes, como a chegada da eletricidade em favelas em todo o Brasil e as políticas sociais, para o julgamento histórico." Ele acrescentou: "Hoje, que país pode medir outro moralmente? Se você quer levar a questão mais longe no tempo, lembre-se que um alto funcionário de outro país teve que renunciar por ter plagiado uma tese de doutorado de um estudante." Ele falou de Karl-Theodor zu Guttenberg, ministro da Defesa alemão até que se soube do plágio. Além disso: "Não desculpamos, não julgamos. Simplesmente não damos lições de moral a outros países."

Outro colega perguntou não havia problema em premiar quem uma vez chamou Muammar Khadafi de irmão. Com desculpas devidas, que foram expressas para o professor e colegas, a impaciência argentina levou a perguntar onde Khadafi tinha comprado suas armas e que país refinava petróleo, bem como o comprava. O professor deve ter ficado grato que a questão não citou, por nome e sobrenome, a França e Itália.

Descoings aproveitou para destacar em Lula "o homem de ação que mudou o curso das coisas" e disse que a concepção de Sciences Po não é o ser humano como "um ou outro", mas como "um e outro", destacando o et, que significa "e" em francês.

Diana Quattrocchi, como uma latino-americana que estudou e se doutorou em Paris após sair de uma prisão na ditadura na Argentina graças à pressão da Anistia Internacional, disse que estava orgulhosa de que a Science Po tenha dado o Honoris Causa a um presidente da região e perguntou quais eram os motivos geopolíticos para isso.

O mundo todo se pergunta", disse Descoings. "E nós temos que ouvir todos. O mundo ainda nem sabe se a Europa vai existir no ano que vem."

Na Science Po, Descoings introduziu incentivos para que alunos presumivelmente em desvantagem pudessem passar no exame. O que é chamado de discriminação positiva ou ação afirmativa, e parece, por exemplo, com a cota exigida na Argentina para que um terço das candidaturas ao legislativo sejam de mulheres.

Outro colega brasileiro perguntou, com ironia, se o Honoris Causa a Lula era um exemplo de ação afirmativa da Science Po.
Parte da elite daqui parece ter saudades de tempos idos
Descoings observou-o cuidadosamente antes de responder. "As elites não são apenas educacionais ou sociais", disse ele. "Aqueles que avaliam os que são melhores são os outros, não aqueles que são iguais. Se não, estaríamos diante de um caso de elitismo social. Lula é um torneiro que se tornou presidente, mas até onde entendo, foi eleito por milhões de brasileiros em eleições democráticas."

Como Cristina Fernández de Kirchner e Dilma Rousseff na Assembléia Geral da ONU, Lula enfatizou que a reforma do FMI e Banco Mundial estão atrasadas. Ele diz que essas agências, como funcionam hoje, "não servem para nada". Os Brics (Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul) ofereceram ajuda para a Europa. A China sozinha tem o maior nível de reservas no mundo. Em um artigo publicado no El Pais os ex-primeiros-ministros Felipe Gonzalez e Gordon Brown pediram maior autonomia para o FMI. Eles querem que o organismo seja o auditor do G-20. Em outras palavras, eles querem o oposto do que pensam os Brics.

No meio dessa discussão, Lula chegará à França. É conveniente avisá-lo que, antes de receber um Honoris Causa na Sciences Po, ele deveria pedir desculpas para a elite do seu país. Um metalúrgico não pode ser presidente. Se por algum acaso chegou ao Planalto, agora deveria se esconder. No Brasil, a casa-grande das propriedades eram reservadas aos proprietários de terras e escravos. Então, Lula, agora silêncio, por favor.

A casa-grande tem raiva.

O original está aqui.

segunda-feira, maio 09, 2011

O 'monopólio da virtude' existe, de fato. Em São Paulo

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Muito curiosa a entrevista publicada pela Veja (aarrghh..) na edição que começou a circular no fim de semana, com o título "O estado não pode tudo". Nela, o filósofo Denis Izrrer Rosenfield (foto), professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), critica "a interferência cada vez mais frequente do estado na vida pessoal dos cidadãos por meio de decisões de órgãos governamentais". Até aí, sua postura é irrepreensível: o poder estatal não tem nada que apitar na vida particular e nos direitos pessoais e privativos dos cidadãos.

Quer um exemplo? A proibição do tabagismo nos bares, medida arbitrária e autoritária do então governador de São Paulo, José Serra (PSDB), aprovada em 2008 - e que incentivou outros estados da União a fazer o mesmo. Quer outro exemplo? A recente probição da venda de bebidas alcoólicas em espaços públicos, durante a "Virada Cultural", decretada pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab ("cria" política de Serra). É o prório filósofo Rosenfield quem sentencia, à Veja (aaarghh..): "Se alguém decide fumar ou beber, isso é um problema exclusivamente dessa pessoa, não é um problema do estado".

