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Boateng chuta e Denis leva por baixo das pernas: 'vexaminho' (Foto: AP) |
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Boateng chuta e Denis leva por baixo das pernas: 'vexaminho' (Foto: AP) |
Muitos termos que ainda usamos no meio futebolístico têm origem inglesa, como o próprio esporte. Beque, por exemplo, vem de back, aquele que "volta". Chute, ainda mais óbvio e direto, é shoot (atirar). Mas existem outros termos sem explicação aparente. Um deles, por exemplo, é gandula. Pesquisando, descobri que a palavra deriva do jogador argentino Bernardo Gandulla (foto à direita), contratado pelo Vasco da Gama em 1939. Existem duas versões sobre o assunto: a de que, quando ainda jogava pelo Boca Juniors, corria voluntariamente atrás da bola quando ela saía de campo, para recomeçar a disputa o mais rápido possível. E a de que, impedido de jogar pelo Vasco, mostrava-se prestativo como apanhador de bolas durante os jogos, não só quando a reposição era para o seu time, mas também quando favorecia o adversário - o que configura um curioso caso "ancestral" de fair play no futebol mundial.
Também há duas versões para o fato de não ter jogado pelo Vasco. A primeira, pura e simples, leva a crer que o argentino não agradou nos treinos e não se adaptou ao futebol brasileiro, sendo apartado do elenco. A segunda é mais verossímil, pois Gandulla era considerado um grande meia-esquerda em seu país. Revelado pelo Ferro Carril Oeste em 1934, integrou a famosa linha de ataque chamada de "La Pandilla", ao lado de Además, Maril, Bornia, Sarlanga e Emeal. Porém, ao ser trazido pelo Vasco em 1939, junto com o ponta-esquerda Emeal, teve problema com a legislação da época sobre transferências internacionais. Como não era dono de seu próprio passe e a negociação foi confusa, ficou impedido de jogar. Nesse afastamento, para sentir-se útil, passou a repor voluntariamente as bolas que saíam de campo.Mesmo com essa frustrada passagem pelo futebol brasileiro, Bernardo José Gandulla foi destaque na Argentina, pois era exímio armador e goleador. Em 1940, transferiu-se para o Boca Juniors, onde marcou 18 gols em sua primeira temporada e sagrou-se campeão argentino em 1940 (conquistaria o título novamente em 1943). Chegou a disputar uma partida pela seleção de seu país e, em toda a carreira, fez 123 gols em 249 jogos. Além do Ferro Carril Oeste, Vasco e Boca Juniors, Gandulla defendeu o rival River Plate, o Auxerre, da Suiça, e o Manchester City, da Inglaterra. Mas também batia um bolão fora de campo: a foto acima reproduz a capa da revista "Cine Argentino" de março de 1941, onde ele "divide" uma bola com a jovem atriz Eva Duarte - ninguém menos que a futura primeira-dama da Argentina, rebatizada como Evita Perón.
Depois de pendurar as chuteiras, treinou as categorias de base do Boca e revelou jogadores como Rattin, Ponce e Monzo, ganhando o apelido de "Maestro". Mais tarde, treinou a equipe profissional em 1957, 1958, 1967, 1971 e 1972. Nascido em 1º de março de 1916, Gandulla faleceu em 7 de julho de 1999, aos 83 anos, em Buenos Aires. Seus restos mortais estão sepultados no Panteon do Boca Juniors, no cemitério de Chacarita. Mas foi imortalizado com a criação do "Trofeo Gandulla", que é dado todos os anos ao melhor jogador argentino. Maradona, por exemplo, o recebeu em 1981.
Aproveitando a pelada entre Brasil e Colômbia, a diretoria do Santos mandou um adEvogado atrás de Robinho e conseguiu que ele assinasse um documento comprovando que já tinha vínculo com o time da Vila Belmiro nos tempos da categoria sub-13. Isso caracteriza, para a Fifa, que o Santos é o clube formador do atleta. Assim, na recente venda de Robinho do Real Madrid para o Manchester City, por 42 milhões de euros, o alvinegro praiano tem direito a 4,5%. A expectativa da diretoria santista é que esta soma entre nos cofres em novembro. Por isso, a alta do dólar também foi comemorada pelos diretores, pois os valores repassados aos times formadores geralmente estão atrelados à moeda estadunidense. Há crises que vêm para o bem...
Os versos do título desse post, presentes na letra de "Onde está o dinheiro?", sucesso de Gal Costa nos anos 1980, caem como uma luva para o novo escândalo do Corinthians. Ao contrário do que escrevi aqui há alguns dias, a venda do atacante Jô, do CSKA para o Manchester City, não é uma notícia tão boa assim para o clube de Parque São Jorge. E tudo por culpa de seu atual presidente, Andrés Sanchez (acima), que eu já havia citado no post anterior por ter vendido porcentagens dos direitos econômicos de três atletas para o Grupo Sonda - o que fez com que a tônica dos comentários fosse principalmente contra a cartolagem brasileira.
Pois os nossos comentaristas tinham toda a razão: matéria de Maurício de Oliveira, do Lance! de hoje, revela que, ao contrário do que se pensava, o Corinthians não vai receber R$ 7,7 milhões pela transação de Jô (ou 13,5% dos R$ 57 milhões da venda, sendo 3,5% como "indenização aos clubes formadores", prevista pela Fifa, mais 10% registrados no contrato de venda para o CSKA, em 2005). Na verdade, o clube paulistano receberá apenas R$ 1,78 milhão do Manchester City. E sabem por que? Os 10% previstos em contrato foram vendidos por Sanchez, no início de maio, por US$ 1,25 milhões (quase R$ 2 milhões). Traduzindo: os R$ 7,7 milhões transformaram-se em R$ 3,78 milhões.E sabem para quem Sanchez vendeu os 10%? Para uma das empresas de Giuliano Bertolucci, amigo do iraniano Kia Joorabchian, ex-presidente do MSI. Esse comprador conseguiu multiplicar R$ 2 milhões por três no espaço de um mês e meio. Kia, por parte de sua assessoria de imprensa, nega ter ganho qualquer dinheiro nessa transação. Mas o empresário de Jô, Marcelo Djian, joga mais gasolina na fogueira: "-Não sei direito como e qual foi a influência de Giuliano nesse negócio. O que sei é que teve a participação do pessoal de Pini (Zahavi) e de Kia também...". Para quem não se lembra, Pini Zahavi (acima) foi identificado pelo ex-presidente corintiano Alberto Dualib como um dos principais investidores do MSI. E Andrés Sanchez foi vice-presidente de futebol no auge da parceria com o grupo investidor...
"-A divisão do Jô era assim:10% era do MSI, outros 10% do Corinthians e 80% do CSKA. Eu nem sabia que Giuliano tinha comprado os 10% do Corinthians", conta Djian. Em defesa de Andrés Sanchez, que fica numa baita saia justa, o vice de finanças do clube, Raul Corrêa da Silva, soltou a seguinte "justificativa": "-Quem podia imaginar que o Jô valeria tanto?".