Porém, a Veja é a Veja (eecaaa!). E falar mal das administrações paulistas e paulistanas, dos tucanos e seus amiguinhos, é coisa que a revista nunca faria. Portanto, qual é o alvo da entrevista e do filósofo? O PT, lógico! "Quando o estado se apodera do monopólio da virtude, inicia um flerte inadmissível com o autoritarismo, danoso para qualquer sociedade", começa Rosenfield, para citar, como exemplo desse tipo de interferência, a recente tentativa da Anvisa de proibir a venda de remédios para emagrecer. "Essas medidas arbitrárias mostram como o PT, apesar de estar amadurecendo como partido, ainda atrai esquizofrênicos com mentalidade retrógrada e perigosa para a sociedade".

A partir daí, é só "cacete filosófico" em cima dos petistas: "Nos últimos anos, o governo se intrometeu em quase tudo. Recentemente, quis policiar um pretenso consumismo infantil e chegou ao cúmulo de discutir a tal Lei da Palmada, que pretende disciplinar a relação entre pais e filhos". E mais: "A Anvisa tentou proibir a publicidade de cigarro, de bebida e de alimentos. Parece inofensivo, mas sem publicidade a imprensa se torna dependente do governo, o que compromete a liberdade de expressão". Mas a liberdade que o filósofo gaúcho mais preza é a de cunho financeiro: "Isso sem falar no direito de propriedade, cada vez mais fragilizado".

Propriedade! Propriedade! Abra as asas sobre nós!
Para Rosenfield, "(...) no Brasil o direito à propriedade é relativizado pela função social, pela função indígena, pela função racial e pela função ambiental da terra. O que acontece é um descalabro. Um exemplo trágico é a proliferação dos tais quilombolas pelo país. Isso não tem mais limite". Veja que pérola de raciocínio "filosófico": "Se mais de 60% de uma população é dona de seus imóveis, essas pessoas podem se unir com força contra qualquer ameaça à propriedade. Se menos de 30% forem proprietários, abre-se espaço para a aplicação de ideologias que comprometem esse direito".

E você acha que ficou por aí? Não, não. Tem mais: "No Brasil, o processo notório de enfraquecimento do direito de propriedade por meio da desapropriação de terras está sendo combatido por uma reação da sociedade contra os movimentos de orientação esquerdista, como o MST e a Comissão Pastoral da Terra". Pois é. Já dá pra perceber o motivo da indignação do filósofo e da publicação que o entrevistou. E a culpa é de quem? Um maço de cigarro e uma garrafa de pinga pra quem adivinhar...

"Em seu segundo mandato, Lula se excedeu. O presidente deu muito poder a esses movimentos e limitou cada vez mais os direitos de propriedade. Foi exorbitante. Lula abriu a porteira. O mesmo aconteceu com relação à imprensa", arremata Rosenfield.

Ou seja, para NÃO variar, A CULPA É DO LULA!

Só nos resta fumar e beber. Dentro de casa...

quarta-feira, maio 04, 2011

Verba menor OU por quê a 'grande imprensa' detona Lula

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Uma materinha muito elucidativa do O Globo de hoje, com a ministra da Secretaria de Comunicação Social, Helena Chagas, confirma, com todas as letras e números, o que eu, como jornalista e frequentador dos bastidores dos meios de comunicação, canso de apontar para os anti-lulistas e anti-petistas como PRINCIPAL motivo de a chamada "grande imprensa" bater tanto em Lula e no PT:

Pelas informações da ministra, até o início do primeiro governo Lula, o dinheiro da publicidade era repartido entre 400 empresas. Agora, oito anos depois, a verba é destinada a aproximadamente 6 mil empresas.

Como diria nosso amigo Glauco: "Difícil ou fácil?".

terça-feira, abril 19, 2011

Quando os partidos decidem mudar de nome...

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segunda-feira, março 21, 2011

Contaram o milagre, não o santo

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Disposto a ver o golzinho do São Paulo que recolocou o time na liderança do Paulistão, marcado por Henrique, contra o Grêmio Prudente, liguei a TV no programa "Mesa Redonda", da Gazeta. Particularmente, detesto essas rodas de "debate", onde se palpita muita asneira e se mostra muito pouco do que interessa: os melhores momentos e os gols da rodada. Mas, logo que sintonizei, disposto a cortar o som e ler alguma coisa, de tocaia no momento em que o gol fosse transmitido, começou a passar uma matéria que me interessou, sobre as recentes repatriações de atletas que estão muito bem e que poderiam continuar fazendo uma boa grana lá fora, caso do santista Elano, do flamenguista Ronaldinho Gaúcho, do corintiano Liédson (foto) e do sãopaulino Luís Fabiano, entre outros.

A edição da reportagem não concluiu nada sobre o motivo dessas repatriações, digamos, "improváveis". Foi uma coisa mais relatorial, citando o êxodo maciço após a Copa de 1982, de Zico, Sócrates e Cerezo (Falcão tinha ido em 1980), e a volta de alguns, ainda no auge, a partir da década de 1990, como Romário (foto). Mostraram o Elano dizendo que poderia ter feito um contrato três vezes melhor na Europa, mas que o mais importante para ele é jogar e blá, blá, blá. Só quando abriram para os comentários de quem estava no estúdio é que disseram o óbvio, que a materinha se eximiu de dizer: a volta dos "filhos pródigos" tem como principal motivo a ótima situação econômica que o Brasil ostenta hoje, enquanto vários países ainda sofrem a a grande recessão detonada pela crise de 2008.

"Quando um atleta vai para o exterior, está pensando em resolver sua independência financeira, mais do que qualquer coisa. E hoje, pela nossa situação econômica, o jogador consegue voltar para ganhar quase o mesmo que ganhava lá", resumiu o zagueiro Paulo André, do Corinthians, que jogou três anos na Europa. "O futebol brasileiro vai ganhar muito mais investimentos com a Copa do Mundo, muito mais vitrine", observou o goleiro Deola, do Palmeiras (foto). Questionado sobre como pagar salários de nível europeu não tendo a mesma receita dos clubes de lá, o presidente do Santos, Luís Álvaro, foi incisivo: "As empresas hoje estão ganhando muito mais dinheiro aqui no Brasil e, por isso, tem mais para investir".

Conclusão: o festejado retorno de nossos craques, no auge de suas carreiras, é "culpa" do Lula, sim! Só não disseram com todas as letras.

Negociações - Falando em Luís Álvaro, o dirigente confirmou que Robinho (foto) poderá voltar no centenário do Peixe, ano que vem. Os salários e outros acertos com o jogador já estariam combinados, só falta a liberação da multa por parte do Milan. Hoje, segunda-feira, o presidente do Santos encerrará a discussão sobre a questão do técnico, se Marcelo Martelote será oficializado no cargo ou se outro será anunciado. Segundo ele, Muricy Ramalho não é o único nome em debate. O medidador do programa, Flávio Prado, por sua vez, afirmou que Lugano estaria negociando seu retorno ao São Paulo. E Vanderlei Nogueira observou que Kaká também quer voltar. Já Chico Lang disse que conversou com o presidente do Corinthians, Andrés Sanchez, e que este lhe garantiu que desistiu de vez do ex-imperador Adriano.

quarta-feira, janeiro 12, 2011

Velha mídia: a diferença entre a chuva tucana e a petista

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Há três anos a Thalita fez, neste espaço, a comparação entre dois editoriais do jornal O Estado de S. Paulo. Cada um dos textos tratava de uma obra então realizada pelo poder público e ambas tiveram tratamento bem distinto: o alagamento do túnel da Avenida Rebouças no início do mandato (incompleto) de José Serra na prefeitura paulistana e o episódio do "buraco do metrô", que fez sete vítimas fatais, também na capital do estado.

Lembrei desse post por conta do editorial desta quarta-feira, 12, do mesmo Estadão, intitulado "São Paulo pode conter as enchentes". O otimismo do título já é louvável e merecedor de elogios. Trata-se de um periódico que torce e acredita na terra bandeirante no mais entusiasmado estilo "yes, we can". Mas é interessante ler o texto, na íntegra, abaixo:

São Paulo pode conter as enchentes
O Estado de S. Paulo - 12/01/2011



A forte chuva que caiu na noite de segunda-feira e início da madrugada de ontem traz mais uma vez à discussão o renitente problema das enchentes que todos os anos castigam São Paulo e cidades próximas, e para o qual até agora as autoridades municipais e estaduais, que dividem as responsabilidades nesse caso, não conseguiram oferecer qualquer esperança de solução satisfatória. Solução, aqui, significa minorar significativamente os seus efeitos, já que eliminá-los é praticamente impossível tendo em vista as peculiaridades da capital paulista.
Repetiu-se o cenário desolador já bem conhecido dos paulistanos: quatro mortos na capital e outros quatro em municípios vizinhos; centenas de desabrigados que tiveram suas casas, construídas em áreas de risco, destruídas e perderam tudo; e ruas, avenidas e túneis alagados, com lixo e carros boiando e passageiros desesperados.
O transbordamento dos Rios Tietê e Pinheiros, em vários pontos das marginais, e de córregos, como o Cabuçu de Baixo, na zona norte, o Jaguaré, na zona oeste, e o Morro do S, na zona sul, paralisou boa parte da cidade até as 10 horas da manhã. Foram registrados 135 pontos de alagamento, e 58 deles ficaram intransitáveis por várias horas. Nos próximos dias, as avaliações da Defesa Civil, das administrações municipal e estadual e de entidades empresariais darão uma ideia mais precisa dos prejuízos para a população e a economia da capital.
É verdade que a topografia de São Paulo, em cuja área se alternam violentas ondulações e várzeas, não ajuda. Essa fatalidade geográfica é uma limitação importante. Apesar disso, o poder público pode fazer muito para reduzir os efeitos das enchentes, como sabem os estudiosos da questão. Elas nunca deixarão de ser um problema, mas podem deixar de ser um desastre periódico, como acontece hoje. As medidas para chegar a esse resultado são bem conhecidas, há muito tempo, e a maior parte delas já está sendo executada, mas infelizmente não de maneira satisfatória.
Os melhores exemplos disso são a limpeza do Rio Tietê, a construção de piscinões e a canalização de córregos. Bilhões já foram gastos no Projeto Tietê, destinado à recuperação desse rio, boa parte dos quais para o seu desassoreamento, com a retirada da sujeira acumulada durante décadas em seu leito, que possibilitou o aprofundamento da calha, o alargamento das margens e o aumento considerável da vazão. O resultado disso foi uma sensível redução do risco de transbordamento.
Desde que se concluiu essa etapa do projeto, todos sabiam que, sem um trabalho de manutenção adequado, com a limpeza constante do leito, essa importante conquista estaria ameaçada. Infelizmente, foi o que aconteceu. Mas, ainda que a vazão do Tietê não seja a mesma de quatro anos atrás, ela é suficiente para evitar um mal maior. Sem ela, a situação teria sido muito pior nas últimas enchentes. O governador Geraldo Alckmin já anunciou um remanejamento de verbas destinado a garantir recursos para acelerar a limpeza da calha do rio, que deve estar concluída em dois anos.
Quanto aos piscinões, destinados a reter a água das chuvas em pontos estratégicos, há dois problemas a resolver. Em primeiro lugar, seu número - hoje são 49 na Grande São Paulo - é insuficiente. Para completar o sistema, o governo do Estado deve contar com colaboração maior das prefeituras da região metropolitana. Até agora, só a capital deu contribuição significativa. Em segundo lugar, sua limpeza tem deixado a desejar.
A canalização dos córregos e a execução de outras medidas importantes cabem à Prefeitura da capital. Entre estas, a conservação, a limpeza e ampliação do sistema de drenagem, em especial de bueiros e galerias pluviais, que não têm sido satisfatórias, e o mapeamento das áreas de risco, a retirada dos que nelas se instalaram e ações para coibir novas ocupações.
É verdade que todas essas obras e serviços de manutenção, que podem minorar de forma significativa os efeitos das enchentes, custam caro. Mas é igualmente verdade que a sua ausência tem um custo ainda maior para a cidade. Elas são, portanto, altamente compensadoras.
Todos os negritos são meus e estão aí para realçar o quanto o escriba se esforçou para dizer que o problema da enchentes numa metrópole como São Paulo é complexo, o que seria até acaciano dizer. O texto afirma ainda que o governo paulista de fato agiu para evitar o pior por meio do Projeto Tietê. "Só" faltou manutenção, a limpeza do leito que não foi feita. Nas linhas, não se mostra o nome do responsável pelo malfeito, mas foi o mesmo gestor público que o jornal apoiou em outro editorial para a presidência da República.

Enfim, é tocante a compreensão do Estadão para com os problemas urbanos e como ele de fato enxerga o esforço do poder público e confia nos investimentos futuros para evitar que novas tragédias ocorram novamente. Curiosamente, disposição parecida não houve há quase seis anos:
Pressa e inépcia se uniram para tornar precário o Túnel Rebouças 
O Estado de S.Paulo - 15/01/05 
Quem errou vai pagar, avisou o prefeito José Serra durante visita, na semana passada, ao Túnel Jornalista Fernando Vieira de Mello, na Avenida Rebouças, construído às pressas pela administração Marta Suplicy para ser inaugurado às vésperas das eleições. Na primeira chuva intensa de novembro, a passagem foi invadida pelas águas e se transformou num piscinão. De lá para cá, a cada precipitação forte, o acesso ao túnel – construído para dar maior fluidez ao tráfego no cruzamento com a Avenida Faria Lima, ao custo de R$ 97,4 milhões – é fechado e o trânsito se torna pior do que antes da obra.
Agora, atendendo a pedido do prefeito, engenheiros do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), da Escola Politécnica da USP, do Instituto de Engenharia e da Secretaria de Infra-Estrutura e Obras apresentaram relatório sobre os problemas de execução do túnel. O secretário municipal de Infra-Estrutura e Obras, Antônio Arnaldo de Queiroz e Silva, afirmou que a pressa foi inimiga da qualidade. A galeria de águas pluviais, construída ao lado da passagem subterrânea, foi feita com tubos de PVC e areia em vez de concreto, material muito mais resistente.
A análise dos técnicos do IPT aponta para deformações, rachaduras, remendos, assoreamento e infiltrações na galeria. Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, o vice-presidente da Construcap, contratada pela empreiteira Queiroz Galvão para executar as obras, admitiu que “a técnica construtiva foi escolhida por causa da exigüidade do prazo imposto pela Queiroz Galvão”. Segundo ele, tudo foi feito em menos de 40 dias, com os operários trabalhando de madrugada para não atrapalhar o tráfego. Capobianco lembra que a Emurb autorizou o uso do material.
Identificadas as falhas de execução, o prefeito José Serra quer agora que os responsáveis pela obra realizem as reformas imediatamente, sem que a administração municipal desembolse um único centavo.
O contrato firmado entre a Prefeitura e a construtora Queiroz Galvão, em 2003, estabelecia o prazo de 18 meses para a entrega do túnel. No primeiro semestre de 2004, o governo petista alterou os planos para inaugurar a obra em novembro. Alegando dificuldades técnicas, mudou o padrão de construção. A decisão elevou em 47% o preço da obra, cujo ritmo foi acelerado, permitindo que fosse inaugurada em setembro.
Tanta correria numa construção complexa, a poucos metros do Rio Pinheiros, não poderia ter outro resultado. Há décadas, nas ocorrências de chuvas fortes, as ruas próximas do túnel apresentam alagamentos por causa das galerias subdimensionadas e da impermeabilização do solo, que leva as enxurradas em grande velocidade em direção ao Rio Pinheiros, onde não conseguem desaguar e há o refluxo pelas bocas-de-lobo.
O prefeito acerta ao cobrar o trabalho bem-feito dos responsáveis pela obra. Além dos riscos trazidos pela inundação do túnel, as falhas na execução da obra comprometem a segurança do corredor de ônibus. Segundo o secretário de Infra-Estrutura e Obras, Antônio Arnaldo de Queiroz Filho, a deformação excessiva da tubulação pode provocar o solapamento do piso do corredor.
A administração Marta Suplicy prometeu fazer da Rebouças uma avenida-modelo, com o corredor do Passa-Rápido, um belo projeto paisagístico e a passagem subterrânea, que acabaria com um dos principais gargalos do trânsito na região.
Ocorreu, de fato, grande mudança na avenida que, atualmente, parece um cenário de guerra. Um dos mais nobres corredores da cidade está sem calçadas e tomado por entulhos. O projeto paisagístico se perdeu, com as plantas emaranhadas, sem os cuidados necessários, e o trânsito continua complicado. E assim ficará por bom tempo. Afinal, as reformas do que foi feito às pressas vão ser iniciadas, haverá bloqueio de duas faixas da Rebouças e carros e ônibus terão de se espremer em apenas 5,7 metros de via. O fechamento das pistas permitirá que 3,5 mil veículos trafeguem por hora na Rebouças, quando o movimento normal é de 4,5 mil.
Por conta dos caprichos e da irresponsabilidade da administração passada, os moradores de São Paulo voltarão a enfrentar transtornos ainda maiores no trânsito.

Estão mantidos os negritos na Thalita no texto original porque eles refletem, primeiro, a condenação sem rodeios da administração petista que realizou a obra, pautada por declarações do prefeito e do secretário tucanos. Segundo, evidencia o diagnóstico do jornal: pressa e inépcia. Mas, no editorial de hoje, não se questiona o que deixou de ser feito tampouco os erros repetidos da falta de planejamento urbano de São Paulo. Como é o caso da ampliação da marginal do Tietê, obra bilionária que conta com uma duvidosa compensação ambiental e reforça um modelo viário que ajuda a tornar a cidade inviável em breve. Sobre isso, comenta Raquel Rolnik em seu blog:
Me parece, e tenho repetido isso, que evidentemente não é a obra de ampliação da marginal que causou enchentes, pois isso não faz nenhum sentido. A questão é que esta é uma área sujeita a enchentes e alagamentos, porque está na beira do rio. Sempre podem ocorrer chuvas excepcionais e a beira do rio está sujeita a enchentes e alagamentos. O problema é colocar o sistema viário estrutural da cidade em um lugar dessa vulnerabilidade, significa claramente expor o sistema de mobilidade principal a essa situação.
Na terça-feira, 11, também foi curioso assistir ao Jornal das Dez na Globo News. A única menção ao poder público na escalada (abertura) do noticiário foi relativa às verbas para prevenção de desastres do Ministério da Integração teriam diminuído de R$ 168 milhões em 2010 para R$ 137 milhões em 2011. Ou seja, a culpa é do Lula, claro! Essa foi a primeira pergunta feita ao urbanista João Whitaker, que colocou os pingos nos is de forma diferente da imaginada pela pauta (veja aqui).

É bom ressaltar que o montante reservado no orçamento do governo federal para prevenir desastres em todo o país, e que é irrelevante para São Paulo, é um pouco maior do que os R$ 100 milhões obtidos junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) na gestão Marta Suplicy para a construção de dois piscinões na capital paulista. As obras foram canceladas por seu sucessor, José Serra, e os recursos estão intocados para que o atual alcaide possa usar. Mas talvez a cidade não precise de obras contra enchentes, por isso a demora.

segunda-feira, novembro 22, 2010

A origem do 'relaxa e goza'

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É comum, entre jornalistas proletários, bêbados e de esquerda (qualquer coincidência com a gente é mera realidade), usar o termo "pau alado" para situações extremamente difíceis - em português claro, que vai ferrar tudo e não tem jeito de evitar. Pois ouvi hoje de uma fonte insuspeita, muito próxima ao nosso estimado presidente Lula, que ele sempre costumava dizer (com o perdão do palavrão):

- Em chuva de caralho, a melhor arma é um pote de vaselina!

A cachaça na gênese do Brasil independente

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Lendo "1822" (editora Nova Fronteira, 2010), desdobramento de "1808" (já comentado aqui), de Laurentino Gomes, pincei a recuperação de um detalhe muito interessante sobre nosso imperador Dom Pedro I: além de ávido consumidor, ele também era produtor de cachaça (!). O livro cita outra obra, "D.Pedro I", de Isabel Lustosa, que, por sua vez, recupera relatos do reverendo e diplomata inglês Robert Walsh (imagem à direita), enviado ao Brasil em 1828. O estrangeiro teria escrito que, além de comprar cavalos para marcá-los com o selo da Fazenda Real de Santa Cruz e os revendê-los a preços muito maiores, "D.Pedro se dedicava a várias outras atividades lucrativas: fabricava cachaça, comercializada nos botequins cariocas". Confesso que tal curiosidade me despertou alguma simpatia por um governante que nunca me pareceu muito patriota. E repito o desabafo: ainda vem um Larry Rohter criticar a cachaça do presidente Lula! Imaginem se ele também produzisse a chimbirra...

terça-feira, novembro 16, 2010

Mortes em rodovias no feriado: a culpa é do Lula

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A campanha de esgoto que o tucano José Serra fez este ano, nas eleições presidenciais, conseguiu trazer para os holofotes os setores mais atrasados, conservadores e extremistas da sociedade brasileira e acentuou à tensão máxima o ódio, o preconceito e a divisão raivosa entre nós. Como nunca antes na História desse país, a xenofobia entre compatriotas esteve tão explícita, orgulhosa e falando em tão alto e bom som.

Depois do revelador manifesto "São Paulo para os paulistas", que diz muito sobre o PSDB perpetuar-se no Palácio dos Bandeirantes desde 1995 (ou desde 1983, considerando que é praticamente o mesmo grupo que chegou ao poder com Franco Montoro), presenciamos a lamentável sequência de barbaridades no Twitter e a escalada oficial do preconceito em plena mídia de informação.

O mais recente (e triste) exemplo vem de Santa Catarina. No jornal da RBS, retransmissora da TV Globo no Sul do país, o comentarista Luiz Carlos Prates afirmou, sobre a alta incidência de mortes nas estradas no feriadão que se estendeu até segunda-feira (grifos nossos): "Antes de mais nada, a popularização do automóvel. Hoje, qualquer miserável tem um carro. O sujeito jamais leu um livro, mora apertado numa gaiola que hoje chamam de apartamento, não tem nenhuma qualidade vida, mas tem um carro na garagem".

Depois de dizer que o tal "miserável" ainda tem problemas matrimoniais e por isso desconta suas frustrações abusando da velocidade no trânsito, o comentarista volta à carga: "Popularização do automóvel, resultado deste governo espúrio, que popularizou pelo crédito fácil o carro para quem nunca tinha lido um livro. É isso".

Ou seja, o Lula é culpado por ter distribuído renda e dado o direito ao consumo e ao lazer aos "miseráveis analfabetos", culpados por todo e qualquer acidente de automóvel. Pelo o que dá a entender, os ricos, esses iluminados, nunca morrem nem matam ninguém no trânsito. Será?

Parabéns, José Serra. Colha com prazer o que você semeou:



Ps.: É sintomático que os lamentáveis comentários tenham vindo de Santa Catarina, estado que, a exemplo de São Paulo ("dos paulistas"), de Minas Gerais e do Paraná, também elegeu governador do PSDB. Vejam aí mais um exemplo da xenofobia que a campanha repulsiva dos tucanos fez emergir:

quinta-feira, agosto 12, 2010

Vestal da 'ética' agora vigia a 'moralidade'

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A Folha de S.Paulo (argh!), aquela empresa que publicou artigo dizendo que o presidente Lula tentou violentar um companheiro, quando esteve preso, e que tratou os 21 anos de selvageria militar no Brasil como ditabranda, além de outros absurdos, volta agora a prestar seu triste papel de "sentinela vigilante" da moral e dos bons costumes para a sociedade brasileira. Credo.

Falando sobre o livro "Teresa, que esperava as uvas" (de Monique Revillion, Geração Editorial), que integra o pacote do governo federal para equipar bibliotecas de colégios públicos, atenta para os "escandalosos" trechos de sexo e violência na obra fictícia: "arriou as calças dela, levantou a blusa e comeu ela duas vezes" e "deu um tiro no olho dele (...) ele ficou lá meio dependurado, com um furo na cabeça". E o "jornal" ressalta, por fim, que "o governo Lula, a autora da obra e a editora defendem a escolha (do livro)".

Ou seja, pra variar, a culpa é do Lula! Dai-me estômago, oh, Senhor...

terça-feira, julho 27, 2010

Veja especula sobre o Morumbi

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Na coluna Radar on Line de hoje, no site da Veja, Lauro Jarim questiona: "O que Lula quer com Juvenal?". "Hoje, no final do evento em que sancionou a lei que modificou o Estatuto do Torcedor, Lula chamou o presidente do São Paulo, Juvenal Juvêncio, num canto e fez uma convocação ao pé do ouvido: - Juvenal, passa lá no meu gabinete para conversarmos ainda hoje", garante o colunista. E emenda: "Lula e Juvenal estão neste momento reunidos. O assunto é, naturalmente, o Morumbi e o imbróglio da abertura da Copa. Lula, como se sabe, apóia o Morumbi para sediar o jogo de abertura, algo que a FIFA e Ricardo Teixeira dizem que está fora de cogitação". Para encerrar, Jardim deixa as seguintes questões no ar: "Mas o que será que Lula quer dizer a Juvenal? Que vai peitar a FIFA e Teixeira? Ou teria ele uma solução para a encrenca?". Querem a minha opinião? Lula com Juvenal Juvêncio só pode ser encontro pra tomar pinga, com certeza! E o que a cachaça não remedia, remediado está.

quinta-feira, maio 27, 2010

Fifa ganha isenção fiscal. Se bobear, sobra até para a Globo

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Não estava no acordo, mas quase. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou, pouco antes de receber a delegação brasileira rumo à África do Sul, assinou dois projetos de lei para promover a isenção de impostos para a Copa do Mundo no país. Os beneficiados são a Federação Internacional de Futebol (Fifa) e seus parceiros.

Foto: Ricardo Stuckert/Pr

Lula abraça Dunga. Para o Estadão, foi uma recepção fria. Se o
Brasil perder, nada de responsabilizar o xará de anão:
a culpa será do Lula

A estimativa da Receita Federal é que o país abra mão de R$ 900 milhões em arrecadação. Um pouco mais do que um terço (R$ 340 milhões) dizem respeito a deduções fiscais de obras nos palcos de jogos, os estádios. Há estimativas de que o país gaste R$ 11 bilhões para fazer a disputa pelo caneco acontecer. Mas devem ser gerados R$ 183 bilhões.

Outro meio bilhão está relacionado a atividades e operações relacionadas à Copa do Mundo. Uma parte disso é sobre importação, outra sobre renda. Mas tem fatias do Imposto Sobre Serviços (ISS), arrecadado por municípios e pelo Distrito Federal, e Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), que depende dos estados.

Como há dedução de PIS/Confins, o governo tenta fazer a Fifa gastar seus bilhõezinhos no Brasil.

Segundo o coordenador-geral de Tributação da Receita Federal, Fernando Mombelli, as renúncias atendem exigências para a realização do mundial. A Fifa exige indenização caso isso não seja garantido.

Então, tá.

O problema: a emissora escolhida como responsável pela captação e distribuição do sinal dos jogos também terá isenção de impostos.

É hora de a Empresa Brasil de Comunicação (EBC) colocar a TV Brasil para assumir seu papel de rede pública. Senão, é a Globo quem embolsa a desoneração.

quarta-feira, março 24, 2010

Depois é o Lula quem fala besteira...

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No comando de um trator enfeitado com um enorme adesivo amarelo de sua gestão desastrosa, o (des)governador José Erra, digo, Serra (PSDB) participou ontem da demolição de prédios na região central de São Paulo. Após derrubar um muro, declarou, quase tendo um orgasmo:

- É gostoso. Derrubar prédios é uma terapia.

Como diria (a tucana) Regina Duarte, "que medo!". E, pelo visto, destruir o estado mais rico do país também deve ser terapêutico para o Serra.

segunda-feira, março 22, 2010

Lula recomenda: 'Troque chimarrão por uísque e cachaça'

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Esse é o meu presidente: em vídeo para parabenizar o ex-ministro da Justiça Tarso Genro por seus 63 anos, Lula recomendou ao pré-candidato do PT ao governo gaúcho que troque o chimarrão por uísque "de qualidade".

- O Tarso é um baita de um companheiro, mas é um companheiro polêmico. Em vez de chimarrão, Tarso, tome um belo de um uísque de qualidade, tome uma cachaça de qualidade, tome uma caipirinha.

O vídeo, de três minutos, foi exibido na noite de sábado em Porto Alegre, no jantar de comemoração do aniversário de Tarso Genro. Será que ele obedeceu Lula?

sexta-feira, fevereiro 19, 2010

Tem culpa eu?

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Quando a Secretaria de Segurança Pública (SSP) de São Paulo divulgou, no início do mês, os dados da criminalidade no estado em 2009, mostrando que a maioria dos índices piorou muito em relação ao ano anterior, houve uma verdadeira "operação abafa" para "maquiar" as informações e dizer à população (e aos eleitores) que o Serra, digo, o diabo não é tão feio quanto pintam. Prova disso foi a reverberação (séria) da estapafúrdia "justificativa" do (des)governador de que o aumento do crime foi causado pela crise econômica mundial.

Nos locais em que o aumento dos roubos foi assustador, como na região de Sorocaba, por exemplo, onde o índice subiu 60%, a SSP apressou-se a explicar que "a comparação de roubos e furtos entre os últimos trimestres de 2008 e 2009 torna-se equivocada se não levada em conta a sub-notificação". Traduzindo: ano passado os roubos e furtos não aumentaram naquela região porque, em 2008, houve o mesmo tanto de crimes mas a greve da Polícia Civil gerou menos registro de boletins. "O ‘efeito greve’ representou uma subnotificação de 21% das ocorrências", disse a assessoria da SSP.

Ué, mas não houve sub-notificação também de homicídios e latrocínios? Com a palavra, a SSP: "(esses crimes) são considerados de maior gravidade e foram registrados nas delegacias". Ah, tá! Quanta ginástica! O engraçado é que a desculpa da sub-notificação também foi usada para responder sobre o aumento de 16% dos homicídios no interior do estado - e esquecida em outros locais que tiveram queda no número de furtos e roubos. Enfim, "a ocasião faz o ladrão", um ditado muito apropriado para notícias sobre violência e criminalidade. Como listaram a Brunna e o Anselmo num comentário de outro post, no império tucano de São Paulo, a culpa da violência é da crise econômica, do caos das chuvas e enchentes é da natureza (e do povão, que joga lixo na rua), e da péssima educação pública é culpa dos professores.

Agora eu completo: a culpa dos altos índices de criminalidade é dos policiais grevistas! Ê, governo bão: não faz nada, mas não tem culpa, não!

quarta-feira, janeiro 13, 2010

"Alguém sabe por onde andam os militares?"

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A indicação foi feita pelo Twitter do Vi o Mundo. O comentarista José Nêumane Pinto, conhecido pelas suas posições conservadoras, resolveu palpitar sobre a terceira versão do Plano Nacional dos Direitos Humanos, que a grande mídia tem vendido como se fosse uma "reforma constitucional" feita por decreto. Asneira da grossa e que só faz sentido em um ano eleitoral, reverberada por uma fatia da imprensa comercial que parece ter perdido qualquer prurido em mentir.

O plano estabelece diretrizes para se fomentar uma cultura de respeito aos direitos humanos e teve outras duas edições lançadas durante o governo FHC. Tais diretrizes estão aí para serem discutidas pelas instituições e pela própria sociedade, não vão se tornar legislação com um passe de mágica. O ídolo futepoquense Cláudio Lembo, que está longe de ser de esquerda, já deu a dica: vá à fonte, leia o Plano ou confira os pontos que a mídia tem repercutido com o texto.

Abaixo, a inspiração pouco democrática de Nêumane Pinto. Triste sinal.

terça-feira, dezembro 29, 2009

Panetones de Arruda viram joguinho na internet

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Deu no blogue da Paola Lima. Os panetones que se transformaram no símbolo do escândalo de corrupção do Distrito Federal já viraram game na internet. O governador José Roberto Arruda, o vice, Paulo Octávio, secretários e deputados distritais são investigados pela Operação Caixa de Pandora da Polícia Federal por um esquema de distribuição de propinas.

Clique aqui para jogar

Panetones e o próprio Arruda surfam pela tela e o jogador precisa ajudar a limpar brasília. Cada panetone vale um ponto, enquanto atingir o ex-Democrata soma cinco no escore. A iniciativa é do Brasília Limpa, movimento promovido pela seccional do DF da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) com o sindicato dos publicitários e das Agências de Propaganda.

Depois de um tempo do jogo bastante produtivo e útil para combater a corrupção, a mensagem: "Você ajudou a limpar Brasília".

O tradicional pão com frutas cristalizadas e uvas passas tornou-se símbolo do escândalo porque é a alegação oficial de Arruda para justificar os vídeos em que os envolvidos trocam maços de cédulas e até rezam pelo esquema. Tudo seria para doar panetones a crianças pobres.

Outros escândalos e os games
O primeiro escândalo de corrupção a ganhar as telas de vídeogames e computadores foi o que envolvia o então presidente Fernando Collor de Mello. Com o nome "Roxo", o objetivo do passatempo era acertar a figura de um caricato mandatário – com faixa presidencial a tira-colo – com um martelo. Ao garantir o sucesso da empreitada, o pequeno Collor no joguinho, seu membro ganhava a cor roxa e surgia um balãozinho com o dizer: "Ui!". Tudo em alusão à declaração do próprio alvo da piada, ainda em campanha eleitoral, de que ele teria "aquilo roxo".

Mais recentemente, presidentes do Senado ganharam suas sátiras no mundo dos games. Dance Renan permite que o jogador "comemore" o fato do senador alagoano ter se livrado das acusações de corrupção. Naturalmente, como a Culpa é do Lula, é o presidente quem dá a nota pelas danças. Não encontrei nenhum relacionado à Mônica Veloso.

José Sarney, atual mandatário da Casa, também viu das suas. Derruba Sarney, em que é preciso acertar o imortal das letras – e do planalto central – com cocos, melancias e outras frutas disparadas por um canhão. Para isso, é preciso também acertar outros senadores da situação e da oposição, de Eduardo Suplicy a Álvaro Dias, de Romero Jucá a Jader Barbalho.

O ex-presidente bigodudo também é "homenageado" com o Chute o Sarney que, como sugere o nome, envolve acertar o traseiro de um amapaense ex-maranhense em trajes de de velho oeste estadunidense. Nem chutado nem derrubado. Sarney continua presidente do Senado.

Antonio Carlos Magalhães Neto também foi alvo do Grampinho não, para "não deixar o grampinho baixar em Salvador". O contexto era o da eleição municipal de 2008 que, pode até não ter sido decisivo, mas o neto de ACM – promotor de grampos telefônicos contra metade da Bahia lá pelos idos de 2002 e 2003 – não venceu as eleições.

Claro que Lula e Dilma também são protagonistas. O Pac-man faz o trocadilho entre o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) com o clássico dos games. Não encontrei mais esse trem no ar.

Quem será o próximo político a ser satirizado em um game para desocupados no escritório? Ou para garantir nossa pauta de fim de ano?